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Julia Paris Malaco – UCT16 SP5 – anemias Hematopoiese Produção de hemácias: Produção e maturação de células na medula vão cada vez mais perdendo seu núcleo formação do reticulocito reticulocito liberado na corrente circulatória após 24 horas o reticulocito se torna uma hemácia O nome reticulocito se dá por ter ao invés de núcleo, reticulo endoplasmático rugoso em seu interior. A hemácia é anucleada e carrega a hemoglobina Anemias hiperproliferativas: aumento da quantidade de reticulocito pela necessidade de mais hemácias. Ex - hemolítica e anemia por sangramento. Anemias hipoproliferativas: anemias carenciais, falta de substrato para produção da hemácia, mesmo tendo estimulo falta “matéria prima”. Reticulocito fica baixo com consequente diminuição de hemácias. Ex - anemia por def. de ácido fólico, B12, ferropriva Quando há necessidade de mais hemácias: Diminuçao de hemácia hipóxia eritropoietina (produzida nos rins – túbulos contorcitos proximais) medula óssea estimulação de reticulocitos para produção de mais hemácias. Hemoglobina 4 cadeias globina + 4 grupo heme. O grupo heme formado por é protoporfirina + ferro. Uma hemoglobina carrega até 4 moleculas de oxigênio. Diminuição de ferro, protoporfirina e de globina consequentemente diminui hemoglobina, tendo uma anemia microcitica. Ex: anemia ferropriva é microcitica (não são todos os pacientes com anemia microcitia que a causa será anemia ferropriva, por isso não se deve dar reposição de ferro sem melhor investigação, porque pode ter intoxicação pelo fato da anemia não ser por diminuição do ferro mas sim podendo ser pela protoporfirina ou globina). Se o problema for na protoporfirina anemia siderobastica (microcitica – problemas na Julia Paris Malaco – UCT16 formação do grupo heme com consequente formação de menos hemoglobina, hemácias são menores porque tem pouco para carregar) Se o problema for no ferro anemia ferropriva (microcitica – problemas na formação do grupo heme com consequente formação de menos hemoglobina, hemácias são menores porque tem pouco para carregar) Se o problema for na globina pouca quantidade – talassemia (microcitica – pouca quantidade, hemácias menor porque tem pouco para carregar) pouca qualidade – anemia falciforme (macrocitica - forma em quantidade normal, hemácia maior porque tem mais para carregar Existem 3 tipos de hemoglobina: HbA (2 cadeias alfa e 2 beta) HbA2 (2 cadeias alfa e 2 delta) Hb fetal (2 cadeias alfa e 2 gama) Quando pedir hemograma, sempre pedir perfil do ferro também para diagnostico diferencial e necessidade de reposição de ferro Ferro alto: anemia sideroblastica ou talassemia Ferro baixo: ferropriva Hemograma Hemoglobina: 12 – 17g/dl Hematócrito: 36 – 50% Hemácias: 4 – 6 milhões VCM (tamanho da célula): 80 – 100fL HCM (quantidade de hemoglobina – hiper ou hipocromica): 28 – 32 pg CHCM: 32-35/dL RDW (índice de anisocitose): 10- 14% o normal: provavelmente talassemia o alto: ferropriva Reticulócitos: 0,5 – 2% Anemia ferropriva Hipoproliferativa Microcitica Hipocromica Ferro baixo Ferritina baixa Anemia carencial mais comum Ciclo do ferro Ingesta do ferro na dieta (ferro não se move sozinho dentro do organismo) estimulação do fígado liberação de transferrina pelo fígado (transportadora de ferro) transferrina vai ate o duodeno e jejuno proximal para captar o ferro ferro ligado a transferrina chega na medula óssea produção de hemácias hemácias vivem em torno de 120 dias vao para o baço, perdendo sua capacidade de locomoção sinusoides hepáticos realizam a hemocaterese na hemácia (morte). Hemocaterese (morte da hemácia) liberação de grupo heme e globina na circulação hrupo heme é quebrado em protoporfirina 9 + ferro. Protoporfirina biliverdina