Buscar

direito-civil-pessoa-natural

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO DIREITO CIVIL, PESSOA NATURAL
Livro Eletrônico
2 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural .................................................3
1. Introdução ..................................................................................................................3
2. Pessoa Natural ......................................................................................................... 18
Resumo ....................................................................................................................... 50
Questões de Concurso ..................................................................................................55
Gabarito .......................................................................................................................62
Gabarito Comentado .....................................................................................................63
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO DIREITO 
CIVIL, PESSOA NATURAL
1. Introdução
Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Vamos iniciar nossa primeira aula? Empolgação total, hein?!
Quero começar hoje, nessa introdução, conversando sobre alguns pontos iniciais que irão 
facilitar a compreensão de temas que serão abordados futuramente.
Bom, para iniciar, você lembra que o Código Civil que vamos estudar entrou em vigência 
no ano de 2003?
Pois é, o Código Civil anterior era de 1916, o qual chamo carinhosamente de Código de 
Bebé. (Clóvis Bevilaqua, olha ele aqui...)
Esse Código, revogado, era composto por um sistema extremamente cuidadoso com 
questões patrimoniais.
Algumas figuras específicas eram a “preocupação” desse diploma, dentre elas:
• o homem – que tomava as decisões nas relações familiares, fixava domicílio conjugal, 
autorizava a esposa a trabalhar, administrando-lhe o salário, detinha o pátrio poder 
(isso mesmo, pátrio poder!) sob os filhos, entre outros...;
• o testador – que nas relações sucessórias poderia dispor livremente e da forma que 
melhor lhe aprouvesse os seus bens;
• os contratantes – que poderiam contratar da forma que melhor lhe conviessem e sem 
possibilidade de revisão contratual (salvo a questão do fortuito ou força maior, não 
existia teoria da imprevisão);
• os proprietários – que poderiam utilizar a propriedade da maneira que pretendia sem 
preocupação com viés social.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Hoje tais figuras ainda existem, mas estão alinhadas com ditames constitucionais, mais 
precisamente a Dignidade da Pessoa Humana.
Mas, professora, como isso aconteceu?
Talvez, por essa nossa conversa, você pense que foi uma transição rápida. Porém, foi algo 
paulatino, bem devagar, que acompanhou todo o movimento histórico e político do país e do 
mundo.
Não foi algo tão simples, decorreu de muitos movimentos que aconteceram ainda na vi-
gência do “Código de Bebé” (1916 a 2003).
Resumindo: durante uma boa parte desse momento tínhamos uma relação entre o direito 
público e direito privado marcada por uma verdadeira dicotomia, ou seja, um não se relacio-
nava com o outro.
O direito público era pensado para reger as relações, tão somente, de direito público, ou 
seja, as relações do Estado. Estavam em sentido totalmente opostos e não se comunicavam.
Por sua vez, o direito privado, para reger as relações privadas, dos particulares, somente. 
Tal dicotomia refere-se à chamada summa divisio clássica.
Hoje, decorrente dos movimentos de preocupação com a pessoa humana e não mais com 
o patrimônio, é que, atualmente, verifica-se a existência de uma summa divisio constituciona-
lizada que se expressa na aproximação do direito público com o direito privado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Contudo, é importante que você saiba que nosso Código Civil não é tão novo assim. Sua 
redação começou na década de 70 e, lembre-se que o Brasil vivia, à época, a ditadura militar.
Neste mesmo período, iniciou-se a elaboração do projeto do Código Civil de 2002, ou seja, 
nosso atual sistema foi pensado, redigido e elaborado em regime militar.
Esse projeto tramitou no legislativo e, após emendas, foi promulgado e publicado em 2002.
Então, você já sabe que o Código Civil de 2002 não é de 2002. Na verdade, esse Código já 
nasceu idoso, velho, e, até mesmo, um pouco desatualizado.
Por conta disso, é que, hoje, nos deparamos com alguns dispositivos que não estão de 
acordo com a nossa realidade.
A exemplo disso, podemos mencionar a declaração do STF sobre a inconstitucionalidade 
artigo 1.790 do Código Civil que tratava a sucessão do companheiro de maneira detrimentosa 
em relação à sucessão do cônjuge, tradada pelo artigo 1.829 do mesmo Código.1 Mas isso é 
só para ilustrar, vamos estudar na parte de sucessões.
Professora, como assim década de 70? demorou muito...
Pois é, eu também achei bastante demorado, mas desde o período dos anos 70, até che-
garmos efetivamente na publicação do nosso Código Civil de 2002, o qual teve o período de 
vacatio legis de um ano, houve diversas alterações, reformas e emendas nas Casas Legisla-
tivas até sua aprovação.
O NCC passou então a ter vigência em 2003, olha só esse print do do finalzinho da lei:
1 Vide Recurso Extraordinário n. 646.721 e Recurso Extraordinário n. 878.694.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Assim, hoje, a preocupação do momento é a dignidade da pessoa humana – essa é a res-
ponsável pela forma de estrutura do atual sistema civil. É a responsável pela aproximação do 
direito público e do direito privado.
No “mundo privado”, verifica-se, portanto, uma humanização do Direito Civil, uma consti-
tucionalização do Direito Civil.
Segundo o professor Cristiano Chaves de Farias2, temos uma consciência das transfor-
mações do direito, que evolui a cada dia, concomitantemente, à evolução da sociedade. Ve-
rifica-se, além da releitura dos institutos já mencionados, a partir da dignidade humana, o 
compromisso ético que conduz a uma sociedade justa e digna.
HUMANIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
consciência das transformações + releitura dos institutos + compromisso ético
=
SOCIEDADE MAIS JUSTA E DIGNA
fundamentos e princípios básicos da república saem do papel
Assim, observe que, embora o nosso Código Civil realmente tenha sido um Código quejá 
nasceu velho e desatualizado em muitas passagens, inadequado ao momento em que nós 
vivemos, já é um rompimento muito grande no sentido de que nós temos institutos novos que 
configuram uma nova jornada no Direito Civil.
É essa jornada que eu convido vocês a percorrer comigo a partir de agora, dentro do Direito 
Civil que vamos estudar, sempre com o pensamento voltado ao moderno, às evoluções sociais...
Onde a sua leitura encontrar um instituto inadequado ao momento, eu peço a você que 
releia já de acordo com o ordenamento jurídico que a gente tem hoje, sempre observando a 
dignidade da pessoa humana, que é o pilar, o baldrame de sustentação do Direito Civil moder-
no, constitucionalizado.
Peço licença a você para citar mais um trecho do professor Cristiano Chaves:
Velhos institutos cedem espaço para novos valores, trazidos pela brisa segura e agradável do mo-
delo social estabelecido pela Constituição [...] essa é a travessia que se inicia, afirmando a nova 
era de respeito ao homem e estímulo à cidadania. O céu é ‘de brigadeiro’. Boa viagem a todos nós.
2 Chaves de Farias, Cristiano. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. 18ª ed. rev. atual. amp. Editora 
JusPodivm. 2020
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Professora, você citou sobre baldrame de sustentação do Direito Civil moderno. Então... 
quais são?
Ah, sim...
Então, são princípios implícitos, automáticos, no ordenamento jurídico civilista, previstos 
no Direito Civil de ponta a ponta.
Decorrem, inclusive, da aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas.
Lembra da Dignidade da Pessoa Humana?
Dentro do Direito Civil, um grande mandamento é a dignidade da pessoa humana, que é a 
verdadeira essência do que nós temos hoje de Direito Civil constitucionalizado, certo?
Nós temos, assim, três princípios que regem o nosso Direito Civil moderno, contemporâ-
neo, constitucionalizado, humanizado...
PRINCÍPIO DA ETICIDADE
O princípio da eticidade impõe a ética, a probidade nas relações privadas, a boa-fé. Engana-se quem pensa que 
probidade é tema exclusivo do Direito Administrativo. Não! Probidade é tema do Direito Civil também! E, assim, 
a eticidade está a impor a boa-fé objetiva em todo o direito civil.
Ah, Roberta, mas, na parte de contratos, ela está lá, expressa no Código Civil!
Sim! Mas, mesmo não expressa em áreas como a de alimentos, regime de bens, obrigações, posse, proprie-
dade, direitos reais, vizinhança, sucessão... está, implicitamente, presente em tudo, porque a principiologia 
civilista impõe, hoje, a boa-fé objetiva em tudo!
Ué, temos duas formas de boa-fé?
