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MUZZY, Leonardo A. – P2 1 Farmacologia do Diabetes Farmacologia do Diabetes O diabetes é o distúrbio do metabolismo glicêmico mais prevalente, apesar de existirem outras (hipoglicemias, resistências insulínicas, síndrome metabólica). Ele é caracterizado por um quadro de hiperglicemia persistente, ou seja, um quadro crônico que não é mais transitório. Essa hiperglicemia pode ter duas razões: • Deficiência na produção de insulina e aí a glicose não é captada pelos tecidos. • Quando a gente produz a insulina, mas ela não tem um bom funcionamento esses quadros recebem o nome de resistência insulina, que é um dos principais fatores envolvidos no DM 2. O diagnóstico da diabetes é feito exclusivamente de forma laboratorial, apesar de existirem complicações da diabetes que estão mais relacionadas as complicações do Diabetes do que apenas ao diagnóstico. Tem que dosar a glicemia. Insulina Ingestão de alimentos → metabolismo dessas macromoléculas → conversão em glicose. A glicose circulante vai ativar os receptores os transportadores de glicose presentes nas células beta pancreáticas que são ativadas a partir dela, uma vez que a glicose ativa esses transportadores GLUT2, essa glicose entra nas células e desencadeia diversas reações metabólicas, que tem como objetivo a produção de energia. Essa produção de energia despolariza as células pancreáticas, levando a uma diminuição do efluxo de K+ e a abertura dos canais de Ca++. No momento que essas células betas são despolarizadas a partir de um sinal vindo da glicose, essa insulina vai ser liberada e secretada pelas células beta. Desse modo, essa insulina vai ser utilizada para fazer a recaptação da glicose e levar energia para os nossos tecidos, principalmente para os tecidos insulino dependentes, como o músculo esquelético e o tecido adiposo. E como a insulina que foi secretada é capaz de colocar a glicose circulante dentro das células/tecido? A partir da ação dela sobre os seus receptores. MUZZY, Leonardo A. – P2 2 Então, a insulina foi secretada e aí ela precisa agir sobre seus receptores tirosina quinase que têm um domínio de ligação extra membrana e um domínio de ligação intracitoplasmático, uma vez que a insulina se liga aos receptores de membrana, essa ativação leva a uma cascata de fosforilação. Com essa cascata de fosforilação, um dos substratos fosforilados é o receptor GLUT-4 (receptor intracitoplasmático) que se encontra dentro do citoplasma das células e está distribuído por diversas células do organismo. Desse modo, uma vez que a insulina se liga ao receptor intracelular GLUT-4 fazendo com que ele sofra uma translocação, isso faz com que ele seja direcionado a membrana celular e, com isso, sendo capaz de captar a glicose circulante. Os principais tecidos, com maior densidade desses receptores GLUT-4 são o fígado, Toda vez que eu tenho ao final hiperglicemia descompensada, a gente sabe que o maior estímulo para secreção de insulina é o estado hiperglicêmico, porque ele é persistente no diabético? Porque eu não tenho secreção de insulina, ou ação de forma eficiente para tentar equilibrar nesse estado. DM tipo 1 É uma doença autoimune, que pode ser dividida em tipo A e tipo B. ✓ DM tipo 1A: . Nela eu consigo comprovar a presença de autoanticorpos que fazem a destruição das células beta, ou seja, eu tenho uma deficiência na produção dessa insulina. ✓ DM tipo 1B: . Ela é de natureza idiopática, a gente não consegue definir a etiologia pois não se consegue comprovar por exames laboratoriais a existência desses autoanticorpos. Obs.: Para a definição do diabetes tipo 1 não é necessário a dosagem de autoanticorpos, visto que eles são exames muito caros e realizados na rede particular (servem para pensar em sequenciamento genético). DM tipo 2 É aquele em que ocorre uma perda de secreção insulínica combinada a uma resistência insulínica. Com base nisso, podemos compreender que todo DM2 começa com uma resistência a insulina, ou seja, o meu pâncreas produz a insulina, mas ela não consegue agir. Com a criação dessa resistência a insulina chega um ponto que ela está sendo produzida, mas não está sendo utilizada, o que faz com que o pâncreas entenda que não deve mais produzir insulina. Por isso, nós vemos que o DM tipo 2 pode evoluir para um quadro de perda da produção e secreção de insulina. Desse modo, também existem pacientes DM2 que utilizam a insulina como tratamento para equilibrar essas concentrações de glicose no sangue. Diabetes Gestacional Ele não entra no conceito inicial do Diabetes, pois ele é um distúrbio hiperglicêmico, mas não é de caráter persistente. No Diabetes gestacional a paciente tem um quadro de hiperglicemia transitória, que vai estar presente na paciente na maioria das vezes durante a gestação. Contudo, caso a mulher não trate esse quadro de diabetes gestacional, ele pode evoluir para um DM2. O diabetes gestacional acontece, pois os hormônios placentários são hormônios complacentes de insulina, ou seja, são hormônios diabetogênicos. Por isso, dependendo do trimestre da gestação, o aumento da produção dos hormônios placentários facilita ainda mais o desenvolvimento diabetes gestacional. Entretanto, para a gestante ter um diagnóstico de diabetes gestacional ela não pode ter uma outra forma de diabetes antes de engravidar, ou seja, ela tem pré-requisito de não ter um diagnóstico prévio de outro tipo de diabetes. Outros tipos de Diabetes São outras formas de diabetes (diabetes monogênicos, diabetes neonatal, secundário a endocrinopatias, secundário a doenças do pâncreas exócrino, secundário a infecções e secundário a medicamentos) que também não entram naquele conceito de hiperglicemia persistente, porque MUZZY, Leonardo A. – P2 3 quando se retira o estímulo esses níveis de glicemia tendem a equilibrar. Diferença entre o Diabetes tipo 1 e tipo 2 No DM1 eu não tenho uma produção e secreção suficiente de insulina pelo pâncreas, mas a gente sabe que como o pâncreas não produz insulina ele produz outros hormônios como o Glucagon que é o grande responsável pelas manifestações clínicas do DM1. Isso ocorre pois com o acúmulo de glicose no sangue não vai haver insulina se ligando aos receptores GLUT-2 nas células beta pancreáticas. Com isso, essa glicose fica circulante em concentrações elevadas, que faz ela acumular e causar um quadro de hiperglicemia. Contudo, mesmo com a ausência da insulina o glucagon vai continuar ativo e por ele ter uma ação catabólica ele vai metabolizar essa glicose e fazer com que ela se acumule ainda mais na corrente sanguínea. Além disso, como o glucagon não consegue metabolizar a glicose por ela se encontrar dentro da corrente sanguínea, o paciente vai fazer uma metabolização de lipídeos, produzindo então corpos cetônicos a partir dessa metabolização. Com isso, uma vez que esses lipídeos são metabolizados os triglicerídeos se acumulam na forma de VLDL. Portanto, um dos sinais clínicos dessa síndrome é a cetoacidose diabética, pois como aquela glicose não pode ser utilizada pelos tecidos o glucagon passa a agir metabolizando os ácidos graxos. E o produto dessa metabolização produz corpos cetônicos, que se acumulam na corrente sanguínea, alterando o pH para a produção de uma acidose metabólica. Com isso, produzindo uma manifestação clínica muito importante que é a cetoacidose diabética, vale ressaçtar que essa alteração do pH pode ser observada pela gasometria. O paciente apresenta também emagrecimento pela metabolização de gorduras, astenia pela metabolização de proteínas, fraqueza muscular, dentre outras alterações. Já no DM2 a insulina é produzida pelo pâncreas, mas ela não consegue realmente ser utilizada. Ela não consegue fazercom que a glicose adentre pelos tecidos e passa a se depositar na corrente sanguínea. Desse modo, ao ocorrer esse acúmulo de glicose no sando, o paciente tem um aumento de triacilgliceróis e VLDL, mas o que a gente não tem no DM2 é a ação do glucagon, visto que ao contrário do DM1 a insulina está sendo produzida, mas ela não está sendo utilizada da maneira correta. Então o que acontece no DM2 é um processo de resistência a insulina, na qual a insulina é produzida e secretada, mas ela não consegue ser utilizada para a sua receptar a glicose do sangue para os tecidos. Com isso, uma vez que a insulina foi secretada ela deveria se ligar aos seus receptores de insulina. Essa ativação dos receptores de tirosina-quinase ativa essa cascata de fosforilação, fazendo com que esses receptores citoplasmáticos de GLUT-4 sejam translocados para a membrana celular de vários tecidos insulino dependentes. Após a compreensão desse processo, o que pode originar essa resistência insulínica? 1. Alterações pré-receptor: São alterações na estrutura da insulina, pois nós sabemos que a insulina é um polipeptídio composto de diversos aminoácidos e que pode sim sofrer mutações a partir de polimorfismos genéticos. A gente pode ter também o aumento de hormônios contrarreguladores, que são aqueles hormônios que fazem com que a ação da insulina seja inibida, como o cortisol, glucagon, catecolaminas. Por isso, o estresse está tão relacionado a resistência insulínica. E a produção de anticorpos anti-insulina, muito comum do DM1, na qual os anticorpos MUZZY, Leonardo A. – P2 4 se ligam a insulina, a degradam e impedem que ela se ligue aos seus receptores. 2. Alterações no receptor: A gente tem como causas a diminuição da secreção de receptores de insulina nas células beta, ou seja, ocorre uma invaginação de receptores que também pode estar relacionado a uma alteração genética. Além de um defeito na produção de receptores, em que ocorrem alterações que levam a translocações genéticas diferentes, muito relacionadas a fisiopatologia do DM2. 