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SISTEMA DE PRODUÇÃO ALHO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- UFMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS- CCAA 
CAMPUS DE CHAPADINHA-MA 
 
BR. 222 - KM 04, s/n. Cep: 65.500-000 - 
Chapadinha, Maranhão - Brasil 
Fone: (98) 3471-1201 
 
 
 
Curso: Agronomia Disciplina: Sistema de produção de raízes e tubérculos (Ag) 
Discente: Savana da Silva Figueiras 
 
SISTEMA DE PRODUÇÃO ALHO 
 
1. Centro de diversidade e domesticação do alho. 
As espécies pertencentes ao gênero Allium possuem um centro de diversidade principal 
situado no sudoeste da Ásia e um menor, situado na América do Norte, onde as espécies 
se encontram distribuídas pelo hemisfério norte, principalmente em regiões que 
sazonalmente passam por períodos de seca, (ETOH e SIMON, 2002; FRITSCH et al., 
2006; FRITSCH e FRIESEN, 2002) na Latitude 50 º N e Latitude 50º S. 
O plantio de alho nobre em escala comercial no Brasil teve seu início na década de 1980. 
Antes disso, a produção de alho era localizada principalmente nos estados de Minas 
Gerais e Goiás, onde se cultivavam alhos comuns, brancos e de baixo valor comercial 
(LUCINI, 2008). 
O plantio de alho nobre em escala comercial no Brasil teve seu início na década de 1980. 
Antes disso, a produção de alho era localizada principalmente nos estados de Minas 
Gerais e Goiás, onde se cultivavam alhos comuns, brancos e de baixo valor comercial 
(LUCINI, 2008). No Piauí, mais especificamente na microrregião de Picos, a produção 
de alho teve seu início há mais de um século, concentrando-se nos municípios de Picos, 
Sussuapara e Bocaina. No entanto, levando-se em conta o histórico da produção de alho 
por estes municípios, nota-se que tem havido um grande declínio nas últimas décadas, 
fato que tem sido atribuído à redução da área plantada e ausência de cultivares 
geneticamente superiores, capazes de competir com o alho chinês, espanhol e argentino 
(VELOSO et al., 1999). 
2. Principais doenças fúngicas (agente causal, sintomas-ilustrar, 
controle) . 
• Causada pelo fungo: Puccinia allii – Ferrugem 
Sintomas 
Considerada uma das mais importantes doenças foliares do alho a 
severidade da doença depende do estágio de desenvolvimento da 
cultura e das condições climáticas. 
Em condições favoráveis pode ocorrer em qualquer fase de 
desenvolvimento da planta, ocorre formação de pequenas pústulas 
elípticas, de cor esbranquiçada, recoberta pela cutícula no limbo da folha 
com a evolução da doença, ocorre o rompimento da cutícula, com a 
exposição de uma massa pulverulenta de coloração amarela contendo 
uredósporos do fungo. Em fase mais avançada, com a formação dos 
teliósporos do fungo, a massa pulverulenta proveniente das pústulas 
adquire uma coloração marrom-escura a preta. Em condição de alta 
severidade da doença pode ocorrer o amarelecimento e morte das 
folhas. Em consequência do depauperamento das plantas atacadas, há 
redução no tamanho dos bulbos. 
A doença é favorecida em plantas estressadas por falta ou excesso de 
umidade no solo. Também por adubações desequilibradas e por excesso 
de nitrogênio e matéria orgânica, ou ainda por cultivos em solo 
compactado e de baixada, que favoreça o acúmulo de água (Massola Jr, 
2011). 
 
 
 
Figura 1-https://www.grupocultivar.com.br/noticias/medidas-de-manejo-contra-ferrugem-em-
alho#:~:text=De%20ocorr%C3%AAncia%20intensa%20no%20Sul,Puccinia%20allii). 
 
