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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS- CCAA CAMPUS DE CHAPADINHA-MA BR. 222 - KM 04, s/n. Cep: 65.500-000 - Chapadinha, Maranhão - Brasil Fone: (98) 3471-1201 Curso: Agronomia Disciplina: Sistema de produção de raízes e tubérculos (Ag) Discente: Savana da Silva Figueiras SISTEMA DE PRODUÇÃO BATATA 1) Comente: a) Centro de diversidade e domesticação da batata O centro de diversidade da batata está localizado na região dos Andes, sul do Peru e norte da Bolívia, e o centro secundário fica no Chile. Existem relatos de que essa espécie foi domesticada há mais de 2.000 anos às margens do lago Titicaca, próximo à fronteira entre o Peru e a Bolívia. Nessa região foram encontrados restos arqueológicos de batata, datados através de carbono radioativo, o que indicou sua utilização há mais de 8.000 anos (HAWAKES, 1994; FILGUEIRA, 2008; MACHIDA- HIRANO, 2015). A batata foi introduzida na Europa por meio da Espanha em 1570 e da Inglaterra em 1590 (RÍOS et al., 2007; MACHIDAHIRANO, 2015). No início, era considerada uma planta ornamental e fazia parte dos jardins botânicos na Europa. Os tubérculos faziam parte da alimentação apenas de animais e pessoas pobres; somente 200 anos depois da sua introdução na Europa é que se tornou alimento básico para essa população. A batata foi introduzida na Índia em 1610, China e América do Norte em 1700 e Japão em 1766. Já no Brasil, foi introduzida no final do século XIX, no sul do País, pois essa região apresentava condições c1imáticas mais favoráveis à sua produção (GAVRILENKO et al., 2013). b) Principais doenças fúngicas (agente causal, sintomas-ilustrar, controle). Causada pelo oomiceto Phytophthora infestans, a doença pode ocorrer em qualquer fase da cultura, afetando folhas, pecíolos, hastes e tubérculos podendo causar perda total do cultivo em pouco tempo. Sintomas: Os primeiros sintomas nas folhas são caracteri-zados por manchas de tamanho variável, coloração verde-clara ou escura e aspecto úmido. Ao evoluírem, essas se tornam pardo-escuras a negras, necróticas e irregulares, os sintomas podem variar em função das condições de temperatura, umidade, intensidade luminosa e resistência do hospedeiro. Condições de alta umidade relativa e baixa temperatura, geralmente abaixo de 20°C, são os fatores que mais contribuem para a ocorrência da doença. Entretanto, P. infestans cresce e produz zoósporos abundantemente em umidades relativas próximas a 100% e temperaturas entre 15ºC e 25°C. Em temperaturas acima de 30ºC, o progresso da doença é lento ou até mesmo paralisado. O molhamento foliar ocasionado pelas chuvas ou irrigações e orvalho afeta diretamente a infecção e, consequentemente, a taxa de progresso da doença no campo. Desta forma, o plantio de cultivares suscetíveis ou com baixos níveis de resistência, associado a períodos com baixas temperaturas e alta umidade, é fator altamente favorável à requeima, que pode causar destruição e perda total da cultura em poucos dias. O patógeno sobrevive principalmente em restos culturais e tubérculos doentes, sendo disseminado pela chuva, ventos fortes e implementos agrícolas contaminados. Cultivos de tomate em fase final de produção também podem, eventualmente, hospedar o patógeno, servindo como fonte de inóculo para cultivos posteriores de batata. Controle: A requeima pode ser controlada com sucesso mediante a combinação de medidas sanitárias, cultivares resistentes e aplicação de fungicidas. O controle genético da requeima, apesar de ser a opção mais vantajosa para os produtores, por ser mais econômico e de fácil utilização, não é suficiente para controlar a doença quando as condições ambientais são muito favoráveis ao patógeno. Desta forma, o plantio de cultivares resistentes é limitante, pois a maioria das cultivares comerciais no Brasil é suscetível (Ágata, Cupido, Mondial, Bintje) ou tolerante (Monalisa, Atlantic, Astetrix, Vivaldi, Baronesa). Outra dificuldade se refere