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AULA 2 - HISTÓRIA DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO NO MUNDO

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AULA 2
História da Indústria do Petróleo no Mundo
Prof. Ricardo Oliveira
O petróleo, do latim petroleum (óleo de pedra), é um produto natural, em processo de formação há milhões de anos, a partir de material orgânico, depositado nos fundos dos mares e lagos. É conhecido desde 4.000 anos a.C., quando alguns povos antigos já o utilizavam em sua forma natural, obtendo-o de exsudações ou vazamentos na superfície da terra (PETROBRAS, 2006).
Os primeiros registros do emprego de betume e asfalto remontam às construções na Babilônia e no Egito e a impermeabilização dos cascos de embarcações pelos fenícios. Ainda na Antigüidade, registram-se diversas outras aplicações desde a conservação de múmias até como combustível incendiário para fins bélicos. Na América pré-colombiana, o petróleo foi utilizado pelos incas, maias e outras civilizações na pavimentação de ruas, decoração e impermeabilização de utensílios de cerâmica. Sua primeira aplicação, em larga escala, foi na iluminação pública como substituto do óleo de baleia. Posteriormente, passou a ser utilizado pela indústria como combustível, em substituição ao carvão.
A primeira mineração do petróleo aconteceu em 1742, na Alsácia, região administrativa da França, situada ao leste do país, junto às fronteiras com a Alemanha e Suíça. No início do século XIX, em Baku, capital do Azerbaijão, os russos escavaram os primeiros poços, usando pás e enxadas, atingindo profundidades de, no máximo, 30 metros.
O marco da Era Moderna da exploração comercial do petróleo foi a perfuração de um poço, pelo ex-maquinista de trem americano, coronel Edwin Drake, em 27 de agosto de 1859, em Oil Creek, Titusville, Pensilvânia, Estados Unidos. A técnica que utilizou, desenvolvida a partir das técnicas de exploração das minas de sal, consistia em abrir um furo batendo no solo com uma ferramenta suspensa da extremidade de um cabo. Ao atingir a profundidade aproximada de 20 metros, o poço produziu petróleo com uma vazão estimada de 20 barris por dia. Cinco anos após a perfuração do poço de Drake, já funcionavam nos Estados Unidos 543 companhias dedicadas à indústria do petróleo. 
A aplicação do petróleo ainda era a de substituir o óleo de baleia para a iluminação através do querosene obtido através, de um processo de refinação rudimentar. Assim, o querosene alavancou a busca por petróleo, pois garantia a luz nas antigas cidades do século XIX. Posteriormente, o petróleo foi usado também como importante lubrificante das máquinas que manufaturavam os produtos daquela época.
O primeiro boom da indústria veio com o advento do motor a combustão interna (ciclo Otto e ciclo Diesel), o desenvolvimento do setor automobilístico e o impulso dado a indústria por D. J. Rockefeller, fundador da instituição da Standard Oil Company, em 1870. A Standard Oil se beneficiou de economias de escala e se transformou na maior empresa de petróleo do mundo. Numerosos concorrentes foram absorvidos, a produção aumentou e a companhia se transformou num complexo industrial líder do mercado, um monopólio. Em 1911, quando da sua dissolução, deu origem a muitas entidades separadas e as principais foram Exxon, Mobil, Chevron, Sohio, Amoco, Conoco e Atlantic. 
Nos anos seguintes, o desenvolvimento da perfuração rotativa e o avanço tecnológico na fabricação do aço e equipamentos derivados, bem como na engenharia de projetos e poços e técnicas operacionais, permitiram perfurações superiores a 10.000 metros (THOMAS, 2001).
Até 1945, os Estados Unidos eram o grande produtor de petróleo no mundo, seguido da Venezuela, México, Rússia, Irã e Iraque. As sete irmãs - Exxon, Chevron, Royal DutchSchell, Gulf Oil Co., Texaco, Mobil Standard Oil e British Petroleum - dominavam a produção mundial, atuando nas várias regiões petrolíferas, construindo impérios que transcendiam os poderes dos próprios Estados onde atuavam (ANDRADE, 2005).
Após a Segunda Guerra Mundial e durante a década de 50, registrou-se uma intensa atividade exploratória, com incursões no mar. Houve desenvolvimento dos processos de refino e a criação da indústria petroquímica, e a reconstrução da Europa e do Extremo Oriente. Os três fatores impulsionaram o crescimento da demanda por petróleo. Os Estados Unidos continuaram a deter metade da produção mundial, porém o Oriente Médio começou a se transformar na mais importante região produtora.
Os anos 60 caracterizaram-se pela abundância de petróleo no mundo, por baixos preços do produto e um consumo desenfreado. Registraram-se grandes descobertas de petróleo no Oriente Médio e de gás na Rússia, o que provocou o deslocamento do pólo produtor para àquela região. Um fato marcante no início desta década foi a criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), formada por Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Líbia, Argélia, Venezuela, Equador, Nigéria e Gabão, que viria a desempenhar papel crucial na economia mundial do petróleo.
A década de 70 foi palco de grandes aumentos nos preços de petróleo, com os choques de 1973, em função da decisão da OPEP de aumentar o preço do barril de cerca de US$ 3,00 para US$ 12,00 e de 1979, decorrente da revolução iraniana Naquele ano, o barril do petróleo, em valor corrente, atingiu cerca de US$ 32,00 e, em valor de 2005,US$ 85,00. Estes aumentos dos preços, por outro lado, viabilizaram economicamente as descobertas de porte realizadas no México e no Mar do Norte e o desenvolvimento de energias “alternativas” tais como a nuclear, solar, biomassa etc.. Outras grandes descobertas aconteceram em países comunistas e em alguns países do terceiro mundo.
A guerra Irã-Iraque que se estendeu por quase toda a década de 80, contribuiu para manter o preço do petróleo em cerca de US$ 37,00 correntes e US$ 88,00 em valor atualizado para 2005 (BRISTISH PETROLEUM, 2006). No entanto, os grandes avanços tecnológicos verificados propiciaram a queda dos custos de exploração, perfuração e produção, incentivando as operadoras a investirem em novas descobertas, com a intensificação das operações no mar. O preço do petróleo atingiu, no final da década, o valor corrente de US$ 18,23 (US$ 28,69 atualizado para 2005) e as reservas provadas mundiais saltaram, nesses 10 anos, de 667 bilhões de barris para 1.004 bilhões, apontando um crescimento de 50%.
Nos anos 90, os avanços tecnológicos e os seus impactos sobre a redução dos custos de exploração, perfuração e produção, continuaram. Entre 1980 e 1996 os custos caíram cerca de 60%, enquanto as reservas mundiais provadas de petróleo, nesse mesmo período, cresciam na mesma proporção (THOMAS, 2001). A invasão do Kuwait pelo Iraque, em janeiro de 1990, provocou um aumento temporário de 30% no preço do petróleo, em relação à média de 1989, atingindo um valor corrente de US$ 23,73/barril. Com o término da guerra, em 1991, os preços começaram a cair, tendo algumas oscilações eventuais para cima e registrando em 1998 o menor valor da década, US$ 12,72 em moeda corrente e US$ 15,71 em moeda constante de 2005.
Em função do crescimento do consumo e da instabilidade política no Oriente Médio, o preço do barril de petróleo passou de US$ 21,41, no final da década passada, para um valor médio de US$ 54,52 em 2005, com tendência de alta em 2006.
Bibliografia
Diagnóstico da Cadeia de Suprimento dos Segmentos de Exploração, Produção, Refino e Transporte de Petróleo e Gás Natural na Bahia, 2007.

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