bilirrubina indireta fígado (hepatócitos) conjugação em bilirrubina direta metabolismo normal da bilirrubina Ferro captado pela transferrina parte levada ao osso para continuar a formação das hemaceas e outra parte vai para o fígado para ser armazenado em forma de ferritina ferro não sai do organismo em momento algum, por isso tem que ter muito cuidado ao dar reposição de ferro sem necessidade ao paciente Balanço negativo do ferro O corpo nunca trabalha na reserva, o estoque de ferro é grande (ferro armazenado na forma de ferritina no fígado). Nos casos de anemia ferropriva, a primeira diminuição sera da ferritina e a transferrina vai estar alta porque o fígado tenta mandar a transferrina para captar mais ferro em outros locais do corpo (intestino), aumentando a captação do ferro. Durante esse processo os exames podem aparecer como normocitica e hipocromica porque a reserva e a transferrina ainda estão conseguindo suprir a demanda. Mas a longo prazo não vai ter mais o suficiente causando a deficiência do ferro levando a anemia microcitica e hipocromica. Julia Paris Malaco – UCT16 Quadro clínico Sindrome anêmica: Cefaleia, astenia, isônia, pálido, angina Anemia Ferropriva: Glossite, Queilite angular, Perversão do apetite (PICA), Coiloníquia, Disfagia Diagnóstico Hemograma Hemoglobina – baixo HB – baixo Hematocrito – baixo Índices Hematimétricos VCM: microcícita HCM: hipocrômica RDW: alto (RDW – quanditdade de hemácias “mal formadas” que estão na circulação - anisocitose) Leucócitos – normal Plaquetas - aumentada Padrões do ferro: Ferro sérico - baixo Ferritina - baixo Transferrina – alta TIBIC – alto Saturação de transferrina - baixo TIBIC (Capacidade de ligação total do ferro) Mostra indiretamente a quantidade de transferrina. É a quantidade de transferrina que foi liberada (principalmente pelo fígado) TIBIC alto: transferrina alta TIBIC baixa: transferrina baixa Índice de saturação da transferrina Quantidade total de ferro que pode se ligar a uma transferrina - na anemia ferropriva tem muita transferrina para tentar captar mais ferro, mas não tem ferro suficiente para completar toda essa quantidade de transferrina, então a transferrina está alta mas a saturação dela está baixa (muita transferrina, pouco ferro ligado a elas) Importante investigar a causa da anemia: Crianças: prematuridade, desmame precoce, parasitose, doença celíaca, Adultos: perda sanguínea intestinal crônica, hipermenorreia, gravidez, gastrectomia. Tratamento: sulfato ferroso Avaliação da resposta ao tratamento: contagem de reticulócitos Tempo: Elevação da contagem 2-4 dias, pico 10º dia (adulto), 5º na criança Anemia por doença cronica Microcitica Hipocromica Ferro baixo Ferritina falta Doença crônica liberação de mediadores inflamatórios (citocinas) a principal consequência desses mediadores é alteração de uma proeina chamada hepsidina Hepsidina: faz com que o corpo mantenha o ferro estocado no fígado, não permite a libração da ferritina. O fígado percebe que o estoque está cheio e como consequência não ve necessidade de produzir transferrina para captar mais ferro. Hemograma e Perfil do ferro: VCM – pode aparecer normal, mas geralmente baixo. No início pode aparecer como normocitica e normocromica. Com o tempo evolui para microcitica e hipocromica. Ferro sérico – diminuído (falta de transferrina não tem captação de ferro) TIBIC – diminuído (não temtransferrina) Ferritina – alta (estoque no fígado) Saturação de transferrina – baixa (não tem ferro e nem transferrina, vai estar zerado) Tratamento: doença de base Anemia megaloblastica Macrocitica Normocromico Deficiência de ácido fólico e vitamina B12 Erro no DNA Fisiologicamente: intesta de ácido fólico entra na forma de metil-tetra-hidrofolato (MTHF) vitamina B12 (age sobre