3. Alterações pós-receptor: Elas acontecem quando a insulina é produzida, se liga ao seu receptor, mas o GLUT 4 não consegue ser translocado para a membrana plasmática. Ela desencadeia todas essas manifestações responsáveis pelos sinais e sintomas do DM. ✓ DM1: emagrecimento, polifagia, polidipsia, cetoacidose, bafo cetônico. ✓ DM2: enjoo, poliúria. Diagnóstico Como foi dito anteriormente o diagnóstico do DM é estabelecido por exames laboratoriais, isso acontece pois o Diabetes é uma doença oligoassintomática, com sintomas inespecíficos e quando ele vai apresentar esses sintomas é porque ele já tem estabelecido valores maiores. E o diagnóstico do diabetes pode ser realizado a partir três exames: ✓ Glicemia em jejum; ✓ Glicemia 2h depois do teste de tolerância a glicose; ✓ Hemoglobina glicada: Para esses parâmetros existem os dados adotados pela sociedade brasileira de diabetes e a Associação americana de diabetes, que se divide em paciente normal, paciente pré-diabético e paciente diabético. Contudo, para o diagnóstico do diabetes é necessário a gente ter ao menos dois exames alterados com as amostras em parâmetros diabéticos. Logo se eu tiver apenas uma glicemia de jejum de 130, isso não é algo suficiente para se fechar o diagnóstico de diabetes. Com isso, eu preciso repetir esse exame para saber se o meu paciente está diabético. Entretanto, se o paciente já apresentar sintomas clássicos de hiperglicemia (poliuria, polifagia e polidipsia), apenas uma glicemia ao acaso (sem jejum) acima de 200 já é o suficiente para se fechar o diagnóstico. Dentre esses valores a gente destaca os valores dos pacientes pré- diabéticos, que podem ser revertidos através da mudança do estilo de vida ou com o tratamento medicamentoso. Entretanto, nesses quadros de pré-diabetes o paciente já apresenta uma resistência a insulina, ou seja, o paciente está produzindo insulina, mas não está conseguindo utilizá-la da forma correta, levando a um acúmulo de glicose no sangue. MUZZY, Leonardo A. – P2 5 Contudo, existe o diagnóstico do diabetes gestacional que não segue aquelas regras acima, sendo outros valores de uma outra forma. Pois ele não é um diagnóstico de um distúrbio do metabolismo glicêmico persistente e sim transitório. Para o diagnóstico do diabetes gestacional a primeira coisa que nós temos que fazer é excluir outras formas de diabetes. Desse modo, na primeira consulta de pré-natal o médico pede uma glicemia em jejum ou uma hemoglobina glicada para realmente comprovar que essa gestante não tem um diagnóstico prévio de diabetes. Caso essa mulher apresente parâmetros normais, ela não apresenta um diagnóstico de diabetes. Entretanto, se essa mulher apresenta uma glicemia de jejum acima ou igual a 92, ela já vai receber o diagnóstico de DM gestacional, pois nós sabemos que com o passar da gestação esses hormônios placentários tendem realmente a aumentar as concentrações da glicose por conta dessa regulação. Além disso, se ela não apresentar uma glicemia de jejum maior que 92, na 24ª a 28ª semana ela vai fazer um outro exame para saber se ela não adquiriu, porque nessas semanas ocorrem uma maior produção desses hormônios inibitórios da insulina o que aumenta as chances de se realizar esse distúrbio. Tratamento do Diabetes Com isso, visto que existe um distúrbio do metabolismo glicêmico, ocorre uma diminuição na produção e secreção de insulina. Por conta disso, o tratamento da diabetes se baseia na captação da glicose para os tecidos, o qual é um tratamento complexo, que envolve desde medicações orais diversas vezes ao dia e que também está associado a uma mudança no estilo de vida. Atualmente, o tratamento medicamentoso está muito evoluído e muito associado a novas tecnologias, mas a mudança no estilo de vida que vem sendo a grande dificuldade no tratamento. Mudança no estilo de vida: reeducação alimentar, prática de exercícios físicos, mudança no estilo de vida, controle do sono, gerenciamento de estresse, dentre outros. Desse modo, após diagnóstico temos as possibilidades terapêuticas: DM1: Nele o paciente tem uma deficiência na produção da insulina, para isso o paciente tem que utilizar a insulina de uma outra forma e, por isso, o tratamento desses pacientes é uma insulinoterapia plena, ou seja, a gente tenta imitar de uma forma exógena a ação dessa insulina que não está sendo produzida. DM2: No DM2 a gente tem algumas possibilidades, como os antidiabéticos orais ou hiperglicemiantes orais, que podem ser utilizados em um primeiro momento em monoterapia. Em pacientes refratários podem ser utilizadas combinações desses fármacos. Em casos de resistência insulínica a longo prazo, isso tende a produzir uma deficiência na secreção dessa insulina, ou seja, meu pâncreas para de produzir pois está havendo um aumento excessivo da quantidade de insulina. Com isso, esses pacientes com DM tipo 2 também podem fazer uso da insulina. Insulinoterapia MUZZY, Leonardo A. – P2 6 Ela se relaciona basicamente com o tratamento do DM1, que está relacionado a oferta de uma insulina exógena para poder compensar a ação da insulina que não está sendo produzida. Portanto, a insulinoterapia é imprescindível para o tratamento do DM1 e deve ser instituída assim que o diagnóstico for realizado (o diagnóstico do DM1 está associado a quadros mais graves como cetoacidose diabética). A insulinoterapia pode ser realizada de diversas formas, com esquemas diferentes e formas de insulinas diferentes que vão ser combinadas estabelecendo alvos glicêmicos pré e pós prandiais para serem alcançados. A tabela na figura representa a última diretriz da Sociedadebrasileira de Diabetes (2020), a qual traz como meta glicêmica critérios da sociedade americana de pediatria, visto que o DM1 é geralmente diagnosticado na infância. Então eu tenho que administrar esses hormônios para alcançar essas metas glicêmicas e esse ajuste que muitas das vezes é complicado. Com isso, nós temos uma meta para glicemia pré-prandial, pós- prandial, ao deitar, na madrugada e uma hemoglobina glicada (HbA1c), vale citar que a hemoglobina faz uma estimativa dos últimos dias de vida das hemácias, pois a hemoglobina se liga as hemácias recebem o nome de hemoglobina glicada. Além disso, essa insulinoterapia deve ser individualizada e o mais fisiológica possível. Por isso, é tão difícil chegar essa insulinoterapia ao mais próximo possível. Para entendermos o que é mais próximo do fisiológico temos que entender o que acontece nas fases de secreção e ação dessa insulina. O nosso corpo tem duas fases de liberação de insulina fisiológica, nós temos a fase 1 ou bolus de insulina e a fase 2 ou Insulina basal. ❖ Fase 1 (liberação rápida): A fase 1 de liberação rápida acontece a partir de um estímulo, como ingerir um alimento, utilização de sulfoniluréias, glucagon, dentre outros. Essa insulina secretada vem de um estoque de insulina presente nas células beta pancreáticas. ❖ Fase 2 (liberação lenta): Contudo, após esses estímulos a secreção de insulina cai, fazendo com que o organismo permaneça com níveis séricos basais de insulina. E essas concentrações séricas de insulina acontecem na fase de liberação lenta, em que o que mantem aos níveis de insulina é um pouco da insulina pré-formada, a insulina recém-sintetizada nas células beta e as pró- insulinas. Desse modo, quando o paciente é DM1 a gente precisa utilizar as insulinas endógenas para tentar reproduzir esse gráfico, por isso, ele tem que ser o mais fisiológico possível. Para isso eu vou utilizar uma insulina basal para evitar a lipólise e a liberação hepática de glicose no período interalimentar (entre as refeições). Mas nós temos que ter também um Bolus de insulina, que é utilização de insulina durante as refeições ou para correção pré e pós prandial, ou seja, quando nós temos um pico de glicose. As insulinas podem ser classificadas de acordo com o seu tipo de ação, elas podem ser: ✓ Ação ultrarrápida → tem um início de ação de até 15mins, com um pico de ação e uma duração rápida. Como representantes nós temos a Lispro e Aspart. ✓ Ação rápida → é uma insulina regular, que começa a produzir sua ação 30-50 mins após a sua aplicação, com uma duração de até 8 horas. ✓ Ação intermediária → ela tem um início de ação de até 3h após a sua utilização, se estendendo por mais tempo. MUZZY, Leonardo A. – P2 7 ✓ Ação prolongada → tem como representantes a Glargina e a Detemir. A diferença entre elas é que a Detemir ainda tem um pico de ação mínimo, mas tem a Glargina (Lantus) faz um platô, não possuindo um pico de ação, a qual é chamada de um pico de ação pleno. Com base nisso, caso nós juntássemos as insulinas de ação ultrarrápidas com as insulinas de ação lenta a gente consegue simular de forma exógena as duas fases de secreção de insulina, por isso que geralmente são feitas a associação de duas formas de insulina, para representar a fase em bolus e a fase de insulina basal. Além disso, existem as insulinas recombinantes e as análogas da insulina; ✓ Insulinas recombinantes: São desenvolvidas em laboratório, mas imitam identicamente a insulina humana, que se dividem em Insulina humana regular e insulina humana NPH. ✓ Insulinas análogas: Possuem a mesma ação da insulina, mas não se assemelham estruturalmente a essa insulina, que se dividem em insulinas análogas ultrarrápidas e análogas prolongadas. INSULINAS ULTRARRÁPIDAS → Elas são análogas obtidas por tecnologia de DNA recombinante. A gente sabe que a insulina é um polipeptídio com várias