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iStock 2017 Direito Civil − Coisas Direito das coisas e direitos reais O direito das coisas, como o próprio nome revela, estabelece as normas que regem a relação entre a pessoa e a coisa, bem como os direitos decorrentes desta relação, inclusive em face de terceiros. iStock 2017 A compreensão do direito das coisas demanda uma reflexão anterior, por meio da qual poderemos, em um primeiro momento, estabelecer a diferença entre os conceitos de “coisa” e de “bem”, dada a existência de importantes doutrinadores da matéria que fazem esta ressalva. iStock 2017 Para isso nos valemos do entendimento de Farias (2015), quem esclarece que o conceito de bem inclui o de realidades materiais e imateriais, com ou sem fim econômico, a exemplo dos bens da personalidade, ao passo que o conceito de coisa se restringe às realidades corpóreas, às quais sempre será atribuído um fim econômico, como é o caso de um imóvel. Segundo esse entendimento, é atribuída a classificação de gênero ao bem e de espécie à coisa. iStock 2017 Vamos agora conhecer as características dos direitos reais. Aos direitos reais são atribuídas características específicas, entre as quais elegemos algumas como as mais importantes. Explore a galeria e conheça-as. Tipicidade (ou Taxatividade) A configuração de um direito como real depende de lei expressa neste sentido. O Código Civil de 2002 enumerou no art. 1.225 os direitos reais a seguir transcritos. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; e XIII - a laje (BRASIL, 2002, art. 1.225). Você irá perceber que inúmeros doutrinadores denominam esta matéria como “direitos reais”, e não “direito das coisas”. Por esse motivo, retomamos os ensinamentos de Farias (2015), esclarecendo que o Código Civil de 2002 utilizou-se, no Título III, da nomenclatura direito das coisas, que é mais ampla, abarcando os estudos sobre matérias que, segundo o entendimento de alguns, não se enquadrariam no conceito de direitos reais, que é mais restrito. Perceba que a natureza jurídica dos direitos reais se revela pelo poder da pessoa sobre a coisa, estabelecendo-se uma relação de senhorio, sendo dispensável a atuação de terceiros para que a pessoa tenha o direito sobre a coisa. iStock 2017 Diante dessas características, os direitos reais, por diversas vezes, são comparados aos direitos das obrigações. Mas é preciso fazer a distinção entre essas matérias. iStock 2017 Direitos reais O direito real é absoluto, por ser oposto contra todos (erga omnes). O sujeito passivo é universal (oponível erga omnes). Numerus clausus, ou seja, não pode haver direito real sem prévia disposição legal, sendo esta taxativa. Tem por objeto bens aos quais se possa atribuir valor e utilidade econômica. Constitui um direito de sequela, ou seja, pode perseguir a coisa, exigir sua devolução imediata. Direitos obrigacionais O direito obrigacional é relativo, por ser oposto especificamente contra a pessoa que não cumpriu a obrigação. O sujeito passivo é específico, determinado. Numerus apertus, as partes podem criar contratos atípicos, que não contrariem disposição legal, não sendo necessário utilizar os modelos sugeridos em lei. Tem por objeto a obrigação decorrente da relação entre as partes. Bons estudos!
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