Sim, sim.
Temos dois tipos de boa-fé: a subjetiva e a objetiva.
A subjetiva tem a ver com a intenção, com o que está interiorizado na mente do sujeito.
A objetiva, por sua vez, é aquele padrão comportamental ético exigido nas condutas dos sujeitos.
Então, principiologia relacionada à boa-fé é a boa-fé objetiva.
Ah, Roberta, isso quer dizer que a boa-fé subjetiva não é levada em consideração?
É levada em consideração sim, mas em situações bem pontuais. Um exemplo no qual você pode levar em con-
sideração a boa-fé subjetiva é no campo da posse, por exemplo.
O que é possuidor de boa-fé?
É aquele que ignora o vício ou tem justo título, que faz presumir a boa-fé, não é? Então, lá, quando você leva em 
consideração que a pessoa ignora o vício, está tratando da boa-fé em sua vertente subjetiva.
Mas quando falo em padrão comportamental, principiologia, estou me referindo à boa-fé objetiva.
Aliás, o rompimento da boa-fé objetiva, quando você está exercendo um direito seu, é causa de abuso do direito 
e o artigo 187 do CC, enquanto aplicador da teoria do abuso do direito, enseja uma responsabilidade civil obje-
tiva.
Mas caaalma, não se preocupe, pois vamos falar desse artigo com calma mais adiante.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE
Por meio desse princípio, nós temos uma transcendência do egoísmo, da preocupação individualizada, para 
uma preocupação com o coletivo.
O princípio da socialidade não impõe socialismo, não tem nada a ver.
Na verdade, esse princípio impõe uma preocupação com o coletivo. A gente sai daquela esfera de egoísmo, de 
preocupação com patrimônio, de “eu posso fazer o que eu quiser enquanto eu sou proprietário”, “eu sou con-
tratante e posso usar do contrato como forma de esmagamento social”... a ideia não é mais essa! Já foi (lá no 
Código de Bebé)!
Na verdade, a socialidade tem a ver com a função social. E nós falamos em “função social” de uma maneira 
geral! É inerente ao Direito Civil falar em função social da propriedade, função social do contrato...
Ok prof., mas o que vem a ser a função social da propriedade?
Ah, sim, significa dar à propriedade uma destinação, sem ficar sobressaindo o seu interesse individual. Então, 
no âmbito urbano, por exemplo, dar a função social à propriedade significa cumprimento do plano diretor.
Tanto é verdade isso, que ocorre punição pelo descumprimento da função social, por meio do fenômeno da 
desapropriação, que, além de estar na própria Constituição Federal, é previsto no art. 1.228 do Código Civil.
A função social do contrato também é de enorme relevância no ordenamento jurídico, porque, muitas vezes, 
é o ponto central para uma revisão contratual. Só que é muito fácil falar de função social da propriedade e do 
contrato, mas função social não está restrita somente a esses institutos.
A gente tem função social das famílias, função social da posse – que é muito considerada para a usucapião 
coletiva, lá no artigo 1.228 do CC, função social do recibo (lá, nas obrigações), entre outros...
E, para deixar um pouco o “jurídico” de lado, existe um texto que é de um viés bem social mesmo, que se chama 
“função social do(a) amante”. Coloca lá no Google, que é bastante interessante a leitura, embora não tenha um 
aspecto propriamente jurídico.
Então, com tudo isso exposto, a gente tem um rompimento do individualismo para uma preocupação com o 
coletivo em vários institutos outrora “egoístas”.
PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE OU CONCRETUDE
Por esse princípio temos a ideia de cláusulas gerais, de conceitos abertos, de expressões que se encaixam em 
qualquer situação, posto que sujeitas a uma interpretação momentânea.
Observando isso, o Direito foi pensado para ser concretizado, para ser aplicado.
Então, você não pode ter a elaboração de uma norma com expressões restritas e adstritas à época de criação 
da lei, porque, assim, ocorre um engessamento do ordenamento jurídico.
Prof., você tem um exemplo?
Yes, baby: O artigo 5º do Código Civil trata da emancipação e estabelece essa possibilidade para os casos em 
que o menor com 16 anos que tenha “economia própria” seja emancipado pela lei.
Em 2002, o que era “economia própria”?
É só pensar quanto era o salário mínimo nesse ano: 200 reais? 250 reais? (não me recordo, mas era por aí, 
rsrsrs)
Se você coloca 250 reais na lei – é só um exemplo esdrúxulo, para você entender –, hoje, poderíamos conside-
rar esse valor como sendo “economia própria”?
Claro que não! Então, na verdade, você tem, aí, a interpretação do instituto considerando o que a gente tem hoje. 
É uma expressão que se ajusta ao tempo e isso é exatamente o que chamamosde cláusulas gerais, conceitos 
abertos.
Aliás, boa-fé objetiva e função social são expressões cláusulas gerais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Então essas são as regras iniciais principiológicas, o nosso baldrame axiológico do 
Direito Civil.
Outros pontos interessantes que precisamos abordar são algumas terminologias...
Vamos continuar...
Ainda nesse encontro, eu quero que você saiba os conceitos de direito subjetivo e objetivo.
O direito objetivo são as normas que regulam as relações no “viver” em sociedade.
Trata-se de um o conjunto de normas que o Estado ordena que devem ser seguidas e que 
obrigam as pessoas a terem comportamentos condizentes com a ordem social estabelecida.
O direito objetivo é exatamente o que está previsto nas leis, como por exemplo, tudo que 
está no Código Civil, Código Penal etc.
É o direito positivado!
O direito subjetivo, por sua vez, é o direito que o sujeito tem de exercer uma determinada 
conduta autorizada por lei; revelam-se como “poder-dever”. A exemplo disso podemos citar 
um credor que ajuíza uma ação contra seu devedor para cobrança de seu crédito.
Esses direitos subjetivos estão intimamente ligados a prazos prescricionais. Não esquece!
“Assim, enquanto a expressão direito objetivo exprime o conjunto das regras normativas 
que disciplinam um determinado ordenamento, o direito subjetivo, por seu turno, diz respeito 
ao poder de exigir ou de pretender de alguém um comportamento específico.”3
Professora, o que é direito potestativo?
Ah, sim, o direito potestativo é um direito que pode ser exercido pelo seu titular indepen-
dentemente da “oposição” de um terceiro; é o direito que pode ser implementado mesmo 
contra vontade de alguém. É o caso, por exemplo, do direito de revogar uma procuração dada, 
cabendo ao mandatário apenas aceitar tal condição.
É uma prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercí-
cio; é um ato unilateral.
Arrematando, importa lembrar que, se a norma jurídica prevê um prazo para que o titular 
venha a realizar determinado direito potestativo, por meio de sua declaração de vontade, o 
3 Chaves de Farias, Cristiano. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. 18ª ed. rev. atual. amp. Editora 
JusPodivm. 2020
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
seu não exercício importa decadência (também dita caducidade). Não havendo prazo em lei 
para o exercício de direito potestativo, este não estará sujeito a prazo extintivo, podendo ser 
exercido a qualquer tempo.4
Podemos até já mencionar aqui que nem todo direito potestativo tem prazo, a exemplo do 
divórcio, mas quando houver prazo, esse será decadencial.
Professora, agora sim eu entendi. Maravilha.
Uaau, agora sim, você está pront@ para conversar sobre Direito Civil...
Então, vamos entender a estrutura do Código Civil?
Bom... Vamos estudar esse Código que é representado pela lei 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 e, como falamos anteriormente, passou a ter vigência em 12 de janeiro de 2003.
Professora, já me falaram que o Código é como um livro... é verdade?
Sem dúvida nenhuma, é um grande “livro da vida” dividido em Livros, Títulos, Capítulos e 
Seções, cuida da vida das pessoas do momento em que nascem até a morte.
Mas não esqueça que Código Civil não é sinônimo de Direito Civil. Na verdade, o Direito 
Civil é composto pelo CC e outras normas civilistas, como ECA, CDC, Estatuto do Idoso, Ali-
mentos Gravídicos, entre outras tantas que falaremos ao longo do estudo do Código Civil.