cadeias de aminoácidos, o que difere os representantes dessa classe é o aminoácido que foi substituído, invertido ou trocado. Entendendo isso, conseguimos ver que a insulina é um análogo pela inversão ou substituição de aminoácidos dessa cadeia, o que faz com que essa insulina seja rapidamente absorvida, ou seja, eu acelero o processo de absorção da insulina. Toda vez que eu faço essas alterações, eu faço com que essa insulina tenha uma ação mais rápida, ou seja, que ela seja absorvida. Então como ela tem uma ação muito rápida, de modo que a ação dela inicia em até 15 min após essa administração, ela vai ser utilizada para simular aquela fase de liberação rápida da insulina (fase 1) que acontece a partir de um estímulo, ou seja, elas são imediatamente antes ou após as refeições, mas de forma imediata porque a gente sabe que 15 minutos depois que ela foi administrada ela já faz produzir sua ação ela é rapidamente absorvida. Essa administração da insulina ultrarrápida leva a um menor risco de hiperglicemia pós-prandial. Por que o que acontece com as insulinas humanas? Elas demoram muito, até 30 minutos, por exemplo, a começar sua ação e aí se eu deixar para utilizar ela logo após a alimentação ela vai demorar a produzir seu efeito e aí eu vou ter primeiro um quadro de hiperglicemia e depois quando ela começa a produzir o efeito ela já vai produzir uma hipoglicemia pós- prandial. Então essa é uma das vantagens da utilização da insulina ultra-rápida em relação a insulina rápida que é a insulina regular. Existem quatros tipos de insulina que se diferenciam pelo tipo de aminoácido que é invertido ou substituído: LISPRO: Foi a primeira forma de insulina ultrarrápida desenvolvida. FIASP: Hoje em dia a gente tem a mais recente que é a Fiasp, que é a Asparte associada a vitamina B3. Pois quando eu associo a vitamina B3 eu acelero ainda mais a absorção dessa insulina, visto que a absorção dessa Asparte (insulina ultrarrápida) começa 2 minutos após a sua utilização. Desse modo, a Fiasp realmente dificulta esses quadros de hiperglicemia pós prandial que são tão comuns na utilização da insulina regular. As insulinas ultrarrápidas são preferíveis para uso em dispositivo de infusão contínua em via subcutânea, pois pacientes portadores de DM1 podem administrar essa insulina através de dispositivos subcutâneos que fazem essa infusão contínua. Por isso, elas são preferíveis para serem utilizadas nesses dispositivos (infusores). MUZZY, Leonardo A. – P2 8 Elas são indicadas em crianças menores, em que muitas vezes a quantidade de carboidratos na dieta não é ingerida, pois é preciso ter um cálculo de carboidratos para saber realmente qual a quantidade de insulina que vai ser aplicada. Então como eu não tenho um controle tão rigoroso na dieta que é muito difícil de ser alcançado em uma criança pequena, o uso dessas insulinas ultrarrápidas (UR) evita os ciclos de hiperglicemia e até mesmo ciclos de hipoglicemia, visto que um dos principais efeitos colaterais do uso de insulina são os quadros hipoglicêmicos. As insulinas de ação ultrarrápidas também são indicadas no tratamento de pacientes com hipoglicemia grave ou hipoglicemia despercebida, também chamada de hipoglicemias assintomáticas que geralmente acontecem a noite. As insulinas de ação rápida são um tratamento mais caro, mas que já se encontram disponíveis no SUS. Obviamente elas não estão disponíveis para todos os pacientes, existindo alguns critérios para que possamos fazer uso dessas insulinas UR. No SUS temos listas de medicamentos: ✓ Relação Nacional de Medicamentos Especiais (RENAME): Eles incluem os antidiabéticos orais, a insulina regular, NPH, anti-hipertensivos e vários outros medicamentos essenciais para o paciente. Eles estão lá, não precisa fazer nada se quiseré só ir lá que o remédiotá lá. ✓ Medicamentos estratégicos: Atendem a alguns programas específicos do SUS. Então esses medicamentos para o Diabetes, como a insulina ultrarrápida é um medicamento considerado estratégico que vai atender a pacientes específicos de um programa. Contudo, para o paciente poder utilizar esses medicamentos ele precisa atingir alguns critérios: Uso prévio de insulina NPH e insulina Regular por pelo menos três meses; hipoglicemia grave; hipoglicemia não graves repetidas; hipoglicemias noturnas repetidas; persistente mau controle; realização de automonitorização da glicemia capilar no mínimo três vezes ao dia e acompanhamento regular (mínimo duas vezes ao ano) com médico e equipe multidisciplinar. A INSULINA HUMANA REGULAR (rápida) não é um análogo da molécula insulina, mas sim uma molécula idêntica (desenvolvida laboratorialmente com todas sequências de aminoácidos idênticas à insulina endógena). Ela tem um início de ação rápido de 30 a 60 min com uma duração de até 8 horas. Essa é uma das principais insulinas disponíveis no SUS e vai simular aquela fase 1 da secreção em bolus de insulina a partir de um estímulo. Contudo, o grande problema dela é que a sua ação começa de 30-60 minutos após a sua administração. Desse modo, para seguirmos o gráfico que representa os níveis fisiológicos de insulina precisamos administrar a insulina 30-60min antes das principais refeições, pode ser uma refeição ao dia, duas, três ou quatro, tudo isso depende dos parâmetros apresentados. Essa insulina humana forma Hexâmetros de insulina, que são quando essas moléculas de insulina se agregam ou ficam condensadas em um frasco. Por MUZZY, Leonardo A. – P2 9 conta dessa agregação, ao invés da insulina ser um monômero, que são moléculas fáceis de ser absorvidas elas se tornam hexâmetros, ou seja, moléculas de alto peso molecular, o que dificulta a sua absorção. Por isso é muito importante homogenizar o frasco de insulina antes dela ser administrada (tanto a rápida quanto a NPH), por conta desse mecanismo de condensação e formação dos hexâmetros ela começa a produzir sua ação 30- 60min após essa administração, com isso, ela demora mais pois ela precisa se decompor em monômeros e depois ser absorvida. Além disso, quando a gente não tem o cuidado de administrar de administrar essa insulina 30-60min antes da refeição, o que acontece é uma hiperglicemia pós-prandial precoce, o que aumenta o risco de hipoglicemia pós prandial tardia se a gente administrar ela junto com as refeições. Além disso, a duração de ação delas são dose-dependentes, logo quando maior a dose, maior a duração de ação, o que realmente dificulta o controle dessa glicemia, pois sempre vai haver um desiquilíbrio entre a disponibilidade de insulina e a real necessidade. Contudo, apesar das limitações a insulina, ela também tem suas vantagens. A insulina humana regular é a única que pode ser administrada por via intravenosa, as demais serão administradas por via subcutânea. Quando eu vou administrar uma insulina por via intravenosa? Em casos de distúrbios hiperglicêmicos muito graves, ou seja, que coloquem em risco a vida do paciente. Isso pode acontecer na cetoacidose diabética, ou em outras situações como nas infecções agudas, os quadros hiperglicêmicos pós-traumáticos (por conta do cortisol). Com isso, essas insulinas podem ser diluídas e administradas por via intravenosa por infusão contínua. Então a gente falou das duas insulinas que simulam o bolus (liberação rápida) da insulina endógena, mas agora nós iremos falar das insulinas que vão simular os níveis basais da insulina endógena. Essas insulinas que simulam os níveis basais se dividem em dois tipos: ✓ INSULINA NPH (que também é uma insulina humana) ✓ ANÁLOGAS À INSULINA (insulina de ação prolongada) A insulina NPH recebe esses nome, pois ela é conjugada com uma molécula Protamina (Neutral Protamine Hagedorn), caracterizando assim como uma suspensão por isso é importante sempre orientar o paciente a homogeneizar (agitar) os frascos de insulina NPH antes de administrar, pois esses fracos são uma suspensão (Protamina + Insulina). Quando a insulina NPH é administrada, essa Protamina vai sofrer uma degradação por enzimas teciduais proteolíticas e só depois que essa Protamina for degradada que a insulina vai estar disponível para ser absorvida, o que faz com que ela tenha uma liberação retardada e a ação dela é intermediária (demora ser liverada e demora ser absorvida). A insulina NPH geralmente é combinada a uma insulina que simule o pico de liberação rápida da insulina, que pode ser a insulina de ação rápida ou a insulina de ação ultrarrápida. Elas são aplicadas 2 a 4 vezes ao dia (antes do café, antes do jantar, ao deitar). A dose regula o pefril de ação: • Pequenas doses: Picos mais baixos e rápidos e curta duração de ação. • Grandes doses: Picos mais altos e longos, duração maior de ação. Por conta desses efeitos farmacocinéticos adversos, o uso dela se torne cada vez mais obsoleto, outras MUZZY, Leonardo A. – P2 10 insulinas estão sendo utilizadas para tentar substituir a NPH. Um outro tipo de insulina que podem ser utilizados para simular os níveis basais de insulina são os ANÁLOGOS DA INSULINA DE AÇÃO PROLONGADA. Entende-se análogos como moléculas modificadas laboratorialmente para produzir o efeito de uma forma diferente da que a insulina produziria, seja para aumentar a velocidade de absorção, seja para diminuir. GLARGINA (Lantus®) → A Lantus é aquela insulina de ação longa que não tem um pico de ação, mas sim um platô durante a sua ação. Ela é uma solução que é solúvel em meio ácido e se precipita em pH neutro e como a gente tem incompatibilidade de pH do meio e fármaco, isso dificulta a absorção, fazendo com que ela tenha uma ação prolongada. Essa imagem demonstra exatamente a atuação da Glargina. Eu