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Foliculites e erupções acneiformes

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Objetivo: Elucidar sobre foliculites e erupções acneiformes
FOLICULITES
Como conceito abrangente, são incluídas neste item todas as estafilococcias que atingem o folículo pilossebáceo. Apesar dos denominadores comuns – local e etiologia –, os quadros clinicoevolutivos são bem diferentes. Podem ser classificadas em superficial e profunda.
Foliculite superficial
· Foliculite ostial ou impetigo de Bockhart
Caracteriza-se por pequenas pústulas muito superficiais, em número variável, centradas por pelo, atingindo qualquer área do corpo. No início podem ser extremamente pruriginosas. Na criança são comuns no couro cabeludo, com reação ganglionar regional, e, no adulto, nas faces anterior e interna das coxas e nádegas (Figura 41.13). A depilação de extensas áreas muito em voga atualmente, a cera e mesmo com o uso de lâmina, favorece a sua instalação.
O tratamento inclui o uso de antibióticos tópicos ou loções antiacneicas (p. ex., loção alba 5 a 10%), em geral suficientes.
Foliculites profundas
· Foliculite decalvante
É uma foliculite representada por pústulas relativamente superficiais, mas que provocam a depilação definitiva de cada pelo comprometido (Figura 41.14). É de evolução crônica e vai estendendo-se centrifugamente. Em função da fibrose, vários fios podem emergir da mesma abertura folicular (politriquia)dando o aspecto típico de “cabelo de boneca”; são localizações frequentes o couro cabeludo, a barba (sicose lupoide de Brocq) e os membros inferiores (foliculite decalvante de Arnozan e Dubreuilh). A foliculite decalvante tem maior incidência no homem adulto.
O tratamento oferece resultados bastante precários e deve ser feito com antibióticos por longos períodos. Dapsona pode ser útil na dose de 100 mg/dia durante alguns poucos meses com resultados após 2 meses e deve ser reduzida posteriormente para 25 mg/dia, assim como dapsona tópica 1 a 2 vezes ao dia. 
· Foliculite queloidiana
Caracteriza-se por sua localização típica na nuca. Pústulas confluem e levam à formação de fístulas e fibrose de aspecto queloidiano. É um quadro muito crônico, rebelde e peculiar do homem adulto, predominantemente de raça negra.
O tratamento consiste no uso de antibióticos tópicos (clindamicina) e orais. Pode-se utilizar corticoide de alta potência tópico e intralesional. Se a lesão for crônica e estável, excisão cirúrgica torna-se uma opção.
· Foliculite da barba ou sicose
Caracteriza-se por sua localização (região da barba) e elevada cronicidade. As pústulas podem apresentar-se isoladas ou confluentes, formando verdadeiras placas infiltradas. É exclusiva do adulto masculino. A chamada sicose lupoide é uma foliculite decalvante da barba. Impõe-se diferenciá-la principalmente da dermatofitose, herpes simples e pseudofoliculite.
· Foliculite necrótica
Caracteriza-se por lesões foliculares superficiais, mas com necrose que deixa cicatriz varioliforme. É também denominada, impropriamente, de acne necrótica. Atinge a face de adultos seborreicos.
· Foliculite perfurante
Sua localização é o nariz, iniciando-se por comprometimento de uma vibrissa, que acaba perfurando a pele e elevando-se por uma lesão cutânea inflamatória.
· Perifoliculite abscedens et suffodiens de Hoffman ou foliculite dissecante
Por fazer parte da tríade de oclusão folicular.
· Hordéolo (terçol)
É a infecção profunda dos folículos ciliares e glândulas de Meibomius, enquanto calázio é o processo inflamatório crônico que, para sua resolução, requer excisão cirúrgica. É mais frequente em pacientes com blefarite crônica, portanto, em pacientes com dermatite seborreica.
ERUPÇÕES ACNEIFORMES
Acne medicamentosa
Decorre da ingestão de vários medicamentos, como andrógenos, esteroides anabolizantes, corticosteroides tópicos ou sistêmicos, halógenos à base de iodo, flúor e bromo (muitos ansiolíticos ou hipnóticos contêm halogênios), anticoncepcionais, isoniazida, vitamina B12, fluconazol, tiouracil, lítio, ciclosporina, tacrolimo, difenil-hidantoína etc.
Os inibidores do fator de crescimento epidérmico que tanto podem ser bloqueadores de receptor (cetuximabe e trastuzumabe) quanto inibidores da tirosinoquinase (erlotinibe e gefitinibe) que são empregados no tratamento de neoplasias, sobretudo metastáticas, causam erupção acneiforme cuja intensidade se correlaciona com a eficácia do tratamento e, peculiarmente, não surge em áreas previamente irradiadas.