Mas voltando, olha só que estrutura bacana tem nosso CC:
P A R T E G E R A L
LIVRO I DAS PESSOAS
TÍTULO I DAS PESSOAS 
NATURAIS
CAPÍTULO I DA PERSONALI-
DADE E DA CAPACIDADE
LIVRO II DOS BENS
TÍTULO ÚNICO DAS DIFEREN-
TES CLASSES DE BENS
CAPÍTULO I DOS BENS CONSI-
DERADOS EM SI MESMOS
LIVRO III DOS FATOS JURÍDICOS
TÍTULO I DO NEGÓCIO JURÍDICO
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II DA REPRESENTAÇÃO
4 Chaves de Farias, Cristiano. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. 18ª ed. rev. atual. amp. Editora 
JusPodivm. 2020
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DA PERSONA-
LIDADE
CAPÍTULO III 
DA AUSÊNCIA
Seção I 
Da Curadoria dos Bens do 
Ausente
Seção II 
Da Sucessão Provisória
Seção III 
Da Sucessão Definitiva
TÍTULO II 
DAS PESSOAS JURÍDICAS
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DAS ASSOCIAÇÕES
CAPÍTULO III 
DAS FUNDAÇÕES
TÍTULO III 
DO DOMICÍLIO
Seção I 
Dos Bens Imóveis
Seção II 
Dos Bens Móveis
Seção III 
Dos Bens Fungíveis e Consu-
míveis
Seção IV 
Dos Bens Divisíveis
Seção V 
Dos Bens Singulares e Cole-
tivos
CAPÍTULO II 
DOS BENS RECIPROCAMENTE 
CONSIDERADOS
CAPÍTULO III 
DOS BENS PÚBLICOS
CAPÍTULO III 
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO
CAPÍTULO IV 
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Seção I 
Do Erro ou Ignorância
Seção II 
Do Dolo
Seção III 
Da Coação
Seção IV 
Do Estado de Perigo
Seção V 
Da Lesão
Seção VI 
Da Fraude Contra Credores
CAPÍTULO V 
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
TÍTULO II 
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS
TÍTULO III 
DOS ATOS ILÍCITOS
TÍTULO IV 
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
CAPÍTULO I 
DA PRESCRIÇÃO
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Das Causas que Impedem ou Suspendem a 
Prescrição
Seção III 
Das Causas que Interrompem a Prescrição
Seção IV 
Dos Prazos da Prescrição
CAPÍTULO II 
DA DECADÊNCIA
TÍTULO V 
DA PROVA
P A R T E ESPECIAL
LIVRO I DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
(engloba contratos)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
TÍTULO I 
DAS MODALIDADES DAS 
OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I 
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
Seção I 
Das Obrigações de Dar Coisa 
Certa
Seção II 
Das Obrigações de Dar Coisa 
Incerta
CAPÍTULO II 
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER
CAPÍTULO III 
DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO 
FAZER
CAPÍTULO IV 
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNA-
TIVAS
CAPÍTULO V 
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
E INDIVISÍVEIS
CAPÍTULO VI 
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁ-
RIAS
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Da Solidariedade Ativa
Seção III 
Da Solidariedade Passiva
TÍTULO II 
DA TRANSMISSÃO DAS OBRI-
GAÇÕES
CAPÍTULO I 
DA CESSÃO DE CRÉDITO
CAPÍTULO II 
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
TÍTULO III 
DO ADIMPLEMENTO E EXTIN-
ÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I 
DO PAGAMENTO
Seção I 
De Quem Deve Pagar
Seção II 
Daqueles a Quem se Deve 
Pagar
Seção III 
Do Objeto do Pagamento e 
Sua Prova
Seção IV 
Do Lugar do Pagamento
Seção V 
Do Tempo do Pagamento
CAPÍTULO II 
DO PAGAMENTO EM CONSIG-
NAÇÃO
CAPÍTULO III 
DO PAGAMENTO COM SUB-
-ROGAÇÃO
CAPÍTULO IV 
DA IMPUTAÇÃO DO PAGA-MENTO
CAPÍTULO V 
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
CAPÍTULO VI 
DA NOVAÇÃO
CAPÍTULO VII 
DA COMPENSAÇÃO
CAPÍTULO VIII 
DA CONFUSÃO
CAPÍTULO IX 
DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS
TÍTULO IV 
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DA MORA
CAPÍTULO III 
DAS PERDAS E DANOS
CAPÍTULO IV 
DOS JUROS LEGAIS
CAPÍTULO V 
DA CLÁUSULA PENAL
CAPÍTULO VI 
DAS ARRAS OU SINAL
TÍTULO V DOS CONTRATOS EM GERAL
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I 
Preliminares
TÍTULO VI 
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE 
CONTRATO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO X 
DO MANDATO
Seção I 
Disposições Gerais
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Seção II 
Da Formação dos Contratos
Seção III Da Estipulação em 
Favor de Terceiro
Seção IV 
Da Promessa de Fato de Ter-
ceiro
Seção V Dos Vícios Redibitó-
rios
Seção VI Da Evicção
Seção VII Dos Contratos Ale-
atórios
Seção VIII 
Do Contrato Preliminar
Seção IX 
Do Contrato com Pessoa a 
Declarar
CAPÍTULO II 
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO
Seção I 
Do Distrato
Seção II 
Da Cláusula Resolutiva
Seção III 
Da Exceção de Contrato não 
Cumprido
Seção IV 
Da Resolução por Onerosi-
dade Excessiva
DA COMPRA E VENDA
Seção I Disposições Gerais
Seção II 
Das Cláusulas Especiais à 
Compra e Venda
Subseção I 
Da Retrovenda
Subseção II 
Da Venda a Contento e da 
Sujeita a Prova
Subseção III 
Da Preempção ou Preferência
Subseção IV 
Da Venda com Reserva de 
Domínio
Subseção V 
Da Venda Sobre Documentos
CAPÍTULO II 
DA TROCA OU PERMUTA
CAPÍTULO III 
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO
CAPÍTULO IV 
DA DOAÇÃO
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Da Revogação da Doação
CAPÍTULO V 
DA LOCAÇÃO DE COISAS
CAPÍTULO VI 
DO EMPRÉSTIMO
Seção I 
Do Comodato
Seção II 
Do Mútuo
CAPÍTULO VII 
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
CAPÍTULO VIII 
DA EMPREITADA
CAPÍTULO IX 
DO DEPÓSITO
Seção I
Do Depósito Voluntário
Seção II 
Do Depósito Necessário
Seção II 
Das Obrigações do Mandatário
Seção III 
Das Obrigações do Mandante
Seção IV 
Da Extinção do Mandato
Seção V 
Do Mandato Judicial
CAPÍTULO XI 
DA COMISSÃO
CAPÍTULO XII 
DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
CAPÍTULO XIII 
DA CORRETAGEM
CAPÍTULO XIV 
DO TRANSPORTE
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Do Transporte de Pessoas
Seção III 
Do Transporte de Coisas
CAPÍTULO XV 
DO SEGURO
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Do Seguro de Dano
Seção III 
Do Seguro de Pessoa
CAPÍTULO XVI 
DA CONSTITUIÇÃO DE RENDA
CAPÍTULO XVII 
DO JOGO E DA APOSTA
CAPÍTULO XVIII 
DA FIANÇA
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Dos Efeitos da Fiança
Seção III 
Da Extinção da Fiança
CAPÍTULO XIX DA TRANSAÇÃO
CAPÍTULO XX 
DO COMPROMISSO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
TÍTULO VII 
DOS ATOS UNILATERAIS
CAPÍTULO I 
DA PROMESSA DE RECOMPENSA CAPÍTULO II DA GESTÃO DE NEGÓCIOS
CAPÍTULO III 
DO PAGAMENTO INDEVIDO CAPÍTULO IV DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
LIVRO II DO DIREITO DE EMPRESA
A parte de empresarial não é nossa! Obrigada, senhor!!!