apliquei a insulina via subcutânea em um pH do meio de 7,4, como a Lantus tem um pH igual a 4 ocorrerá uma incompatibilidade do pH, o que faz com que ela se precipite, essa precipitação cria depósitos que dificultam a absorção desses fármacos na corrente sanguínea, pois quanto maior o peso molecular e a diferença de pH de ionização são fatores que dificultam esse transporte do fármaco na circulação sistêmica. Por isso que a ação dessa insulina é prolongada. Como ela tem uma ação prolongada e bem constante é geralmente utilizada 1x dia. Além disso, deve-se tomar muito cuidado com a insulina Glargina (Lantus®) pois ela não pode ser administrada com outra forma de insulina, visto que os mecanismos que permite a absorção prolongada dessas análogas à insulina é um mecanismo físico-químico e se eu tiver alguma alteração nessa solução a gente pode atrapalhar essa ação prolongada da insulina. Obs.: Muitas das vezes a gente vê o paciente misturando as insulinas diferentes para ter que aplicar a insulina apenas uma vez, mas isso não deve ser feito com a Glargina. DETEMIR → Ela também é uma insulina de ação prolongada, mas não pelo mesmo motivo que a Glargina. A Detemir é uma insulina de ação prolongada formada pela substituição de aminoácidos na molécula de insulina que promove uma alta agregação de moléculas de insulina no tecido subcutâneo e de uma alta afinidade a albumina (diminui a velocidade de absorção), o que dificulta a absorção da insulina. Então, também são fatores farmacocinéticos que também foram modificados para permitir uma ação também prolongada dessa insulina. O início de ação é dose dependente, pois quanto maior a dose, mais rápida essa ação acontece e ela pode ser administrada até 2x dia, pois ela tem uma duração de 12h, diferente da Glargina que pode chegar até a 28h. Essas insulinas de ação prolongadas são utilizadaspara pacientes maiores que 2 anos de idade, em dose única no caso da Glargina, seja essa dose antes do café da manhã, antes do almoço, antes do jantar ou ao deitar-se (terapia individualizada). A utilização dessas insulinas de ação prolongada está associada a uma menor frequência de hipoglicemia MUZZY, Leonardo A. – P2 11 quando comparada a insulina NPH. Devido a isso, a insulina NPH está cada vez mais deixando de ser utilizada. Isso pode ser explicada pela sua ausência (Glargina) ou diminuição (Detemir) de pico, como eu não tenho pico de insulina eu diminuo a chance de fazer uma hipoglicemia, que é o principal efeito adverso da insulino terapia. Como foi dito anteriormente, as insulinas são combinadas, na intenção simular aquele gráfico de liberação de insulina fisiológica. Na imagem nós observados uma insulina de ação rápida com uma insulina NHP ou uma insulina de liberação prolongada. A Insulina rápida é sempre utilizada próxima as refeições de 30-60min antes das refeições, já a insulina ultrarrápida pode ser utilizada imediatamente antes ou depois das refeições. Além dessas insulinas utilizadas próximas as refeições, utiliza-se também uma insulina de ação prolongada para manter esses níveis basais. Desse modo, para facilitar a vida do paciente, essas insulinas são misturadas na mesma seringa antes da injeção, não tem problema desde que essa mistura seja imediata a aplicação da insulina. Contudo, essas insulinas não podem permanecer misturadas por muito tempo e tem outra exceção que são as insulinas de ação prolongada que não podem ser administradas na mesma seringa. Como essas associações geralmente são benéficas ao paciente, foram criadas as INSULINAS BIFÁSICAS que são uma associação entre as insulinas de ação rápida com uma insulina de ação lenta. Para isso existem diversas associações utilizadas. Contudo, essas insulinas bifásicas geralmente são utilizadas para o tratamento do DM2 e não do DM1, pois com essa mistura de insulinas fica difícil a realização dos ajustes da dose, o que aumenta os riscos de hipoglicemia. Na DM2 já fica um pouco mais fácil de fazer esse controle, pois muitas das vezes essa insulinoterapia não é plena. Então pensando nessas insulinas e sabendo que elas são o principal tratamento para o DM1, quais são os possíveis esquemas terapêuticos para esses pacientes, já que eu quero simular essa secreção fisiológica de insulina? A associação de uma insulina de ação rápida com uma insulina de ação lenta, existindo diversas formas desse fazer isso. • INSULINAS QUE SIMULAM A SECREÇÃO EM BÓLUS → A utilização das insulinas rápidas pode ser feita de 30-40min antes das principais refeições, demorando um tempo para ser absorvida. Já as insulinas de ação ultrarrápida eu posso utilizar 15 min antes ou logo após as refeições e existem também as insulinas de ação mais ultrarrápida, como a Fiasp que possui uma ação em 2 minutos antes das refeições. • INSULINAS QUE SIMULAM A SECREÇÃO BASAL → Podem ser as insulinas NPH, que tem como grande problema os picos de hipoglicemia, por isso ela precisa ser administrada diversas vezes ao dia, de 2 a 4 vezes ao dia (4x → antes do desjejum, café, almoço e jantar). A Glargina é aquela insulina que não possui um pico de ação, permanecendo em um platô. A Detemir é aquela de ação longo de até 12h, podendo ser utilizada até duas vezes ao dia. MUZZY, Leonardo A. – P2 12 Uma das grandes limitações para o controle glicêmico é a administração da insulina, todavia com o passar do tempo essas formas de administração foram evoluindo muito, o que facilita a adesão ao tratamento. ✓ Padrão → São aqueles frascos multidoses, em que a gente precisa utilizar uma seringa e agulhas descartáveis para a aspiração dessas quantidades de insulina. ✓ Portátil: São as famosas “canetas”, ou seja, cartuchos de insulina e agulha substituíveis. ✓ ISCI (Infusão Subcutânea Contínua de Insulina): São bombas programáveis que ficam acopladas ao tecido subcutâneo do paciente e que a partir de uma automonitorização dos níveis de glicemia vão liberando a glicemia dependendo da concentração de glicose no sangue. São dispostivos inteligentes. ✓ Inalatória → É a mais nova forma de administração no Brasil, que é a insulina inalada, a qual é uma insulina regular recombinante. Contudo, ela tem como um efeito adverso que é a tosse, o que faz com que ela seja contraindicada quando o paciente tem alguma função pulmonar comprometida, o paciente que faz uso precisa ter a função pulmonar monitorada. Então aqui só para mostrar as novas tecnologias em diabetes, a gente tem insulina inalada, a bomba infusora subcutânea, os dispositivos de monitoramento que a gente consegue fazer leitura pelo celular que ficam gravados em uma nuvem, consegue ter um controle maior. A gente tem o pâncreas que simula a função do pâncreas. O tratamento de diabetes teve essa evolução por conta das novas tecnologias que foram inseridas. O grande problema/dificultador do tratamento do diabetes tipo 1 é a hipoglicemia, o fator mais limitante do tratamento do diabetes que dificulta o paciente atingir aquelas metas glicêmicas, aqueles alvos glicêmicos, é você realmente dosar qual que é a necessidade dele com a disponibilidade de insulina, por isso a contagem de carboidratos ela é tão importante para esse paciente. Segundo a Associação Americana de Diabetes (ADA) é considerada uma hipoglicemia para DM1 valores abaixo de 70mg/dL, pois níveis glicêmicos entre 60 e 70mg/dL estão mais associados a complicações graves no paciente e eu não quero deixar esse paciente agravar. A hipoglicemia grave tem uma frequência maior nos tratamentos intensivos, ou seja, uma a hipoglicemia é muito mais comum em casos de insulinoterapia plena (toda a ação da insulina que existe ali vai acontecer a partir de uma reposição hormonal) como MUZZY, Leonardo A. – P2 13 no tratamento do DM1 do que em um paciente que tem uma insulinização contínua como no DM2. Por isso, esses quadros de hipoglicemia são mais comuns nos quadros de DM1. A hipoglicemia assintomática é uma das limitações do controle glicêmico ideal, a qual acontece geralmente a noite e como o paciente não apresenta sintomas a gente não consegue ter um controle desse indivíduo. A hipoglicemia grave pode afetar a capacidade cognitiva de crianças, por isso é muito recomendada a utilização dessas novas tecnologias em crianças, principalmente a ISCI (infusão subcutânea contínua de insulina) para evitar que as hipoglicemias aconteçam. Aplicação de Insulina Esses quadros aqui gente são lá da última Diretriz Brasileira de Diabetes que realmente ela coloca quais são os principais erros que acontecem tanto na prescrição, quanto no preparo e na aplicação da insulina. Eles são muito interessantes, porque realmente tratam de uma forma bem geral os principais erros cometidos pelos profissionais da saúde e pelos próprios pacientes que dificultam o tratamento e que podem levar ao principal fator limitante que são as crises hipoglicêmicas. Então, um dos principais erros de prescrição é o uso de abreviaturas e símbolos, isso parece uma coisa muito boba, mas uma prescrição de 5U de insulina, por exemplo, foi erroneamente interpretada como 50, esse U, o paciente entendeu como 0. E aí ao invés dele fazer 5 unidades, ele fez 50 unidades e isso com certeza gerou uma hipoglicemia severa levando até uma parada cardiorrespiratória. Então o que a gente tem que fazer? Não utilizar abreviaturas U ou I, mas escrever UNIDADES. Não utilizar símbolos +, foi prescrito insulina NPH 15U pela manhã + 6U à noite, a prescrição foi interpretada como: 15U pela manhã e 46U a noite, pois a paciente entendeu esse + como um 4. Então nunca utilizar símbolosde + ou -, optar pelas palavras, não utilizar 0 após as vírgulas, então é 5, não é 