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ANTIMICROBIANOS (ANTIBIÓTICOS) - Prof.ª Juliana - P2 - Leonardo Muzzy

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MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
1 
 
Antimicrobianos 
Conceitos Gerais 
 
Classificação das bactérias a partir da coloração de 
Gram: 
✓ Gram positivas 
✓ Gram negativas 
As gram positivas são aquelas que coram, que retém 
o corante utilizado e por isso elas ficam roxas. Já as 
gram negativas por um mecanismo da própria 
membrana delas não vai possibilitar uma coloração 
tão efetiva por isso são rosadas. 
Por que uma se cora e a outra não? Isso está 
relacionado à constituição da parede celular da 
bactéria. As gram positivas possuem uma parede de 
peptídeoglicano muito mais espessa do que a 
quantidade de cadeias de peptideoglicano que 
compõe as gram negativas. O corante consegue 
penetrar nas positivas e nas negativas não, isso 
ocorre porque a parede das negativas de 
peptídeoglicano tem uma membrana externa que é 
composta por lipopolissacarideos e ela possui alguns 
canais hidrofílicos de porinas. Sendo assim, a 
membrana das negativas possuirá maior resistência 
do que as positivas, por isso o corante não consegue 
adentrar nessas bactérias. 
Quem sintetiza essas paredes de peptídeoglicano 
são as transpeptidase, enzimas que fazem parte das 
bactérias, e o objetivo delas é construir essa grande 
parede para que as bactérias se mantenham 
resistentes. 
São fármacos que possuem uma atividade contra 
micro-organismos, fazendo com que haja a inibição 
do seu crescimento ou provocando a sua destruição 
Entre os cocos gram positivos mais relevantes 
temos: 
✓ Estreptococos 
✓ Estafilos 
✓ Enterococos 
Gram negativos: 
✓ Neisserias 
✓ Moraxellas 
Bacilos das gram positivas: 
✓ Liesteria 
✓ Clostridium (que possui ação mista) 
Bacilos gram negativos: 
✓ Pseudomonas 
✓ Hemofilos 
✓ Enterobactérias (um grupo muito grande, as 
principais são klebisiela, escherichia, 
salmonela, shigella). 
Antimicrobianos 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
2 
 
Essas substâncias podem ser naturais, muitos dos 
nossos antibióticos foram formulados a partir de 
outros micro-organismos (por exemplo penicilina). 
Além disso, podem ser sintéticas. 
De uma forma geral, os antimicrobianos são 
fármacos que agem de sobre micro-organismos 
(bactérias, vírus, parasitas) inibindo seu crescimento 
ou provocando a sua destruição. 
Os antibióticos são uma classe específica dentro dos 
antimicrobianos, os antimicrobianos são uma classe 
muito ampla, são fármacos que atuam sobre diversos 
micro-organismos. E quando falamos de antibióticos 
são aqueles fármacos que produzem a antibiose, ou 
seja, impedem o crescimento e a destruição de 
bactérias. Eles têm uma atividade específica e 
exclusiva para estruturas próprias daquele 
microrganismo ou para estruturas que podem até 
existir no nosso corpo, mas que não provocam 
efeitos tóxicos. 
Quais são os principais alvos? Se queremos diminuir 
e inibir o crescimento de uma bactéria ou provocar 
sua destruição vamos: 
❖ Inibir enzimas envolvidas na síntese da 
parede celular de bactérias e fungos. Existem 
antibióticos que vão inibir a transpeptidase, 
ou seja, se eu não tenho enzimas para juntar 
essas cadeias de polipeptídioglicano não vai 
haver a construção da parede isso faz com 
que haja a lise dessa bactéria. 
❖ Atuar sobre os ribossomos bacterianos, ou 
seja, trabalham na inibição da transdução dos 
sinais, não tem síntese proteica, não tem 
DNA, impede o crescimento da bactéria 
❖ Atuar em enzimas necessárias para síntese 
de nucleotídeos e a replicação do DNA, o que 
vai impedir o crescimento dessa bactéria. 
Tudo começou com a penicilina em 1928 (contou a 
história da descoberta que o pesquisador fez uma 
pesquisa esqueceu fungos em uma placa de Petri e 
quando esses fungos cresceram as bactérias não se 
multiplicavam no meio, em seguida ele isolou o 
penicilium e desenvolveu a penicilina). Depois disso 
houve outros marcos: Estreptomicina, cefalosporina 
que revolucionou o tratamento da penicilina, 
vancomicina que veio tratar algumas bactérias 
resistentes a cefalosporinas e as penicilinas, os 
carbapenêmicos que é a última linha de tratamento 
para infeções hospitalares, revolucionou esse 
tratamento, mas hoje há a resistência desse fármaco, 
as quinolonas em 1980 que revolucionou o 
tratamento de doenças dos tecidos moles, de trato 
respiratório. E aí entre 1980 à 2000 não conseguia 
mais desenvolver nada e aí que as resistências 
começaram a acontecer de uma forma mais 
acelerada, somente em 2000 tivemos outros 
fármacos que foram desenvolvidos (desde as 
quinololnas), fármacos mais sintéticos, que vieram 
com a finalidade de melhorar o espectro dos 
antibióticos que já estavam ficando resistentes à 
maioria das bactérias. 
 
Os antibióticos eles podem ser classificados de três 
formas: 
✓ Mecanismo de ação 
✓ Estrutura 
✓ Ação antibiótica 
Em relação a sua estrutura química: Existem 
diversos grupos, visto que as estruturas são bem 
diversificadas. 
✓ ß-LACTÂMICO que sua principal 
característica é possuir um anel beta 
lactâmico. Ex: Penicilinas, cefalosporinas, 
carbapenêmicos, monolactâmicos. 
✓ SULFONAMIDAS e as drogas relacionadas 
que tem um grupamento sulfa em sua 
estrutura. Ex: Sulfametoxazol e dapsona 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
3 
 
✓ QUINOLONAS porque ela carrega um anel 
quinolônico na sua estrutura. Ex: 
Ciprofloxacino, levo, norfloxacino. 
✓ MACROLÍDEOS Ex: Azitromicina e 
eritromicina 
✓ TETRACICLINAS por conta dos quatro anéis 
em conjunto. Ex: Doxiciclina 
✓ POLIÊNICOS que são antibióticos que 
constituem uma cadeia muito longa de 
peptídeos por isso o seu nome poliênicos. Ex: 
Anfotericina B, nistatina. 
✓ DERIVADOS DE NITROBENZENO que 
carregam um átomo de cloro, por isso o nome 
clorafenicol. 
✓ AMINOGLICOSÍDEOS que são glicosídeos 
aminados. Ex: Gentamicina, clindamicina. 
✓ GLICOPEPTÍDEOS que é a junção de 
peptídeos com carboidratos. Ex: 
Vancomicina e a teiclopanina 
✓ POLIPEPTÍDEO que são várias cadeias de 
peptídeos juntas. Ex: Polimixina B, 
bacitracina. 
 
