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Resumo- A promoção da saúde e a prevenção integrada dos fatores de risco para doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, acidentes vasculares cerebrais, cardiopatias isquêmicas, além de serem as causas mais comuns de morbidades são também responsáveis por milhões de óbitos por ano. Especialmente no Brasil houve um aumento nos óbitos por DCNT (doença crônica não transmissível) dando destaque as DCV (doenças cardiovasculares) e HA (hipertensão arterial) possuindo essa uma instalação cada vez mais precoce na vida dos brasileiros. Por se tratarem de doenças presentes no cotidiano de muitos indivíduos, provocarem alterações objetivas e subjetivas no dia a dia e consequentemente serem responsáveis por mudanças de comportamento as DCNT tem associação com fatores complexos e multivariáveis. Os principais modificáveis que geram DCV são os hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo e a obesidade. A I conferencia Internacional de Promoção da Saúde criou a Carta de Ottawa onde nela possui a definição de promoção da saúde como “o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. A promoção da saúde tem como objetivo garantir a igualdade de oportunidades e proporcionar os meios para que pessoas e comunidades tenham para conhecer e também controlar os fatores determinantes de sua saúde. Entre os principais campos de atuação da promoção da saúde tem-se: ambientes favoráveis a escolhas mais saudáveis, acesso à informação e educação em saúde, desenvolvimento de habilidades para uma vida saudável, e também a reorganização dos serviços de saúde. Tomando isso por base, em diversos países desde a década de 70 foram introduzidos programas de intervenção de base comunitária, que têm como objetivo diminuir a morbidade e a mortalidade por DCV por meio da diminuição dos fatores de risco cardiovascular nas comunidades utilizando a educação em saúde e estruturas existentes na comunidade para alcançar esse objetivo. As estratégias comunitárias são mais utilizadas pois tem-se como premissa que ações de saúde pública tem mais impacto quando relacionadas a propostas a nível individual. A primeira experiencia comunitária registrada de forma descritiva na literatura foi o programa Community Syndrome of Hypertension, Atherosclerosis and Diabetes (CHAD) que foi desenvolvido como um projeto demonstrativo de cuidado primário em saúde voltado para a comunidade de Israel, iniciado em 1971. Seus principais objetivos eram modificar as frequências de hipertensão arterial, de hipercolesterolemia e de sobrepeso de toda a comunidade, também identificar e tratar os já afetados pela hipertensão arterial, indivíduos com diabetes, os com índice elevado de colesterol no sangue e os obesos. Também objetivam modificar os comportamentos comunitários relacionados a sua dieta, exercício físico e ao uso de tabaco. Como resultado o CHAD obteve reduções significativas em relação a prevalência da hipertensão, taxas de tabagismo e sobrepeso, mas não foram encontradas diferenças nas taxas de mortalidade dessa população. No artigo utilizado como base para esse resumo foram citados diversas ações em diferentes países com a descrição dos meios de ação e seus resultados, num aspecto geral a revisão realizada por Gazeano et al., em relação ao custo-efetividade dos programas de intervenção comunitária sobre DCNT teve a conclusão que apesar das pequenas reduções nos fatores de risco, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, elas são significativas na diminuição do risco-cardiovascular e poderiam ser custo-efetivas em países de baixa e média renda. As ações de base comunitária têm como elemento importante assegurar que as organizações e os profissionais envolvidos sejam capacitados e recebam assistência técnica para a avaliação das necessidades das comunidades e para a implementação de estratégias integrais de intervenção sobre os fatores de risco da comunidade em questão, levando em consideração as condições sociais e econômicas como a pobreza, emprego, composição familiar ambiente físico, as práticas, normas e valores, também deve ser levando em consideração a urbanização e o acesso a bens e serviços. Tomando por base as experiências internacionais em relação as politicas de promoção da saúde e prevenção de DCNT no Brasil, observa-se uma grande ênfase na intervenção de base comunitária e o papel protagonista dos serviços de Atenção Básica, que é um conjunto de ações de saúde afim de abranger a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, diagnostico, tratamento, reabilitação e a manutenção da saúde. Mas o que se constata atualmente são que os profissionais que trabalham na Atenção Básica possui uma formação e um perfil inadequado para atuar na perspectiva de atenção integral a saúde e implementação de práticas que venham a contemplar ações de promoção, proteção, prevenção e atenção precoce. Além da formação desses profissionais outras estratégias podem ser levadas em consideração para promover a saúde familiar no Brasil, tomando por base um estudo realizado por Campos juntamente com o Ministério da Saúde e a OPAS, onde mostraram que outros fatores externos contribuem para o sucesso dessa ação como um ambiente politico favorável, o empenho dos gestores locais, a presença de redes sociais atuantes no território e as ações intersetoriais. REFERÊNCIA SciELO - Brasil - A promoção da saúde e a prevenção integrada dos fatores de risco para doenças cardiovasculares A promoção da saúde e a prevenção integrada dos fatores de risco para doenças cardiovasculares
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