MTHF) tetra-hidrofolato (THF) formação correta do DNA. Na medula óssea, normalmente o citoplasma das células crescem e seu núcleo cresce junto, até chegar num ponto em que não consegue crescer mais e se divide em duas. Na anemia megaloblástica os citoplasmas das células crescem sem o crescimento do núcleo, o que faz com que ela não consiga de dividir e é liberada no seu maior tamanho na circulação. Isso Julia Paris Malaco – UCT16 acontece pela deficiência na formação do DNA pela falta de ácido fólico ou B12. Pelo fato do citoplasma crescer normalmente e somente o núcleo não, ao exame pode ser normocromica (coloração normal). Na medula, o macrófago reconhece essas células gigantes e mata, processo chamado de eritropoiese ineficaz (morte da célula dentro da própria medula) A morte das células libera hemoglobina grupo heme protoporfirina bilirrubina bilirrubina indireta. A morte das células também libera desidrogenase lática (LDH) Hemograma Macrocícitca Normocrômica RDW - alto Leucócitos - baixo Plaquetas - baixo BI - ALTO LDH - ALTO Absorção do ácido fólico: Ingesta na dieta (folhas verdes) absorvido no duodeno e jejuno proximal ácido fólico entra na forma de metil-tetra-hidrofolato (MTHF) vitamina B12 trasnforma em tetra-hridrofolato tetra- hidrofolato é usado na formação do DNA das células se transforma em di-hidrofolato sofre ação da enzima di-hidrofolato-redutase tranforma de novo em THF. Metil-tetra-hidrofolato (MTHF) sofre ação da vitamina B12 sobra o radical metil se liga a homocisteina (metil + homocisteina) formando metionina -homocisteina alta: pode ser deficiência de acido fólico ou de B12. Causas de deficiência de ácido fólico: Ingestão deficiente, criança não come salada, alcoolismo, gestante, hemólise crônica, medicações. Absorção de vitamina B12 Ingesta de vit. B12 (carnes) B12 está ligada a proteína ao ser ingerida ação do ligante R (presente na saliva) B12 + proteína + ligante R vao para o estomago liberação de pepsina e fatores intrínsecos pepsina quebra ligação de B12 com a proteína B12 então se liga ao ligante R B12 + ligante R + fator intrínseco vão para a segunda porção do duodeno liberação de enzimas pancreáticas e sais biliares protease quebra a ligação da B12 com o ligante R B12 entao se liga somente ao fator intriseco chega ao íleo terminal se separa do fator intriseco e é absorvida. Causas de deficiência de vitamina B12 falta ingesta de carne, anemia perniciosa, gastrectomia, pancreatite crônica, doença íleal (tb íleo, lifoma de íleo, doença de crohn), diphylobothrium latum. É diagnostico diferencial de pancitometia Quadro clínico Anemia carencial: glossite, queilite angular, diarreia DEF B12: Síndrome neurológica (alteração de sensibilidade, formigamento, etc), doenças auto imune associada (anemia perniciosa) Síndrome cordonal posterior: pode ser causada por deficiência de B12, marcha tabética, talonante, alteração da propriocepção e da sensibilidade vibratória Causa dos sintomas neurológicos Ácido metil malonico é metabolizado e transformado em succinil coenzima A, essa transformação é feita pela vitamina B12. Julia Paris Malaco – UCT16 Se não tem B12, aumenta ácido metil malonico e diminui succicil coenzima A porque não ocorre a transformação. O excesso desse ácido se torna toxico para o nervo. Importante: Homocisteína alta: ou deficiência ou de ácido fólico ou de B12 Ácido metil malonico alto: deficiência de B12. Então, se homocisteina alta e ácido metil malonico alto: B12 Se homocisteina alta e ácido metil malonico baixo: deificiencia de ácido fólico Hemograma Hemoglobina: baixo Hg - baixo Hematocrito: baixo VCM: alto HCM: normo RDW: alto Plaquetas e leucócitos: baixo LDH: muito aumentado Bilirrubina indireta: aumentada (pouco) Anemias em geral Redução da massa