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Síndrome Gripal COVID-19 Nathália Zaidan MANEJO DA SINDROME GRIPAL E SUAS COMPLICAÇÕES. · Estabelecer gravidade: · Estável · Grave · Potencialmente grave · História · Quando iniciou SG, contato com outras pessoas com SG ou que apresentaram SG posteriormente ao contato com o mesmo, comorbidades (doenças respiratórias e cardiopulmonares). · Separação imediata dos possíveis transmissores. · SÍNDROME GRIPAL · Anamnese · Idade · Comorbidades (lembrar das pneumopatias!) · Data de inicio dos sintomas (lembrar que os casos de coronavirus costumam complicar após uma semana do inicio dos sintomas) · Qual sintoma predomina? · Questionar: anosmia, ageusia, dispneia, tosse e possíveis mudanças do padrão (seca que passou a ser produtiva), diarreia. · Antecedente familiar/epidemiológico (pessoas na família com quadros virais, viagens). · Exame Físico · Estado geral (ativo, vigil, prostrado, lentificado) · Grau de hidratação: mucosas/pulso (filiforme, cheio) · Oroscopia · Padrão respiratório (taquipneia, uso de musculatura acessoria, retração de fúrcula) · Ausculta pulmonar (estertores creptantes, estertores subcreptantes/grossos, sibilos, abolida) · Dor abn a palpação · Lesões de pele · Edema de MMII REVISÃO AUSCULTA PULMONAR: *Murmúrio vesicular = sons normais *Ruídos adventícios: sons anormais *Estridor: som produzido pela semi-obstrução da laringe ou traqueia. *Roncos: vibrações das paredes brônquicas, sons graves de baixa frequência, contínuos, auscutados nas vias áreas maiores. *Sibilos: sons agudos *Estertores creptantes/estertores finos: ruídos finos (semelhante a friccionar os cabelos), homogêneos, de mesma altura, timbre, e intensidade sendo auscutados no final da fase inspiratória (pneumonia, edema agudo de pulmão). OBS: não se alteram com a tosse. *Estertores subcreptantes ou bolhosos: auscutado no inicio da inspiração e toda expiração (bronquites, bronquiectasias) OBS: alteram-se pela tosse Espectro das manifestações clínicas: CONDUTAS · Adulto < 60 anos sem comorbidades. · Sem hipoxemia · ALTA PARA CASA com isolamento (acompanhamento telefônico) · Com hipoxemia < 93% · Internação · Imagem · Exames · O2 + reavaliação · Retorno ao hospital por surgimento de novos sintomas · Complicação bacteriana? · Pneumonite bacteriana? · Teste diagnostico (RT-PCR) · Idealmente em todas as pessoas sintomáticas · Reservado para profissionais de saúde e pacientes com necessidade de internação · Idoso (>60 anos) ou adulto jovem com comorbidades: · Sem hipoxemia · ALTA PARA CASA · Oseltamivir · SEGUIMENTO TELEFONICO PROXIMO · Com hipoxemia < 93% · Internação · Imagem · Exames lab · O2 + reav · Retorno ao hospital por sutgimento de novos sintomas (8-10dias) · Internação COMORBIDADES: · DPOC, asma, pneumopatias estruturais. · Doença cerebrovascular · Cardiopatias, incluindo HAS grave. · DM insulinodependente · Insuficiência renal · Imunossuprimidos · Medicamentos utilizados nessa fase: · SINTOMATICOS: Dipirona (1g 6/6h), Paracetamol, Escopolamina, Ondasentrona, Dimenidrato. EVITAR CORTICOIDE ORAL. · HIDRATAÇÃO: preferencialmente VO, IV para casos selecionados (ter cuidado com velicidade de infusão em idosos/cardiopatas p/ evitar congestão e EAP). · MATER MEDICAÇÕES DE USO CONTINUO · SINDROME GRIPAL EM PEDIATRIA · Epidemiologia · Baixa incidência · Baixa morbidade · Baixa mortalidade · Sinais e Sintomas: · 15% assintomáticos, 20% IVAS, 65% pneumonia. · Tosse 48% · Hiperemia de orofaringe 46% · Febre 41% · Diarreia 9% · Coriza 8% · Na admissão: 40% taquicardia e 30% taquipeneia · Avaliação inicial: · Anamnese e duração dos sintomas · Contato com caso positivo ou suspeito de COVID-19 · Antecedentes respiratórios (bronquite, asma, pneumonias) · Antecedentes mórbidos gerais (DM, doenças neurológicas, cardíacas e oncológicas) · Uso de medicamentos de rotina · Exame físico: · Avaliação da respiração (esforço, tiragens, retrações, etc) · FR · Ausculta pulmonar (roncos de transmissão, sibilos, estertores, etc) · Medida da Sat · Ausculta cardíaca, pulso e PA · Exame abn (8% tem diarreia) · Conduta: · Casos leves: · Orientações de isolamento · Contactar posto para monitoramento · Sintomáticos (antitérmicos, lavagem nasal): dipirona, paracetamol, ibuprofeno. · Evitar nebulizações, preferir medicações com spray: salbutamol, fenoterol, ipratrópio. · Evitar corticoide a menos que o paciente apresente sibilância ou laringite. NÃO: caso leve, indicar isolamento domiciliar e realizar monitoramento. SIM: SRAG Paciente tem indicação de UTI? · Choque · Disfunção de órgão vitais · Insuficiência respiratória; ou · Instabilidade hemodinâmica NÃO: · Oxigenoterapia sob monitoramento · Hidratação venosa · Exames complementares · Acompanhamento leito clinico em isolamento individual ou coorte. · Notificar SIM: · Suporte intensivo · Oxigenoterapia sob monitoramento · Hidratação venosa · Exames complementares · Acompanhamento leito de terapia incentiva em isolamento individual ou coorte. · Notificar OBS: utilizar Oseltamivir em SRAG sem dx até resultado de RT-PCR para SRS-CoV-2. Se positivo suspender o uso. · SÍNDROME GRIPAL EM GERIATRIA: · Segurança do atendimento: Idosos e acompanhantes de mascaras. · Distanciamento de 1 metro · Uso de EPIs · Podem ser uma serie de vírus: Influenza A, Ifluenza V, SARS-CoV-2 · Diferenciação do resfriado comum (não tem febre, hipoxemia ou falta de ar). · Sintomas: · Tríade habitual: Febre na admissão, faltar de ar e tosse. · Doença leve: sontomas inespecíficos · Doença moderada: paciente com pneumonia (infiltrado) e sem sinais de pneumonia grave. · SINTOMAS DE ALARME: · Falta de ar/cansaço para atividades habituais · Taquipneia (>30) · Confusão mental aguda (9%) – mudança de comportamento. - Sonolência, letargia, estupor ou hipervigilância, desatenção. · Queda de saturação (<90%) · Dor torácica. · Laboratório: leuco pode variar, linfopenia pode aparecer em 80% dos casos, plaquetopenia (pior prognostico), PCR e procalcitonina são inespecíficas (usualmente baixas). · RX de toráx não são específicos, podem até ser normal. · O mais comum é pneumonia lobar/multilobar/consolidação bilateral. · CT de tórax · Comorbidades e medicações em uso. · Tratamento: · COMPLICAÇÕES: · RINOSSINUSITES: inflamação do nariz e seios paranasais. · Caracterizada por dois ou mais sintomas, um dos quais deve ser: · Bloqueio/obstrução/congestão nasal · Descarga nasal (gotejamento nasal anterior/ posterior) · Pressão/dor facial · Redução ou perda do olfato (anosmia) · RINOSSINUSITE AGUDA: como a RNA ocorre após infecção viral o dx deve ser feito após: · Persistência dos sintomas por mais de 10 dias ou · Agravamento dos sintomas após 5 dias (obstrução nasal, gotejamento posterior, hiposmia e dor facial). · RINOSSINUSITE AGUDA BACTERIANA: · Pelo menos 3 dos itens abaixo · Rinorreia purulenta · Presença de secreção purulenta em rinofaringe (gotejamento posterior) – sinal da vela · VHS > 10 · Piora do quadro clínico · Achados endoscópicos preditores de infecção bacteriana: ENDOSCOPIA NASAL: presença de secreção purulenta em meato médio esquerdo. Secreção purulenta. 1- concha nasal media; 2 concha nasal inferior, 3 meato médio. · História e EF do paciente · Rinoscopia · Oroscopia · Endoscopia Nasal · TC de seios paranasais (para casos crônicos e complicações (abcesso infraorbitário, abcesso cerebral) de casos agudos). Não dá etilogia (viral x bacteriano) 1 – velamento dos seios paranasais/concha média com presença de secreção. · TRATAMENTO: · As rinossinusites são resolvidas sem antibióticos na maioria dos casos. Lembrar que a maioria das RNA são virais e apenas 2% evolui para RNB. · Corticoide tópico: dexametasona, budesonida, ciclesonida, fluticasona (nasonex, budecort, nasacort): 2 jatos 3 vezes ao dia. · Corticoide oral: reservado para pacientes com muita dor (proscrito em tempos de covid) · Descongestionante nasal: oximetazolina, nafazolina, naridrin. · OTITES E AMIGDALITE · OMA Agentes bacterianos · Streptococcus pneumoniae · Haemophilus influenzae ·Moraxella catarrhalis Os agentes bacterianos colonizam nasofaringe e é necessário que ocorram alterações para que apresentem sintomas. EX: Diante de uma infecção viral pode ocorrer edema da mucosa da nasofaringe e consequentemente um aumento da aderência das bactérias e liberação de mediadores inflamatórios, causando ainda edema de tuba auditiva (que liga nasofaringe a orelha