Existe a sua classificação de acordo com seu 
mecanismo de ação. São cinco principais 
mecanismos de ação. 
✓ Existem aquele que inibem a parede celular, 
que vão agir sobre aquela enzima da 
transpeptidação. Ex. betalactâmicos e os 
glicopeptídeos. 
✓ Os que inibem a membrana celular. Ex. 
Polimixinas, daptomicina, fosfomicina. 
✓ Os que inibem a síntese proteica, que agem 
no RNA ribossômico. 
✓ Os que tem ação sobre a estrutura do DNA. 
✓ Os que atuam dificultando ou inibindo a 
síntese da purina e do ácido fólico 
realmente impedindo a síntese de 
nucleotídeos. Ex. Sulfamidas e trimetroprim. 
A gente vai falar desses fármacos de acordo 
com essa divisão basicamente. 
 
Mas eles também podem ser classificados de acordo 
com a sua ação antibiótica. 
Esses fármacos podem ser: 
✓ Bactericidas quando eles levam à 
destruição, à lise bacteriana. Ex: Beta-
lactâmicos, aminoglicosideos, glicopeptideos, 
quinolonas. 
✓ Bacteriostáticos quando impedem o 
crescimento, a multiplicação da bactéria. Ex: 
Macrolídeos, tetraciclinas, lincosamidas, 
afenicois. 
✓ E existem aqueles que são bactericidas e 
bacteriostático. Essa ação pode ser tanto 
pela sua dose (doses mais baixas 
bacteriostáticos, doses mais altas 
bactericidas) ou porque às vezes são 
bactericidas em umas bactérias e em outras 
como bacteriostáticos. Ex: Nitrofurantoína, 
sulfonamidas, eritromicina. 
 
Pensando nesse mecanismo de ação, no alvo 
desses fármacos, vamos falar dos mecanismos de 
resistências dos antibióticos. O que a gente sempre 
fala é que a resistência ela é gerada devido ao uso 
inadequado dos antibióticos, a forma inadequada da 
exposição dos antibióticos ao organismos, mas na 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
4 
 
verdade essa resistência está mais relacionada a 
uma própria adaptação dessa bactéria que 
acontece por alterações genéticas. Dentro das 
bactérias existem algumas enzimasque são muito 
importantes para a manutenção e replicação dessa 
bactéria e o que acontece nessa resistência? A 
resistência ela ocorre devido a adaptações, 
alterações genéticas na estrutura, na formação 
dessas bactérias e essas alterações fazem com 
que essas enzimas atuem de forma a aumentar a 
seletividade daquele antibiótico. Então assim, 
também existe uma relação com o uso inadequado 
dos antibióticos, mas não será esse uso que provoca 
essa adaptação, essa adaptação é própria da 
bactéria. É óbvio que quanto mais essa bactéria for 
exposta a esse antibiótico mais 
alterações/adaptações ela vai sofrer para tentar se 
manter resistente a ele. Quando isso ocorre, 
devemos utilizar antibióticos de espectro mais amplo, 
ou seja, aqueles que tem uma maior possibilidade de 
atingir bactérias, esses são menos eficazes e mais 
tóxicos. 
Outra coisa muito importante é quando a gente utiliza 
o termo “flora bacteriana” a gente não pode falar 
flora, pois o coletivo de bactéria é microbiota. 
Inibidores da parede e membrana celular 
 
São fármacos que atuam provocando a lise dessa 
bactéria ao deixá-la ser mais suscetível, visto que vai 
haver a quebra da parede celular, da membrana 
celular e a bactéria fica suscetível ao meio. Dentro 
dessa classe, nós teremos quatro grandes 
subclasses: beta-lactâmicos, glicopeptídeos, 
polimixinas e daptomicina. Sendo os dois primeiros 
inibidores da parede e os dois últimos inibidores da 
membrana. 
 
 
Inibidores da parede celular 
Os beta-lactâmicos constituem uma classe muito 
diversificada de antibióticos e é a primeira classe que 
foi descoberta, a penicilina. Sua caraterística 
principal é esse anel beta lactâmico que existem em 
todos os seus representantes. Seus representantes 
são: Penicilina, cefalosporina, carbapenêmicos e os 
monobactâmicos. Como eles possuem esse anel 
betalactamico, o seu mecanismo de ação ele 
acontece a partir da síntese da parede celular. 
 
Eles vão interferir na reação de transpeptidação que 
é a responsável pela síntese celular da parede 
bacteriana. Os peptídeosglicanos precisam se unir, e 
as cadeias se unem a partir de uma reação 
enzimática, a partir da transpeptidase. Os beta-
lactâmicos se ligam a essa transpeptidase e 
promovem a inibição → Se eu não tenho essa 
enzima, eu não vou ter essa transformação do 
peptídeoglicano e a parede celular não consegue se 
formar e aí ocorre a lise da bactéria. O espectro de 
ação de um beta-lactâmico é determinado por dois 
fatores: 
▪ Capacidade de penetrar nessa membrana 
externa e na parede celular; 
▪ Capacidade de inibir a transpeptidase (PBP). 
Nas gram positivas, apesar de serem estruturas 
maiores, bem espessa, estão disponíveis para ação 
dos beta-lactâmicos. Já as gram negativas elas 
possuem essa membrana celular composta por 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
5 
 
lipopolissacarídeo e canais de porinas (uma 
característica mais hidrofílica) que dificulta o acesso 
dos beta-lactâmicos. Então, a gente fala que os beta 
lactâmicos possuem uma ação melhor, um espectro 
maior sobre as bactérias gram positivas e uma 
certa resistência natural da própria bactéria sobre as 
gram negativas. A capacidade de inibir a 
transpeptidase está relacionada com a afinidade 
desse antibiótico com essa enzima, o que se fixar 
melhor a enzima tem uma ação melhor sobre ela. 
 
A estrutura química básica de qualquer penicilina é o 
anel beta-lactâmico + um anel tiazolidínico, a junção 
desses anéis forma o ácido 6-aminopenicilânico e 
esse ácido é a atividade ESSENCIAL desse 
antibiótico. O que vai diferenciar as penicilinas 
serão os radicais R no final (R) que fazem a 
diferenciação entre a penicilina, a ampicilina e a 
amoxicilina. O grande problema das penicilinas está 
relacionado a sua susceptibilidade a beta-
lactamase, que é um tipo de transpeptidase, existem 
diversas isoformas dessas enzimas (existem mais de 
100 tipos de betalactamase). E aí essas bactérias 
são capazes de clivar os dois anéis e aí há a 
conversão do ácido 6-aminopenicilânico em ácido 
peniciloico (inativo) que não consegue inibir a 
transpeptidase que é tão importante para síntese da 
parede celular da bactéria. 
 
A penicilina foi descoberta pelas observações do 
Alexander Fleming na colônia de penicilium não 
deixando as bactérias se multiplicarem. 
 