eritrocitária circulante total abaixo dos limites normais. Redução da capacidade de transporte do O2 Hipóxia tecidual Fadiga, fraqueza, cansaço extremo Mensuração da massa eritrocitária: ↓ hematócrito ↓ concentração de hemoglobina (Hemoglobina 7 é o padrão para necessidade de transfusão de sangue). Classificaçao das anemias Tamanho da hemácia: macrocitica, normocitica e microcitica Coloraçao das hemácias (quantidade de hemoglobina): normocromica, hipocromica Forma: esferas, falciforme, etc Microcíticas hipocrômicas: distúrbios da síntese de hb Macrocíticas: prejuízos na maturação dos precursores de eritrócitos Normocíticas normocrômicas: etiologias diversas Anemia hemolítica Eventos que levam a anemia hemolítica: Taxa de destruição precoce da hemácia (antes dos 120 dias) hipóxia - hemácia destruída precocemente falta oxigênio levando a hipóxia Elevação dos níveis de eritropoietina e aumento compensatório da eritropoiese Acúmulo de produtos de degradação da hemoglobina liberados pela degradação de eritrócitos e derivados da hemoglobina (bilirrubina indireta, ferro) Destruição dos eritrócitos pode ocorrer por: Hemólise extravascular: no baço, macrófago destrói a hemácia alterada → anemia, esplenomegalia, icterícia. Hemólise intravascular: Trauma de vaso sanguíneo formação de trombo passagem dificultada da hemácia, se choca no trombo → Homólise → anemia, hemoglobinemia, hemoglobinúria, hemossiderinúria e icterícia. o Hemólise intravascular liberação de hemoglobina livre para o plasma Hb livre + haptoglobina destruição por fagócitos → forma bilirrubina produto da degradação de hemoglobina) diminuição de haptoglobina Hb livre oxidada se tranforma em metemoglobina é captada pelo túbulo contorcido proximal Acúmulo de ferro no túbulo contorcido proximal hemossiderose De maneira geral, na anemia hemolítica diminuição tensão de oxigênio tissular (diminui capacidade de oxigênio no liquido extracelular, levando a baixa disponilidade de oxigênio para a célula) aumento compensatório na produção de eritropoietina aumento taxa de produção de eritroblastos na medula óssea consequente aumento na taxa de liberação de hemácias Julia Paris Malaco – UCT16 jovens (reticulocitos) aumento de reticulocitos no sangue periférico Esferocitose hereditaria Distúrbio hereditário causado por defeitos intrínsecos do esqueleto da membrana eritrocitária que tornam os eritrócitos esferoides menos deformáveis e vulneráveis ao sequestro esplênico e à destruição. Mutações provocam insuficiência dos componentes do esqueleto da membrana. Hemácia vai se deformando para conseguir passar dentro do leito vascular e normalmente volta ao normal, os defeitos do citoesqueleto impedem essa volta a sua forma normal. Macrófagos então reconhecem essa alteração e fagocitam a célula precocemente (30-40 dias). O baço é o principal vilão na esferocitose libera os macrófagos que fazem fagocitose precoce Morfologia: Esferocitose écaracterística, mas não patognomônica Reticulocitose (aumento para subrir as hemácias que foram fagocitadas precocemente) Hiperplasia eritroide da medula óssea Hemossiderose Icterícia leve Colelitíase Aumento esplênico moderado é característico (500-1.000g) Diagnóstico: História familiar Achados hematológicos Evidências laboratoriais: o 2/3 dos pacientes apresentam eritrócitos sensíveis à análise osmótica. o HCM elevado Teste de fragilidade osmótica: aumentado (indica problema na membrana plasmática) A severidade da esferocitose hereditaria varia grandemente: Em poucos casos: pode se apresentar ao nascimento com icterícia acentuada e requer transfusões. 