LIVRO III DO DIREITO DAS COISAS
TÍTULO I 
DA POSSE
CAPÍTULO I 
DA POSSE E SUA CLASSIFI-
CAÇÃO
CAPÍTULO II 
DA AQUISIÇÃO DA POSSE
CAPÍTULO III 
DOS EFEITOS DA POSSE
CAPÍTULO IV 
DA PERDA DA POSSE
TÍTULO II 
DOS DIREITOS REAIS
CAPÍTULO ÚNICO DISPOSI-
ÇÕES GERAIS
TÍTULO III 
DA PROPRIEDADE
CAPÍTULO I 
DA PROPRIEDADE EM GERAL
Seção I 
Disposições Preliminares
Seção II 
Da Descoberta
CAPÍTULO II 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIE-
DADE IMÓVEL
Seção I 
Da Usucapião
Seção II 
Da Aquisição pelo Registro do 
Título
CAPÍTULO IV 
DA PERDA DA PROPRIEDADE
CAPÍTULO V 
DOS DIREITOS DE VIZI-
NHANÇA
Seção I 
Do Uso Anormal da Proprie-
dade
Seção II 
Das Árvores Limítrofes
Seção III 
Da Passagem Forçada
Seção IV 
Da Passagem de Cabos e 
Tubulações
Seção V 
Das Águas
Seção VI 
Dos Limites entre Prédios e do 
Direito de Tapagem
Seção VII 
Do Direito de Construir
CAPÍTULO VI 
DO CONDOMÍNIO GERAL
Seção I 
Do Condomínio Voluntário
Subseção I 
Dos Direitos e Deveres dos 
Condôminos
TÍTULO VI 
DO USUFRUTO
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO
CAPÍTULO III 
DOS DEVERES DO USUFRUTUÁRIO
CAPÍTULO IV 
DA EXTINÇÃO DO USUFRUTO
TÍTULO VII 
DO USO
TÍTULO VIII 
DA HABITAÇÃO
TÍTULO IX 
DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR
TÍTULO X 
DO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESE
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DO PENHOR
Seção I 
Da Constituição do Penhor
Seção II 
Dos Direitos do Credor Pignoratício
Seção III 
Das Obrigações do Credor Pignoratício
Seção IV 
Da Extinção do Penhor
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Seção III 
Da Aquisição por Acessão
Subseção I 
Das Ilhas
Subseção II 
Da Aluvião
Subseção III 
Da Avulsão
Subseção IV 
Do Álveo Abandonado
Subseção V 
Das Construções e Planta-
ções
CAPÍTULO III 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIE-
DADE MÓVEL
Seção I 
Da Usucapião
Seção II 
Da Ocupação
>Seção III Do Achado do 
Tesouro
Seção IV 
Da Tradição
Seção V 
Da Especificação
Seção VI 
Da Confusão, da Comissão e 
da Adjunção
Subseção II 
Da Administração do Condo-
mínio
Seção II 
Do Condomínio Necessário
CAPÍTULO VII 
DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Da Administração do Condo-
mínio
Seção III 
Da Extinção do Condomínio
CAPÍTULO VIII 
DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL
CAPÍTULO IX 
DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
TÍTULO IV 
DA SUPERFÍCIE
TÍTULO V 
DAS SERVIDÕES
CAPÍTULO I 
DA CONSTITUIÇÃO DAS SER-
VIDÕES
CAPÍTULO II 
DO EXERCÍCIO DAS SERVI-
DÕES
CAPÍTULO III 
DA EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES
Seção V 
Do Penhor Rural
Subseção I 
Disposições Gerais
Subseção II 
Do Penhor Agrícola
Subseção III 
Do Penhor Pecuário
Seção VI 
Do Penhor Industrial e Mercantil
Seção VII 
Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito
Seção VIII 
Do Penhor de Veículos
Seção IX 
Do Penhor Legal
CAPÍTULO III 
DA HIPOTECA
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Da Hipoteca Legal
Seção III 
Do Registro da Hipoteca
Seção IV 
Da Extinção da Hipoteca
Seção V 
Da Hipoteca de Vias Férreas
CAPÍTULO IV 
DA ANTICRESE
LIVRO IV DO DIREITO DE FAMÍLIA
TÍTULO I 
DO DIREITO PESSOAL
SUBTÍTULO I DO CASAMENTO
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DA CAPACIDADE PARA O 
CASAMENTO
CAPÍTULO X 
DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
E DO VÍNCULO CONJUGAL
CAPÍTULO XI 
DA PROTEÇÃO DA PESSOA 
DOS FILHOS
SUBTÍTULO II DAS RELAÇÕES 
DE PARENTESCO
TÍTULO III 
DA UNIÃO ESTÁVEL
TÍTULO IV 
DA TUTELA E DA CURATELA
CAPÍTULO I 
DA TUTELA
Seção I 
Dos Tutores
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
CAPÍTULO III 
DOS IMPEDIMENTOS
CAPÍTULO IV 
DAS CAUSAS SUSPENSIVAS
CAPÍTULO V 
DO PROCESSO DE HABILITA-
ÇÃO PARA O CASAMENTO
CAPÍTULO VI 
DA CELEBRAÇÃO DO CASA-
MENTO
CAPÍTULO VII 
DAS PROVAS DO CASA-
MENTO
CAPÍTULO VIII 
DA INVALIDADE DO CASA-
MENTOCAPÍTULO IX 
DA EFICÁCIA DO CASAMENTO
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DA FILIAÇÃO
CAPÍTULO III 
DO RECONHECIMENTO DOS 
FILHOS
CAPÍTULO IV 
DA ADOÇÃO
CAPÍTULO V 
DO PODER FAMILIAR
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Do Exercício do Poder Familiar
Seção III 
Da Suspensão e Extinção do 
Poder Familiar
TÍTULO II 
DO DIREITO PATRIMONIAL
SUBTÍTULO I DO REGIME DE 
BENS ENTRE OS CÔNJUGES
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II 
DO PACTO ANTENUPCIAL
CAPÍTULO III 
DO REGIME DE COMUNHÃO 
PARCIAL
CAPÍTULO IV 
DO REGIME DE COMUNHÃO 
UNIVERSAL
CAPÍTULO V 
DO REGIME DE PARTICIPAÇÃO 
FINAL NOS AQUESTOS
CAPÍTULO VI 
DO REGIME DE SEPARAÇÃO DE 
BENS
SUBTÍTULO II DO USUFRUTO 
E DA ADMINISTRAÇÃO DOS 
BENS DE FILHOS MENORES
SUBTÍTULO III DOS ALIMEN-
TOS
SUBTÍTULO IV DO BEM DE 
FAMÍLIA
Seção II 
Dos Incapazes de Exercer a Tutela
Seção III 
Da Escusa dos Tutores
Seção IV 
Do Exercício da Tutela
Seção V 
Dos Bens do Tutelado
Seção VI 
Da Prestação de Contas
Seção VII 
Da Cessação da Tutela
CAPÍTULO II 
DA CURATELA
Seção I 
Dos Interditos
Seção II 
Da Curatela do Nascituro e do Enfermo ou 
Portador de Deficiência Física
Seção III 
Do Exercício da Curatela
LIVRO V DO DIREITO DAS SUCESSÕES
TÍTULO I 
DA SUCESSÃO EM GERAL
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
TÍTULO III 
DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
CAPÍTULO I 
DO TESTAMENTO EM GERAL
CAPÍTULO VIII 
DO DIREITO DE ACRESCER ENTRE HERDEI-
ROS E LEGATÁRIOS
CAPÍTULO IX 
DAS SUBSTITUIÇÕES
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
CAPÍTULO II 
DA HERANÇA E DE SUA 
ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO III 
DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
CAPÍTULO IV 
DA ACEITAÇÃO E RENÚNCIA 
DA HERANÇA
CAPÍTULO V 
DOS EXCLUÍDOS DA SUCES-
SÃO
CAPÍTULO VI 
DA HERANÇA JACENTE
CAPÍTULO VII 
DA PETIÇÃO DE HERANÇA
TÍTULO II 
DA SUCESSÃO LEGÍTIMA
CAPÍTULO I 
DA ORDEM DA VOCAÇÃO 
HEREDITÁRIA
CAPÍTULO II 
DOS HERDEIROS NECESSÁ-
RIOS
CAPÍTULO III 
DO DIREITO DE REPRESEN-
TAÇÃO
CAPÍTULO II 
DA CAPACIDADE DE TESTAR
CAPÍTULO III 
DAS FORMAS ORDINÁRIAS DO 
TESTAMENTO
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Do Testamento Público
Seção III 
Do Testamento Cerrado
Seção IV 
Do Testamento Particular
CAPÍTULO IV 
DOS CODICILOS
CAPÍTULO V 
DOS TESTAMENTOS ESPE-
CIAIS
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Do Testamento Marítimo e do 
Testamento Aeronáutico
Seção III 
Do Testamento Militar
CAPÍTULO VI 
DAS DISPOSIÇÕES TESTA-
MENTÁRIAS
CAPÍTULO VII 
DOS LEGADOS
Seção I 
Disposições Gerais
Seção II 
Dos Efeitos do Legado e do 
seu Pagamento
Seção III 
Da Caducidade dos Legados
CAPÍTULO XIV 
DO TESTAMENTEIRO
Seção I 
Da Substituição Vulgar e da Recíproca
Seção II 
Da Substituição Fideicomissária
CAPÍTULO X 
DA DESERDAÇÃO
CAPÍTULO XI 
DA REDUÇÃO DAS DISPOSIÇÕES TESTA-
MENTÁRIAS
CAPÍTULO XII 
DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
CAPÍTULO XIII 
DO ROMPIMENTO DO TESTAMENTO
TÍTULO IV 
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
CAPÍTULO I 
DO INVENTÁRIO
CAPÍTULO II 
DOS SONEGADOS
CAPÍTULO III 
DO PAGAMENTO DAS DÍVIDAS
CAPÍTULO IV 
DA COLAÇÃO
CAPÍTULO V 
DA PARTILHA
CAPÍTULO VI 
DA GARANTIA DOS QUINHÕES HEREDITÁ-
RIOS
CAPÍTULO VII 
DA ANULAÇÃO DA PARTILHA
LIVRO COMPLEMENTAR DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Assim, observe que temos, no Código Civil, uma estrutura didática e que norteará nos-
sos estudos...