Acne solar (estival)
É a variedade de acne que se localiza preferivelmente nas regiões deltoide e do tronco e teria como patogenia o edema do óstio folicular pela própria queimadura, agravado pela oleosidade de protetores solares ou de outros produtos. É também conhecida como acne de Mallorca por ocorrer caracteristicamente em escandinavos de férias nessa ilha mediterrânea espanhola.
Acne ocupacional
A acne ocupacional varia de acordo com as substâncias com as quais o trabalhador tem contato. Assim, há diferentes quadros clínicos, segundo o produto em questão, como, por exemplo, óleos minerais de corte, hidrocarburetos clorinados e coaltar. Alguns clorofenóis fazem parte de inseticidas, herbicidas, fungicidas, isolantes térmicos e condutores elétricos. A acne por contato é também conhecida como acne venenata.
Denominam-se cloracne os comedões fechados e cistos, inicialmente não inflamatórios, que surgem em pacientes que tiveram contato com produtos organoclorados. As lesões localizam-se tipicamente nas regiões retroauricular e malar, não afetando o nariz. A cloracne acomete trabalhadores da indústria química, podendo surgir 1 a 2 meses após a exposição. As lesões inflamam à medida que o estímulo se mantiver. Pode haver acometimento sistêmico associado, como hepatopatia, porfiria cutânea tarda e neuropatia periférica. Outras manifestações como fadiga, anorexia, neuropatia e impotência são infrequentes. Os principais produtos causadores de cloracne são: tetraclorobenzodioxina, pentaclorofenato de sódio e bifenil policlorinato. Esses podem ser absorvidos por via percutânea, gastrintestinal ou pulmonar.
A acne produzida pela obliteração osteofolicular por óleos ou graxas recebe o nome de elaioconiose. Em geral acomete trabalhadores da indústria metalúrgica, petrolífera e mecânicos. No passado era uma doença ocupacional até certo ponto frequente, porém com o avanço tecnológico, a automação das indústrias, a melhoria da qualidade dos óleos solúveis, a utilização de uniformes de trabalho e equipamentos de proteção individual (EPI, sigla empregada nos manuais de segurança do trabalho), o número de profissionais com essa afecção diminuiu significativamente. Clinicamente observam-se comedões abertos, vistos como pontos negros nos óstios foliculares, e eventualmente pápulas e pústulas, localizados principalmente nos antebraços e mãos. 
O diagnóstico baseia-se na morfologia, localização das lesões e história de exposição ocupacional a óleos ou graxas. A resposta ao tratamento é lenta, podendo-se utilizar agentes ceratolíticos, retinoides e, eventualmente, antibióticos. O afastamento do paciente de suas atividades laborativas faz parte do tratamento, assim como o uso de EPI.
Com a mesma patogenia, e com frequência crescente, temos a acne cosmética ou acne por cosmético, principalmente as que têm como base substâncias oleosas. Entre nós é muito comum a acne que chamaríamos de praiana e que ocorre em consequência do uso de óleos na pele, hidratantes ou protetores solares oleosos, responsável por grande número de consultas dermatológicas. É comum afetar a fronte e as regiões pré-auriculares em decorrência de xampu e condicionador em excesso; esta é a principal causa em nossa opinião. Não é incomum a concomitância com a acne vulgar; é causada também por óleos, em geral, no dorso do paciente que se submete a massagens corporais. O calor produzido por fornos ou fogões e o óleo aéreo agravam ou desencadeiam um quadro de acne denominado de McDonald’s acne.
Acne tropical
É um quadro de acne que ocorre em climas quentes e úmidos, e afeta sobretudo tronco e nádegas; em geral, a face é poupada. Ocorre também em trabalhadores que operamfornos.
Acne por radiação
A radioterapia superficial causa metaplasia do epitélio folicular e este, ao se tornar mais compacto, provoca o aparecimento de comedões e pápulas já ao final da fase aguda da radiodermite.
Acne oclusiva ou mecânica
Ocorre por ação irritativa ou friccional local, seguida de infecção bacteriana, geralmente em áreas de contato com vestuários, como roupa de ginástica, calça apertada, capacetes, carneira do chapéu, assim como no local de apoio de instrumentos musicais, por exemplo, violino.
Pseudoacne da dobra nasal transversa
Por não ser hormônio dependente é melhor denominada como pseudoacne. A distribuição horizontal, por surgir na linha de demarcação que separa a cartilagem alar da cartilagem triangular, explica a localização no terço inferior do nariz. As lesões são comedões, milia e cistos; surge antes da adolescência.
Azulay, Rubem David. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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