20% a 30% dos casos: assintomática. Maioria dos casos: anemia hemolítica crônica leve a moderada. Crises aplásicas: parada transitória da produção de hemácias - em geral desencadeadas por infecção aguda por parvovírus B19 – replica dentro do eitroblasto levando-o a lise e parando a produção de hemácias o Quadro infeccioso, febre, contagem baixa de hemácias – indica crise aplásica – parvovirus B19) Julia Paris Malaco – UCT16 Anemia falciforme Hemoglobinopatia hereditária Normocromica Normocitica Hemoglobina normal: duas cadeias alfa globina e duas cadeias beta globina, cada uma se associa a um grupo heme e o heme se associa o ferro. Tipos de hemoglobina: HbA (α2β2): baixa afinidade pelo oxigênio, sendo mais eficaz no transporte dele Pequenas quantidades de HbA2 (α2δ2): afinidade maior ao oxigênio o que dificulta a liberação dele Pequenas quantidades de hemoglobina fetal (α2γ2): muito alta afinidade pelo oxigênio, dificulta distribuição para os tecidos Hemácias na doença falciforme: HbS (α2βs2) - alteração da beta globina, adição de hemoglobina S. Para o paciente ter hemoglobina S precisa ser homozigoto. Nos heterozigotos somente tem traço falciforme, que não é a doença (poucas hemácias falciformes em quadro de hipóxia, mas não o suficiente para causar doença) Consequência de hemoglobina S na hemácia: se torna ineficiente logo após se ‘desligar’ do oxigênio se associa a outros grupos de hemoglobina S aumena viscosidade, fica mais endurecida maior chance de formação de polímeros e filamentos distroçao da arquiteruta da hemácia, deixando-a no formato de foice (falcizaçao). A falcização pode ser reversível ou irreversível: Reversível: pode voltar ao seu formato normal por ligação ao oxigênio Irreversível: altera a membrana aumenta influxo de cálcio saída de potássio e agua aumenta viscosidade falcizaçao irreversível Pode ocorrer dois eventos o hemolise extravascular o oclusão da microvasculatura (aumento da expressão de moléculas de adesão) – causa crises dolorosas – característica da anemia falciforme Outros fatores contribuem para oclusão microvascular ↑ moléculas de adesão (Mediadores aumentam a expressão de moléculas de adesão) Estagnação de eritrócitos → baixa tensão de O2, falcização e obstrução vascular. ↓ óxido nítrico → vaso constrição, agregação plaquetária, falcização e trombose. (Oxido nítrico faz vasodilatação, sua diminuição prejudica) Julia Paris Malaco – UCT16 Morfologia Número variável de células irreversivelmente falciformes Reticulocitose Células em alvo (desidratação eritrocitária) Medula: hiperplásica Clinica Maxilares proeminentes Alterações do crânio que lembram um corte de cabelo militar ao raio X (aumento de produção de trabécula óssea no osso esponjoso, estimuladas por conta da hiperplasia de medula) Hematopoiese extramedular Cálculos biliares Hiperbilirrubinemia Autoesplenectomia: perda da capacidade funcional do baço por fibrose constante e extensa Infartos podem ocorrer em: ossos, cérebro, rins, fígado, retina e vasos pulmonares. Ulceras na pele (adultos) Hipertonicidade da medula renal → hipostenúria (dificuldade de concentração da urina) Alteração da função esplênica → susceptibilidade a infecções Crises vaso oclusivas (crises dolorosas): causas mais comuns de morbidade e mortalidade na doença falciforme Hipóxia e infarto que causam dor intensa na região afetada. Locais mais envolvidos: ossos, pulmões, fígado, cérebro, baço e pênis Síndrome torácica aguda: tipo grave de crise vaso-oclusiva envolvendo os pulmões. Apresenta febre, tosse, dor torácica e infiltrados pulmonares. Crises sequestro esplênico (baço intacto): aprisionamento maciço de células falciformes (macrófago fagocita hemácias no baço e elas não saem mais, isso reduz quantidade de célula na corrente sanguínea) → esplenomegalia → hipovolemia → choque hipovolêmico Crises aplásicas: parvovírus B19 Hipóxia crônica: prejuízo generalizado do crescimento e desenvolvimento (quanto mais