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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 1 1. Introdução Para a maioria das mulheres e familiares, a maternidade é um momento especial em suas vidas. A parturiente, ao entregar-se aos cuidados da equipe de saúde para o seu parto espera que as atenções estejam voltadas para ela e o nascimento do seu filho, almejando, portanto, uma assistência humanizada. O acolhimento, aspecto essencial da política de humanização, implica na recepção da mulher, desde sua chegada à unidade de saúde, responsabilizando-se por ela, ouvindo suas queixas permitindo que ela expresse suas preocupações, angústias, garantindo atenção resolutiva e articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência, quando necessário. “Quando falamos em humanização do parto significa que devemos ter uma compreensão do mesmo como experiência humana, para podermos prestar uma assistência adequada diante do sofrimento do outro”. Assim, o MS (Ministério da Saúde) tem criado ao longo dos anos diversos programas com a finalidade de proporcionar a mulher uma assistência humanizada, visando maior acessibilidade aos serviços de saúde. Em 2011 foi lançado a Rede Cegonha, um programa de abrangência nacional que comporta diversas leis e portarias relacionadas ao parto e nascimento, visando implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. Nesta perspectiva, destaca-se a autonomia da parturiente durante o parto normal e a importância do cuidado com competência técnica, humana e ética, no respeito às necessidades, desejos, expectativas e escolhas para a satisfação das mulheres no processo da gestação e parto. “O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal” “O parto, ao contrário do que defende a versão medicalizada, não é um evento patológico, mas sim natural e biológico vinculado ao contexto familiar”. “O parto natural também pode ser chamado de "parto humanizado", devido a todo o respeito e ternura com que são tratados a mulher e o bebê neste período”, diferenciando- se do tradicional parto normal pela centralização das condutas e atitudes profissionais nas necessidades da mulher. Deve-se, portanto, abandonar esse modelo tradicional e arcaico que é centrado no profissional e não na parturiente e que impede a mulher de participar como ser ativo e autônomo desse momento tão sublime. O processo de humanização do nascimento inclui também a possibilidade de um acompanhante à parturiente. Mesmo que atualmente exista uma lei nacional (Lei nº 11.108/2005) garantindo à mulher o direito de ter um acompanhante durante o parto, na maioria das vezes este não tem acesso a ela e vice-versa, ficando impedidos de prestar-lhe suporte nesta situação tão importante e marcante na sua vida. A presença de um acompanhante a escolha da parturiente, no trabalho de parto, parto e puerpério, durante sua permanência na maternidade, oferece, além de elemento alentador, conforto psíquico, segurança e estímulo para contribuir na assistência ao parto, devendo as maternidades se adequar física e logisticamente para a recepção deste acompanhante. Sabe-se que a mulher é o sujeito ativo e participativo do processo de parturição, mas que muitas vezes está apagado pela centralização do poder do profissional de saúde, o que Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 2 muitas vezes a impede de participar ativamente dessa vivência. Vale ressaltar que, de acordo com o Ministério da Saúde (MS) os profissionais de saúde desempenham um importante papel durante o processo de parturição, tendo a oportunidade de colocar em prática seu conhecimento a serviço do bem-estar da mulher e do recém-nascido (RN), porém são coadjuvantes desta experiência. 