 
Controle: 
 Fundamental utilizar praticas de manejo pois ajudam a reduzir os danos 
causados pela doença. Atenção com o ph recomendado pela cultura e 
aplicações anuais para elevar o ph pois pode beneficiar o balanço de 
micronutrientes, favorecendo a infeção da planta. 
Evitar o excesso de adubação nitrogenada, pois o nitrogénio em excesso 
deixa os tecidos vegetais mais suculentos, favorecendo a penetração e 
multiplicação de fitopatógenos; 
Controlar a umidade do solo utilizando drenagem correta na área ou 
elevação dos canteiros, para que não aumente o período de rega na parte 
foliar da planta, evitando maior umidade; 
 
Evitar implementos agrícolas contaminados com restos de culturas 
infestadas, prevenir o adensamento de plantas; 
 
Fazer uso de cultivares mais resistentes como Caiano Roxo, Gigante de 
Lavínia e Centenário, pois são mais resistentes à doença 
 
Em relação ao controle alternativo, Becker & Marcuzzo (2007) verificaram a 
redução de 20% na severidade da doença pela aplicação semanal de solução 
de própolis a 10%. No entanto, quando adicionou espalhante adesivo, ele 
causou fitotoxidez na cultura. 
É recomendada em relação ao manejo da cultura, é importante evitar-se o 
plantio em solos compactados, de baixada, bem como adubações 
desequilibradas. O controle químico é efetivo, sendo utilizado com frequência 
nas lavouras de alho. Fungicidas à base de mancozeb, maneb, triadimefon, 
bitertanol, oxicloreto de cobre e propiconazole mostram-se eficientes no 
controle da doença. Recomenda-se o uso de produtos registrados para as 
culturas. 
 
• Causada pelo fungo: Fusarium - Podridão radicular 
Fusarium geralmente se manifesta em um clima quente - nas regiões sul e, 
menos comumente, na faixa do meio. Se não tratada, a perda de rendimento 
pode ser de 80%. Os esporos de fungos afetam a semente diretamente no solo. 
Eles passam o inverno nas camadas superiores do solo e podem permanecer 
no modo de sono por um tempo suficientemente longo e, com o início do tempo 
quente, começam a funcionar ativamente. É por isso que é muito importante 
realizar o cultivo de alta qualidade do solo durante o outono e a primavera, bem 
como selecionar um material de plantio completo, pois qualquer dano aos dentes 
é uma entrada para bactérias. 
As bactérias começam a se multiplicar ativamente a uma temperatura do ar de 
+ 15 ° C e acima, com alta umidade. 
 
Figura 2- https://img.tomahnousfarm.org/img/ferm-2020/5170/image_LnpG9aipVd.jpg 
 
Sintomas: 
• Perda de densidade foliar; 
• Amarelecimento das folhas e secagem rápida, afetando principalmente as 
pontas; 
• O aparecimento de pinceladas de pinceladas marrons; 
• Presença de placa rosa nos seios da face; 
• Amolecimento das cabeças, provocado pelo desenvolvimento de 
Fusarium mycelium, que pode ter uma tonalidade branca, rosa ou 
amarelada. 
 
A podridão das raízes pode ser ativada em uma colheita já colhida. Isso é 
facilitado pela temperatura elevada e alta umidade nos ambientes destinados ao 
armazenamento. A doença se desenvolve muito rapidamente. O micélio de 
Fusarium começa a se formar entre os dentes, resultando em mumificação das 
cabeças. 
 
Controle: 
Para plantas vegetativas, Mikosan-B é adequado - um produto biológico baseado 
em células fúngicas. Primeiro, todas as partes afetadas devem ser removidas 
com uma ferramenta afiada desinfetada de álcool. Depois disso, pulverize com 
uma solução de trabalho - 100 ml / 3 l de água - isso será suficiente para 
processar 100 m². A vantagem do medicamento é a capacidade de realizar o 
processamento em qualquer estágio da estação de crescimento. 
 
