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Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 O médico veterinário tem vários desafios, o nosso papel é: ⇢ Conhecimento teórico e pratico ⇢ Sensibilidade – pessoas ansiosas principalmente agora depois da pandemia ⇢ Senso investigativo – se inspirar em veterinários que gostamos e admiramos ⇢ Conhecer particularidades das espécies e raças – exemplo: gato sphynx não tem pelo/ buldogue francês raça pré disposta a alergia de pele principalmente por alimentos ⇢ Capacidade de persuasão – saber convencer o tutor precisamos realizar o tratamento de forma correta ⇢ Dominar a terapêutica Pele não é apenas estética! É qualidade de vida para o animal – por isso não devemos julgar o tutor que tenta auto medicar o animal Muitos tutores dão corticoides por muito tempo para o animal (6 meses ou mais) porque no momento alivia o desconforto do animal ⇢ Porém o tutor não tem consciência dos problemas sistêmicos causados a longo prazo SEMPRE EXPLICAR, que o efeito do corticoide é bom mas que não podemos usar a longo prazo, pois os organismos podem causar resistência e piorar o problema de pele desse animal, fora os problemas sistêmicos ao animal Precisamos ter empatia com os tutores, porém não levar essa dor para gente ⇢ EX: caso o tutor não tenha dinheiro para fazer todos os exames pedidos, devemos explicar que vamos passar o tratamento porém não podemos ser culpados se nçao funcionar ⇢ se pedimos 100% e o tutor da 50% não é nossa culpa de um tratamento não funcionar Doenças dermatológicas são difíceis de resolver! Primeiro precisamos tirar o animal da crise e tratar ele, para depois investigar e passar para a manutenção do tratamento O papel do tutor é: ⇢ Confiança no clinico – temos que buscar a confiança desse tutor ⇢ Paciência – o tutor necessita de ter paciência, são vários comprimidos por dia, aumento na frequência de banho ⇢ Dedicação ⇢ Responsabilidade – a partir do momento que a receita saiu da nossa mão a responsabilidade é do tutor de dar os remédios ao animal ⇢ Esclarecimento – cura X controle Não existe cura para alergia!! O que podemos fazer é a manutenção da alergia desse animal para haver um controle ⇢ Geneticamente hereditário O papel do paciente ⇢ Colaborar no exame físico – quando são casos dermatológicos o exame físico precisa ser muito bem feito Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 ⇢ Colaborar na coleta de amostras– animais que são difíceis de fazer as coisas precisamos explicar que faremos o possível ⇢ Na hora de ser medicado – gatos por exemplo são animais complicados de tomar remédios líquidos ou comprimidos podemos mandar manipular gel transdermico ⇢ Responder tratamento Funções ⇢ Proteção ⇢ Termoregulação ⇢ Armazenamento de energia – no subcutâneo ⇢ Produção de anexos – pelos, unha ⇢ Imunoregulação A pele é um órgão de grande importância para imunologia do animal ⇢ Temos uma microbiota própria na pele, essa microbiota faz parte da imunologia ⇢ Temos substancias controladoras de microrganismos para que estes não causem prejuízos na pele ⇢ A pele tem um sistema imunológico associado a pele que tem uma capacidade de reação mediata/imediata O corticoide entra nos tratamentos de pele exatamente para cortar a inflamação desde a raiz, controlando o que já avançou ⇢ Precisamos parar a cascata de inflamação desde sua base Epiderme – é avascular ⇢ Quando vemos rugor é porque a epiderme a muito fininha, mas isso não quer dizer que o tugor está acontecendo na epiderme! ⇢ É formada por células vivas e mortas ⇢ As células mortas são os queratinocitos em formato de ladrilho que formam a parte resistente da pele + queratina A queratina é uma proteína dura, por isso ela não pode ser continua – precisar ser em escamas para que a pele seja móvel O folículo piloso, é uma estrutura epidérmica mergulhada na derme (invaginação na epiderme) – o que está dentro dele é extra corporal ⇢ Quando temos um processo inflamatório, e ocorre a ruptura da epiderme folicular – tudo que está dentro do folículo se comunica com a derme (causando problema) ⇢ Foliculite superficial: inflamação do folículo piloso juntando com a ruptura do epitélio folicular – inflamação ocorrendo até a inserção da glândula/ m. eretor do pelo ⇢ Foliculite profunda: quando essa inflamação ocorre