2. Trabalho de parto Funciona seguindo os princípios físicos de T= F.d É o processo que resulta no nascimento do bebê 3. Relações importantes – manobras de Leopold-Zweifel Situação → Relação do maior eixo do feto em relação ao maior eixo da mãe; pode ser longitudinal, cormico/transverso ou oblíquo; palpar o fundo uterino; primeira manobra Posição → Relação ao dorso fetal com o materno; posição fetal direita ou esquerda; palpar o corpo do útero, procurando o dorso do feto; segunda manobra Apresentação → Primeira parte do feto que adentra na bacia; avalia a mobilidade cefálica do feto; próximo a região pélvica; terceira manobra; é a relação fetal que ocupa a área do estreito superior e nela vai se insinuar (cefálica; pélvica; ombro (córmica) Atitude (ou postura fetal) → Avalia a insinuação fetal; avalia a relação das diversas paretes fetais entre si; apresentação cefálica (fletido; bregma; fonte; face); é o primeiro movimento cardial do mecanismo de parto; quarta manobra Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 3 4. Medidas Subocciptobregmático é a mais comum 5. Teoria de Zweifel Ação de alavanca produz a flexão da cabeça A conversão do diâmetro occiptofrontal ao subocciptobregmático reduz o diâmetro anteroposterior de 12 para quase Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 4 6. Medidas da bacia A mais importante é a anatômica 7. Plano de De Lee Planos de De Lee para acompanhamento da insinuação e da descida da apresentação fetal O plano zero é a espinha isquiática 8. Plano de Hodge Método pouco utilizado hoje em dia Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 5 9. Relação entre os planos de Hodge e De Lee 10. Conjugatas obstétricas 11. Movimentos cardiais do trabalho de parto Insinuação → Mecanismo pelo qual o diâmetro biparietal atravessa a entrada pélvica; a insinuação da cabeça fetal antes do início do trabalho de parto não afetava os índices de trabalho de parto vaginal (fossem espontâneos ou induzidos) Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 6 ❖ Assinclitismo → A cabeça do feto tende a se acomodar-se ao eixo transversal da entrada pélvica, enquanto a sutura sagital pode não se localizar a meia distância da sínfise e promontório Descida Flexão → Logo que a cabeça em descida encontra resistência, o queixo é colocado em contato direto com o tórax; a ação de alavanca produz a flexão da cabeça; passando do occiptofrontal ao subocciptobregmático reduzindo o diâmetro de 12cm para 9,5cm Rotação interna → Consiste na rotação da cabeça, no sentido que o occipto se movimente para a sínfise púbica Extensão → Depois da rotação interna, a cabeça flexionada alcança a vulva e sofre a extensão; a cabeça expulsa faz a restituição Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 7 Rotação externa Expulsão 12. Tipos de bacia Ginecóide é a mais comum Quanto mais circular a bacia, mais fácil a rotação do feto 13. Rotação Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 8 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 9 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 10 14. Conceitos da assistência ao parto Primeiro estágio do trabalho de parto ❖ Divisão preparatória → Fase latente ➢ Duração → 20 horas na nulípara; 14 horas na multípara ➢ Condição cervical → Bishop ➢ A fase latente podelevar semanas ➢ Dilatação e velocidade semelhantes em nulíparas e multíparas depois de 4cm ➢ Obesidade ❖ Divisão de dilatação → Fase ativa ➢ Fase de aceleração ➢ Fase de aceleração máxima ➢ Fase desaceleração ➢ Duração → 4-9 horas na nulípara ➢ Descida começa no estágio mais avançada da dilatação (7 – 8 cm) ❖ Divisão pélvica Segundo estágio do trabalho de parto ❖ Dilatação completa ao nascimento ❖ Duração em média 50 minutos nulíparas a 20 minutos nas multíparas Terceiro estágio do trabalho de parto Quarto estágio do trabalho de parto Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: MECANISMOS DO PARTO 11 Referências bibliográficas Aula de Dra. Licemary Lessa (16/08/2021) Posner, G. D., Dy, J., Black, A. Y., & Jones, G. (2014). Trabalho de Parto e Parto de Oxorn e Foote- 6. AMGH Editora. de Andrade, E. G. R., de Oliveira, G. C., da Silva, L. N., Miranda, R. F., & de Moraes Britto, L. P. OS MECANISMOS DO PARTO NORMAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Ribeiro Filho, J. F., Machado, P. H. F., da Silva Araújo, K. R., & de Abreu Sepúlvedra, B. (2016). Assistência ao parto normal sob o olhar da parturiente. Revista Eletrônica Gestão e Saúde, (1), 113-125.
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