5,0 é 5 UNIDADES. Esses então são erros associados a prescrição. O uso de seringa graduado em mL não deve ser utilizado, já que a insulina é prescrita em unidades, o ideal é que se utilize seringas graduadas em unidades e não em mL. Porque se não o seu paciente pode ter uma prescrição de 6 unidades e administrar por exemplo 6ml, ou 06 ml, e isso não é compatível. A não homogeneização das suspensões de insulina, falei muito com vocês sobre a questão da suspensão principalmente na insulina NPH que ela é uma mistura de protamina com insulina e se a gente não homogeneizar essa suspensão, pode ser que a gente tenha uma concentração maior de insulina em determinado volume de preparação, ou menos, então sempre orientar o paciente a homogeneizar os frascos. O intervalo inadequado na administração de insulina e a refeição, existem insulinas que precisam ser administradas logo após as refeições, como as ultrarrápidas e existem aquelas que não MUZZY, Leonardo A. – P2 14 precisam, como a insulina regular que vai precisar de 30 a 40 minutos para produzir o seu efeito, ou seja, elas precisam ser administradas 30 a 40 minutos ANTES daquela refeição para produzir seu efeito e não causar nenhuma hiperglicemia pós-prandial e uma hipoglicemia após. Em relação ao uso das canetas, isso é um outro erro muito frequente principalmente com o paciente, o paciente ele quer poupar as agulhas. E para aquelas canetas, as agulhas são descartáveis. Então esse é um erro muito frequente, às vezes o paciente quer reaproveitar aquelas agulhinhas que são acopladas a caneta na finalidade de realmente economizar, porque se sabe que realente a caixinha daquelas agulhas que elas têm 4mm a 6 mm elas são caras, mas o que pode acontecer? Como elas são tão finas que a gente pode obstruir o orifício daquelas agulhas e aí o paciente não vai utilizar a dose que foi recomendada. Um outro risco é quando a gente deixa aquelas agulhas acopladas na caneta, pois quando a criança que tem DM1 começa a ter noções de autocuidado elas podem elas mesmo administrar e pode ser que elas administrem fora do horário levando a crises tanto de hipoglicemia como de hiperglicemia, se ela fizer fora do horário uma dosagem menor. Existem insulinas que precisam ser armazenadas em temperaturas mais baixas e existem aquelas que podem ser armazenadas em temperatura mais ambiente, o que a gente deve fazer? Na orientação das insulinas que precisam ser armazenadas em temperaturas mais baixas, na geladeira, a gente sempre falar para o paciente que ele deve armazenar sempre realmente na parte interna da geladeira, nunca na parte das portas, geralmente nas partes mais baixas, onde a temperatura ela não fica tão baixa na geladeira para não ter tanta oscilação. Aqui tem algumas recomendações, sobre o tratamento realmente do Diabetes tipo I, o que é grau A, grau B e grau C. E aí finalizamos então a parte de insulinoterapia que é basicamente o tratamento do diabetes tipo I. Antidiabéticos A gente vai ver que alguns portadores de diabetes tipo II, eles podem sim fazer uso de insulina, principalmente quando eles já têm uma insulinopenia, ou seja, quando aquelas células beta param realmente de produzir insulina a longo prazo devido à resistência insulínica e com isso se tem quantidades insuficientes de insulina. Nesses casos, pacientes com a doença mais avançada eles podem e devem fazer o uso da insulina. Há um tempo atrás, a gente chamava esses fármacos de hipoglicemiantes (hipoglicemiantes orais), mas depois que o mecanismo de ação desses fármacos foi bem mais elucidado vieram outras classes de antidiabéticos, a gente mudou o nome e para ANTIDIABÉTICOS. Antes a gente chamava de hipoglicemiantes porque só tinha fármaco que atuava realmente reduzindo a glicemia por via oral, mas com o advento de outras classes administradas por via subcutânea esse nome deixou de ser utilizado para se referir a todas as classes. Qual a finalidade de um antidiabético? Manter níveis normais de glicemia. Se for em jejum abaixo de 100, se for pós-prandial abaixo de 140. E temos essa infinidade de classes: As sulfonilureias, as metiglinidas, as biguanidas, inibidores da alfa- glicosidade, glitazonas, gliptinas, os análogos de GLP-1 e inibidores do SGLT2. Os dois últimos são fármacos mais novos desenvolvidos por volta de 2015 a 2016. MUZZY, Leonardo A. – P2 15 Quando se inicia o uso de antidiabéticos? Quando os valores glicêmicos estão acima dos requeridos do diagnóstico de diabetes. Então, muitas vezes os antidiabéticos podem ser utilizados como profilaxia do diabetes, quando aquele paciente ele já apresenta uma resistência insulínica. Existem casos onde a mudança do estilo de vida já não é o suficiente para reverter (mas a maioria das vezes é) aquele quadro de pré-diabetes e alguns antidiabéticos podem ser inseridos nesse momento, ou seja, quando o paciente apresenta valores acima dos requeridos para o diagnóstico, mas eles ainda não tem diagnóstico, ele já tem fatores que comprovam essa resistência à insulina, principalmente fatores ligados a obesidade, valores aumentados de glicemia, então eles podem ser utilizados ou quando a gente tem o diagnóstico do diabetes tipo II. A escolha do medicamento vai basear em dois aspectos, em duas variáveis: As características relacionadas ao paciente e algumas características relacionadas ao fármaco. O que a gente vai ter que levar em consideração, em relação ao paciente? O estado geral e a idade do paciente. Existem antidiabéticos que são não contraindicados, mas são fármacos que tem uma certa cautela na utilização na faixa etária idosa, porque a maioria deles são metabolizados e excretados exclusivamente por via hepática e renal. E aí quando esse indivíduo ele já tem uma baixa função desses dois órgãos isso pode realmente pode prejudicar a ação desses fármacos e produzir ai hipoglicemia recorrente. Se já existe essa resistência insulínica ou se esse diabetes é já é provocado por uma falência progressiva das células beta, se a gente sabe que ainda há produção de insulina, só que essa insulina ela está tendo uma certa resistência em realmente captar essa glicose, a fazer a modulação dessa glicose, esse paciente vai ter indicação de algum antidiabético. Agora se realmente ela for detectado uma falência progressiva das células beta, ou seja, esse indivíduo já não está produzindo insulina na quantidade e na maneira de que deveria existem outros medicamentos para serem utilizados ali. Se tem associação com outros transtornos metabólicos, tipo dislipidemia, disglicemia, ou comorbidades, doenças cardiovasculares, doença renal crônica, a gente vai ver que existem fármacos que são contraindicados quando essa função renal já não está tão boa. A questão da obesidade, existem antidiabéticos que aumentam o peso, outros que diminuem o peso. E valores glicêmicos, para que as metas sejam realmente atingidas. Algumas características do fármaco que também precisa ser levadas em consideração: A eficácia do medicamento, hoje eles são classificados em relação a eficácia a capacidade de reduzir a hemoglobina glicada, os antidiabéticos mais eficazes são aqueles que reduzem entre 1,5 a 2% a hemoglobina glicada a partir da sexta semana de uso praticamente (de 4 a 6 semanas). Existem alguns que conseguem diminuir menos, por exemplo, de 0,5 a 1%, por isso que os valores glicêmicos precisam ser considerados para saber a eficácia desse medicamento. Existem medicamentos que são mais eficazes, que conseguem reduzir mais esses níveis de hemoglobina glicada, outros menos, e aí vai depender do valor dessa hemoglobina glicada pra saber qual medicamento vai ser mais adequado.Em relação ao risco de hipoglicemia existem aqueles que favorecem mais, que tem maior risco de hipoglicemia e outros não, e se eu levar em relação a idade esse é um fator do fármaco também vai ter que ser considerado. As interações medicamentosas, existem interações medicamentosas que também precisam de ser consideradas, principalmente se esse paciente tem comorbidades e utiliza medicamentos de forma contínua. Reações adversas, uma delas é em relação ao peso, a questão da hipoglicemia. Contraindicações: Paciente idoso, paciente com comprometimento renal e hepático e gravidez. E a preferência do paciente, por exemplo, existem drogas que são administradas por via oral, outras por via subcutânea e existe a questão também das condições socioeconômicas daquele paciente, existem fármacos que são distribuídos pelo SUS (essenciais), existem aqueles que podem ser adquiridos pelo paciente, aqueles com programa em que o paciente se cadastra e ele tem direito a um desconto, mas são fármacos caros, a gente tem de diversos preços. MUZZY, Leonardo A. – P2 16 Se pegarmos aquelas classes todas e agrupá-las, a gente tem 4 grandes classes de antidiabéticos. ✓ As que aumentam a secreção de insulina, que estimulam aquela insulina ser secretada pelo pâncreas → As SULFONILUREIAS e as METIGLINIDAS/glinidas. ✓ As que não estimulam a secreção de insulina, deixando a insulina lá “paradinha”. Eu tento controlar a glicose por outras formas, aumentando a captação, diminuindo o gliconeogênese, retardando a absorção de carboidrato, de glicose e existem outras formas → BIGUANIDAS, os INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDADE e as GLITAZONAS. ✓ As que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose, ou seja, apenas quando essa glicose já está ali em altas concentrações. E ao mesmo tempo que ela aumenta a secreção de insulina na presença de algumas concentrações de glicose, ela também contém diminuir a secreção do Glucagon que é um hormônio com uma ação antagonista