antes da inserção do m. eretor do pelo Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 ⇢ Furunculose: ruptura do epitélio folicular – o corpo faz reação do tipo corpo estanho, porque ele reconhece que a queratina, sebo, microrganismos não fazem parte da derme! Ocorrendo pus encapsulado; furúnculo; fistula Glândula sudorípara é ápocrina ⇢ Desembocadura intrafolicular ⇢ O animais não tem suor pelo corpo, o máximo que acontece e eliminar pouquíssimo suor pelo nariz e pelos coxins – quem tem função de termorregular é a respiração ⇢ Juntando o sebo com o suor do animal e forma a secreção hidro lipídica que faz a proteção da pele em cima da camada de queratina ⇢ Secreção hidro lipídica: tem poder impermeabilizante; não podemos remover mais de 1 vez na semana em animais com pele normal; melhora a defesa da pele do animal Glândulas sebáceas – alvo de processos inflamatórios, quando inflama o folículo ela também inflama ⇢ Seborreia: quando se produz muito sebo ocorre excesso de oleosidade na superfície da pele ⇢ Toda vez que a pele é agredida a tendência é que a pele faça: seborreia, ficar hiperpigmentada e mais grossa ⇢ A função do sebo e fazer com que tudo que está na pele incomodando possa escorregar e sair Associado ao folículo temos o musculo eretor do pelo – causa eriçamento do pelo ⇢ Em humanos tem a ver com o emocional ou frio ⇢ Já em animais pode ser para impor poder Abaixo da derme temos essa camada de gordura fica na hipoderme, normalmente é onde fica os linfomas Camada córnea: ceratinócitos mortos pavimentosos – ficam posicionados como se fossem ladrilhos na superfície Camada granulosa: grânulos de queratina – são posicionadas como tijolos ⇢ Esses grânulos aumentam a produção da proteína e vão jogando para superfície ⇢ Na superfície elas vão morrer, perder o núcleo e se achatar formando os ladrilhos Essas duas camadas são as 2 na qual temos mais acesso Camada espinhosa: quando a pele está inflamada, se renovando com muita rapidez conseguimos ver essa camada com células mais arredondadas ⇢ Célula de langerhangs: é um macrófago residente da pele, responsável por antígenos Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 ⇢ Melanócitos: dá tonalidade para pele e apresenta prolongamentos pela camada espinhosa Camada basal: formada por células cilíndricas com alta taxa metabólica ⇢ Essas células se dividem rapidamente e ocupa os espaços até chegar nas camadas acima ⇢ É a camada que sustenta todas outras Barreira cutânea é formada pela estrutura + substancias presentes para ajudar essa barreira coesa Barreira cutânea normal: os tijolos bem a posicionados, ladrilhos bem posicionados, rejunte bem colocado ⇢ Esse rejunte é a secreção hidro lipídica, cerâmidas, cimento intercelular ⇢ Tem microrganismos sobre a pele, porém como a barreira é bem eficaz eles se comportam como uma microbiota normal da pele Barreira cutânea fragilizada: rejunte todo ruim, ladrilhos falhados, e tijolos não posicionados corretamente ⇢ A microbiota quando vê que a pele se encontra com aberturas aproveita para entrar nas camadas da pele ⇢ Nessa situação pode ocorrer o super crescimento de malassezia – MOG ⇢ Esse supercrescimento favorece as alergias a crescerem, pois elas produzem superalérginos ⇢ Ocorre o supercrescimento de bactériastambém¸ que produzem substancias irritativas para o animal alérgico e não alérgico ⇢ Estimula a inflamação ⇢ Esses MO penetram os tecidos onde não deviam invadir e o vaso sanguíneo dilata e reage – isso ocorre porque precisamos de células para defender a pele ⇢ Como essas células saem do vaso sanguíneo? Os vasos se dilatam, abrem os espaços entre as células endoteliais e essas células migram de dentro do vaso sanguíneo para fora, e ficam transitando no tecido ⇢ Para isso acontecer precisamos de vasodilatação (sinal de inflamação) – nesse momento conseguimos ver o ERITEMA ⇢ Outra coisa que acontece é que a pele perde agua com facilidade, com isso fica mais ressecada – dificultando a migração de células para que ocorra defesa da pele Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 Como podemos controlar a barreira cutânea fragilizada? ⇢ De dentro para fora: suplementos para barreira se recompor ⇢ De fora para dentro: hidratantes, substancias emolientes, substancias tópicas Pruriginosas (coçam) – no caso de