Atualmente, temos diversas penicilinas e elas são 
classificadas de 5 formas: 
✓ PENICILINAS NATURAIS → Existem dois 
tipos disponíveis no mercado: Penicilina V e 
a G. Todas elas são muito sensíveis à ação 
do ácido clorídrico, sendo assim se inativam 
na presença desse. Por isso a G tem que ser 
administrada por via injetável (por ser a mais 
instável na presença do ácido) e a V oral. 
Elas atuam contra bacilos e cocos gram 
positivos por conta da estrutura da sua 
parede celular, mas também vão atuar sobre 
alguns cocos gram negativos (por isso 
utilizado no tratamento da gonorreia → 
Neisseria). São fármacos de um espectro 
considerável (maioria das anaeróbias e 
espiroquetas), seu grande problema mesmo 
é a sua instabilidade até mesmo na sua 
preparação (ela deve ser preparada antes da 
utilização) por isso ela vem cada vez mais 
sendo menos utilizada. E tem uma 
susceptibilidade enorme sobre a ação das 
betalactamases. 
✓ PENICILINA ANTIESTAFILOCOCICAS → 
São resistentes a um tipo de betalactamase 
estafilocócica. São mais hidrofóbicas, ou 
seja, tem mais dificuldade em atravessar 
aqueles canais de porinas das gram 
negativas, por isso são mais utilizadas nas 
infeções gram positivas. São mais 
utilizadas em infeções de pele e tecido mole 
por conta dessa hidrofobicidade. Apresenta 
efeitos gastrintestinais importantes o que 
dificulta a sua utilização por via oral. Então a 
gente vai ter todos esses aí utilizados por via 
injetável (oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, 
nafcilina, meticilina) essa última ela foi 
desenvolvida para revolucionar o tratamento 
* A betalactamase que vai fazer a conversão do ácido 6-
aminopenicilânico em ácido peniciloico que é uma forma inativa. Sem 
o ácido 6-aminopenicilânico o betalactâmico (fármaco) não 
consegue inibir a transpeptidase. 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
6 
 
das doenças estafilocócicas e hoje já existem 
diversas cepas de estafilococos resistentes a 
meticilina. 
✓ AMINOPENICILINAS → No seu radical R é 
adicionando um amino eletropositivo que 
aumenta a difusão pelas porinas, ou seja, 
eles conseguem atuar sobre alguns gram 
negativos que as penicilinas estafilocócicas 
não conseguem, mesmo que eles atuam em 
alguns gram negativos tendo um espectro 
mais amplo, eles continuam sendo sensíveis 
à betalactamase. Temos dois grandes 
representantes que é a AMPICILINA utilizada 
nas doenças enterocócicas e nas meningites 
e a AMOXICILINA, utilizada por via oral em 
doenças otorrinolaringologicas não 
complicadas, na endocardite e no tratamento 
associado do H. pylori. 
 
✓ CARBOXIPENICILINAS → Há adição de um 
grupo carboxila negativa ao radical R 
aumentando a sua resistência à 
betalactamase e o seu espectro. Em altas 
doses consegue ultrapassar pelos canais de 
porinas e são muito utilizadas em doenças 
causadas por gram negativas 
(Pseudomonas e as enterobactérias). 
Representantes: Carbenicilina e a ticarcilina. 
✓ UREIDOPENICILINAS → Há adição de uma 
cadeia lateral positiva e uma negativa no 
radical R e ela fica mais potente que a 
carboxipenicilinas, mas com o mesmo 
espectro. Repesentantes: Piperacilina e 
mezlocilina que são utilizadas para a 
klebisiella e enterococos resistentes à 
carboxi. 
A grande diferença que vai ocorrer entre as 
penicilinas vai ser o radical R que está sendo 
adicionado naquela estrutura básica e o objetivo 
dessa adição é aumentar o espectro ou a 
resistência às betalactamases. 
Quando adicionamos um radical na estrutura base da 
penicilina, ela ficará mais resistente à 
betalactamase,isso está relacionado a 
características farmacocinéticas desses antibióticos. 
Uma penicilina de amplo espectro ela tem que ser 
hidrofílica. Por quê? Nas gram positivas os 
peptídeosgalicanos ficam mais expostos, fica fácil 
para elas atacarem, as betalactamases ficam todas 
expostas, bem na superfície da parede celular. 
Enquanto nas gram negativas as betalactamases 
ficam no espaço periplasmático e aí ela vai precisar 
atravessar e a única forma dela fazer isso é pelas 
porinas e aí ela precisa ser mais hidrofílico, se ela 
for mais hidrofílica ela vai conseguir atingir as 
betalactamases tanto na gram positiva quanto na 
negativa. Porém, se ela for hidrofóbica ela não vai 
conseguir penetrar a membrana e não vai 
conseguir atuar sobre as gram positivas. Por isso, 
que algumas bactérias gram negativas são 
inerentemente resistentes aos betalactamicos de 
espectro estreito simplesmente em decorrência da 
barreira de permeabilidade constituída por sua 
membrana externa. Então a adição do radical à 
estrutura da penicilina é na tentativa de aumentar o 
espectro ou de deixá-la mais resistente às 
betalactamases. 
Amplo espectro → Ampicilina, amoxicilina, 
piperacilina, ticarcilina, carbenicilina e mezlocilina. 
 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
7 
 
Esse mecanismo de resistência das penincilinas se 
dá por uma mutação das betalactamases, o que faz 
com que o betalactâmico não se ligue mais à enzima 
ou dificulta a ligação quando diminui a afinidade, 
podendo anular a ligação da enzima ou diminuir e 
dificultar essa ligação. 
As gram positivas expressam mais essas enzimas 
(betalactamases) enquanto as gram negativas 
expressam menos, a gente pode pensar que já que 
as gram positivas tem mais são mais resistentes a 
ação dos betalactâmicos, porém as gram negativas 
continuam mais resistentes aos betalactâmicos 
tanto pela questão da membrana quanto pela 
localização das betalactamases, pois elas ficam no 
espaço periplasmático e o fármaco precisa de ter 
uma composição mais hidrofílica para que consiga 
chegar aqui e se ligar a essas enzimas no espaço 
periplasmático, então é mais um motivo porque as 
gram negativas conseguem ser mais resistentes 
à ação da penincilina. 
Então para tentar diminuir esse mecanismo de 
resistência das betalactamases foi desenvolvida uma 
molécula que fosse capaz de inativar essa enzima, 
que são os inibidores da betalactamase. 
Na imagem tem a estrutura de uma penincilina e a 
estrutura de um inibidor de betalactamase, a gente 
vê que a estrutura é bem parecida, ou seja, também 
tem afinidade pelas betalactamases e não impedem 
que elas clivem essa ligação aqui, então hoje a gente 
vê muito mais a utilização de penincilina associada 
aos inibidores de betalactamase do que aquelas 
utilizadas de forma isolada. 
Temos três tipos de inibidores: 
✓ Ácido clavulânico que pode ser sintetizado a 
partir do potássio que é o clavulanato de 
potássio, 
✓ Sulbactan que é muito associado a 
ampicilina. 
✓ Tazobactam que é associado a piperacilina 
(Pipetazo ®). 
Só existem duas formas de combater a resistência: 
Mudar a estrutura da penicilina ou adicionar uma 
substância que iniba essa enzima. Não resolveu o 
problema, pois existem bactérias resistentes aos 
inibidores das betalactamases. 
 
