Buscar

Capital Social e a Administração Pública Brasileira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

ENSAIO SOBRE CAPITAL SOCIAL E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
BRASILEIRA 
 
Andressa Vieira Silva 
 
1. INTRODUÇÃO 
Este ensaio trata dos conceitos de capital social, seus possíveis usos e sua 
relação com a democracia e a participação da sociedade na arena política e social. Além 
disso, são abordados os conceitos de governança e governabilidade e os modelos de 
administração pública burocrática e gerencial. 
Esse trabalho é baseado nos artigos Capital social: conceitos e contribuições às 
políticas públicas (2003), de Elisabete Ferrarezi, Teorias do capital social e 
desenvolvimento local: lições a partir da experiência de Pintadas (2003), de Carlos 
Milani, e Desafios da administração pública brasileira: governança, autonomia e 
neutralidade (1997), de Maria das Graças Rua. 
 
2. CAPITAL SOCIAL 
O termo “capital social” se tornou frequente nos trabalhos acadêmicos a partir 
dos anos 1990, de acordo com Milani (2003) e Ferrarezi (2003). Esses autores analisam 
em seus trabalhos vários conceitos para esse termo, entretanto não há um consenso entre 
essas definições. Ambos dão destaque para as abordagens de Pierre Bourdieu, James 
Coleman e de Robert Putnam. Conforme Ferrarezi (2003), Bourdieu e Coleman 
compartilham a ideia de que é importante considerar, na definição de capital social, a 
confiança como variável do contexto e não apenas a existência de redes como foi feito 
por Putnam. Nesse sentido, Ferrarezi (2003, p. 10) diz que “quanto mais elevado o nível 
de confiança numa comunidade, maior a probabilidade de haver cooperação, o que 
realimentaria a confiança”, ou seja, havendo confiança a sociedade tende a pensar nos 
interesses coletivos reforçando dessa forma os governos democráticos. 
Em sua análise, Milani (2003) depreende que o capital social está fundado em 
relações sociais e que esses recursos são propriedade de uma comunidade ou de 
indivíduos que buscam potencializar suas capacidades e alcançar seus objetivos. Além 
disso, Milani (2003) mostra a particularidade do capital social quanto a sua cumulação, 
pois seu uso aumenta o seu estoque, entretanto, condutas como intolerância, 
discriminação, limitação à liberdade de expressão e aos espaços públicos tendem a 
diminuí-lo. 
Nesse contexto, Ferrarezi (2003) elenca as distinções de capital social originadas 
em debates acadêmicos e destaca a importância dessa classificação para identificar em 
cada contexto quais combinações são possíveis para gerar resultados como o aumento 
da efetividade das políticas públicas. A autora (2003, p. 17) ainda relaciona o capital 
social com o empoderamento da sociedade “que permitiria distribuir o capital social e 
interferir nos processos políticos”. 
 
3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA 
Rua (1997) dá início ao seu artigo distinguindo os conceitos de governança e 
governabilidade. Para a autora, governança está relacionada à administração de recursos 
econômicos e sociais para o alcance dos objetivos da administração, e governabilidade 
tem relação com as condições do exercício do poder. A seguir, a autora (1997) analisa 
que, apesar de suas disfunções, o modelo de administração pública burocrática surgiu 
com a missão de priorizar o conhecimento técnico especializado, a impessoalidade e o 
cumprimento da lei para, dessa forma, eliminar a corrupção, o nepotismo e outras 
práticas originárias da administração pública patrimonialista. 
Com a recessão enfrentada no início dos anos 80 e a globalização, os países 
enfrentaram ainda uma crise de governabilidade e, por isso, era necessária uma 
modernização do modelo político-administrativo. No Brasil, essa modernização se deu a 
partir de uma reforma administrativa representada pelo PDRAE - Plano Diretor da 
Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) de 1995 que buscava a implantação do 
modelo gerencial puro originário do setor privado. Entre as características desse modelo 
adaptado ao setor público, Rua (1997) destaca a flexibilidade (tentativa de acabar com a 
rigidez da burocracia), a descentralização, a accountability e a transparência. 
 
4. CONCLUSÃO 
Conforme Milani (2003, p. 111), capital social é “o somatório de recursos 
inscritos nos modos de organização cultural e política da vida social de uma população” 
e, por isso, acredita-se que através dele podemos tornar políticas públicas, como o 
combate à fome e à pobreza, mais efetivas. Além disso, empoderando a sociedade 
podemos dar visibilidade a grupos excluídos, participar das ações do governo e exercer 
o controle social. 
Diante disso, concluímos que o capital social pode ser uma alternativa para o 
Brasil aumentar a participação da sociedade nas políticas públicas e aumentar a 
confiança do nosso povo. Isso contribuiria diretamente para o fortalecimento da 
democracia do nosso país. 
 
REFERÊNCIAS 
FERRAREZI, Elisabete. Capital social: conceitos e contribuições às políticas públicas. 
Revista do Serviço Público, Brasília, ano 54, n. 4, out./dez. 2003. 
 
MILANI, Carlos. Teorias do capital social e desenvolvimento local: lições a partir da 
experiência de Pintadas. IV Conferência ISTR-LAC, São José, Costa Rica, 2003. 
 
RUA, Maria das Graças. Desafios da administração pública brasileira: governança, 
autonomia e neutralidade. Revista do Serviço Público, Brasília, ano 48, n. 3, 134-152, 
set/dez 1997.

Outros materiais