à alta variabilidade genética do patógeno agravada pelo não conhecimento do comportamento das cultivares frente aos isolados de cada região. Mesmo variedades Figura 2-Sintoma da requeima-da-bata na folha. https://revistacampoenegocios.com.br/wp- content/uploads/2019/08/a7dff79d-3562-4479-a809- d8a0d3c53370.jpg Figura 1- https://www.grupocultivar.com.br/artigos/manejo-da- requeima-doenca-mais-agressiva-na-cultura-da-batata tolerantes devem ser pulverizadas regularmente com fungicidas para eliminar, tanto quanto possível, a possibilidade de infecção causada pelo patógeno. Atualmente, os produtores de batata dispõem de um grande número de fungicidas registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o controle da requeima, incluindo produtos de contato e com diferentes níveis de atividade sistêmica. Fungicidas de contato devem ser aplicados antes do início da infecção para que sejam efetivos, sendo recomendados no decorrer de todo o ciclo da cultura. Estes fungicidas possuem ação protetora e, portanto, devem ser aplicados periodicamente para promover a cobertura de toda a parte aérea das plantas, visto que não são translocados. São produtos que permanecem na superfície foliar, mas estão sujeitos à remoção pela ação das chuvas e irrigação. O período de proteção destes fungicidas varia de quatro a oito dias. De maneira geral, as pulverizações visando renovar a proteção das plantas devem ser repetidas a intervalos de quatro a sete dias em períodos chuvosos ou de rápido desenvolvimento vegetativo da cultura, e de sete a dez dias em períodos secos. Já os fungicidas sistêmicos possuem ação curativa e são translocados pelo sistema vascular da planta, com a característica de se distribuírem pela planta como um todo. Apresentam rápida absorção (30 minutos em média) e períodos de proteção de dez a 14 dias, em média. Os principais fungicidas de contato recomendados para o controle da requeima em batata são: os cúpricos, mancozebe, metiram, clorotalonil, zoxamida + mancozebe, fluazinam e captan, e os principais fungicidas sistêmicos são: propamocarbe, piraclostrobina, propinebe, metalaxil-M em mistura com mancozeb e chlorothalonil. Causada pelo fungo Alternaria solani- Pinta preta- Mancha de alternaria Doença comum em regiões produtoras de batata e tomate, principalmente durante verões chuvosos (alta temperatura e umidade relativa). Embora a doença ocorra em toda região onde o tomate e a batata são cultivados, em regiões com alta pressão de doença como o Sul de Minas Gerais e o Centro-Oeste as perdas podem chegar aos 70% quando o controle não é adequado. Sintomas: Figura 3-https://www.slideshare.net/franciscorocha5220/batata-fungos2013 Os sintomas iniciam-se na parte inferior da planta (folhas mais velhas) e caracterizam- se inicialmente por lesões pretas (pintas) que progridem em tamanho. As lesões podem ser circundadas por um halo amarelo e têm, geralmente, margens em ângulo, por estarem limitadas pelas veias na folha. Na cultura da batata os sintomas podem iniciar-se no fechamento das ruas devido ao microclima ideal ao patógeno. As lesões progridem em tamanho, coalescem, e podem levar à desfolha prematura da planta. Com o aumento do tamanho das lesões, elas ganham um aspecto “muito característico” que é a formação de anéis concêntricos. O aumento de lesões por folha pode levar à necrose total da folha. A pinta preta é mais severa em plantas com algum tipo de estresse (hídrico, nutricional, ou através de outros patógenos). Controle: Como dissemos anteriormente, o controle da requeima é um tanto complicado e exige investimento em tecnologia. Por isso, o ideal é trabalhar com a prevenção. Para tanto, a escolha do fungicida, a dose e o intervalo entre as aplicações devem ser seguidos àrisca pelo produtor que quiser evitar problemas em sua lavoura. Qualquer deslize pode resultar no aumento da severidade da doença que, consequentemente, aumentará os custos e a dificuldade em controlá-lo, além das perdas de produtividade. Para