Boa viagem a todos nós...
2. Pessoa natural
Nesse tópico nós começamos o estudo do Direito Civil falando de quem realmente é o 
“centro” do Direito – a pessoa natural.
Quem é a pessoa natural?
É o ser humano! Esse é a pessoa que a gente tanto fala, com quem nos preocupamos hoje 
no estudo e interpretação do Direito Civil.
Essa pessoa é tão importante porque é ela o centro das relações jurídicas.
Aliás, você já ouviu falar na expressão “sujeito de direito”?
Provavelmente sim, mas você sabe a extensão dessa terminologia?
Bom, “sujeito de direito” é um gênero que comporta duas espécies: com personalidade 
jurídica ou civil e sem personalidade jurídica ou civil – vejamos o esquema do coração:
É relevante que saibamos o conceito de sujeito de direito para fazermos a diferenciação 
com o conceito de pessoa natural.
Veja que não são sinônimos!
Na verdade, sujeito de direito é gênero que comporta espécies.
A pessoa natural é “sujeito de direito” com personalidade jurídica, mas nem todo sujeito 
de direito tem personalidade jurídica.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Sobre esse ponto, um questionamento é até interessante: Você sabia que no direito civil 
existe princípio da legalidade também?
“Ah, professora, eu sei que no Direito Administrativo, temos o princípio da legalidade e lá 
significa que o administrador só poderá atuar quando a lei permitir; administrar significa apli-
car a lei de ofício.”
Muito bem, meu bem, mas e aqui no Direito Civil?
Pois bem, aqui também há um princípio da legalidade e ele é visto de maneira um pouco 
diferenciada: para quem tem personalidade jurídica, esse princípio dita que “pode tudo que a 
lei não proíba”.
Então a pessoa natural e a pessoa jurídica podem tudo que a lei não proibir, Roberta?
Sim. Exatamente. Eu, Roberta, posso criar um regime de bens que não tem previsão na lei? 
Sim, posso – a lei não me proíbe; posso criar um contrato que não tenha previsão legal? Sim, 
pois a lei não me proíbe.
Veja que o particular com personalidade pode praticar os atos que a lei não proibir.
Aliás, isso foi um fundamento para a admissão, no ordenamento jurídico, do casamento e 
da união estável homoafetiva. Isso porque, embora a lei fale em “homem e mulher”, não houve 
proibição casais homoafetivos, razão pela qual entendeu-se que há uma permissão tácita. 
Esse foi o grande fundamento! Por isso, é possível o casamento homoafetivo, além de outras 
razões como o direito à felicidade, a família eudemonista, da pauta do amor...
Por outro lado, o princípio da legalidade para quem não tem personalidade jurídica, é ana-
lisado sob o mesmo ponto de vista do direito administrativo – só é permitido o que está pre-
visto em lei.
Aqui, fazendo uma correlação com o direito processual, veremos que esses sujeitos po-
dem ser autores ou réus de demandas judiciais, porque possuem o fenômeno da personalida-
de judiciária, mas isso é matéria do Processo Civil.
Nossa, professora, gostei de saber disso, mas qual conceito de personalidade jurídica?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Então, trata-se de uma aptidão genérica para titularizar direitos e deveres.
Destacamos a palavra “deveres” porque é muito comum você falar“direitos e obriga-
ções”, quando, na verdade, é melhor mencionar “deveres”.
Isso porque, no Direito Civil, a palavra “obrigação” tem a ver com o aspecto patrimo-
nial (dar, fazer, não fazer...), ao passo que a expressão “deveres” é um gênero, um termo 
muito mais abrangente do que simplesmente “obrigações”.
Muito cuidado com isso! O dever inclui a obrigação e, também, outros aspectos que 
não tenham conteúdo patrimonial, a exemplo do dever de fidelidade no casamento...
Importante colacionarmos aqui, também, que personalidade jurídica é sinônimo de 
personalidade civil.
Nesse sentido, o artigo 2º do Código Civil estabelece que:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde 
a concepção, os direitos do nascituro.
Roberta, quando se dá o início da personalidade jurídica?
Ocorre com o nascimento com vida.
No Brasil, considera-se “nascimento com vida” o funcionamento do aparelho cardior-
respiratório – entrou ar nos pulmões, adquire a personalidade jurídica.
Existe um exame próprio para verificar se houve ou não entrada de ar nos pulmões, 
chamado “docimasia hidrostática de Galeno”, que consiste na colocação de fragmentos 
do pulmão do recém-nascido – caso venha a falecer, óbvio, né, Brasil?! Se os fragmentos 
flutuarem, é porque entrou ar, então adquiriu personalidade jurídica.
Ainda que tenha sido um breve suspiro...
Aqui eu quero fazer nossos esquemas também, veja:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Saber se respirou ou não é para fins de saber se o sujeito adquiriu ou não personali-
dade jurídica.
Imagina o pai do nascituro que morreu no curso da gestação. Se ele respira, recebe a he-
rança e se morre logo após, transmite a herança para a mãe dele. Se ele sai do ventre materno 
e não respira, ele não receberá a herança e a regra sucessória dos bens de falecimento do pai 
segue a regra normal do art. 1.829: não havendo descendentes, vai para os ascendentes.
Ei, não esqueça que as certidões mencionadas possuem natureza declaratória!!! Por isso, 
tem efeito ex tunc. Exemplo: eu nasci no dia 09 de julho, mas minha certidão de nascimento 
deve ter sido feita em algum dia posterior a essa data. Eu não passei a existir a partir da data 
em que foi feita a certidão, mas, sim, desde o meu nascimento!!!
Entendeu? O início da personalidade, então, se dá com o nascimento com vida. A certidão 
de nascido morto, do natimorto, tem assento no livro auxiliar, letra C, do cartório de pessoas 
naturais, conforme a Lei de Registros Públicos.
No Brasil, basta o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório. Entenda: no Brasil, não 
se exige viabilidade, não se exige sobrevida, não se exige forma humana. Isso quer dizer que, 
no Brasil, basta respirar para ser pessoa natural.
Não se exige viabilidade: não é preciso a formação interna dos órgãos de maneira perfeita, 
apta a propiciar a vida extrauterina. Por isso que os anencefálicos nascem, respiram, e, mes-
mo tendo uma má formação cerebral adquirem personalidade jurídica, mesmo sabendo que 
eles podem morrer imediatamente após o parto. O mesmo ocorre com pessoas com microce-
falia ou com uma formação interna dos órgãos que inviabilize a vida extrauterina.
Não se exige sobrevida: sobrevida seria um lapso temporal mínimo fora do ventre materno 
para adquirir personalidade. No Brasil, não temos isso. Nasceu e respirou, já ganha a perso-
nalidade jurídica.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Não se exige forma humana: é até um termo pejorativo, mas significa pessoas com de-
formidades físicas – aquelas que destoam da forma tradicional humana também adquirem a 
personalidade jurídica.
Roberta, entendi tudo, tudinho, mas o que acontece com o nascituro? É ou não é pessoa? 
Tem direitos? Como é essa história?
Ah, cuidado com essa questão do nascituro!
A gente entra na análise das teorias...
Olha só, temos três teorias mencionadas na doutrina, vejamos:
De acordo com a teoria natalista, o nascituro só se torna pessoa a partir do momento em 
que adquire a personalidade jurídica, ou seja, com a respiração. Assim, para os defensores 
dessa teoria, a ideia é a de que, não sendo pessoa, é coisa.