 
• Causada pelo fungo: Sclerotium cepivorum Berkeley -Podridão Branca do 
Alho 
 
 
A doença é causada pelo fungo Sclerotium cepivorum que sobrevive no solo ou 
em restos culturais por 8a 10 anos na forma de escleródios. 
Em épocas frias do ano e alta umidade, na presença de plantas de alho ou 
cebola, germinam podendo infectar a base dos bulbilhos dos mesmos causando 
a podridão. A temperatura ótima para surgimento da doença e germinação dos 
escleródios é de 10 a 20° C, em temperaturas superiores o desenvolvimento da 
doença diminui. Bulbos afetados pelo fungo são o principal veículo de 
disseminação, assim como a água de irrigação infectada anteriormente, 
ferramentas, pessoas transitando por áreas infectadas e depois em área 
não atingidas, embalagens como caixas e sacos contaminados. 
Sintomas: 
Os primeiros sintomas são notados na parte aérea. A planta apresentapouco 
desenvolvimento. Há necrose ou queima descendente das folhas e 
amarelecimento e morte das folhas mais velhas. Devido ao apodrecimento das 
raízes, as plantas afetadas são facilmente arrancadas do solo. Em condições de 
ambiente úmido os bulbilhos afetados, ficam recobertos por abundante micélio 
branco, em que se inicia a formação de escleródios, como pequenos pontos 
pretos aglomerados na superfície da parte afetada. 
 
 
Figura 3-http://sga.agronomicabr.com.br/sga/uploads/galeria/1-sclerotium-4.jpg 
Plantas de alho com micélio branco de Sclerotium cepivorum. A debaixo 
apresenta escleródios também, estruturas minúsculas, esféricas. 
 
Controle: 
Não existem cultivares de alho e cebola resistentes à podridão branca o 
controle se resume principalmente à prevenção. O controle químico é pouco 
eficiente e pode não ser economicamente viável. Além disso, não 
existem fungicidas registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) para o controle da podridão branca em cebola e 
existem poucas moléculas registradas para o alho. 
 
3.Principais doenças bacterianas (agente causal, sintomas-ilustrar, 
controle) 
• Queima bacteriana ou bacteriose do alho 
Quatro espécies do gênero pseudomonas causam a queima bacteriana no alho, 
no entanto, a que ocorre em quase todos os Estados produtores (Minas Gerais, 
Figura 4-https://www.embrapa.br/en/hortalicas/alho/doencas 
Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), incluindo as regiões do 
Cerrado, é a Pseudomonas marginalis pv. Marginalis. A doença tem seu 
desenvolvimento favorecido em condições de alta umidade relativa do ar (acima 
de 85%) e temperaturas entre 6º e 37ºC, sendo a faixa entre 26º e 30ºC, 
considerada como ótima. Além das condições climáticas favoráveis, o 
surgimento da doença está associado ferimentos e/ou stress causados pela 
aplicação de defensivos químicos, principalmente herbicidas de pós-
emergência. 
 
Produz uma clorose ao longo da nervura central, seguida de amolecimento e 
escurecimento da lesão, caracteriza o primeiro sintoma da doença (Figura A), 
que à medida de sua evolução, causam murchamento e secamento das folhas 
(Figura B). Um sintoma de queima pode também ocorrer e iniciar nas bainhas 
das folhas e se estender para a parte aérea, dando à planta um aspecto de 
queima por herbicida ou fogo. No bulbo, os sintomas podem ser visualizados na 
túnica, que passa a adquirir uma coloração escura e, os bulbilhos mostram sinais 
de apodrecimento, passando a adquirir coloração creme (Figura C). 
 
 
 
 
 
 
Controle: Medidas de controle integrado, que abrangem desde o plantio até a 
comercialização, devem ser adotadas para o controle da bacteriose do alho. O 
uso de alho-semente sadio e o controle da irrigação são medidas importantes, 
uma vez que as sementes podem disseminar o patógeno por longas distancias 
e a água de irrigação o espalha dentro da lavoura. 
Outras medidas recomendadas são: 
• Evitar o plantio em áreas com baixa capacidade de drenagem de água; 
• Evitar o encharcamento do solo após a diferenciação do bulbo; 
• Manter uma adubação balanceada, restringindo adubações 
nitrogenadas realizando-as somente quando necessário; 
• Eliminar as plantas doentes; 
• Prevenir danos mecânicos que possam servir de entrada para a 
doença; 
• Realizar rotação de culturas; 
• Queimar os restos culturais após a colheita e beneficiamento. 
O uso de produtos químicos é contraditório, pois aqueles a base de cobre e suas 
misturas não vêm apresentando resultados efetivos, podendo ainda causar 
fitotoxicidez às plantas e, a aplicação de antibióticos para o controle da doença 
pode ser inviabilizada pela baixa sensibilidade que a bactéria apresenta a essas 
substâncias. 
 