um manejo da doença se tornar adequado, várias medidas devem ser tomadas desde a escolha da época de plantio, cultivar, e condições da área de plantio. Estas medidas devem incluir: a. plantar sementes isentas de patógenos; b. evitar plantio em áreas de baixadas ou regiões sujeitas a alta umidade por um longo período; c. evitar plantar consecutivamente batata e tomate, assim como evitar áreas novas próximas às lavouras velhas; d. eliminar inóculo (restos culturais) logo após colheita; e. fazer rotação de culturas com espécies não hospedeiras do fungo; f. fazer adubação equilibrada (principalmente nitrogênio); g. controle químico. Controle químico: Como muitas das vezes o agricultor planta: a. cultivares altamente susceptíveis atendendo exigências de mercado; b. em regiões endêmicas para o fungo; c. em épocas de maior pressão de doenças; o correto e técnico uso do controle químico nestas condições torna-se parte integrante do sistema de produção de batata e tomate. Existem vários produtos registrados para o controle da doença no Ministério da Agricultura. O mais moderno, o Midas BR, recomendado para controle de Alternaria e Requeima, tem como princípios ativos o Famaxodone e Mancozeb, sendo o Famoxadone um novo ingrediente que possibilita um melhor gerenciamento de aparecimento de resistência a fungo. Os resultados como produto animaram os produtores que o testaram. Além desse, também podem ser utilizados outros produtos preventivos, como Manzate e Dithane. c) Principais doenças bacterianas (agente causal, sintomas-ilustrar, controle). M u r c h a d e i ra o u m u r c h a bacteriana da batata causada causada por Ralstonia solanacearum. Uma bactéria complexa com alta capacidade de sobrevivência no solo, sendo assim responsável pela contaminação de áreas que ficam inadequadas para cultivos por vários anos. A murchadeira, ou murcha bacteriana, é uma das principais doenças da batata em países de clima tropical e subtropical. No Brasil, causa perdas diretas de até 30%, principalmente em cultivos sujeitos a altas temperatura e umidade. É favorecida por temperatura e umidade altas. Está presente nos solos de quase todo o país, podendo atacar muitas espécies de plantas, embora a raça 3, predominante no sul e sudeste do Brasil, seja mais comum em batata. Sintomas: De uma maneira geral, a Murchabacteriana causa sintomas de murchadeira com as plantas ainda verdes, começando pelo ponteiro da planta. Além disso, é importante realizar o teste do copo e verificar um escorrimento leitoso que sai do caule das plantas infectadas. Ao identificar plantas com sintoma de murchadeira verde, corte um pedaço de 5 cm do talo na altura do colo das plantas, logo acima da inserção das raízes. Prenda o talo cortado em um copo com água e espere cerca de 10 minutos para observar se há um escorrimento leitoso no talo. A presença deste escorrimento é determinante na identificação da Murcha- bacteriana. Provoca murcha de planta (Figura 1) e exsudação de pus bacteriano nos tubérculos (Figura 2). É responsável por perdas significativas em solos muito úmidos se não for feita adequada rotação de culturas ou se batata-semente contaminada for utilizada. Figura 5- http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/batata/arvore/CONT000gnc4knh302wx5ok0edacxl4dhvv9y.html Controle: O controle da murchadeira é difícil e depende da adoção de várias medidas culturais preventivas e complementares. O controle da murcha-bacteriana, que se caracteriza fundamentalmente como uma função epidemiológica, é um problema essencialmente populacional (BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L., 2018). Os métodos de controle seguem uma sistematização conhecida como princípios de Figura 4- Teste do copo- http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/batata/a rvore/CONT000gnc4knh302wx5ok0edacxl4dhvv9y.ht ml http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/batata/arvore/CONT000gnc4knh302wx5ok0edacxl4dhvv9y.html Whetzel, baseados