Já a teoria da personalidade condicional ou personalidade formal, a observa que o nasci-
turo seria uma “quase pessoa”. Ele pode receber direitos, mas estaria sob condição suspensi-
va de nascer com vida. Se nasceu com vida, é pessoa. Se não, nunca foi. É um “meio termo”. 
Confesso que acho estranha essa teoria...
A teoria concepcionista, por sua vez, diz que é pessoa desde a concepção. É uma que está 
muito em voga, sendo abordada especialmente pelos doutrinadores mais modernos, como 
Pablo Stolze, Cristiano Chaves e Flávio Tartuce. Esses professores defendem a concepção.5
5 Dentre os concepcionistas existem os mais “extremistas” e os “menos extremistas”. Os primeiros, consideram pessoa 
desde a concepção, desde o coito. Se teve a relação sexual e fecundou o óvulo, é pessoa. Já outros, consideram que é 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Uau, mas qual a teoria adotada pelo Código Civil?
O artigo 2º do CC, que mencionamos acima, deixa muito claro:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro.
Uai, então é a teoria NATALISTA!
Sim, perfeito!
Isso porque o dispositivo legal diz que a personalidade civil da pessoa começa do nasci-
mento com vida.
MAS CUIDADO: já vimos que o ordenamento jurídico civilista não é sinônimo de Código 
Civil. Como eu te disse, essa ideia já está ultrapassada! Na verdade, o CC está dentro do or-
denamento jurídico civilista, que é composto, também, por outras normas, entendimentos 
doutrinários e jurisprudenciais.
É importante mencionar que o STJ é concepcionista, uma vez que, por exemplo, ele reco-
nhece a possibilidade de dano moral ao nascituro. Por isso, melhor entender que, embora a 
redação do artigo 2º do CC não tenha sido alterada até o momento, há uma grande possibili-
dade de alteração futura, porque a teoria natalista é considerada um pouco ultrapassada nos 
dias de hoje.
Então, embora o Código Civil aponte claramente para a adoção da teoria natalista, o or-
denamento jurídico como um todo, considerando o “todo”, indica uma forte tendência para a 
adoção da teoria concepcionista.
Um tema muito recorrente de OAB é a Lei de Alimentos Gravídicos, e quem é o destinatário 
desses alimentos? O nascituro, óbvio, pensando, então, em uma teoria concepcionista.
Contudo, não podemos deixar de mencionar a ADI 3510, que discutiu a questão das célu-
las-tronco, na qual o STF decidiu que o embrião congelado é objeto de direito. Então, temos 
que analisar todas as situações, sem fixar barreiras de informação. Mas não se preocupa, a 
banca não vai querer cobrar isso... é polêmico demais...Mas vou retomar o tema mais adiante.
pessoa a partir do 14º dia após o coito, que é quando ocorre o fenômeno da nidação, ocorrido quando o embrião se fixa 
na parede do útero materno.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Assim, considerando os aspectos mencionados, podemos mencionar alguns direitos do 
nascituro:
• O STJ reconhece o direito ao dano moral para nascituro – {Resp 399.028/SP} {Resp1. 
487.089 – caso Rafinha Bastos X Wanessa Camargo};
• O nascituro tem direito a receber alimentos gravídicos – lei 11.804/2008. Lembre-se 
que esses alimentos são fixados a partir de indícios da paternidade. O exame de DNA 
intrauterino não pode ser obrigatório, porque pode acarretar danos ao feto. Além disso, 
pode ocasionar a prisão do devedor de alimentos, caso ele não pague, nos moldes do 
artigo 732 e seguintes do CPC. Lembre-se, também, que, com o nascimento do bebê, 
caso seja constatado que o alimentante não era pai, não há a possibilidade de repe-
tibilidade, porque os alimentos são irrepetíveis, indevolvíveis. Talvez, o sujeito possa 
pleitear danos morais ou materiais em face da genitora, mas deverá comprovar os as-
pectos relacionados à responsabilidade civil, em uma vara cível (e não de família);
• Existe direito ao pagamento de DPVAT pela morte de nascituro – {Resp 1.120.676 – 
informativo 547 do STJ}. Não é uma jurisprudência recente, mas continua a ser objeto 
de discussões, pois a lei do DPVAT trata dos danos “à pessoa humana”. Se o nascituro 
fosse considerado meramente uma coisa, não se teria direito ao pagamento de DPVAT 
pela morte de nascituro em acidente de trânsito. Porém, o STJ decidiu pela aplicação 
do seguro ao nascituro, seguindo a linha concepcionista;6
• O nascituro pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de trans-
missão inter vivos (exemplo simplório: chá de fraldas);
• O nascituro pode ser beneficiado por legado e herança (para ser herdeiro, tem que estar 
vivo na data da morte do autor da herança, ou pelo menos CONCEBIDO, e o nascituro o 
está, concorda?);
• Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses;
• O Código Penal tipifica o crime de aborto;
• É desnecessária a intervenção do MP como curador ao nascituro no ato em que nuben-
tes definem o regime de bens do casamento – {Resp 178.254}. Isto porque cabe apenas 
ao casal definir o seu regime de bens.
6 LEI N. 6.194, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1974 – Dispõe sobre Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por veículos 
automotores de via terrestre, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Então, com tudo isso que comentamos, eu quero apenas chamar sua atenção, novamente, 
para um tema muito abordado em prova, que é a questão do Direito Sucessório e da Perso-
nalidade Jurídica.
Observe que a partir da redação do artigo 2º do Código Civil, a gente sabe que o início da 
personalidade jurídica se dá a partir do momento em que se nasce vivo, a partir do funciona-
mento do aparelho cardiorrespiratório, quando há a entrada de ar nos pulmões. Nós falamos, 
também, que o exame realizado para fazer essa aferição é a docimasia hidrostática de Galeno, 
que consiste na colocação de fragmentos do pulmão em um líquido.
Isso é muito importante, inclusive, para fins de direito sucessório. Se o pai da criança que 
está no ventre materno falece durante a gestação, o nascituro poderá ser herdeiro. Na quali-
dade de herdeiro, poderá adquirir personalidade jurídica e, por consequência, a sua herança. 
Se ele respirar, receberá a herança imediatamente e, falecendo em seguida, transferirá a he-
rança para a mãe, na ordem de vocação hereditária do art. 1829, CC.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com 
o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, 
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado 
bens particulares;
II – aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III – ao cônjuge sobrevivente;
IV – aos colaterais.
Caso o bebê não respire, será considerado natimorto. Não adquiriu personalidade jurídica 
e, por isso, não recebeu direitos e deveres e, por isso, não recebeu a herança. Sendo assim, a 
herança do genitor vai seguir a ordem normal, dos casos em que não há descendentes. (re-
cordar é viver!)
Ainda, convém destacarmos aqui algumas terminologias que não se confundem:
• Nascituro: aquele que tem vida intrauterina, que está no ventre materno, independente-
mente do que se pensa a respeito da nidação ou do momento do coito;
• Concepturo: é aquele que ainda nem foi concebido. Quando falamos em concepturo, 
falamos em prole eventual. É um conceito estudado na aula de fideicomisso, no direito 
sucessório. Exemplo: eu quero deixar um apartamento em testamento para o filho de 
Maria e ela sequer está grávida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
A gente aplica as regras das substituições fideicomissárias do direito sucessório.
O concepturo é, portanto, a prole que ainda vai existir.
Embrião congelado/criogenizado/sedentário: É aquele embrião que foi congelado em vir-
tude de uma fertilização in vitro (FIV). É utilizada por pessoas que não conseguem ter filhos 
pelo método tradicional. Imagine que Maria e João recorrem ao tratamento da FIV. Nele, são 
retirados óvulos da mulher e o material do homem, fazendo-se a fecundação em um tubo 
de ensaio. Alguns embriões são inseridos no ventre materno e outros ficam congelados. Os 
defensores da teoria concepcionista defendem que mesmo o embrião congelado já é pessoa. 
Essa discussão veio à tona quando do julgamento da ADI n. 3510, do STF, que discutiu o art. 
5º da Lei de Biossegurança, que mencionamos anteriormente.
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias 
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo 
procedimento, atendidas as seguintes condições: I – sejam embriões inviáveis; ou II – sejam em-
briões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados 
na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de 
congelamento
Quando o embrião congelado é colocado (INSEMINADO) no ventre materno, passa a ser 
um nascituro e ali ele se desenvolve.