Em relação à toxicidade, é muito rara, mas pode 
acontecer e o principal efeito é relação com a 
hipersensibilidade. Esses anéis betalactâmicos 
podem reagir com algumas proteínas humanas e 
formar o conjugado betalactâmico-proteína e essa 
proteína é capaz de desencadear a reação de 
hipersensibilidade por ter características antigênicas, 
podendo ocasionar quadro de anafilaxia. 
Pacientes alérgicos à penicilina, geralmente são 
alérgicos/hipersensíveis a todas elas, pode até ser 
que exista alguma penicilina ou betalactâmico que 
ele não se torne alérgico, mas por conta das reações 
cruzadas a reação pode acontecer com mais de um 
tipo de betalactamico. Esta anafilaxia acontece mais 
ou menos uma hora após a utilização do fármaco e 
tem a característica de uma crise anafilática mesmo, 
broncoespasmo, angioedema e até mesmo colapso 
cardiovascular. 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
8 
 
Aqui nós temos as principais penicilinas utilizadas: 
Temos as penicilinas naturais que tem a dose 
diferente das demais, que utilizamos a medida de 
unidade ao invés de miligramas. As penicilinas 
antiestafilococos e as penicilinas de espectro 
ampliado: O livro juntou as aminopenicilinas, 
carboxipenicilina e as ureidopenicilinas. 
A gente vê o ajuste de dose em relação à depuração 
de creatinina, a maioria dos antibióticos são 
depurados exclusivamente pela via renal e os 
metabólitos produzidos ali podem gerar alguma 
toxicidade, o que faz com que a maioria dos 
antibióticos precisem ser reajustados em um caso 
em que o clearance esteja diminuído, tanto pela 
função quanto por algum metabolito nefrotóxico. 
As cefalosporinas também são betalactâmicos e qual 
a diferença deles? A cefalosporina tem um anel 
acessório que faz ela ter seis membros, o que 
amplia seu espectro e da maior estabilidade, elas 
geralmente podem ser utilizadas em pacientes com 
alergia não potencialmente fatal à penicilina. 
São classificadas em gerações e essa classificação 
está relacionada ao seu espectro. Os de primeira 
geração tem um espectro mais estreito, aí vai os 
de segunda e terceira, até chegar nos que 
conseguem abranger bactérias mais resistentes. 
Quando a cefalosporina foi desenvolvida, através de 
um fungo Cephalosporium, foi desenvolvida 
realmente para tentar aumentar o espectro dos 
betalactâmicos, pois só existia a penicilina, então 
existem características peculiares de cada uma. 
As de primeira geração são a cefazolina, 
CEFALEXINA, cefalotina e só temos um 
representante de uso parenteral que é a 
CEFAZOLINA os outros todos são de uso oral. 
Como são de primeira geração atingem gram 
positivas e muitos estrepto e estafilococos, também 
pode atuar sobre algumas enterobactérias e algumas 
gram negativas, como a E. coli, K. pneumoniae, P. 
mirabilis, mas são muito resistentes à maioria das 
gram negativas, por causa das suas características 
que já comentamos, por isso tem o uso limitado. 
As cefalosporinas de uso oral são muito usadas em 
infecções do sistema urinário, infecções causadas 
por estafilococos e estreptococos, mas também 
podem ser utilizadas em celulites e abcessos de 
tecidos moles, como é de uso oral, deve-se evitar 
utilizar em infecções sistêmicas. 
A CEFAZOLINA de uso parenteral é muito utilizada 
em profilaxia cirúrgica ou infecções estafilococicas e 
estreptocócicas em pacientes com história de alergia 
à penicilina, mas ela não ultrapassa a BHE, por isso 
não é usada em tratamento de meningites. Como é 
IV e pode ser IM, é muito usada em infecções 
sistêmicas e bacteremias. 
Melhorando um pouco as cefalosporinas, temos aqui 
as cefalosporinas de segunda geração, elas são 
divididas em dois grandes grupos: 
✓ As de atividade aumentada pelo H. Influenza, 
que está muito associada às pneumonias 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
9 
 
adquiridas da comunidade. Representantes: 
Cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima, 
cefprozila. 
✓ Os que tem atividade aumentada em 
bactérias anaeróbias. Representantes: 
Cefoxitina, cefmetazol e cefotetana. 
Então, essa segunda geração é uma versão 
melhorada da primeira, ou seja, ela vai agir contra 
alguns microrganismos que são resistentes as 
cefalosporinas de primeira geração, aumenta um 
pouquinho a cobertura de micro-organismos gram 
negativos, que na primeira geração tinha muito 
pouco, mas tem uma ação muito pequena ou não 
tem ação sobre as enterococos e p. aeruginosa que 
são bactérias gram negativas. Então, ela age sob a 
kleibisiela, mas ainda não consegue atuar sob os 
enterococos e aeruginosa. 
As de uso oral são usadas pra infecções das vias 
aéreassuperiores, sinusite, otite, pneumonias 
adquiridas não complicadas e temos a cefoxitina, 
cefmetazol e cefotetana para infecções anaeróbias 
mistas que conseguem cobrir um pouco aqui as 
peritonites, doença inflamatória pélvica. Temos 
também a cefuroxima que é mais usada no 
tratamento da pneumonia (adquirida na comunidade) 
porque tem uma atividade sobre os Haemophilus 
(influenza e pneumoniae) mais ampla. 
Temos os de terceira geração, ainda na tentativa de 
melhorar a versão anterior, tem todos esses 
representantes, dentre eles a CEFTRIAXONA que é 
muito conhecida e só tem dois representantes para a 
via oral (cefixima e cefpodoxima). Quanto mais 
melhora o espectro desses fármacos, mais são 
usados em bactérias mais resistentes e mais são 
veiculados em forma de uso parenteral, diminui a 
chance de uso por via oral, pois são muito usados em 
infecções resistentes e mais graves. 
A terceira geração fica mais resistente às 
betalactamases, muito ativas em relação as gram 
negativas, pois até então não tinha isso com as 
demais (E coli, haemoffilus, kleibsiella proteus, 
citrocacter), e fica menos ativas contra as gram 
positivas. As de segunda geração atuam mais 
contra as gram positivas, agora com essa mudança 
de estrutura a terceira geração age mais com gram 
negativa e menos com gram positiva. 
As de terceira atravessam a BHE, então são 
utilizadas contra meningites, mas não possuem uma 
ação confiável ainda contra algumas espécies de 
Enterobacter por conta das betalactamases de 
espectro ampliado que as enterobacter produzem. 
Indicação → Utilizadas em doenças provocadas por 
bactérias resistentes, infecção de vias respiratórias 
inferiores, terapia empírica da sepse, infecção 
gonocócica não complicada, infecções hospitalares 
por gram negativas principalmente as causadas por 
P. aeruginosa (ceftazidima) e a ceftriaxona e 
cefotaxima no tratamento da meningite por conta de 
atravessar a barreira hematoencefálica. 
Na quarta geração só tem um representante que é a 
CEFEPIME que nós temos em duas dosagens: De 
um e de dois. É uma geração que tem um bom 
espectro em gram positiva e gram negativa 
incluindo uma atividade antipseudomonas, muito 
utilizadas em infecções hospitalares, são mais 
resistentes a betalactamases e tem uma meia-vida 
mais longa que as de terceira geração, o que 
permite que elas sejam usadas em doses menos 
frequentes. Uso exclusivo hospitalar. 
A quinta geração foi descoberta em 2005, no 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
10 
 
mercado brasileiro tem a CEFTAROLINA que é 
caríssimo, quanto maior a geração maior o valor, e 
precisa de uma autorização e uma justificativa para 
sua utilização, pois existem as considerações para a 
utilização destes fármacos. Tem atividade 
microbiana contra S. aureus resistentes a 
múltiplos fármacos, muita utilizada no S. aureus 
resistente à meticilina (MRSA) e resistência 
intermediária à vancomicina (VRSA). 
Por isso seu uso se dá em tratamentos de 
pneumonia adquiridas da comunidade resistentes a 
outros antibióticos e algumas infecções de pele. Só 
tem ele de uso hospitalar (IV), assim como o de 
quarta geração que tem uso exclusivo hospitalar. 
 