da insulina → MIMÉTICOS E ANÁLOGOS DO GLP-1 e as GLIPTINAS que são inibidores da enzima DDP-4. ✓ As que promovem a glicosúria, ou seja, aumentam a eliminação renal de glicose. Agentes que estimulam a secreção de insulina → Se eles estimulam a secreção de insulina, eles são de chamados de hipoglicemiantes e eles podem ser chamados também de secretagogos, pois aumentam essa secreção de insulina, eles estimulam o pâncreas a secretar essa insulina. Hipoglicemiantes por quê? Eles diminuem a glicemia e o principal efeito dessas duas classes é que elas produzem uma hipoglicemia importante. Então, o principal efeito adverso da sulfonilureia e metiglinidas HIPOGLICEMIA. E por isso eles são chamados de hipoglicemiantes. Os outros a gente chama de euglicemiantes, o que eles fazem? Mantem a glicemia nos valores normais, mas esses aqui eles realmente abaixam a glicose. Tanto a sulfanilureia, quanto a metiglinidas elas têm o mesmo mecanismo de ação. A insulina é secretada quando a gente tem altas concentrações de glicose, essa alta concentração de glicose ela vai ser transportadas por transportadores GLUT-2 lá nas células beta do pâncreas, essa glicose ela passa ali por uma série de reações metabólicas que geram ATP. Quando a gente tem altas concentrações de ATP nas células, a gente faz o que? Diminui o efluxo de potássio para que haja a despolarização e influxo de cálcio e essa insulina então ela é secretada das vesículas pra corrente sanguínea para ela ser utilizada nas outras células. O que que esses dois medicamentos fazem? Eles fazem com que essa insulina seja secretada a partir do bloqueio dos canais de potássio, por isso eles estimulam a secreção, quando eles se ligam nesses canais de potássio, existe um receptor ali chamado receptor de sulfonilureia e quando ele se liga nesses canais de potássio eles bloqueiam inibindo o efluxo de íons potássio. Quando a gente inibe o efluxo a gente faz essa despolarização da célula, despolarizando abre os canais de cálcio que vão fazer a liberação da insulina pré-formada, levando a diminuição dos níveis de glicemia, ou seja, as sulfanilureia e as mediglinidas, todos fármacos que são secretagogo (que estimulam a secreção de insulina) eles necessitam que esse paciente tenha a integridade dessas células beta ainda, porque as células beta precisam estar produzindo insulina para que ela consiga estimular a secreção, ou seja, pacientes que já não conseguem produzir, que já existe ali uma deterioração dessas células beta pancreáticas, MUZZY, Leonardo A. – P2 17 essas medicações elas não vão conseguir produzir os efeitos que deveriam, porque eles vão realmente liberar essa insulina que foi pré- formada, que está armazenada ali naquelas vesículas. Então, a ação dessas duas classes vai depender da integridade dessas células beta. Então elas vão ser indicadas na diabetes tipo II não insulinodependentes. As sulfanilureia elas produzem uma ação mais forte com esse bloqueio, ou seja, uma ação prolongada. Glinida, ação mais fraca, são fármacos que tem uma duração mais curta, essa é a grande diferença entre eles. As sulfonilureia a gente tem de primeira, segunda e terceira geração. Essa primeira, segunda e terceira geração está relacionada diretamente com sua potência. Os fármacos de primeira geração eles nem são tão utilizados mais, por quê? Eles têm uma ação mais forte com esses receptores dos canais de potássio eles promovem uma ação ainda mais longa, quanto maior essa afinidade, maior a ação e aí esses fármacos de primeira geração hoje eles não são nem tão utilizados mais e eles também são altamente metabolizados pelo fígado e eliminados pelos rins, então por isso contraindicações e precauções a gente fala na insuficiência renal ou hepática pra essas sulfanilureias. E aí vieram as de segunda geração, se a gente for ver a glipizida e a gliburida são fármacos muito mais potentes que os de primeira geração, ou seja, precisam de uma dose muito menor pra produzir o mesmo efeito e aí eles já não têm tantos efeitos hepáticos, principalmente hepáticos em relação ao de primeira geração (tolbutamida potência → 1). Quais são as vantagens da sulfanilureia? São drogas que foram desenvolvidas a muito tempo atrás, foram um dos primeiros antidiabéticos a serem desenvolvidos, então já se conhece muito sobre essa droga e isso é uma grande vantagem. Existem estudos que comprovam que a utilização de sulfanilureia em pacientes diabéticos com comprometimento cardiovascular pode reduzir o risco de complicações também microvasculares por conta do diabetes que influenciam diretamente nas doenças cardiovasculares. E ela promove uma redução importante dos níveis de hemoglobina glicada, que diminui a 2%, ou seja, são drogas totalmente eficazes mesmo no controle da glicemia. Como elas abaixam muito essa hemoglobina glicada, a principal desvantagem são as crises hipoglicêmicas. Apesar dos de segunda geração e os de terceira geração isso ter amenizado, essas crises ainda são um grande fator limitante na utilização desses fármacos. Um outro problema, ganho ponderal, principalmente os de primeira geração, a clorpropamida ainda está mais associada ao ganho de peso. Se esse paciente, ele for um paciente com resistência insulínica, obeso, se ele utilizar uma sulfanalureia ele tem uma grande probabilidade de aumentar o peso. Contraindicações e precauções: Eles são drogas que são metabolizadas eliminadas e exclusivamente pelo rim, se esse indivíduo ele tiver aí algum comprometimento das funções, realmente uma insuficiência mesmo desses órgãos, isso faz com que ele seja contraindicado. A gravidez, as sulfonilureias elas atravessam a barreira placentária, eles são considerados drogas de categorias C e devem ser evitadas.Existem situações em que elas podem ser utilizadas, mas levando em consideração risco benefício, mas não é a droga utilizada para tratar diabetes gestacional. Evitar em idoso, por quê? Porque o idoso ele tem já um acometimento hepático renal, se essa metabolização ela acontece da forma que deveria essa droga ela fica mais ativa, mais tempo ativa e isso corrobora com quadro de hipoglicemia. As sulfoniluréias geralmente se utiliza de uma a duas tomadas ao dia, lembrando que eles têm o tempo de ação maior ou se toma de manhã antes do desjejum e um a noite, ou só pela manhã, vai depender dos valores glicêmicos. Existem as XR, que são de liberação prolongada que vão diminuir esses quadros de hiperglicemia. E a glimepirida que são de terceira geração (não está na RENAME) MUZZY, Leonardo A. – P2 18 Uma pessoa que usa insulina, que está com o acometimento da célula beta não adianta tomar esse remédio? Não, eles podem ser conjugados. Geralmente, o paciente diabético tipo II, ele não vai fazer a utilização só da insulina, porque o que provocou a perda progressiva das células beta pancreáticas, foi à resistência insulina que não foi tratada ou foi evoluindo realmente, por ser uma doença crônica. Então esse paciente tem um déficit de insulina a partir de um outro mecanismo, se ele utilizar só insulina essa insulina vai chegar, mas e o mecanismo pelo qual ela é secretada, se vai se ligar aos receptores de glicose, para ele ser expresso na membrana da célula para captar a glicose? Se esse outro mecanismo não está acontecendo, por mais que ele utilize a insulina, ele não vai ter um tratamento eficaz, por isso o diabético tipo II eles associam a medicação. Pensando em um paciente que não está fazendo a utilização de insulina, se ele é um paciente que já tem o comprometimento das células beta e ele utiliza as sulfonuréias como monoterapia, isso não vai ser suficiente, porque ele vai estimular a secreção de insulina que está deficiente. Então elas sozinhas não vão produzir o efeito que deveria para este paciente. Álcool → São reações do tipo dissulfiram, pois quando a gente utiliza essa medicação o metabolismo do álcool é reduzido e começa a acumular muito acetaldeído no fígado e isso pode fazer um comprometimento hepático do paciente, então deve se evitar a utilização de álcool com essa medicação. Existem algumas drogas que diminuem (fenobarbital, betabloqueadores) o efeito e outros que aumentam (AINES, os inibidores da MAO, sulfonamidas, cetaconazol → Tomar muito cuidado com esses fármacos, que aumentam e diminuem o efeito, porque eles vêm associando esses medicamentos para outras comorbidades. Representantes das glinidas → Repaglinida e Nateglinida que não estão disponíveis pelo SUS. A grande diferença entre as metiglinidas/glinidas em relação a sulfoniluréias é o tempo de ação menor, então as glinidas tem uma meia vida mais curta. Mas, mesmo ele tendo uma meia vida mais curta podem apresentar como efeito adverso a hipoglicemia e o ganho ponderal é menor em relação a sulfoniluréia. Essa meia vida curta, está diretamente relacionada a força de ligação com os receptores de canais de potássio, quanto maior a afinidade, maior é o tempo de ação, quanto menor essa afinidade, menor o tempo de ação, menor a meia-vida. O horário em que a metilglimida e a sulfonilureia vão ser administradas é diferente → A sulfonilureia vai ser administrada ou pela manhã, ou uma pela manhã e uma noite, porque o tempo de ação delas é maior e como o tempo das glinidas é menor elas sempre vão ser administradas após as principais refeições, podendo aí chegar até 3x ao dia, depois do desjejum (café da manhã), depois do almoço e depois do jantar. Vantagens em relação as sulfonilureias → Relacionadas a flexibilidade das doses, consigo flexibilizar mais em relação as sulfonilureias que tem um tempo de ação dificultador e reduz a variabilidade da glicose pós prandial, já