2. Fenologia e tuberização 
 
• 1. Dormência: Quebra dormência/Câmara fria 4ºC -10 dias; 
• 2. Emergência; 
• 3. Fase vegetativa (11 a 14 folhas) V5 –formato bulbilho arredondado, 
V7 –senescência parcial primeiras folhas, V8- aumento gradual 
diâmetro bulbilho; 
• 4 .Diferenciação gemas axilares –suspender irrigação e controle 
rigoroso dosagem N para evitar distúrbios fisiológicos; 
• Fase reprodutiva- escapo haste floral e por fim a Maturação. 
 
 
➢ Botânica 
1. Família 
 
O alho pertencente à família Alliaceae, é uma planta herbácea, assexuada que 
se propaga a partir do plantio dos bulbilhos ou dentes, com folhas 
lanceoladas (alongadas), estreitas e cerosas, podendo atingir até 60 cm de 
altura, dependendo da cultivar. As bainhas das folhas formam um pseudocaule 
curto, em cuja parte inferior origina-se o bulbo (Figura 1A). O caule verdadeiro 
(Figura 1B) é um disco comprimido sendo o ponto de partida das folhas e das 
raízes, que são pouco ramificadas e com profundidade variando de 20 a 30 cm. 
Possuem bulbos divididos em bulbilhos, flores são pequenas em cachos de cor 
rosada ou branca 
 
 
Figura 5- A) Planta de alho, com as bainhas e pseudocaule. B) Caule verdadeiro. Fotos: Paula Rodrigues; José Luis Pereira. 
 
O bulbo, de formato redondo ou ovalado é dividido em bulbilhos (dentes) que 
podem variar em número de 5 a 56. Os bulbilhos são compridos, ovoides e de 
forma arqueada, envoltos por folhas protetoras chamadas brácteas, cuja 
coloração pode ser branca, vermelha, violeta, roxa e marrom. Além dessa 
proteção individual, o bulbo ainda é envolto por várias túnicas esbranquiçadas 
que são facilmente destacáveis. 
 
 
2. Nome científico espécie cultivada 
 
Allium sativum L. (propagação assexuada) – clone 
 
 
➢ Cite as principais desordens fisiológicas/ilustrar 
 
SUPERBROTAMENTO OU PSEUDOPERFILHAMENTO 
Causado crescimento secundário folhas proteção bulbilho, bulbos defeituosos, 
estourados e abertos. 
É uma anormalidade genético-fisiológica do alho caracterizada pelo 
aparecimento de brotações laterais entre as bainhas das folhas normais, 
originadas pelo alongamento das folhas de proteção dos bulbilhos. As plantas 
ficam com aspecto de touceira e produzem bulbos estourados ou abertos, 
chamados de "sorriso" pelo agricultor. Esta anormalidade pode atingir 100% da 
lavoura, tornando os bulbos produzidos completamente inadequados para 
comercialização. 
 
Figura 6-Pesudoperfilhamento: sintomas na parte aérea e nos bulbos (sorriso). Fotos: Francisco Vilela Resende. 
O aparecimento do pseudoperfilhamento está fortemente associado ás 
condições de fotoperíodo curto e temperaturas baixas, vernalização, excesso de 
irrigação e nitrogênio. Existem diferentes níveis de sensibilidade entre as 
cultivares comercias e plantadas no Brasil. As cultivares de alho nobre tem se 
mostrado bastante sensíveis ao pseuduperfilhamento, principalmente quando 
passam pelo processo de vernalização. Por outro lado, algumas cultivares de 
alho comum como Amarante, Gigante Roxo, Gigante Lavínia e outras, raramente 
manifestam este distúrbio. 
 
A melhor estratégia de controle desta anormalidade consiste em provocar um 
déficit hídrico moderado às plantas, paralisando temporariamente as irrigações, 
logo no início da diferenciação dos bulbilhos, que ocorre quando se atinge 40 a 
50% do ciclo total da cultura. Esta paralização é feita por uma a quatro semanas, 
dependendo do tipo de solo e das condições climáticas. 
 