media) fazendo uma pressão negativa na orelha media facilitando migração dessas bactérias da nasofaringe para orelha media. Agentes etiológicos virais · Virus sincicial respiratório · Parainfluenza vírus · Coronavirus · Adenovirus · Bucavirus humano · Quadro clínico: · Otalgia súbita após IVAS Piora com deglutição e assoar o nariz · Hipoacusia, plenitude auricular. · Sintomas vestibulares · Otorréia - Perfuração de membrana timpânica A secreção que fica atrás do tímpano vai distendendo o timpânico o que causa dor e quando a resistência timpânica é vencida causa otorréia. - Melhora da dor. · Febre alta · Crianças menores: · Choro constante · Letargia · Redução do apetite · Cuidado · Distúrbio de articulação temporomandibular · Otite externa · Amigdalites Otoscopia normal: membrana do tímpano transparente, brilhante pelo reflexo da luz do otoscópio na membrana (triangulo luminoso). Otoscopia alterada: aumento da vascularização, membrana timpânica mais opaca, ausência do triangulo luminoso. Otoscopia alterada: membrana timpânica abaulada, secreção purulenta retrotimpânica nível líquido. Otoscopia alterada: Após tratamento correto de otite media aguda. Não merece novo tratamento. Paciente pode ter a queixa de sensação de ouvido cheio. 1- Otoscopia normal 2- OMA: membrana timpânica abaulada 3- Evolução de OMA 4- Abaulamento importante · Exames complementares · Sinais de alarme (acometimento de par craniano, abaulamento retroauricular, cefaleia importante, sonolento, letargia) começar pensar em abcesso intracraniano, otomastoidite, trombose de seios sigmoides, paralisia de nervo facial, · Tomografia computadorizada de osso temporal e crânio com contraste. Cuidado nos laudos de mastoidite (quando ocorre velamento das células da mastoide pode ser laudado como mastoidite porem é necessário complementar com RM). · TRATAMENTO · Analgesia Cuidado com AINE e corticoide. · Observação em quadro leve e reavaliação · Amoxicilina (80-90 mg/kg/dia) / Amoxi-clavulanato (otite de repetição ou que tomou amoxi a pouco tempo) / Cefuroxima ou Claritromicina (pacientes alérgicos) Maioria dos quadros são autolimitados e apresentam melhora espontânea. · Falha – Amoxi-Clavu ou atb EV (ceftriaxone, clinda, cefalosporina 2 ou 3 geração. · Orientações · Proteção auricular quando tiver otorréia, com algodão banhado em oléo ou algo que impermeabilize (quando for tomar banho). · FARINGOAMIGDALITE · Agentes etiológicos – Adenovirus, thinovirus, coronavius, influenzae, parainfluenzae e vírus sincicial respiratório. · Bacterianas – Strepto pyogenes do grupo A ou Strepto beta-hemolitico do grupo A (20%). · Chamydia pneumoniae e o Mycoplasma pneumoniae causando infecções em adolescentes e adultos jovens. · Staphylococcus aureus, Haemophilus sp, Moraxella catarrhalis, são por vezes, responsáveis por recorrências de infecções estreptocócicas. · QUADRO CLINICO: · Febre · Dor · Alterações inflamatórias de orofaringe · Ganglios submandibulares aumentados de volume e dolorosos · Coriza, conjuntivite e obstrução nasal – virais. · Adenopatia cervical (nódulos cervicais posteriores), esplenomegalia (50%), hepatomegalia (30-50%), dor abn rash cutâneo – mononucleose infecciosa (EB, CMV, toxo) · OROSCOPIA: Hiperemia e edema de mucosa, criptas preenchidas por secreção purulenta. LEMBRETE: observar se existe simetria se úvula é centralizada, pois assimetria e desvio de úvula e abaulamento do palato faz pensar em complicações como abcesso amigdaliano. · Exames complementares: · Dx clinico (falso positico para doença bacteriana – 75%) · Teste rápido (S. pyogenes) - Especificidade 95% - Sensibilidade 60% - 90% - Diminui o uso de atb · Sorologia para EB, CMV (IgM e IgG) diante de suspeita · Hemograma - Leucocitose com desvio a esquerda e neutrofilia Linfócitos atípicos – mononucleose infecciosa. · TRATAMENTO: · Hifratação · Analgesia · Antitérmicos · Atb – 10 dias (prevenção de complicações) Penicilina G benzatina (dose única); Amoxi; Macrolideos (alérgicos), Amoxi + clavu; cefalosporinas (alérgicos ou resgate) (cefuroxima/ceftriaxone), clindamicina. · COMPLICAÇÕES Streptococcus pyogenes do grupo A · Febre reumática, glomerunefrite difusa agudam escarlatina, endocardite, abscesso