Buscar

DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Julia Paris Malaco – UCT16 
SP4 – tuberculose 
 
É uma doença causada por um microorganismo 
chamado Mycobacterium tuberculosis, também 
conhecido por bacilo de Koch. 
 
No gênero Mycobacterium, podem ser 
delineados quatro grupos de patógenos humanos 
com base em características microbiológicas, 
clínicas e epidemiológicas: 
 O complexo Mycobacterium tuberculosis, 
composto pelas espécies Mycobacterium 
tuberculosis, M. bovis, M. bovis BCG, M. 
africanum, M. orygis, M. mungi, M. microti, M. 
caprae, M. canetti e M. pinnipedii. 
 Mycobacterium leprae. 
 Micobactérias não tuberculosas de 
crescimento lento. 
 Micobactérias de crescimento rápido 
 
São bactérias imóveis, não esporuladas, não 
capsuladas e aeróbias estritas. Em razão das 
características de sua parede celular, as 
micobactérias são consideradas Gram‐positivas, 
mas dificilmente se coram pelo método de 
coloração de Gram. 
Sua parede tem alto conteúdo lipídico (60% do 
peso seco), grande responsável pelas suas 
características tintoriais, sua patogenicidade e 
resistência a diversos antibióticos. 
 
É importante a informação de que as bactérias do 
complexo Mycobacterium tuberculosis são de 
crescimento lento e não pigmentadas. Além 
dessas características, essas bactérias contêm, em 
sua parede celular, um glicolipídio dimicolato de 
trealose o qual, em condições apropriadas, 
cresce de modo que os bacilos álcool‐ácido 
resistentes (BAAR) estão dispostos em cadeias 
paralelas, formando cordas serpentiformes 
microscópicas, denominadas fator corda ou 
crescimento em cordas. O fator corda é um 
critério real e rápido na identificação do 
complexo M. tuberculosis. 
 
Algumas características clinicas da 
Mycobacterium tuberculosis são: 
 Paciente com tosse > 3 semanas - Tosse, seca 
ou produtiva 
 Febre vespertina, sudorese noturna, perda 
ponderal e do apetite 
 Liberação de TNF-alfa 
o Suprime o apetite 
o Inibe a ação da lipoproteína lipase -
inibindo a liberação de ácidos graxos livres 
das lipoproteínas 
 
Pacientes com esses sintomas são chamados de 
sintomáticos respiratórios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Populações mais vulneráveis para a tuberculose: 
profissionais de saúde, pessoas vivendo com 
HIV/aids, pessoas em situação de rua, pessoas 
privadas de liberdade, indígenas e/ou contatos 
de casos de tuberculose MDR. 
 
As micobactérias do complexo M. tuberculosis 
geralmente causam doenças pulmonares, mas 
podem ser extrapulmonares. A M. tuberculosis 
pode entrar em estado de dormência no indivíduo 
infectado, no qual sobrevive sem se dividir, 
causando a infecção latente. Ela é definida como 
estado de resposta imune persistente à 
estimulação por antígeno bacteriano sem 
evidência clínica de manifestação da 
tuberculose, havendo a possibilidade de 
progressão para a doença ativa, dependendo 
dos riscos do indivíduo. 
 
Existem diversas formas de tuberculose 
extrapulmonar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é 
também a mais relevante para a saúde pública, 
pois é a forma pulmonar bacilífera, a responsável 
pela manutenção da cadeia de transmissão da 
doença. 
Primo infecção tubérculos: sem doença, significa 
que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o 
Julia Paris Malaco – UCT16 
sistema imunológico os está mantendo sob 
controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
 
Tripé diagnóstico: clínica + Rx tórax + escarro 
 
O melhor método diagnóstico é a baciloscopia -
pelo menos 2 amostras = idealmente três 
 
A baciloscopia é realizada no escarro ou em 
qualquer amostra clínica, em esfregaço corado 
pelo método de Ziehl‐Neelsen ou por método 
usando fluorocromo auramina, cuja leitura é feita 
em microscópio de fluorescência. A baciloscopia 
é um método rápido, simples e de baixo custo, 
mas a sensibilidade é baixa, necessitando de 5.000 
a 10.000 bacilos/mL de amostra para a obtenção 
de um resultado positivo. Portanto, recomenda‐se 
coletar duas amostras de escarro, uma no 
momento da consulta e outra no dia seguinte, 
com atenção na orientação ao paciente sobre 
como coletar o escarro. 
 
A cultura é mais sensível que a baciloscopia, 
necessitando de 100 mL de amostra para a 
obtenção de um resultado positivo, mas é um 
teste que leva até 6 semanas para obter um 
resultado, pois a micobactéria requer de 4 a 6 
semanas de incubação para produzir colônias 
visíveis no meio de cultura sólido. Em razão das 
exigências das micobactérias, a cultura deve ser 
feita em meios específicos, que podem ser sólidos 
ou líquidos. 
 
Em comparação à cultura de escarro, a PCR em 
tempo real apresenta sensibilidade e 
especificidade próximas a 99%, quando realizadas 
em amostras com baciloscopia positiva. Por outro 
lado, nos casos em que o exame direto é 
negativo, a sensibilidade não ultrapassa 70% no 
mesmo material, de modo que um resultado 
negativo não exclui a hipótese diagnóstica. Assim, 
pode‐se dizer que a vantagem da realização da 
PCR para o complexo M. tuberculosis em material 
de vias aéreas, combinada aos métodos 
microbiológicos, é a associação de uma técnica 
mais sensível que a baciloscopia e que, 
diferentemente desta, é capaz de confirmar a 
etiologia em menos tempo que a cultura. 
 
Escarro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devem ser coletados de 5 a 10 ml de escarro. 
Quando esta quantidade de escarro não é 
alcançada, a realização dos exames e seu 
desempenho podem ficar prejudicados. 
 
Vale lembrar que uma boa amostra de escarro é 
a que provém da árvore brônquica, obtida após 
esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe 
ou por aspiração de secreções nasais, nem 
tampouco a que contém somente saliva. 
O aspecto ideal da amostra é mucopurulento. 
 
Amostras liquefeitas, com resíduos de alimentos, 
aspecto de saliva ou sanguinolentas interferem na 
sensibilidade e, consequentemente, no resultado 
dos testes. No entanto, amostras com aspecto 
diferente do ideal também devem ser 
encaminhadas ao laboratório para análise. 
 
O profissional de saúde não deve desprezar uma 
amostra sem análise laboratorial, mas o TRM-TB 
não pode ser realizado se a amostra estiver nas 
condições acima descritas ou se tiver menos de 1 
(um) ml de escarro. 
 
 Coletar o escarro, preferencialmente, em 
jejum (para evitar resíduos alimentares na 
amostra de escarro); 
 Aos pacientes que já estão em tratamento da 
TB, ingerir os medicamentos após a coleta de 
escarro; 
 Higienizar as mãos com água e sabão antes 
de manipular o pote; 
 Higienizar a cavidade oral suavemente com 
escova umedecida com água (sem creme 
dental ou soluções antissépticas), após retirar 
as próteses dentárias, caso faça uso destas; a 
distância linear mínima entre 2 pontos 
adjacentes, dos quais a microscopia dá 
imagens distintas. 
Julia Paris Malaco – UCT16 
Devem ser coletadas duas amostras de escarro de 
cada paciente, para aumentar as chances de se 
obter um resultado positivo. 
Essas amostras devem ser coletadas de acordo 
com o seguinte esquema: 
 Primeira amostra - coletada quando o 
sintomático respiratório procura o 
atendimento na unidade de saúde, para 
aproveitar a presença dele e garantir a 
realização do exame laboratorial. Não é 
necessário estar em jejum; 
 Segunda amostra - coletada, na manhã do 
dia seguinte, assim que o paciente despertar. 
Essa amostra, em geral, tem uma quantidade 
maior de bacilos porque é composta da 
secreção acumulada na árvore brônquica por 
toda a noite. 
Observação: para o controle do tratamento 
coleta-se apenas uma amostra 
 
A ordem de exame ideial é: 1º molecular, 2º 
cultura e 3º baciloscopia 
 
Baciloscopia 
 
A baciloscopia é a pesquisa de bacilos álcool-
ácido resistentes - BAAR em esfregaços da 
amostra, preparados e corados com metodologia 
padronizada. 
 
Propriedade da álcool-ácidoresistência: As 
micobactérias possuem propriedade da álcool-
ácido resistência, ou seja, de reter corantes, não 
descorando mesmo após a lavagem com uma 
solução de álcool-ácido, durante os 
procedimentos do método de coloração no 
laboratório. 
Por esse motivo, as micobactériassão classificadas 
como Bacilos Álcool-Ácido Resistentes, que a 
prática clínica e laboratorial identificado apenas 
como BAAR. 
 
Na parede celular que se encontra o composto 
6,6’ dimicolatode trealose, responsável pelo 
aspecto agregado dos bacilos (“fator corda”) em 
leitura microscópica e pela película que o M. 
tuberculosisforma em meio de cultura líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse exame é obrigatório na tuberculose 
pulmonar. Identifica a maioria dos casos 
bacilíferos, que são as fontes mais importantes de 
transmissão da doença - método simples, rápido e 
de baixo custo. 
 
A baciloscopia de controle do tratamento é 
importante porque permite avaliar o sucesso ou a 
falência do tratamento. Para isso, é indispensável 
que esse controle seja realizado, pelo menos, ao 
final do 2º do 4º e do 6º mês de tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ideal é fazer a baciloscopia ao final de cada 
mês. Com os resultados mensais, o médico pode 
construir uma Curva Baciloscópica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coloração: 
 Etapa 1, adiciona-se a fucsina sobre o 
esfregaço previamente fixado; 
 Etapa 2, faz-se o aquecimento até a emissão 
de vapores, por 3 vezes, para facilitar a 
penetração da fucsina; 
 Etapa 3, derrama-se o corante na pia e lava-
se o esfregaço com água; 
Julia Paris Malaco – UCT16 
 Etapa 4, faz-se a descoloração com álcool-
ácido e lava-se o esfregaço com água. 
Apenas os BAAR presentes no esfregaço 
reterão a fucsina; 
 Etapa 5, adiciona-se azul de metileno; 
 Etapa 6, lava-se o esfregaço com água e faz-
se a leitura. 
Se houver BAAR na amostra eles ficarão vermelhos 
devido à retenção da fucsina e serão visualizados 
microscopicamente. 
O fundo azul no esfregaço, faz o contraste para 
essa visualização. Se não houver BAAR na 
amostra, a fucsina será retirada e todos os 
elementos do esfregaço serão visualizados em 
azul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cultura 
 
Padrão ouro para diagnóstico de TB 
 
Cultura é o exame que permite o isolamento e a 
multiplicação de BAAR, a partir da semeadura da 
amostra em meios de cultivo específicos para 
micobactérias, pode ser realizado por métodos 
automatizados ou não. 
 
Indicação: 
 Todo paciente com suspeita de Infecção; 
 Formas extra pulmonares; 
 Suspeita da presença de bacilo resistente; 
Pacientes HIV positivo; 
 Confirmação diagnóstica em casos com 
baciloscopia persistentemente negativa 
 
Sensível e específica (detecta entre 10 e 100 
microrganismo por ml de escarro) 
Independentemente do resultado da 
baciloscopia, a cultura e o TS deverão ser 
indicados nos casos de contatos de TB resistente, 
pacientes com antecedentes de tratamento 
prévio para TB, pacientes imunodeprimidos e/ou 
com baciloscopia positiva no final do segundo 
mês de tratamento, falência ao tratamento, em 
investigação de populações com maior risco de 
adquirirem cepa de M. tuberculosis resistente 
 
Geralmente, as micobactérias apresentam-se na 
forma de bacilos curvos ou retos, enquanto as 
espécies do complexo M. tuberculosis apresentam 
um arranjo característico dos bacilos em cadeias 
lineares paralelas (ou cordões de bacilos) 
denominado corda. 
 
A maioria das Micobactérias não causadoras de 
tuberculose (MNT) não forma corda, 
apresentando aspecto microscópico de bacilos. 
A identificação da espécie é realizada por 
métodos bioquímicos e fenotípicos ou por 
técnicas moleculares. 
 
*O Sinan é o sistema nacional adotado para o 
registro e processamento dos dados de 
notificação e acompanhamento de doenças, e a 
tuberculose é uma doença de notificação 
compulsória. Portanto, devem ser registrados 
todos os pacientes diagnosticados com 
tuberculose.*

Outros materiais