➢ COMENTE SOBRE A PRINCIPAL DOENÇA FÚNGICA (FOTO 3) 
DO ALHO, DESCREVENDO: 
A) AGENTE CAUSAL: 
A mancha-púrpura é causada principalmente pelo fungo Alternaria porri 
(MILLER; LACY, 1995; NUNES; KIMATI, 1997; MASSOLA JUNIOR et al., 2005). 
 Um outro fungo, Stemphylium vesicarium, também pode atacar a cebola e o alho 
e causar um sintoma muito semelhante nas folhas (RAO; PAVGI, 1975; 
SHISHKOFF; LORBEER, 1989; LIMA al., 1993; BOITEUX et al., 1994; MILLER, 
1995). 
 
NOME DA DOENÇA: 
Mancha-Púrpura do Alho e da Cebola 
 
B) SINTOMAS: 
Os sintomas iniciam-se na forma de pequenas lesões aquosas, de formato 
irregular. Em seguida, estas lesões ficam esbranquiçadas, podendoinclusive ser 
confundidas com danos causados por tripes, e finalmente, assumem um formato 
mais arredondado e ficam com uma coloração púrpura. As lesões também 
podem apresentar halo amarelo e, em condições de alta umidade, apresentar 
anéis concêntricos característicos, de coloração marrom a cinza escuro, 
correspondentes às frutificações do fungo. As lesões podem crescer e coalescer, 
levando à murcha e crestamento das folhas. Excepcionalmente, quando o 
ataque inicia-se na extremidade superior da folha, pode ocorrer queima de 
pontas,confundindo-se com outras doenças bióticas ou abióticas (MILLER; 
LACY, 1995; NUNES; KIMATI, 1997; ZAMBOLIM; JACCOUD FILHO, 2000). 
 
O patógeno pode atacar os bulbos durante a colheita e causar lesões externas 
ou uma podridão semiaquosa e enrugamento das escamas frescas. Os tecidos 
atacados desenvolvem coloração amarelada, tornando-se avermelhada com o 
passar do tempo (MILLER; LACY, 1995; NUNES; KIMATI, 1997; MASSOLA 
JUNIOR et al., 2005). Esta coloração é o resultado de um pigmento liberado pelo 
fungo, que se difunde pelas escamas. Se houve desenvolvimento do micélio do 
fungo sobre os bulbos, estes adquirem uma coloração marrom-escura a preta. 
O ataque aos bulbos de alho é bem menos comum do que aos bulbos de cebola 
(MILLER; LACY, 1995). 
 
D) CONTROLE: 
 
 
 
 
Não existem cultivares de alho e cebola com altos níveis de resistência à 
manchapúrpura. Entretanto, entre as variedades de alho cultivadas no Brasil, 
‘Chonan’ e ‘Roxo-Pérola de Caçador’ são as mais resistentes. No caso da 
cebola, todos os híbridos comerciais são muito suscetíveis enquanto que entre 
as variedades destacam-se a ‘Red Creole’ e a ‘Alfa Tropical’. Segundo Manetti 
et al. (2009), 50 progênies de meios-irmãos da cultivar de cebola ‘Botucatu 150’ 
comportaramse como resistentes à mancha-púrpura da cebola quando 
comparados com a cv. Roxa do Barreiro, utilizada como testemunha resistente 
em um experimento conduzido em Botucatu-SP. Entretanto, somente a 
resistência destas duas cultivares não é suficiente para o controle da doença em 
condições de clima favoráveis ao desenvolvimento da doença. Por outro lado, 
quando são cultivados materiais com maior resistência, o número de 
pulverizações com fungicidas é reduzido quando comparado com o plantio de 
materiais mais suscetíveis. Dessa forma, o controle da doença é muito 
dependente do uso de fungicidas. No controle químico da doença, só devem ser 
utilizados fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA), seguindo-se as recomendações dos fabricantes. A lista 
de fungicidas registrados para manchapúrpura do alho pode ser consultada no 
“Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários - AGROFIT (BRASIL, 2009), do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 
 
 
 
Foto 3. mancha púrpura

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