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Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria Diabetes Mellitus Fisiologia Pancreática Localizado adjacente ao estomago e próximo a primeira porção do intestino, o duodeno. Possui duas funções diferentes. Exócrina: produção de enzimas digestivas, como suco pancreático, lipase, amilase. Endócrina: Ilhotas de Langerhans (conjunto de células especializadas que produzem diversos hormônios) Células α: glucagon (homeostase de glicose) Células β: insulina (homeostase de glicose) Células δ: somatostatina (regula a secreção do glucagon e insulina) Células PP: polipeptídio pancreático (estimulante das células assinares que produzem enzimas da digestão) Sistema de feedback Homeostase da Glicose Animal se alimenta de carboidratos, proteínas e lipídeos. Alimento vai para o TGI. Enchimento gástrico + saciedade alimentar = Aumento de nível glicêmico. Ilhotas de Langerhans, principalmente células β produzem insulina. Insulina estimula a glicose da corrente sanguínea a entrar na célula. Animal em jejum prolongado – redução do nível glicêmico. Glucagon, produzido pelas células α, impossibilita a entrada de glicose na célula para preservar a energia restante e estimula outras vias, catabolizando lipídeos e proteínas (gliconeogênese) e quebra de glicogênio armazenado no musculo e no fígado (glicogenólise). Portanto: Insulina aumenta a captação de glicose pela célula e é caracterizado por ser um hormônio hipoglicemiante, pois reduz a glicose da corrente sanguínea do animal. Glucagon é um hormônio que aumenta a glicemia sanguínea e inibe a captação de glicose pelas células. Temos também os hormônios contra reguladores que também possuem ação hiperglicemiante, são eles: Catecolaminas (adrenalina), Cortisol, Hormônio do crescimento GH e Progesterona. Definição Diabetes Mellitus Doença metabólica secundária à falta relativa ou absoluta de insulina, que se caracteriza por hiperglicemia crônica e pela tendencia a desenvolver catabolismo proteico e lipídico. Epidemiologia Cães: • Poodle, dachshund, schnauzer, beagle • 5 F : 1 M Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria Gatos • Siamês, SRD • Castrados • Obesos Classificação DM tipo I (insulino-dependente) • Mais comum em cães. Animal não consegue mais produzir a insulina pelo pâncreas. Deficiência absoluta na secreção. Destruição das células β + predisposição genética. Geralmente relacionada a um processo autoimune, uma insulinite imunomediada, mas quando o animal chega na clínica não há formas de ver a causa, normalmente, só a consequência. DM tipo II (não insulino-dependente) • Mais comum em gatos. Causa normalmente multifatorial. Predisposição genetica (amiloidose) + fatores ambientais (obesidade, glicocorticóides, progestágenos). Impede que a insulina se ligue no receptor da membrana celular. Disfunção das células β + resistência insulínica que causam uma deficiência relativa de secreção de insulina. DM Transitória • Cadelas prenhes. Resistência insulínica devido aumento de produção de progesterona e consequentemente produção de GH pelas glândulas mamárias. Fisiopatologia da DM Glicose tem característica de puxar moléculas de água, por isso quando está em nível alto no sangue e é eliminada pela urina puxa muita água. Então o animal entra num estado de polidipsia compensatória para tentar manter o nível adequado de hidratação. Além disso, há um catabolismo proteico, onde há quebra de musculatura, gordura para a liberação de glicose e por isso há a perda de peso. O animal nunca fica saciado pois a glicose não entra na célula, então ele adquire o hábito de polifagia. Em cães o acúmulo de glicose no sangue faz com que haja o aparecimento de sorbitol nos olhos, que faz um desarranjo nas células do cristalino da lente do olho e a consequência disso é a presença de cataratas. Em gatos observamos, principalmente, animais com sobrepeso. Obesidade mórbida. Sinais clínicos Neuropatia diabética: em gatos é muito comum observarmos lesão metabólica dos nervos periféricos, por conta do acúmulo de glicose na Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria corrente sanguínea. O animal começa a adotar uma posição plantígrada de membros pélvicos. Diagnóstico Resenha, anamnese e exame físico Hemograma: ndn Bioquímica sérica: • Hiperglicemia (> 120 mg/dL) • Frutosamina (> 400 mmol/L) (ptt glicada, se ligou a glicose a duas ou três semanas) • ALT (relacionada a necrose hepatocelular), FA, GGT, colesterol, triglicerídeos. Urinálise • Glicosúria (+++) • Densidade urinária reduzida (< 1.030 ou 1020) • ITU (infecção de trato urinário, comum observar leucócitos e ptt na urina (pós renais) e presença de microorganismos). Tratamento • Insulinoterapia • Hipoglicemiantes orais (principalmente em gatos) • Dieta • Exercício físico • OSH (castração em fêmeas) Insulinoterapia Rápida: situações emergenciais • Regular (2h após aplicação) • Asparte e Lispro Intermediária: + usada em cães NPH (1h após aplicação, mas o pico gira em torno de 6 a 8h após adm) Lenta: + usada em gatos. PZI (fora do BR) Glargina (não tem pico de ação, mas ação duradoura) Cães: Tomar cuidado com hipoglicemia, sempre oferecer alimentos (fonte de glicose) no início, meio e fim do dia. Material organizado por Juliana Navarro - @igveterinaria Gatos: Hipoglicemiantes orais • Sulfonilureias Glipzide (2,5 mg/gato BID) células β residuais • Inibidores α-glicosidase Acarbose (12,5 mg/gato BID) diminui absorção intestinal de glicose. • Metais de transição Cromo Vanádio Cães e Gatos: Dieta: • Pouca gordura • Pouco carboidrato (+ complexos) • Mais fibras • Gatos: ad libitum -60 kcal/kg/dia Exercício físico: • Aumenta fluxo sanguíneo • Aumenta absorção de insulina • Estimula transporte de glicose para os músculos. Ovariohisterectomia (OSH) Controle Glicêmico Melhora clínica • Ingestão hídrica < 40 mL/kg/dia • NU, ND, NF Glicemia > 250 mg/dL (em pico de ação) = aumentar 1 UI da insulina utilizada Frutosamina < 400 mmol/L Curva glicêmica • Eficácia e tempo de ação da insulina • Nível glicêmico menor (nadir) Complicações Hipoglicemia (Efeito Somogyi – hiperglicemia rebote – aumento de ingestão de água) Nefropatia e hipertensão Resistencia insulínica Sindrome hiperosmolar hiperglicêmica Cetose diabética Complicações em Gatos Sindrome hiperosmolar hiperglicêmica (alteração na osmolaridade sanguínea) • Edema cerebral • Alterações neurológicas Valor de referência: 310 mOsm/kg
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