hemácias falciformes, maior falta de oxigênio Talassemia Grupo heterogêneo de distúrbios causados por mutações herdadas que diminuem a síntese de hemoglobina adulta, HbA. Beta-talassemia Causadas por mutações que diminuem a síntese das cadeias de β-globina. Podem ter duas mutações: Mutações β0: não tem sintese de β-globina, ausência total dela. Mutações β+: síntese reduzida (porém detectável) de β-globina, pouca produção e quantidade insuficiente Beta talassemia maior: Homozigoto – beta 0/beta 0 ou beta +/beta + É a mais grave Ausência de síntese ou síntese muito reduzida de beta globina, não sendo possível formar hemoglobina A. É necessária transfusão de sangue periodicamente Beta talassemia menor: heterozigoto – beta 0/ beta normal ou beta +/beta normal. Menos grave, assintomático, anemia leve Beta talassemia maior A hemoglobina normal é formada por 2alfa globina e 2 beta globina. A falta de beta globina Julia Paris Malaco – UCT16 faz com que se formem dímeros de alfa globina que vão formando aglomerações dentro do citoplasma da célula, dificuldade a maturação, causando uma eritopoiese ineficaz, tendo produção e função ineficiente. O macrófago então acaba destruindo em excesso as hemoglobinas causando anemia grave. Com a destruição das hemácias, tem-se a liberação de muito ferro no fígado, causando hemossiderose (pode acontecer no coração também) Falta de hemoglobina causa hipóxia, que estimula hiperplasia da medula com aumento do osso plano e aumento de trabéculas ósseas (padrão de corte de cabelo militar) Manifestação: 6 a 9 meses após o nascimento (HbF para HbA) Pacientes não transfundidos: Hb de 3 a 6g/dL (valor de referência 12 a 17, ponto de corte para transfusão é 7) Corpúsculos de howel jolly (aglomerados de alfa globina) Eritrócitos podem apresentar uma ausência completa de HbA (genótipo β0/β0) ou conter pequenas quantidades (genótipos β+/β+ ou β0/β+) HbF está acentuadamente elevada Os níveis de HbA2 algumas vezes são elevados, porém mais frequentemente são normais ou baixos Sangue periférico: Anisocitose – RDW elevado Poiquilocitose Microcitose Hipocromia – HCM baixo Células em alvo Pontilha do basófilo Eritrócitos fragmentados Eritroblastos Reticulocitose Pacientes não transfundidos: expansão da medula óssea → erosão do osso cortical →formação de novo osso →aspecto de “corte de cabelo militar” ao raio X. Hiperplasia fagocitáriae hematopoiese extramedular → aumento do baço (peso de até 1.500g) Fígado e os linfonodos também podem estar aumentados (hematopoiese extramedular) Hemossiderose e hemocromatose secundária, as duas manifestações da sobrecarga de ferro, ocorrem em quase todos os pacientes (coração, fígado e pâncreas). Crianças não transfundidas →retardo do crescimento e morte Sobreviventes→ossos do maxilar e proeminências ósseas aumentados e distorcidos. Hepato esplenomegalia Doença cardíaca resultante da sobrecarga de ferro progressiva e hemocromatose secundária (causa de morte importante em pacientes tratados intensamente com transfusões) Transplante de medula óssea → cura Beta talassemia menor A maioria dos pacientes consiste em portadores heterozigotos de um alelo β+ ou β0. Geralmente assintomáticos. A anemia, se presente, é leve. Sangue periférico: Hipocromia Microcitose Pontilhado basófilo Células em alvo Medula óssea: hiperplasia leve Aumento de HbA2 (α2δ2) de até 4% a 8% da hemoglobina total (normal, 2,5% ±0,3%) Julia Paris Malaco – UCT16 HbF geralmente normais ou discretamente aumentados. Alfa talassemia Causadas por deleções herdadas e resultam em síntese reduzida ou ausente das cadeias de α- globina. Hemoglobina de Bart: Tetrâmeros de γ-globina não pareadas (RN) HbH: Tetrâmeros de β-globina (crianças e adultos)
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