 
A única que não tem depuração renal importante 
é a ceftriaxona e se torna mais segura em pacientes 
com comprometimento renal. 
 
Ainda como representante dos betalactamicos, 
temos os MONOBACTAMICOS e os 
CARBAPENÊMICOS. A mudança na estrutura 
molecular destes fármacos faz com que realmente 
eles sejam mais específicos para algumas bactérias. 
 
A diferença dos monobactamicos para a penicilina 
se dá por um anel monocíclico na sua estrutura, o 
que faz com que os monobactamicos fiquem 
limitados a ação sob gram negativos anaeróbios 
(inclusive as P. aeruginosas) e não tem atividade 
nenhuma sob gram positiva e anaeróbica, o que vai 
contra a principal ação dos betalactâmicos que vimos 
(penicilinas). Sendo assim, a ação dos 
monobactâmicos vai ser voltada para as bactérias 
gram negativos anaeróbias. As gram postivas não 
são nada sensíveis a eles. 
O espectro se assemelha a cefalosporina de terceira 
geração, porém são mais resistente às 
betalactamases. Ultrapassam a BHE, por isso 
também são utilizados nas meningites (doenças do 
SNC) e pode ser usado em pacientes com histórico 
de alergia a penicilina por conta dessa sua alteração 
estrutural. 
Indicações → São drogas antipseudomonas e são 
utilizados em infecções graves (pneumonias, 
meningites e sepse causada por gram negativa 
principalmente causadas por Pseudomonas), 
fármaco de uso hospitalar e só tem um representante 
que é o AZTREONAM (muito caro) e também precisa 
de uma justificativa para a sua utilização, são pra 
patógenos múltiplos resistentes a outros antibióticos. 
Para finalizar os betalactâmicos agora vamos pros 
CARBAPENÊMICOS. O nome se dá por causa do 
átomo de carbono que se liga ao anel carbapenema, 
são drogas de espectro bem amplo atuando em 
bactérias gram positivos, negativos, anaeróbios. 
A última linha das doenças e infecções 
hospitalares, usado quando paciente não responde 
a mais nada → Vieram como salvadores da pátria. 
Quando o paciente tá usando meropenem é porque 
já tentou vários e essa bactéria está lá resistente. 
É uma opção segura pro tratamento de infecções 
polimicrobianas graves. 
Representantes → Meropenem, ertapenem e 
imipenem-cilastatina. São antibióticos tempo- 
dependente e que apresentam altas concentrações 
variadas em vários tecidos corporais, inclusive SNC. 
O que é tempo dependente? Quanto maior o tempo 
de fusão dessa droga e a manutenção da 
concentração plasmática acima da concentração 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
11 
 
ideal, maior a ação antimicrobiana e melhor o 
desfecho clínico. 
 
 
Última linha para infecções graves por gram 
negativas principalmente as hospitalares (IRAS). 
Estava tudo muito lindo, até que surgiram as 
bactérias resistentes aos carbapenêmicos e esse é 
um grave problema de saúde pública, pois estamos 
em uma etapa em que não conseguimos desenvolver 
nada novo (estamos aperfeiçoando aquilo que já 
tem), quando tem essas resistências, isso é muito 
preocupantes pois essa resistência pode acontecer 
por vários mecanismos, mas o principal deles é a 
carbapenemase que é um tipo de betalactamase 
produzida por algumas bactérias como 
Acinetobacter, Pseudomonas e algumas 
enterobactérias (Klebsiela e Enterobacter), uma vez 
que elas produzem esse tipo de betalactamase que 
quebra o anel betalactâmico do carbapenêmico e 
ele não consegue agir. 
 
O IMIPENEM foi o primeiro que surgiu e é conjugado 
com a molécula de cilastatina que inativa a enzima 
di-hidropeptidase, pois essa enzima inativa o 
imipenem e está em diversas estruturas celulares. 
Indicações → É utilizado em infecções graves, 
pneumonias, bacteremias, infecções TGI, 
endocardites, infecções de tecidos moles, mas 
principalmente pneumonias e endocardites. É 
nefrotóxica por conta da cilastatina, gera metabólito 
tóxico então tomar cuidado com pacientes renais. 
O MEROPENEM é a versão melhorada do 
imipenem, tem maior espectro e menor risco 
terapêutico por conta de nefrotoxicidade do 
imipenem e por isso é o mais utilizado. Indicação → 
As mesmas infecções graves do Imipenem. 
O ERTAPENEM que é uma droga mais jovem 
comparada ao meropenem, tem uma meia-vida 
maior, o que faz com que seja administrado menos 
vezes ao dia, mas não tem ação contra 
pseudomonas e acinetobacter. É utilizado como 
uma alternativa pro tratamento ambulatorial, pois é a 
única que pode ser administrada por via 
intramuscular, os demais só por via IV. 
 
Doripenem não existe no Brasil ainda, ele está em 
fase de estudo ainda. 
 
 
Então falamos dos betalactâmicos (4 tipos) que 
atuam sobre a síntese da parede celular, além deles 
temos o grupo dos GLICOPEPTIDEOS, eles também 
atuam sobre a parede celular, mas de maneira 
diferentedos betalactâmicos, mas também são 
bactericidas pois promovem a lise bacteriana. 
Representantes → VANCOMICINA E 
TEICOPLANINA que são de uso exclusivo 
hospitalar, tem alto custo, e também tem uma 
atividade maior contra gram positivo, pois o 
glicopeptídeo é uma molécula de carboidrato 
associado a um peptídeo, o que o torna uma 
molécula polar, e aí vem a dificuldade de 
atravessar a membrana do gram negativo, por 
isso atua melhor em gram positivo. 
Os glicopeptídeos tem baixíssima biodisponibilidade 
por via oral principalmente a vancomicina, por isso 
são disponibilizados IV no caso da vancomicina e IV 
e IM no caso da teicoplanina. 
Indicação → Utilizados em sepse, endocardite, 
meningite por estafilococos resistente a meticilina 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
12 
 
(penicilina), Clostridium difficile (colites 
pseudomembranosas). Quando a vancomicina é 
utilizada para o Clostridium PODE SER UTILIZADA 
POR VIA ORAL, pois tem uma ação muito mais local 
do que sistêmica no tratamento do Clostridium 
difficile. 
Mecanismo de ação → Os popipeptideoglicanos são 
estruturas que vão se associado ali vários 
aminoácidos até formar essa paredinha e a 
extremidade dessas cadeias é composta por essas 
duas estruturas: d-Ala-d-Ala. Os glicopeptideos se 
ligam ao d-Ala-d-Ala, que são as estruturas 
terminais dessa cadeia de peptideoglicano, quando 
ele se liga é como se eu afrouxasse essa cadeia, 
aí ela fica fraca,não mantem sua estrutura e fica 
susceptível a lise porque aí acontece entrada de 
água pela parede celular e a bactéria explode e 
morre. 
Tem uma sinergia com gentamicina, vocês verão 
muita associação da vanco com a gentamicina, 
visando melhorar ação sobre estafilococos, mas 
tem algumas particularidades em relação aos seus 
efeitos adversos. 
 