alergias o prurido vem antes das lesões Não pruriginosas (não coçam) – doenças hormonais não coçam Aguda X Crônica ⇢ Depende do tempo de cada doença ⇢ Porém normalmente se dura mais de 20 ou 30 dias já classificamos como crônica Exame físico – ser bem feito ⇢ Sempre olhar bem o pelo do animal, levantar o pelo do animal com a mão ou soprando ⇢ Sempre olhar orelhas!!! Exame físico da pele ⇢ Distribuição das lesões ⇢ Tipos de lesões ⇢ Palpação ⇢ Olfação ⇢ Simetria ⇢ Epilação ⇢ Presença de anormalidades ⇢ Exame da orelha externa e otoscopia Caracterização das lesões ⇢ Primaria ou secundaria ⇢ Localização e distribuição ⇢ Identificação de padrões Estabelecimento de diferenciais – a partir dos padrões identificados Exames dermatológicos ⇢ Triagem dermatológica ⇢ Perfil metabólicos e hemograma – podemos já descartar ou não problemas endócrinos e também saber se o animal vai aguentar o tratamento (ureia, creat, ALT, FA, TGP) ⇢ Exames específicos Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 Fita de acetato/ raspado de pele – fazemos uma pinça com a mão e fazemos o raspado de forma a sangrar para pegar o profundo do tecido ⇢ Fita de acetado antes do raspado pois é menos estressante ao animal Citologia Cultura fungica – sempre incluir na primeira consulta pois se fizer depois pode vim com resíduo de pomadas ou shampoos Exame direto dos pelos Tricograma Suspeita de neoplasia Ulceração persistente Suspeita de doenças diagnosticadas somente por biopsia – doenças imunimediadas Dermatite vesiculobulhosa Dermatoses que não respondem como o esperado no tratamento Suspeita de doenças raras Teste alérgicos – tem aplicações pontuais, servem apenas para animais já diagnosticados como alérgicos, para indicar a o que esse animal tem alergia ⇢ Testes de hipersensibilidade cutânea – intradermico, prick test, patch test ⇢ ELISA e RAFT (in vidro) Intradermico: bandeja com agulhas de cultura que são mergulhadas em poços com estrato dos alérgicos que quero testar ⇢ Inoculamos 0,1 do alérgino na pele e temos que esperar 72 horas Prick test: bandeja com agulhas de cultura que são mergulhadas em poços com estrato dos alérgicos que quero testar ⇢ Fazemos um marco no animal e onde formar a pápula lemos com o leitor e confirmamos a alergia – Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 Patch test: testamos um disquinho com o estrato do alimento que colamos no animal e vemos se ele vai reagir ⇢ Não podemos afirmar com certeza que o animal é alérgico ao alimento que reagir ⇢ Porem temos mais tranquilidade de receitar uma alimentação com os que não reagiram Farmacológico – fazemos o tratamento e vemos se deu certo Manejo – principalmente o alimentar ⇢ Mudamos algumas coisas da ração ou suplementamos para ver o animal para de reagir ⇢ Podemos ter outros manejos também como por exemplo parar de levar o animal para grama Dieta de eliminação – restringimos totalmente um tipo de alimento da ração do animal Fatores que influenciam os efeitos da substancia na pele ⇢ Concentração – tem que ter uma concentração que vá passar pela pele ⇢ Solubilidade do veículo – para que seja solúvel na pele, substancias oleosas são melhores para peles integras (mais lipofílica) ⇢ Veículo X barreira cutânea – tem que ser compatíveis, por exemplo pomadas podemos utilizar em pele integra/ já em escoriação não funcionaria, precisaríamos passar loções, géis, sprays ⇢ Coeficiente de difusão – velocidade de penetração do fármaco ⇢ PH – se a pele estiver inflamada ela vai estar acida então temos que prestar atenção no ph do fármaco que utilizaremos Tipos de preparações ⇢ Shampoo ⇢ Rinses ⇢ Loções ⇢ Spot On (aquoso e orgânico) ⇢ Spray ⇢ Cremes, emulsões, pomadas ⇢ Géis Emolientes e hidratantes – aloe vera. Hidroviton, aveia coloidal, lanolina, propllenoglicol, ureia e glicerina Queratomoduladores – peróxido de benzoila, ácido salicílico Antipruriginosos – Nathalia Bastos Braga 7º período – Clinica de Pequenos Animais 1 O fármaco deve ter boa distribuição na pele em sua forma ativa ⇢ Antiflamatorios ⇢ Antibióticos ⇢ Antifúngicos ⇢ Antiparasitários ⇢ Ácidos graxos ⇢ Vasodilatadores ⇢ Hormônios ⇢ Imunossupressores e imunomoduladores Utilizamos bastante terapia sistêmica, porém sempre damos preferência para a terapia tópica –
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