Agora, quando ele é congelado, será chamado de embrião criogenizado.
Retomo o tema pela importância – na citada ADI, pleiteou-se a declaração da inconsti-
tucionalidade desse artigo da Lei de Biossegurança, sob o argumento de que permitir trata-
mento com células-tronco embrionárias obtidas a partir de embriões congelados significaria 
matar uma pessoa,porque ali haveria uma pessoa.
Várias entidades e médicos foram ouvidos como amici curiae – é muito utilizado como 
referência para tratar do amicus curiae, previsto no art. 138 do CPC. Também foram levados 
em consideração aspectos religiosos. Alguns defenderam que, naquele estágio, havia vida 
humana e, outros, o contrário.
É um acórdão extenso, que vale a leitura a título de informação e esclarecimento.
Nesse caso, o STF decidiu que o art. 5º da Lei de Biossegurança é constitucional, e que o 
embrião congelado, considerando a aplicabilidade do art. 2º do CC, é um objeto de direito, em 
virtude da teoria natalista.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Portanto, é possível visualizar, na jurisprudência brasileira, tanto aspectos concepcionis-
tas (STJ), quanto aspectos natalistas (STF).
Não Podemos afirmar categoricamente que, porque o STF decidiu assim, todos devemos 
adotar a teoria natalista.
Feitas tais considerações, a gente entra em um outro tópico relacionado à pessoa natural 
que é a CAPACIDADE.
Vale lembrar que, no mesmo momento em que se adquire a personalidade jurídica, se ad-
quire a capacidade de direito.
A personalidade jurídica (art. 2º, CC) é a aptidão genérica para titularizar direitos e deveres.
Já a capacidade de direito (ou capacidade de gozo) é prevista no art. 1º do CC, que diz que 
TODA PESSOA É CAPAZ DE DIREITOS E DEVERES.
NÃO EXISTE NINGUÉM INCAPAZ DE DIREITO!
Quando a pessoa completa 18 anos, adquire a capacidade de fato.
No CC/1916, a capacidade de fato era adquirida aos 21 anos, que era a maioridade da-
quela época. Por isso, vocês vão ver, na parte de emancipação, que algumas coisas foram 
copiadas do CC anterior.
Capacidade de fato também é chamada de capacidade de exercício.
É um momento em que você vai exercer, sozinho, os atos da vida civil.
Exemplo: um menino de 10 anos de idade pode ter conta no Banco do Brasil? Sim, porque 
ele tem personalidade jurídica e capacidade de direito. Ele pode responder pelo prejuízo que 
causar? Sim, porque ele tem personalidade jurídica e capacidade de direito. Embora, conforme 
o art. 928, CC, a responsabilidade seja subsidiária, o menor de idade pode ser responsabilizado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
O detentor de personalidade jurídica, capacidade de direito e capacidade de fato é consi-
derado plenamente capaz.
Mas, professora, quem é o incapaz?
Então, é aquele que não tem capacidade de fato.
Não tem capacidade de exercer, sozinho, os atos da vida civil. O menino de 10 anos pode 
ter conta no Banco do Brasil, mas não conseguirá abri-la sozinho. Necessitará de um repre-
sentante para praticar o ato. Se na prova cair uma afirmativa dizendo que o incapaz é incapaz 
de direito e de fato, está ERRADO, pois NÃO existe incapacidade de direito!
Se você tiver dificuldade de memorizar isso, é só lembrar da ordem alfabética: o D vem 
antes do F.
Gente, aqui algo é extremamente importante: PESSOA COM DEFICIÊNCIA É CAPAZ! Pode 
se casar, ter filhos, tomar decisões a respeito da sua própria vida.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência foi promulgado e publicado em 2015, teve um pe-
ríodo de vacatio legis de 180 dias, passou a ter vigência em janeiro de 2016 e trouxe uma re-
volução no sistema de incapacidades do Código Civil, bem como em outros ramos do Direito. 
Olha só isso:
REDAÇÃO ORIGINAL
Artigo 3º do CC Artigo 4º do CC
Art. 3º São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I – os menores de dezesseis anos;
II – os que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tiverem o necessário discerni-
mento para a prática desses atos;
III – os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à 
maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os 
que, por deficiência mental, tenham o discernimento 
reduzido;
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada 
por legislação especial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
REDAÇÃO APÓS ESTATUTO
Art. 3º São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil 
os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à 
maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será 
regulada por legislação especial.
Aliás, você não pode confundir capacidade com legitimidade!
CAPACIDADE: é isso que nós estamos estudando. Observe que se trata de uma visão bem 
genérica, analisada junto com o fenômeno da personalidade.
LEGITIMIDADE: é uma capacidade específica, para praticar um ato específico. Exemplo: 
alguém de 36 anos pode se casar, mas não com o seu irmão, por exemplo. Isso porque, para 
aquele ato, ela não tem legitimidade.
Voltando à questão dos incapazes, observamos que: novo sistema de incapacidades que 
temos hoje tem por base o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei n. 13.146/2015.
Hoje, temos a valorização da dignidade-liberdade, em detrimento da dignidade-vulne-
rabilidade.
Como vimos, no Código Civil de 2002, em sua redação original, tínhamos um sistema de 
incapacidades totalmente diferente, vejamos:
O Estatuto da Pessoa com Deficiência trouxe uma verdadeira revolução, alterando es-
ses artigos.
Hoje, se fala em um sistema de liberdade.
A gente preconiza a dignidade da pessoa humana em relação à sua liberdade na vida, até 
mesmo como um aspecto de observância do conceito de felicidade.
Esse aspecto de dignidade-vulnerabilidade ficou para trás, porque, quando a gente obser-
vava as pessoas com deficiência à luz da redação original do CC/2002, elas eram vistas como 
seres incapazes.
Hoje, com a modernização das técnicas de tratamento, há uma maior inserção dessas 
pessoas na vida em sociedade, no âmbito do trabalho e tudo o mais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
A gente vê pessoas com Síndrome de Down atuando em novelas, formando-se profissio-
nalmente na vida, trabalhando...
Então eu quero que você compreenda que o Estatuto veio para dar margem de liberdade a 
essas pessoas, tirando o aspecto de vulnerabilidade que aelas era atribuído.
Sob um aspecto positivo, essa mudança trouxe uma maior humanização do direito, evi-
dentemente.
Por outro lado, entendo que foi, um tanto quanto, reduzida a proteção que essas pessoas 
tinham no âmbito do Direito Civil, porque, se antes você se deparava com alguma situação de 
deficiência, especialmente mental, os atos praticados por essa pessoa seriam inválidos. Ago-
ra, são válidos e, infelizmente, a gente nunca sabe o que se passa pela mente do outro sujeito.
Mas isso é algo que deve ser objeto de ponderação quando você estiver exercendo sua 
profissão.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência não trata apenas da pessoa com deficiência men-
tal, mas também sensorial e física.
São vários aspectos que são trabalhados e que a gente deve ter muito cuidado.
Interessante lembrar que falamos muito do Código Civil de 1916, e essa lei tratava dos 
“loucos de todo gênero”, expressão hoje tida como pejorativa e não mais utilizada.
Dá só uma olhadinha nesse artigo do Estatuo da Pessoa com Deficiência:
Art. 6º: A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas 
sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Então, estamos diante de uma nova era, em que pessoas, mesmo que com algum grau de 
deficiência, possuem ampla liberdade para tomar as decisões que concernem à sua própria vida.
Quando o Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigência, essas pessoas listadas 
no dispositivo legal “dormiram” sendo incapazes e “acordaram” sendo capazes de praticar os 
atos da vida civil.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Eu tinha um caso no meu escritório em que uma pessoa com deficiência precisou entrar 
com um processo judicial para poder se casar. Muito se discutia se era possível ou não. Com 
a entrada em vigor dessa legislação, o caso foi resolvido. Olhem a relevância disso!
Às vezes, quando não temos ninguém próximo, nessa situação, não conseguimos com-
preender como isso foi importante. Por isso, vocês devem ter muito cuidado ao aplicar a letra 
fria da lei, quando assumirem estiverem exercendo a profissão.
Cada processo envolve a vida de alguém.
Todos os que integram o processo devem ter olhos sensíveis para perceber as peculiari-
dades de cada caso concreto.
Olha só esse artigo aqui, também do Estatuto:
Art. 84: A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em 
igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. 
(art. 1.783-A, CC)
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, 
proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apre-
sentando o balanço do respectivo ano.