Os principais efeitos adversos são 
✓ A nefrotoxicidade, principalmente 
associada aos aminoglicosídeos, como a 
gentamicina, pois o metabólito que vem do 
citocromo (caspase 3) pode levar a apoptose 
dos nefrons. 
✓ Plaquetopenia devido à indução da morte 
das plaquetas pelo antígeno que é produzido 
pelo glicopeptídeo. 
✓ Tromboflebites que é uma infecção 
periférica da administração do fármaco 
principalmente da vancomicina. 
✓ Síndrome do homem vermelho (uma das 
principais reações adversas devido ao uso da 
vanco) A vancomicina leva a desgranulação 
dos mastócitos de uma forma importante, 
aumenta histamina, provoca vasodilatação 
sistêmica que dá a síndrome do homem 
vermelho, pode diminuir essa síndrome 
diminuindo a velocidade de infusão, ou seja, 
eu faço uma infusão mais lenta ou utilizo um 
anti-histamínico. 
 
Também já existem os estafilococos resistentes a 
vancomicina também por uma alteração enzimática 
que são os VARS. 
 
A nefrotoxicidade pode acontecer, tem que pensar 
nas adaptações em relação a função renal. Todas as 
drogas de uso hospitalar precisam ter periodicidade 
da avaliação da função renal. 
Inibidores da membrana celular 
 
A gente vai ver que existem algumas similaridades 
entre eles, principalmente a sua constituição 
estrutural. Para eles poderem agir sobre a membrana 
celular eles precisam ser compatíveis com essa 
membrana e vamos falar sobre cada um deles, suas 
principais indicações e suas diferenças entre seus 
mecanismos de ação. 
 
DAPTOMICINA → É um lipopeptídeo, cíclico, ou 
seja, ele tem uma característica lipoproteica, bem 
próxima da característica estrutural dessa membrana 
celular, o que faz esse fármaco agir nessa 
membrana. Ele foi desenvolvido a partir do 
Streptomyces e ele tem uma ação basicamente 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
13 
 
sobre bactérias gram positivas; e porquê que ele 
são mais ativos contra essas bactérias gram 
positivas? Por conta, realmente, da ação sobre a 
membrana, a gente que as bactérias gram positivas 
não possuem aquela bicamada lipídica lá da 
membrana, ou seja, esses peptídeosglicanos eles 
ficam mais expostos à parede ali, das bactérias gram 
positivas, o que facilita a estrada dessa daptomicina. 
Mecanismo de ação: Ela se liga a essa membrana 
citoplasmática e formam um complexo 
dependente de cálcio, esse cálcio, em contato aqui 
com esses poros existentes na membrana gram 
positiva, ativa o efluxo de potássio e aí ocorrem a 
despolarização dessa membrana gerando a 
interrupção dessa membrana, há uma interrupção na 
síntese de DNA, RNA e proteína o que vai levar a 
morte dessa bactéria. 
 
A daptomicina é um fármaco mais recente e ele é 
muito utilizado no tratamento das infecções cutâneas 
complicadas e na bacteriemia ou endocardite 
provocada por Staphylococcus aureus, 
principalmente aqueles resistentes à vancomicina e 
a metcilina. 
Efeitos adversos importantes: Pneumonia 
eosinofilica, diarreia por Clostridium difficile por conta 
dela realmente alterar a microbiota intestinal eu 
aumento infecções oportunistas, principalmente pelo 
Clostridium. Podem provocar a miopatia e por isso 
que as associações com as estatinas a gente precisa 
de um certo cuidado, não devem ser 
coadministrados, ou seja, principalmente em relação 
aos horários. 
 
Um outro inibidor da membrana que é muito utilizado, 
caiu no gosto dos médicos e dos próprios pacientes, 
por conta das características farmacocinéticas desse 
fármaco, é a FOSFOMICINA. Ela pertence ao grupo 
dos epóxidos fosforados, e ela tem uma ação 
bacteriostática e bactericida. Atua sob gram 
positivos e gram negativos, porém com uma ação 
maior sobre as bactérias gram negativas. 
Mecanismo de ação da fosfomicina: Elas atuam lá 
na primeira etapa da parede celular, lá na síntese 
dos peptídoglicanos e de que forma?! Eles inibem 
essa enzima que é a enolpiruvato tranferase que 
é responsável pela produção dos mucopeptídeos. 
Então elas atuam bem aqui, nessa transformação de 
acetilglicosamina para o ácetilvurâmico e a gente vai 
fazendo a formação dos peptídeoglicanos. 
Então vão atuar numa fase bem inicial, quando a 
gente compara a fosfomicina com betalactâmicos, os 
betalactamicos atuam lá na etapa final, ou seja, 
aquela parede celular ela já está pronta, aqui não, 
por isso que ela tem ação bacteriostática também, 
além de bactericida. Eles atuam, realmente, 
impedindo a produção desses peptídoglicanos 
na formação da parede. E de que forma elas são 
introduzidas?! Como elas possuem uma 
característica também compatível com essa 
membrana, elas utilizam de transportadores que as 
próprias bactérias utilizam para captação de 
nutrientes que é o glicose-6-fosfato sendo utilizado 
principalmente pelas bactérias gram negativas e 
por isso as fosfomicinas tem uma ação maior 
sobre as gram negativas do que com as positivas 
já que o meio que ela vai utilizar para adentrar a 
célula e agir sobre essa enzima citoplasmática é a 
partir desse transportador que é expresso 
principalmente nas bactérias gram negativas. E por 
isso, as gram positivas se tornam naturalmente 
mais resistente à ação da fosfomicina e também 
esse transportador ele pode estar associado aos 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
14 
 
mecanismos de resistência contra a fosfomicina, 
por alterações desses transportadores. Se a 
fosfomicina, não consegue entrar e ela precisa inibir 
uma enzima citoplasmática, ela não consegue 
produzir a sua ação. Então esse transportador é 
utilizado para sua ação, mas também pode sofrer 
mutações responsáveis pela sua resistência. 
 