que ele tem uma ação mais limitada e objetiva. MUZZY, Leonardo A. – P2 19 Então aqui só para exemplificar a diferença entre os secretagogos independentes que são os hipoglicemiantes, tanto as sulfonilureias quanto as glinidas. A diferença está na meia-vida que está relacionada afinidades dos receptores, a gente vê que os principais efeitos adversos se repetem entre as duas classes. E já o que difere das glinidas das sulfonilureias está relacionada as contraindicações, uma vez que as sulfonilureias são altamente metabolizadas e excretadas pelo fígado, elas devem ser evitadas em pacientes com insuficiência renal e acometimento hepático grave, já as glinidas não tem essa contraindicação. FÁRMACOS QUE NÃO ESTIMULAM A SECREÇÃO DE INSULINA → Eles diminuem a glicemia por outras formas, por outros mecanismos, sem mexer na secreção de insulina. E a gente tem as biguanidas, os inibidores da alfa glicosidase e as glitazonas. BIGUANIDAS é a principal classe medicamentosa, utilizada no tratamento do diabetes tipo II, é a droga de primeira linha, é a droga mais utilizada no paciente que já apresenta pré-diabetes com a resistência insulínica instalada. E o único representante que temos no Brasil das biguanidas é a METFORMINA, já existem até outro no Brasil, porém a comercializada que a gente tem que é a metiformina. Por que é o primeiro medicamento a ser usado quando realmente tem o diagnóstico ou tem um pré-diabético? É tratamento de primeira linha por conta do mecanismo de ação. Porque além dele melhorar o desempenho da glicose circulante ele ainda produz os efeitos considerados favoráveis para resistência insulínica. E de que forma eles fazem isso? Eles atuam sobre uma enzima que é a AMPK que é uma proteína quinase que é ativada pelo AMPc. Quando ela é ativada? Quando no interior da célula, a gente já tem uma grande concentração de ATP. Então, quando essa minha célula está cheia de energia, cheia de ATP, essa proteína, ela é ativada porque aquela glicose precisa ser mobilizada de alguma forma. Então se eu estímulo essa proteína cinase, mesmo na ausência de grandes concentrações de ATP, eu realmente faço um aproveitamento melhor daquela glicose que está disponível. De que forma que ele faz? Ele aumenta a captação de glicose pelo músculo esquelético quando ela é ativada, aumenta a síntese de glicogênio, então assim diminui a sensibilidade periférica, ou seja, aquela energia é aproveitada nos tecidos insulinodependentes, ela diminui a síntese de lipídios porque ela entende que se essa enzima está ativada, eu tenho muita energia, então não preciso sintetizar lipídeos e diminui a gliconeogênese hepática. Então são fatores que corroboram para a regulação dos níveis de glicemia. Por conta desse efeito eles são chamados agentes euglicemiantes, pois conseguem manter os níveis de glicemia normal sem produzir e hipoglicemia recorrente ou pode ser chamado também de anti- hiperglicemiantes, pois eles impedem que glicemia realmente fica elevada no sangue. Então gente, a metformina, é uma biguanida, que é utilizada no tratamento de primeira linha no diabete tipo II, eles podem ser utilizados também na resistência insulínica quando esse paciente não apresenta a principal contraindicação que é a insuficiência renal grave, por quê? Porque elas são eliminadas MUZZY, Leonardo A. – P2 20 exclusivamente pelos rins, então se eu tiver um acometimento renal alto, taxa de filtração glomerular bem baixa, esse fármaco pode produzir efeitos adversos importantes, e nesse caso sim pode produzir a hipoglicemia. Eles podem ser utilizados na diabetes e eles reduzem a hemoglobina glicada também, como a sulfonilureia cerca de 1,5% a 2%, então eles são drogas bem eficazes no controle da glicemia. Vantagens em relação a essa classe, ele diminui oseventos cardiovasculares, melhoram o perfil lipídico porque eu diminuo a síntese lipídica e isso diretamente está ligado aos eventos cardiovasculares e diminui o peso. Por que diminui o peso? Por 2 motivos, porque eu diminuo a síntese de lipídio e porque a metformina ela reduz a absorção de glicose pelo intestino, quando ela diminui a absorção de glicose pelo intestino, isso aumenta a saciedade do paciente o que consequentemente faz com que ele coma menos. Mas, essa redução da absorção de glicose pelo intestino também provoca um efeito adverso, que é o principal efeito adverso da metformina que é a intolerância gastrointestinal, principalmente nos três primeiros meses de utilização. O que o paciente pode sentir? Náusea, enjoo, gastroparesia, aquela sensação de estufamento, porque como reduz absorção de carboidrato isso realmente fica ali por mais tempo, então 20% dos pacientes apresentam esse efeito adverso. Eles tendem a diminuir com o passar do tempo, esses efeitos adversos acontecem nos 3 primeiros meses. A formulação XR que é o de liberação prolongada tende a amenizar, porque essa redução da absorção acontece com o tempo e mais espaçado. A gente vê pessoas utilizando metformina para emagrecer e ele vai emagrecer, mas esse emagrecimento vai está relacionado aos 3 primeiros meses de uso. A não ser que aquele aumento de peso seja relacionado a uma resistência insulínica aí faz todo sentido utilizar, porém para perder peso, vai ter esse efeitos por pouco tempo. Outro problema da metformina está relacionado a deficiência de B12 a longo prazo. Como ela diminui a absorção de carboidrato, ela pode diminuir a absorção de algumas vitaminas, os fatores intrínsecos que é o caso da vitamina B12, que a longo prazo isso pode se tornar uma deficiência, e esse paciente apresentar uma anemia megaloblástica (macrocítica). Então, paciente que faz uso de metformina precisa de ter sempre essa dosagem periódica, pelo menos o hemograma, que se caso já apresentar uma macrocitose, isso pode ser indícios dessa deficiência de B12. Contraindicações: Gravidez, é uma droga contraindicada na gravidez porém entretanto, todavia quando se tem que utilizar um remédio diabético na gestação se utiliza a metformina, ela é categoria B, então assim já existem estudo que mostram o crescimento fetal até mesmo de desenvolvimento da criança pós parto em até dois anos e viram que não existe nenhuma relação, só que o grande problema é que ela atravessa a barreira placentária, mas caso necessário a utilização de medicação na gestante, que seja metformina. A metformina, não pode ser utilizada nas seguintes doenças como as insuficiências renais, hepáticas, cardíaca ou pulmonar que podem ter fatores limitantes na sua utilização e ele também podem produzir uma acidose grave por conta da retenção de ácido lático porque com a redução da absorção de carboidrato a gente pode ter a formação de ácido lático e isso acidificar o pH sanguíneo e causar uma acidose grave, isso geralmente acontece em pacientes idosos com comprometimento renal, não acontece isso de uma forma regular. Só para mostrar o que a metformina faz, ela diminui o apetite, ela aumenta a saciedade, porque realmente reduziu a absorção intestinal de glicose, ela suprime a produção hepática de glicose quando ela diminui a gliconeogênese e aumenta a captação de glicose pelos tecidos considerados insulinodependentes. MUZZY, Leonardo A. – P2 21 Outro fármaco que não estimula a secreção de insulina, mas que consegue diminuir os níveis de glicose são os INIBIDORES DA ALFA- GLICOSIDASE. A gente tem aqui no Brasil o representante que é ACARBOSE que não é muito utilizado, pois cada vez mais tá sendo realmente tirado de uso para o tratamento da diabetes por conta dos seus efeitos adversos que são bem complicados, principalmente se tratando de pessoas que vão utilizar por muito tempo. Mas quem que é essa alfa glicosidade? Ela é uma enzima que fica no epitélio do intestino que eles fazem o metabolismo de carboidrato, sacarídeos, monossacarídeos, polissacarídeos e essas enzimas fazem parte do processo de metabolismo para facilitar o processo de absorção de glicose pelo intestino, elas fazem a quebra dos polissacarídeos em moléculas menores para que os enterócitos consigam absorver a glicose. Se eu inibir essa enzima, eu não tenho a degradação, então eu reduzo a absorção de glicose. Então eles podem ser utilizados no tratamento de diabetes tipo II, existem estudos que mostram a melhora do perfil lipídico, diminuição de eventos cardiovasculares, redução da variabilidade da glicose pós-prandial, que geralmente são administrados antes das principais refeições, mas o grande problema dele é que quando ele reduz a absorção de glicose, aquele carboidrato fica parado, ele precisa ser degradado para ser absorvido, quando ele fica parado, o que acontece? Existe a conversão de carboidratos em ácidos graxos de cadeia curta, o que promove um evento que a gente chama de fermentação, que gera de efeito adverso flatulência, diarreia e dor abdominal, o que dificulta o paciente a aderência ao tratamento. Por isso a gente vê cada vez menos a utilização desse fármaco. E além disso, ele comparado as biguanida e até mesmo a as sulfominilureia, ele reduz discretamente a hemoglobina glicada, então ele ainda não consegue totalmente ser tão efetivos na redução dos níveis de glicose e também são contraindicados na gravidez. E o último fármaco que entra nesses agentes que não estimulam a secreção de insulina são os que a gente chama de SENSIBILIZADORES DE INSULINA, eles melhoram o desempenho da insulina endógena sem necessariamente aumentar a secreção. As GLITAZONAS têm estudos que mostram que elas preservam mais as células betas, porque o grande problema dessa deterioração das células beta está realmente quando aquela insulina está sendo produzida, mas