em práticas que conduzam à exclusão e à erradicação do patógeno, à proteção, imunização e terapia do hospedeiro e à evasão de áreas já contaminadas, assim como na regulação do ambiente de cultivo. Dentro das limitações e das oportunidades da atual tomaticultura brasileira, que é desenvolvida em sua maioria em condições de cultivo em campo aberto, os princípios de Whetzel que mais se adequam são: 1. EVASÃO: Consiste em se evitar o plantio do tomate em áreas com histórico ou suspeita de ocorrência da murcha-bacteriana. É um princípio poderoso, porque trata-se de uma fuga de locais já contaminados. 2. EXCLUSÃO: Trata da prevenção da entrada do patógeno e é também um princípio de altíssimo impacto. Nesse sentido, a utilização de mudas sadias, o controle do trânsito de pessoas e de ferramentas e maquinários de áreas infectadas para as indenes e a captação de água de irrigação de fontes seguras são práticas que promovem a exclusão do patógeno. 3. ERRADICAÇÃO: Baseia-se na eliminação do patógeno de uma área em que já houve a introdução da doença. A solarização, rotação de culturas com espécies não - hospedeiras e a eliminação de plantas já doentes e hospedeiras voluntárias e alternativas são bons exemplos de práticas de erradicação. Uma prática que se destaca atualmente é o manejo microbiológico do solo com micro - organismos benéfi cos antagonistas, que promovem a diminuição do potencial de inóculo do patógeno no solo. 4. PROTEÇÃO: Caracteriza-se por evitar o contato da bactéria com a planta de tomate. Exemplo comum na tomaticultura, especialmente no caso de cultivo protegido, é a utilização de calhas, vasos ou slabs, que evitam o contato das raízes do tomateiro com o solo infectado. 5. IMUNIZAÇÃO: Preconiza a utilização de cultivares resistentes. No caso da tomaticultura, a adoção de híbridos de porta-enxertos resistentes é uma prática comum e efetiva dentro de um manejo integrado. Entretanto, é também bastante comum que se confunda resistência com imunidade neste caso. Por causa da grande variabilidade biológica da bactéria Ralstonia solanacearum e da dependência de fatores ambientais na sua agressividade, híbridos de porta- enxertos resistentes podem expressar níveis diferentes de sintomas da doença. Quando utilizados como medida única de controle, estes porta-enxertos podem mostrar resultados insatisfatórios, dada a exigência de um manejo racional integrado da doença. 6. REGULAÇÃO: Fundamenta-se na alteração dos fatores do ambiente. Um excelente programa nutricional, evitando-se excessos de nitrogênio, e um manejo de solo que previna encharcamentos e promova o desenvolvimento da microbiota benéfi ca são bons exemplos de práticas de regulação. No caso da terapia, por se tratar de plantas já doentes, com processo infeccioso que causa murcha no tomateiro, a terapia tem aplicação prática nula no combate à Murchabacteriana. Sarna-comum causada por mais de 10 espécies de Streptomyces ssp. que podem causar a doença. Independentemente da espécie, o patógeno é muito bem adaptado ao solo, onde pode estar presente antes do plantio, mas é transmitido também pela batata-semente. A doença provoca perdas consideráveis especialmente em solos secos (por ocasião da tuberização), e com pH acima de 6,0. Somente os tubérculos são afetados, (Figura 6) e, por isso, normalmente só é detectada na colheita, com depreciação da qualidade dos tubérculos. Figura 6- Sarna comum- http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/batata/arv ore/CONT000gnc4knh302wx5ok0edacxl4dhvv9y.html (Streptomyces scabies)- Sarna comum Essa doença está presenteem todas as áreas produtoras do mundo e causa depreciação do produto para o comércio, pois afeta seu aspecto externo, embora os tubérculos possam ser consumidos normalmente. A bactéria tem grande capacidade de sobrevivência saprofítica no solo e pode atacar também outras culturas de raízes e tubérculos. Sintomas: Os sintomas podem ocorrer nas raízes, tubérculos, estolões e caule em contato