periamigdaliano/flegmão. Abcesso periamigdaliano: amigdala desviada para região mediana, desvio da úvula, abaulamento importante no palato mole. TC com contraste para conseguir delimitar abcesso. TTO: drenagem em CC. · PNEUMONIA COMUNITÁRIA · Adquirida fora do ambiente hospitalar ou até 48h da internação. · Fatores de risco: · Tabagismo · DPOC · AVC/demência · DM · Neoplasias · Colagenoses · Hepatopatia · HIV · Populacionais (moradores de rua, indivíduos provados de liberdade). · QUADRO CLÍNICO: · Sintomas respiratórios agudos (dispneia, tosse, expectoração) + febre Tosse, expectoração, dor torácica, dispneia, odinofagia, sibilância, broncoespasmo. · Extremos de idade: Dor adn, alteração de nível de consciência Pouca febre em idosos. · Quadro mais arrastado Uso de corticosteroides, etilistas, atb. · Sintomas não predizem etiologia · Dx feito em associação com achados radiológicos. · RX DE TORÁX: · 75% consolidação alveolar / 47% derrame pleural · Atenção: obesos, pneumopatias, imunossuprimidos, acamados. Consolidação associadas a vidro fosco principalmente em lobo superior E. · Etilogias: · Streptococcus pneumoniae (sensível a penicilina e cefalosporina, resistência a macrolídeo quando em monoterapia) · Haemophilus influenzae (sensível a betalactamicos, mas em adultos apresenta uma certa resistência devido a produção de betalactamase) · Mycoplasma pneumoniae · Chlamy · Comorbidades – resistência · DPOC · IC · Neolasia · Hepatopatia · Insuficiência renal · Epidemiologia (EUA, Asia) · Etilismo · Etiologia Viral · TRATAMENTO · Residencial, hospitalar? Paciente não pneumoata SpO2 <92% -> Internação CPR5 caso não tenha laboratório. · Pneumonia grave – UTI 1 critério maior ou 3 menores. · TRATAMENTO · Empirico · Ideal – seguir consensos locais. · Cobertura S, Pneumoniae + atípicos? · Monoterapia ambulatorial? · Atenção comorbidades: Insf cardíaca, renal, hepatic, DPOC, etilismo, neoplasia, DM. · Tratamento ambulatorial: 7dias. Tratamento ambulatorial com comorbidades: Tratamento internado: Uso de corticoide: atualmente a recomendação é de não utilizar, a não ser que tenha alguma doença de base. Ex: pct asmático. · Prognóstico · Falencia inicial (<72h) Gravidade da infecção · Falencia pós 72h Descompensação comorbidades Superinfecção (hospitalar) · Até 12% paciente internados são readmitidos em 30 dias Descompensação comorbidades cardio, neuo ou pneumologicas Atenção eventos cardiovasculares no primeiro mês. IC 14%, arritmia 5%, Ico aguda 5%. · COMPLICAÇÕES BACTERIANAS – RAIOX E TC Radiografia · Avaliação inicial · Maior disponibilidade, menor custo, menor dose de radiação. · Sempre que possível, 2 incidências, posteroanterior e perfil. · Confirmar dx, avaliar extensão, complicações e possíveis diferenciais. TC · Pode trazer informações adicionais em casos em que os achados clínicos e da radiografia são duvidosos · Suspeita de dx alternativo · Avaliação de casos com evolução ruim · Direcionar procedimento invasivo · Considerar sempre custo-beneficio e se haverá mudança de conduta · Algumas áreas do parênquima pulmonar a pneumonia pode ficar escondida, principalmente próximo as estruturas mediastinais e perto das cúpulas diafragmáticas. · Perfil: conforme desce para campos pulmonares inferiores o pulmão vai ficando mais transparente Nos ápices pulmonares pode ser difícil visualizar a pneumonia devidosobreposição óssea, nas regiões hilares pois pode confundir com estruturas normais, na região retrocardíaca, e no parênquima pulmonar que se insinua posteriormente nas cúpulas diafragmáticas. Preenchimento do espaço alveolar: · Consolidação · Opacidadades em vidro fosco Alterações inflamatórias centradas as vias aéreas e alterações intersticiais (espessamento dos interstícios septal e eribronvascular) Achados associados (derrame leural, linfonodomegalias, áreas escavadas, etc). Pneumonias – Etiologia · Difícil distinção entre etilogia viral e bacteriana; · Sobreposição de achados entre os diversos agentes atiologico, · Alguns agentes tem características mais especificas, especialmente em estudos tomográficos: · Tb e demais infecções micobacterianas; · Pneumocistose; · Covid 19
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