não consegue ser utilizada porque existe uma resistência e chega um momento que essas células para de secretar e produzir insulina, porque ele entende que já existe muita insulina ali, só que ela não está sendo utilizada de forma correta. Então o que esse fármaco faz? O pâncreas foi lá e secretou essa insulina, ele melhora o desempenho dessa insulina que não está sendo utilizada porque existe uma resistência periférica. E de que forma a glitazona vai produzir o efeito? Elas são ativadoras desse cofator PPAR-gama, que são cofatores que estimulam a expressão do gene envolvido na transdução de alguns receptores, como o GLUT 4, GLUT 1 que são receptores de glicose. Então o que eles fazem? Quando a gente aumenta esse cofator a gente tem o aumento da expressão desses transportadores e esses transportadores são realmente importantes para que haja a captação de glicose. Então a insulina tem que se ligar e quando ela se liga ao seu receptor faz uma cascata de fosforilação que envia esses sinais para que aumente a expressão desses receptores. Então o PPAR gama é um cofator que trabalha junto com a fosforilação que é realizada pela ação da insulina em seu receptor. Quando eu faço isso, eu tenho mais esses receptores GLUT 4 nas células dos tecidos musculares, hepáticos e adiposo. E eu também MUZZY, Leonardo A. – P2 22 tenho maior captação de glicose pela GLUT 1. Então realmente eu melhoro o desempenho dessa insulina que está sendo produzida sem necessariamente aumentar a sua secreção. Mas também esses receptores PPAR-gama eles também participam da transdução de sinais na diferenciação de adipócitos e outros tecidos e isso pode ser um fator limitante nas glitazonas. Hoje a gente tem no Brasil só a PIOGLITAZONA, existia outro, mas foi retirado do comércio. Então, as glitazonas aumentam/ativam esses cofatores para que haja um aumento daexpressão de receptores de glicose, mas elas também atuam sobre as citocinas que estão presentes no tecido adiposo, a adiponectina e a resistina → Um aumento da adiponectina e a redução da resistina diminui a resistência insulínica, ou seja, é um efeito de ação que corrobora com o mecanismo de ação principal. Por isso que podem ser considerados como sensibilizadores da insulina. Ele também diminui os níveis de ácidos graxos livres. Então fazem o aumento da captação periférica de ácidos graxos, como diminuir a lipólise e aumenta a captação de ácidos graxos. Por isso eles podem utilizar na prevenção do diabetes por conta de diminuir a resistência insulínica, melhora o perfil lipídico e podem reduzir a gordura hepática, então podem ser utilizados no tratamento da esteatose e na redução de triglicérides porque aumenta a captação de ácidos graxos livres. Porém, eles estimulam esses cofatores que podem aumentar a lipogênese. E quando eles aumentam a lipogênese tem um ganho de peso que é dose dependente. Então isso pode ser um fator limitante na utilização das glutazonas. Existem estudos que mostram que se você associar ela com a metformina, esse efeito como a metformina reduz o peso, a gente não tem o ganho de peso, não tem a perda, mas também não tem o ganho de peso. E outro efeito adverso das glutazonas, está associado a formação de edemas e esses edemas não se sabe muito bem o porquê ele acontece, mas ele se dá pelo aumento do volume plasmático e tem alguma relação com o aumento da reabsorção de sódio e diminuição do fator de crescimento endotelial. Ai como gera esse aumento do volume plasmático, isso pode ser um risco de insuficiência cardíaca congestiva e também pode provocar no paciente a anemia diluicional, porque como eu aumento o volume plasmático os eritrócitos ficam realmente mais diluídos e se a gente foi olhar o hematócrito, aquela porcentagem ela vai dar menor. Quando o paciente é pré-diabético geralmente a metformina já é o suficiente. Mas, quando você tem o paciente diabético e está associado a algumas comorbidades aí você pode associar os dois (metformina + pioglitazona). No caso do paciente já diabético, não é do pré-diabético não. E em relação ao ganho de peso a gente tem isso mais ou menos anulado. Como a metformina diminui o peso e a glitazona tem a tendência de aumentar, a gente não tem nem a perda nem o ganho, mas geralmente eles são associados quando a doença já está instituída. A terceira classe que a gente tem de antidiabéticos que são classes mais novas, são aquelas que AUMENTAM A SECREÇÃO DE INSULINA, mas DEPENDENTE DE GLICOSE e diminuem a secreção de glucagon. São duas subclasses que fazem parte desses agentes. Aqueles que mimetizam, que são ANÁLOGOS DO GLP1 que é uma incretina, que a gente vai falar dela. E as GLIPTINAS que são os inibidores da DPP-4, que é uma enzima responsável por metabolizar a incretina. Por isso que eles produzem no final o mesmo efeito. MUZZY, Leonardo A. – P2 23 Quem são esses agentes? A gente fala que são os incretínicos, pois eles aumentam a ação das incretinas. Quem são as incretinas? As principais incretinas produzidas pelo intestino é a GLP-1 e GIP. O que elas fazem? Quando a gente tem a ingestão de alimentos, o alimento estimula os enterócitos a liberar as incretinas e elas vão atuar sobre as células beta aumentando a liberação de insulina para que haja captação de glicose pelos tecidos e também ela tem uma ação antagônica de suprimento a secreção do glucagon. Então são realmente peptídeos (incretinas) importantes para que haja realmente a secreção de insulina a nível intestinal. Esses fármacos, o que eles fazem? Eles aumentam a ação do GLP-1 e GIP, eles podem fazer isso de duas formas, sendo análogo dessas incretinas, ou seja, eu sintetizo ali substâncias análogas ao GLP 1. Quanto mais GLP-1 tiver mais captação de glicose eu faço, mais a insulina é secretada e ocorre essa captação de glicose e inibo a secreção de glucagon. Uma outra forma (GLIPTINAS) de potencializar a ação das incretinas é inibir a DPP-4 (dipeptidil peptidase), elas são enzimas responsáveis pela degradação das incretinas. Então, se eu inibo a degradação eu mantenho essas incretinas ativas por mais tempo, a gente consegue amplificar a ação das incretinas de duas a três vezes em relação a ação fisiológica. Então, a gente vai ter como efeito dos agentes incretinicos, suprimir a secreção do glucagon, retardar o esvaziamento gástrico, reduzir a apoptose das ilhotas das células beta pancreáticas e ainda existe a relação com a redução da fome que está diretamente relacionada ao retardamento do esvaziamento gástrico, mas também existe algumas relações com o sistema nervoso central, realmente a interligação ali, do sistema nervoso entérico e sistema nervoso central. Então vamos falar dos miméticos e análogos do GLP-1. Esses fármacos estão na moda. Miméticos temos a Exenatida, que foi o primeiro a ser produzido, mas como ele precisa ser administrado mais de uma vez ao dia, hoje ele é o menos utilizado, ainda mais por que são usados por via subcutânea. Quanto menos eu administrar mais fácil é para o paciente, por isso que a Exenatida quase não é utilizada. E aí vieram os ANÁLOGOS DO GLP-1 e aí são todas as glutidas, LIRAGLUTIDAS, DULAGLUTIDAS, SEMAGLUTIDAS, LIXISENATIDA. O que tem de diferença entre esses análogos? O tempo de ação. A liraglutida são fármacos que tem um tempo de ação um pouco menor, o que faz com que tem que ser utilizado todos os dias no mesmo horário. Então o paciente vai fazer a administração subcutânea todo dia no mesmo horário. Como eles são de liberação prolongada não faz diferença se é à noite, de manhã. Vemos muito médico pedindo para o paciente utilizar no final do dia para ele não experimentar nenhum efeito de hipoglicemia, apesar da hipoglicemia não ser prevalente na utilização desse medicamento. Como ele é de liberação prolongada não existe uma relação com o horário. O que existe é que ele tem que ser sempre administrado no mesmo horário. Aí os mais novos, a dulaglutida e semaglutida são fármacos de liberação muito prolongada e aí eles facilitam a administração já que eles podem ser utilizados uma vez por semana. Todos esses análogos são utilizados via subcutânea, com essas canetinhas aqui, que precisam ser armazenadas em temperatura baixa principalmente quando já estão sendo utilizadas. Se não me engano eu acho que tem um deles que falam que nem precisa, mas como a variação de temperatura é grande, principalmente na nossa região, o ideal é que se utilize sobre refrigeração. MUZZY, Leonardo A. – P2 24 Por que hoje se fala tanto nos análogos do GLP-1? Eles foram desenvolvidos para o tratamento do diabetes. Aí ao se estudar essas medicações viram alguns benefícios associados a essa redução da glicemia e viu que a liraglutida, semaglutida e dulaglutida que são os mais utilizados hoje, reduzem eventos cardiovasculares compostos, como IAM, AVC em pacientes com a doença aterosclerótica estabelecidas quando se tem essa associação. Além disso, a utilização de liraglutida e semaglutida podem reduzir a evolução da nefropatia associada ao diabético. Então faz com que esse paciente tenha uma evolução mais lenta dessa doença renal, que está associado também ao diabetes. E um outro efeito pelo qual hoje eles estão sendo muito utilizados é o emagrecimento. Acho que foi em 2015 que foi o boom da Victoza, até coloquei essa fotinha da Veja que fala que o paciente pode reduzir aí de 8 a 10% de seu peso corporal, mas isso está muito associado ao paciente. Quando que o paciente experimenta desses efeitos mesmo em relação ao peso? Quando ele tem principalmente associada ao sobrepeso a resistência insulínica. Obviamente todo paciente
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