com o solo, mas é nos tubérculos que ocorrem os sintomas mais importantes. A infecção do tubérculo pode iniciar-se através de ferimentos ou lenticelas. Inicialmente, verifica-se uma pequena elevação da cutícula que ao intensificar-se torna a superfície áspera e suberificada. As lesões têm de 5 a 10 mm e podem unir- se, possuindo coloração que varia de pardo-clara a escura. As lesões têm uma http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/batata/arv superfície irregular, podendo estar ligeiramente mais elevada que o tecido sadio, sintoma conhecido como sarna superficial, reticulada ou deprimida, que origina os sintomas da sarna profunda. Essas lesões contêm tecido suberificado e estruturas do patógeno. Nas raízes, caules e estolões, as lesões são semelhantes às apresentadas nos tubérculos. A parte aérea da planta não apresenta nenhum sintoma. O patógeno desenvolve-se favoravelmente em solos com pH neutro ou ligeiramente alcalino. Não ocorre em solos com pH abaixo de 5,0. A baixa imunidade do solo, principalmente próximo da fase de tuberização/ação e desenvolvimento dos tubérculos, aumenta a infecção. Figura 9-Sarna comum(Streptomyces scabies)- https://www.agrolink.com.br/problemas/sarna-comum_2962.html Figura 8-arna comum(Streptomyces scabies)- https://www.agrolink.com.br/problemas/sarna-comum_2962.html Figura 7-arna comum(Streptomyces scabies)- https://www.agrolink.com.br/problemas/sarna- comum_2962.html Controle: Para prevenir o aparecimento da sarna, várias medidas podem ser adotadas: 1. Rotação de culturas, preferencialmente com gramíneas; 2. Uso de sementes certificadas, com baixa porcentagem de tubérculos infectados; 3. Adubação nitrogenada na forma de sulfato de amônio, que promove a redução do pH no solo; 4. Plantio em solos com pH ao redor de 5; 5. Manutenção da umidade do solo elevada nos períodos de formação do tubérculo; 6. Redução ao máximo das oscilações de umidade do solo; 7. Uso de produtos registrados para a cultura. d) Uso/doméstico, industrial e chips A maior parte da produção nacional é comercializada in natura, sendo apenas 10% destinados ao processamento industrial, nas formas de pré-frita congelada, chips e batata palha. Comparado aos dois terços da produção destinados ao processamento nos países do Nordeste da Europa, o uso industrial é muito baixo no Brasil. Portanto, no país ainda há muito espaço para crescimento do processamento industrial, que é uma tendência irreversível, tendo em vista a mudança de hábitos da população que cada vez mais faz as suas refeições fora de casa; a necessidade de produtos de preparo mais rápido. Estas mudanças de comportamento têm reflexo direto na forma de consumo. Enquanto o consumo doméstico de batata a granel vem diminuindo, o consumo de batata pré-frita congelada aumenta a cada ano. O consumo de batata chips e batata palha, segundo estimativas da ABBA, é de cerca de 375 g/pessoa/ano e 100 g/pessoa/ano, respectivamente. Ambos os tipos de produto processado apresentam pouco crescimento de consumo. Toda batata usada para processamento na forma de chips e batata palha é produzida no país, e de acordo com ABBA, atualmente, são produzidas 300 mil toneladas de batata fresca para fabricação chips e 80 mil toneladas para batata palha. No caso da batata da pré-frita congelada, apenas 26% (82 mil toneladas) do consumo nacional é abastecido com produto processado no Brasil, sendo 74% (232 mil toneladas) importados da Argentina e países da União Europeia. Assim, estima-se que uma produção de 164 mil toneladas de batata fresca é utilizada para processamento de batata pré-frita congelada. Caso o volume importado fosse substituído por produto processado no Brasil e, considerando uma produtividade média brasileira de 30 t/ha, estima-se que seria agregada uma área de produção de cerca de 15.500 hectares para atender as 464 mil toneladas de batata fresca necessárias à indústria. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produtividade brasileira aumentou 28,1% nos últimos dez anos, principalmente devido à melhoria nas técnicas de cultivo empregadas pelos produtores, associada a cultivares mais produtivas introduzidas nos sistemas de produção e a qualidade das sementes utilizadas. Em 2011, a produtividade atingiu 26,3 t/ha, superando a média mundial (19,4 t/ha), mas abaixo da produtividade da Argentina (30,0 t/ha), Chile (31,2 t/ha) e, principalmente de países desenvolvidos, tais como Holanda (46,1 t/ha), Alemanha (45,6 t/ha) e Estados Unidos (42,2 t/ha). Portanto, é muito importante a incorporação de tecnologias e produtos tecnológicos que possibilitem o aumento da produtividade e da qualidade nos sistemas de produção de batata, visando garantir a competitividade e a sustentabilidade da cadeia brasileira da batata. e) Fenologia e tuberização • FASE 1 PLANTIO A EMERGENCIA HASTES- 10 DIAS • FASE 2 Crescimento Vegetativo -30 Dias/Adubação Cobertura/Amontoa • FASE 3 Inicio tuberização – 4 semanas após emergência brotos ou 5 a 7 semanas após plantio • Fase 4 Enchimento tubérculo • Fase 5 Senescência e maturação f) Sistema reprodutivo 2) Botânica Solanum brevicaule – Ancestral Solanum stenotumum –Primeira Espécie Cultivada- Livre Glicoalcalóide/Palatabilidade a) Família Solanaceae b) Nome científico espécie cultivada Solanum stenotumum –Primeira Espécie Cultivada 3) Cite as principais desordens fisiológicas/ilustrar Cultivares de batata se comportam de forma diferente em relação aos fatores abióticos associados a alguns tipos de distúrbios. Portanto, é essencial que se escolha a cultivar adequada para a época de plantio e para as práticas culturais adotadas. Os principais distúrbios fisiológicos e danos encontrados nas condições brasileiras são: Embonecamento ou crescimento secundário formação irregular do tubérculo provocado pelo seu crescimento desuniforme após um período de estresse que temporariamente paralisa este crescimento. Causas: ✓ Geada e granizo que destroem a folhagem; ✓ Baixa umidade do solo; ✓ Temperatura elevada do solo; ✓ Desbalanço nutricional; ✓ Carga genética da cultivar também influencia a frequência do aparecimento de tubérculos com este distúrbio. Figura 10- embonecamento da batata-https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/disturbios-fisiologicos Rachadura Ocorre durante o crescimento acelerado do tubérculo, quando sua parte interna cresce mais rapidamente do que a parte externa. As rachaduras deste tipo, normalmente longitudinais (Figura 11), cicatrizam e tornam-se cada vez mais superficiais à medida que o tubérculo cresce. Fatores que favorecem o crescimento rápido do tubérculo, como chuva ou irrigação pesada após um período quente e seco, e adubação nitrogenada desbalanceada, são as principais causas das rachaduras. Figura 11- Tubérculos de batata com rachadura-https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/disturbios-fisiologicos Coração-preto Caracteriza-se por apresentar manchas irregulares, de cor cinzenta e preta, na região central do tubérculo. Pode ocorrer ou não formação de uma cavidade ocasionada pela contração dos tecidos afetados. Os tecidos ficam escurecidos (Figura 12) devido à necrose ocasionada pelo suprimento insuficiente de oxigênio no tubérculo, provocado por arejamento inadequado no armazém ou por respiração excessiva dos tecidos do tubérculo, provocadapor forte calor durante a fase final da tuberização no campo. Figura 12-Coração-preto-https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/disturbios-fisiologicos CORAÇÃO OCO São cavidades de diferentes tamanhos dentro do tubérculo Causas: ✓ crescimento rápido do tubérculo; ✓ desbalanço hídrico; ✓ deficiência de potássio. RECOMENDAÇÃO Cultivares que produzem tubérculos muito grandes devem ser produzidas em espaçamentos menores para evitar este problema Figura 13-Coração-oco em tubérculos de batata- https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/disturbios-fisiologicos
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