A curatela, muito cobrada em prova, passou a ser medida excepcional.
A tomada de decisão apoiada é feita mediante processo judicial, com todo o respaldo e 
cautela que devemos ter no processo de curatela.
Também é possível, agora, a curatela compartilhada.
Bom, voltando...
Você se lembra que falamos que o incapaz é aquele que não possui capacidade de fato?
Existem duas modalidades de incapacidade:
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ e RELATIVAMENTE INCAPAZ
Art. 3º São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil 
os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à 
maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regu-
lada por legislação especial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Sendo assim, hoje, uma pessoa com deficiência é considerada CAPAZ.
Se ela não conseguir manifestar sua vontade, seja por uma causa transitória (coma) ou 
por uma causa permanente (uma doença degenerativa), ela será, na pior das hipóteses, rela-
tivamente incapaz – encaixada no inciso III do artigo 4º.
As provas costumam colocar assim: “Fulano sofreu um acidente há 20 anos e, desde en-
tão, está em coma, respira por aparelhos, não consegue manifestar sua vontade”. Na redação 
original do CC/2002, essa pessoa seria absolutamente incapaz. Porém, hoje, essa pessoa é 
relativamente incapaz.
Hoje, podemos dizer que a incapacidade absoluta se confunde com a natural, que é, ex-
clusivamente, pela idade.
Nem todo naturalmente incapaz é absolutamente incapaz, mas todo absolutamente inca-
paz é naturalmente incapaz, porque ele é menor de 16 anos. (ficou lindo isso, rsrsrs)
Professora, e os menores?
Ah sim, os menores são denominados menores impúberes ou púberes, respectivamente, 
absolutamente ou relativamente.
Não confunda as idades do Código Civil com as idades do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente. O ECA trabalha com o conceito de criança até os 12 anos incompletos e o conceito 
de adolescente, dos 12 aos 18 anos incompletos.
Aqui, a gente não fala de “criança” e “adolescente”. Falamos em “menor púbere” e “menor 
impúbere”, “absolutamente incapaz” e “relativamente incapaz”.
Mas, professora, existe questão relevante acerca dessa questão de capacidade?
Vixe, demais da conta...
Olha só alguns aspectos relevantes sobre essa questão da capacidade:
• Opinião de absolutamente incapazes: Enunciado 138 da JDC: a vontade dos absolu-
tamente incapazes, na hipótese do inciso I do artigo 3º, é juridicamente relevante na 
concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem 
discernimento suficiente. É por isso que, em alguns casos, uma criança pode ter sua 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
opinião levada em consideração. Exemplo disso é a fixação de guarda de menor. Po-
rém, isso se dá de maneira relativa, e não absoluta, uma vez que pode acontecer, por 
exemplo, de um dos pretensos guardiões dar muitos presentes à criança e, portanto, a 
opinião desta estaria turvada pelas vantagens recebidas. A criança é um ser bastante 
interesseiro porque ainda não tem discernimento, mas o juiz pode levar sua opinião em 
consideração;
•Índios – Lei n. 6.001/73 – Estatuto do Índio – Não se pode afirmar que o índio é con-
siderado absoluta ou relativamente incapaz pelo Código Civil, porque eles possuem 
legislação específica. Já foram tratados como absolutamente incapazes, pelo CC/1916 
(“Silvícolas”), mas, hoje, possuem legislação própria. Os índios inseridos em sociedade 
são capazes para praticar os atos da vida civil. Os não inseridos em sociedade, por sua 
vez, poderão ter seus atos invalidados;
• Surdos: Não se fala em “surdo-mudo”, porque, na verdade, ele não consegue falar por-
que não ouve. Então falamos somente “surdo”. O surdo é capaz. É uma espécie de de-
ficiência tratada pelo EPD;
• Ausentes são aquelas pessoas que desaparecem do domicílio sem deixar notícias. Eles 
já foram tidos como incapazes na legislação anterior. Hoje, onde quer que eles estejam 
vivendo, são capazes. Para a caracterização da ausência, é necessária a não presença 
e a não notícia;
• Os incapazes podem praticar atos da vida civil, desde que sejam representados.
A representação tem uma profundidade. A mais profunda é chamada de “representação” 
mesmo, em sentido estrito. Uma representação mais leve é chamada de “assistência”.
A gente sabe que os absolutamente incapazes são representados e os relativamente in-
capazes são assistidos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Mas quem representa essas pessoas? Em relação aos menores, a representação virá dos 
genitores, em virtude do poder familiar, que é automático e inerente à condição de mãe e pai.
Trata-se de um poder dos genitores em relação aos filhos menores.
Ele pode chegar ao fim pela morte dos pais ou pela destituição do poder familiar (e, evi-
dentemente, com a maioridade).
Quando houver extinção do poder familiar pela morte dos pais, deverá ser designado um 
tutor a esse menor.
O mesmo deve ocorrer quando há a sua destituição, com base no artigo 1.638 do CC.
Não se esqueça que, hoje, temos uma novidade que foi inserida no parágrafo único do 
referido artigo, que é uma nova modalidade de perda do poder familiar – muito cobrada em 
prova, por sinal:
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tra-
tar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tra-
tar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
Outro ponto bem cobrado em prova também e é muito importante você saber, é que quem 
tem o direito de nomear o tutor são os pais, por meio de documento autêntico ou de testa-
mento, conforme artigo: 1.729 do CC.
Então, quando existe uma situação em que, por exemplo, o pai faleceu e a mãe está em 
estágio terminal de câncer, ela poderá deixar consignada, por meio de documento ou de tes-
tamento, a indicação de quem ela deseja que seja o tutor do seu filho.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Todavia, se os pais perderem o poder familiar, também perderão esse direito de nomear 
tutor para o filho – óbvio, Brasil!
O instituto da tutela é estudado no direito das famílias e faz referência a um cuidado, zelo, 
guarda dos menores.
Para os maiores que sejam relativamente incapazes (não existe nenhum maior absoluta-
mente incapaz, lembre-se disso), será nomeado um curador.
Sabemos que a medida da curatela é excepcional e que também há a possibilidade de se 
ter uma tomada de decisão apoiada.
Será designado curador para os ébrios habituais, os toxicômanos, aqueles que, por causa 
transitória ou permanente, não podem ou não conseguem manifestar sua vontade, e os pró-
digos.
Cuidado, porque o pródigo tem um fenômeno de curatela restrita a aspectos patrimoniais. 
Lembra da parábola do filho pródigo? Pródigo é o que gasta demais, o que não se importa em 
preservar o patrimônio.
Em relação ao casamento, o pródigo pode escolher com quem quer se casar, mas não 
pode escolher o regime de bens, por exemplo.
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, 
alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera 
administração.
Agora, quando esses incapazes praticam os atos representados, eles são válidos, porque 
temos um suprimento da incapacidade pela representação.
No entanto, quando o absolutamente incapaz pratica o ato sem o representante, o ato é 
nulo, conforme artigo 166, I do CC.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Já quando o relativamente incapaz pratica o ato sem o seu assistente, o ato é anulável 
conforme artigo 171, I do CC.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luara - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 79www.grancursosonline.com.br
Roberta Queiroz
Aspectos Introdutórios do Direito Civil, Pessoa Natural
DIREITO CIVIL
Porém, existem atos que o menor púbere pode praticar mesmo sem o seu assistente, que 
serão válidos: ser testemunha, aceitar contrato de mandato e fazer o próprio testamento.
Professora, o que vem a ser o benefício do restituio in integrum?
Ah sim, o benefício do Restitutio in Integrum estabelece que, quando alguém realizar con-
trato com incapazes, poderá, o incapaz, reaver tudo que pagou. Esse benefício gera uma in-
segurança jurídica muito grande, porque, mesmo que o incapaz fosse representado, a pessoa 
incapaz poderia reaver tudo que investiu, desfazendo o contrato.
O CC/1916 vedava expressamente o benefício da restituição integral.
Já o CC/2002 não menciona esse instituto. Porém, ele continua vedado. Isso porque nós 
temos, no CC/2002, pontos peculiares a respeito de quem realiza contrato com menores. Esse 
benefício da restituição integral passaria por cima, inclusive, de quem realizasse contrato 
com menores representados e, no Brasil, a gente sabe que, se o menor estiver representado, 
haverá suprimento da incapacidade e o ato estará perfeito.
Levando em consideração que falamos de personalidade jurídica e capacidade, ainda,

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes