Buscar

Estudo de caso-controle

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Saúde, gestão e humanidades IV 
INTRODUÇÃO 
O estudo de caso controle parte do 
efeito para a causa: 
 Exigindo para isso a formação de um 
grupo de indivíduos com determinada 
doença (efeito) e de um grupo 
controle constituído por indivíduos 
semelhantes, mas sem a doença. 
 As características (possíveis causas 
da doença) dos indivíduos de cada 
grupo são levantadas e verificadas as 
frequências delas nos dois grupos. 
Este desenho é retrospectivo, pois a 
doença e exposição já aconteceram no 
momento do delineamento do estudo. 
OBS: delineamento de um estudo de caso-
controle: 
1. Seleção da população com as 
características que possibilitem a 
investigação exposição-doença. 
2. Escolha rigorosa dos casos e 
controles. 
3. Verificação do nível de exposição de 
cada paciente. 
4. Análise dos dados. 
Vantagens: 
a) tempo mais curto para o 
desenvolvimento do estudo, uma vez que a 
seleção de participantes é feita após o 
surgimento da doença; 
b) custo mais baixo da pesquisa; 
c) maior eficiência para o estudo de 
doenças raras; 
d) ausência de riscos para os 
participantes; 
e) possibilidade de investigação 
simultânea de diferentes hipóteses 
etiológicas. Por outro lado, os estudos 
caso-controle estão sujeitos a dois 
principais tipos de vieses (erro 
sistemático no estudo): 
- De seleção (casos e controles podem 
diferir sistematicamente, devido a um 
erro na seleção de participantes); 
- De memória (casos e controles podem 
diferir sistematicamente, na sua 
capacidade de lembrar a história da 
exposição). 
ESTUDOS DO TIPO CASO CONTROLE 
Este desenho de estudo é particularmente 
importante para doenças raras ou, que 
por questões éticas, não seja possível 
estudar a causalidade de outra forma 
(ex.: Violência); pois busca a relação 
causal de forma retrospectiva; 
 Este tipo de estudo se desenvolve a 
partir da comparação de um grupo de 
indivíduos com a presença de um 
fenômeno/evento com um outro grupo de 
referência sem a presença do variável 
desfecho; 
 Avaliamos a probabilidade ou chance 
de exposição entre os casos e os não 
casos (controles). 
 A investigação parte do EFEITO para 
chegar às CAUSAS; 
 Pesquisa RETROSPECTIVA; 
 Os indivíduos são escolhidos porque 
tem determinada doença (CASOS) e os 
indivíduos comparáveis sem a doença 
(CONTROLES) são investigados para 
saber se foram expostos aos mesmos 
fatores de risco que os casos. 
 
 
 
 
 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Saúde, gestão e humanidades IV 
 Estrutura de um estudo caso-controle 
-> note que ele é retrospectivo. 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
O evento (doença) está de fato 
relacionado ao fator de exposição em 
estudo? 
 Se o fator de exposição estiver 
presente em maior proporção no grupo 
de casos do que no grupo controle, 
provavelmente é um fator de risco. 
 Se o fator de exposição estiver 
presente em maior proporção no grupo 
controle do que no grupo de casos, 
provavelmente ele é um fator de 
proteção. 
OBS.: Relembrando... 
 Risco Relativo (RR) – É a razão entre 
dois Riscos, isto é, compara a 
Incidência nos Expostos com a 
Incidência dos Não Expostos. 
 Odds Ratio (OR) – Razão de Produtos 
Cruzados ou Razão de Prevalências. 
Compara a proporção de expostos entre 
os Casos com a proporção de expostos 
entre os Não Casos. 
 Primeiro, temos que lembrar que 
chance (odds) é diferente de 
probabilidade (risco), embora 
tenhamos o hábito de usar estas 
palavras como se significassem a 
mesma coisa. 
 Por exemplo: 
 Qual a probabilidade (risco) de morte 
no caso de uma doença em que ocorrem 60 
mortes a cada 100 pacientes, durante o 
seguimento de 1 ano? 
 60% (60/100) (isso é intuitivo) 
 Agora, qual a chance de morte? 
Chance = probabilidade/ (1 – probabilidade) 
ou 
Chance = probabilidade/complemento da 
probabilidade; 
ou 
Chance = Probabilidade de morrer/ 
probabilidade de não morrer 
 
 
 
 A chance é 1.5, que pode ser expresso 
também como 1.5/1 (1.5 para 1). 
 Isso quer dizer que para cada 1 
pessoa que sobrevive, ocorrem 1.5 
mortes. Ou melhor, para cada 2 
pacientes que sobrevivem, 3 pacientes 
morrem. 
 
O ESTUDO DE DOLL E HILL 
A suspeita de que haveria uma relação 
causal entre tabagismo e câncer de 
pulmão foi levantada pela primeira vez 
nos anos 20, com fundamento em 
observações clínicas. Para testar essa 
possível associação, foram conduzidos 
inúmeros estudos epidemiológicos entre 
1930 e 1960. Entre eles, dois foram 
conduzidos por Doll e Hill, na Grã-
Bretanha. O primeiro foi um estudo tipo 
caso-controle, iniciado em 1947, 
comparando o hábito de fumar entre 
pacientes com câncer de pulmão e entre 
atingidos por outras doenças. O segundo 
foi um estudo de coorte que começou em 
1951, registrando causas de óbitos entre 
médicos britânicos, relacionando-as com 
o hábito de fumar. 
Os dados do estudo tipo caso-controle 
foram obtidos de pacientes internados em 
Londres e redondezas, durante um período 
de 4 anos (abril de 1948 a fevereiro de 
1952). Inicialmente, 20 hospitais e, 
posteriormente, uma quantidade maior 
dessas unidades, foram solicitados a 
notificar os pesquisadores todos os 
pacientes admitidos com diagnóstico 
recente de câncer de pulmão. Estes 
pacientes foram então entrevistados 
sobre hábitos de fumar. Um grupo 
controle foi selecionado entre pacientes 
acometidos por outros agravos, 
inicialmente não malignos, todos, porém, 
internados no mesmo hospital e em 
idêntico período. 
 
ESTHER ANDRADE | TURMA 85 | Saúde, gestão e humanidades IV 
Um número superior a 1.700 casos de 
câncer de pulmão, todos com idade 
inferior a 75 anos, foram identificados 
e, em princípio, considerados 
enquadráveis nos critérios de inclusão 
no estudo. No entanto, cerca de 15% não 
foram entrevistados devido ao óbito, 
alta gravidade da doença ou inabilidade 
para falar o inglês. Um grupo adicional 
de pacientes foi entrevistado, mas 
excluído mais tarde, quando foi 
comprovado que o diagnóstico inicial de 
câncer de pulmão estava incorreto. Ao 
final o grupo que efetivamente 
participou do estudo incluiu 1.465 casos 
dos quais 1.357 eram homens e 108 
mulheres. 
Odds de fumar: 
 Entre os casos: 1350/7 = 192,8 
 Entre os controles: 1296/61 = 21,2 
Odds Ratio: 192,8/21,2 = 9,1 
EXERCÍCIO 
Será que o número de cigarros consumidos 
diariamente pode influenciar no risco de 
câncer de pulmão?

Mais conteúdos dessa disciplina