Ela é muito utilizada para bactérias gram negativas 
que infectam o trato urinário, principalmente o trato 
urinário BAIXO, então, E.Coli, Klebsiella e Serratia e 
porquê que ela trata principalmente infecções do 
trato urinário baixo?! Porque que esse fármaco é 
excretado de forma inalterada na urina, ou seja, 
ela consegue ter uma ação realmente local, ele 
não é metabolizado, ele não se torna metabólico 
inativo, quando chega para ser eliminação, ou seja, 
ele consegue agir sobre bactérias, queestão ali 
de forma local, no trato urinário baixo. 
Importante dizer que, o uso da fosfomicina está muito 
relacionada a essas infecções urinárias não 
complicadas e, realmente, identificar desde o trato 
urinário BAIXO. Quando a gente já tem a infecção do 
trato urinário alto, a fosfomicina ela não uma das 
indicações principais. Ela é utilizada em dose única 
de 3 gramas que é um outro fator que facilita a 
administração e a utilização desse medicamento. 
Então, o paciente vai utilizar, principalmente as 
mulheres, que utilizam muito, por conta das 
infecções urinarias baixas, vai utilizar em uma dose 
única, ela vem no envelope e dilui. E existem estudos 
que mostram que uma dose única de fosfomicina 
é suficiente quanto a múltiplas doses de outros 
medicamentos utilizados nas infecções de trato 
urinário como as quinololnas. E um outro ponto a 
favor é que ela é segura na gestação, ela não 
atravessa a barreira placentária. 
 
POLIPEPTÍDICOS → É uma classe que também 
inibe a membrana celular e tem como representantes 
a BACITRACINA e a POLIMIXINA B, todos os dois 
foram obtidos a partir de bacilos e eles possuem 
também uma característica importante em relação a 
sua estrutura química que corresponde a estrutura 
da membrana celular. 
A BACITRACINA ela é um fármaco que atua de que 
forma?! Ela vai inibir a síntese da parede celular e 
da membrana celular impedindo a incorporação 
de aminoácidos. Para que haja a formação dessa 
membrana celular, eu preciso de aminoácidos e 
nucleotídeos. Quem capta esses aminoácidos e esse 
nucleotídeos, para a produção dessa membrana?! O 
carreador bactoprenol que é um carreador 
transmembrana que capta esse aminoácido e leva 
para a produção da membrana celular. E aí, se eu 
não tenho esse componente super essencial na 
síntese dessa membrana, ela vai ficar 
enfraquecida, e aí a gente interrompe essa síntese. 
Mecanismo de ação: A bacitracina atua impedindo 
a desfosforilação do bactoprenol interrompendo, 
dessa forma, a síntese da parede. A bacitracina 
para ela ter essa ação precisa impedir a ação desse 
carreador. Então, a bacitracina precisa de ser 
conjugada a íon de metal divalente. Por isso, que 
a gente vê, a bacitracina sendo aí veiculada sobre a 
forma de BACITRACINA ZINCICA, porque ela 
contém um zinco. Esse zinco, é responsável por 
atrair esse carreador e fazer com que a 
bacitracina então, iniba ele, interrompendo a 
captação desses aminoácidos. 
Ela é ativa contra gram positivos, como o 
estafilococus, estreptococos, alguns cocos 
anaeróbicos, corineobactéria e clostridium. 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
15 
 
 
Porém, ela produz uma toxicidade renal, 
neurológica e de medula óssea muito importante, 
realmente, por conta desses íons-metais que ela 
carrega junto dela e esses íons que são 
responsáveis por essa toxicidade, o que fez com 
que a bacitracina fosse apenas administrada sobre 
a forma tópica. Então, a gente vê a bacitracina 
sendo muito combinada com outros antibióticos, na 
forma de pomadas e cremes, como a própria 
neomicina, a polimixina B, e também na forma 
oftalmológica que é muito utilizado também, por 
conta das conjuntivites bacterianas. 
 
E um outro polipeptídico que eu disse a vocês é a 
POLIMIXINA. A polimixina tem a B e a E, a B é a 
mais utilizada, a diferença delas é que a B já é um 
composto ativo, e a E é um pró-fármaco, e a 
polimixina B ela não tem uma ação de eliminação 
renal, enquanto a E tem - essas são as principais 
diferenças entre as duas. 
Então, são fármacos utilizados contra bactérias muito 
resistentes a outros antibióticos, não deveria ser um 
fármaco utilizado de forma corriqueira, mas eles 
atuam principalmente sobre a membrana de 
bactérias gram negativas multirresistentes. 
Mecanismo de ação: Elas se ligam a essas 
estruturas lipopolissacarídeos que vão deslocar 
os íons cálcio e magnésio nessa membrana 
desestabilizando e aí a gente aumenta a 
permeabilidade dessa membrana fazendo com 
que ela sofra lise. 
Ela também tem uma ação anti-inflamatória, por 
conta dessa ação anti-endotoxina. Essas bactérias 
gram negativas, elas produzem uma endotoxina que 
é o lipídeo A, principalmente das gram negativas. 
Esse lipídeo A é uma endotoxina que facilita ou 
estimula o processo inflamatório. A polimixina B, 
além dela agir sobre a membrana, é capaz de 
neutralizar esse lipídeo A e aí interromper o 
processo inflamatório. 
Então elas são ativas contra bactérias gram 
negativas muito importantes, que são as 
enterobactérias, as pseudomonas, acinetobacter e a 
KPC que é conhecida como superbactéria. A 
polimixina B, tem então, sua principal indicação 
contra a KPC, por isso que é um fármaco utilizado 
para infecções mais graves. 
 
A POLIMIXINA B é um sal sulfato ativo e não vai ser 
excretado pelos rins e como ele não consegue agir 
em nível renal não deve ser utilizada em infecções 
do trato urinário. E uma questão muito importante a 
polimixina B não precisa de ajuste para nefropatas 
uma vez que ela vez que ela não é de eliminação 
renal, ou seja, uma disfunção renal, não compromete 
aí a sua disponibilidade, não altera a meia vida e isso 
também pode ser um ponto positivo. 
Agora, pensando em infecções do trato urinário, 
que são provocados por essas bactérias, aí uma 
alternativa seria a POLIMIXINA E, que é uma pró-
droga, sendo eliminada pelos rins e ela consegue ter 
uma ação sobre o trato urinário. 
Todas elas são extremamente nefrotóxicas, 
apesar da polimixina B não ser eliminada a nível 
renal, o seu metabólito, não a droga ativa, pode 
sim ser eliminado pelos rins, e ali provocar 
realmente uma nefrotoxicidade, por uma necrose 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
16 
 
tubular. Então seu uso é extremamente restrito a 
condições em que aquele microrganismo não 
responde a outros antibióticos que deveriam ser 
sensíveis. 
As polimixinas produzem também uma 
neurotoxicidade importante, por conta do mesmo 
processo que eu disse, e aí ele provoca no paciente, 
parestesia de membro e perioral, irritabilidade e 
sonolência. E ele também, promove uma 
hiperpigmentação cutânea, por estimular a 
melonogênese, então é muito comum a gente ver 
paciente que fez uso de polimixina B com a pele 
escurecida. 
Então chegamos ao fim dos inibidores da síntese 
da membrana e da parede celular. 
Inibidores da Síntese Proteica 
Temos os aminoglicosideos, as tetraciclinas, os 
macrolídeos, as lincosaminas, o cloranfenicol e 
as oxazolidinonas. E esses fármacos aqui agem 
impedindo a síntese proteica sem interferir na 
síntese de purina, de ácido fólico ou de 
nucleotídeos, eles vão agir a nível de RNA. 
Atuando sobre os RNA´s ribossômicos. 
 
A primeira classe então são os 
AMINOGLICOSIDEOS → Possuem um anel de 
hexose onde vários aminoaçúcares se ligam por 
ligações glicosídicas. E isso faz com que ele tenha 
uma ação principalmente sobre gram negativos, por 
conta realmente da sua compatibilidade com a 
membrana. 
 Eles são bactericidas, inibidores 
irreversíveis dessa síntese proteica, ou seja, uma vez 
que eles inibem uma subunidade daquele 
ribossomo, aquela bactéria ela realmente morre e 
aí pra ter uma ação ela deveria replicar, o que não 
acontece. Representantes: A ESTREPTOMICINA, 
que foi o primeiro a ser desenvolvido, a NEOMICINA, 
amicacina, a GENTAMICINA, a TOBRAMICINA, 
sisomicina e netilmicina. 
Eles são muito utilizados com os betalactâmicos em 
infecções graves por bactérias gram negativas ou 
em combinação com a Vancomicina pra 
endocardite por gram positivas. E eles também 
podem ser utilizados como tratamento de segunda 
linha para tuberculose, uma vez que ele tem ação 
também nas microbactérias. 
 
Mecanismo de ação: Vão interferir na síntese 
proteica a nível de RNA, vão atravessar a 
membrana externa da gram negativa, por difusão 
e vão chegar ao citoplasma e lá eles conseguem se 
ligar à um sítiode ligação da subunidade 30S do 
ribossomo bacteriano. E aí quando ele se liga nessa 
subunidade boqueia a síntese proteica por 3 
caminhos diferentes: 
1. Eles bloqueiam a formação de um novo 
peptídeo, porque se não há a ligação, não 
tem a síntese; 
2. Eles liberam complexo ribossomal 
causando uma parada prematura da 
tradução, ou seja, aquela produção de 
proteínas que já iniciou ela é paralisada, 
ou seja, ela não consegue concluir a sua 
reação; 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
17 
 
3. E, eles podem incorporar um aminoácido 
errôneo à proteína. 
Então são esses três mecanismos e isso acontece 
quando o aminoglicosídeo consegue se ligar a essa 
subunidade 30S. 
 
A maioria dos aminoglicosideos é muito mal 
absorvido no trato gastrointestinal, o que faz a 
sua utilização ser parenteral, EV ou IM ou mesmo 
tópica que existe também. Existem uma discussão 
entre doses únicas e doses múltiplas, de 
aminoglicosideos por via parenteral, porque?! 
Porque acredita-se que a morte dessas bactérias 
é dependente da dose e existe um efeito pós 
antibiótico, ou seja, quanto maior a dose, maior é a 
eficácia daquele mecanismo de ação, maior é o 
aumento da concentração daquele aminoglicosídeo 
no interior das células, das bactérias, o que faz com 
que a morte dessas bactérias sejam mais rápidas e 
acredita-se num efeito pós-antibiótico, ou seja, se eu 
aumento essa dose, porém eu faço essa dose alta, 
esse efeito ele se estende por mais tempo. Então 
existe uma discussão entre utilizar os 
aminoglicosideos de forma parenteral em doses 
únicas como doses de ataque OU doses 
fracionadas e múltiplas. Sabendo que existe essa 
relação entre as mortes das bactérias e a 
concentração do fármaco. 
A depuração renal é diretamente proporcional a 
creatinina e é um dos grandes efeitos adversos dos 
aminoglicosídeos → São nefrotóxicos e ototóxicos 
(promovem uma toxicidade principalmente a nível 
vestibular), geralmente são reversíveis à retirada do 
aminoglicosídeo, mas também são muito 
nefrotóxicos. Essa ototoxidade e essa 
nefrotoxicidade ela acontece quando esse fármaco é 
utilizado por mais de 5 dias, então é um tempo muito 
curto por conta da toxicidade e principalmente em 
idosos que já possuem comprometimento renal. 
Em relação aos mecanismos de resistência, essa 
resistência acontece por uma produção de 
transferases que inativam os aminoglicosideos ou 
quando a gente tem um impedimento da entrada, a 
gente falou que esses fármacos eles atravessam as 
membranas, passam ali pelas porinas para poder 
atingir realmente o interior da célula. E aí pode 
acontecer uma mutação ou uma deleção dessas 
purinas que impedem, então essa difusão dos 
aminoglicosídeos. 
Os aminoglicosídeos, além dos efeitos adversos que 
eu disse, eles podem produzir uma ação de um 
bloqueador neuromuscular não despolarizante, 
ou seja, atuam sobre aqueles receptores nicotínicos 
na junção neuromuscular. E aí podem reproduzir a 
paralisia respiratória, por conta dessas altas doses, 
e aí nesses casos pode utilizar um anticolinérgico 
que é a neostigmina. 
 
A ESTREPTOMICINA ela foi o 1° representante a ser 
desenvolvido, e por conta disso, já existem muitos 
mecanismos de resistência. Então, hoje, o seu uso é 
muito restrito, algumas condições mesmo 
especificas, como por exemplo, infecções por 
enterococos que são resistentes a gentamicina e aí 
eles podem ser sensíveis a estreptomicina e também 
é segunda linha no tratamento da tuberculose 
associado a outros antimicrobianos que é o esquema 
RIPE, geralmente a estreptomicina é associada 
nesse esquema aí quando o paciente não apresenta 
uma melhora da doença. 
O segundo a ser desenvolvido foi a GENTAMICINA 
que atua contra gram negativos e gram positivos, ou 
seja, ela teve aí o seu espectro aumentado, muito 
usada associada aos betalactamicos ou à 
vancomicina, contra estafilococus e estreptococos 
resistentes que são bactérias gram positivas e 
infecções graves e gram negativas que não 
respondem aos demais antibióticos (pseudomonas, 
klebsiella... aqueles mesmo lá das polimixinas), mas 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
18 
 
a gentamicina é um fármaco utilizado anteriormente. 
E podem ser utilizados aí em aplicação tópica e 
ocular da gentamicina. 
A TOBRAMICINA tem a utilização principalmente 
tópica e seu uso está muito relacionado as 
conjuntivites bacterianas (Streptococcus aureus, 
pneumoniae, haemophilus) que são bactérias gram 
positivas e também podem ser utilizados de forma 
muito especifica por via parenteral em infecções 
por pseudomonas em pacientes com fibrose 
cística, mas a sua aplicação tópica ela é muito mais 
importante. 
 
A AMICACINA é utilizada quando os germes já são 
resistentes a gentamicina e a estreptomicina, como: 
proteus, mycobacterium, tubercolosis, 
pseudomonas, enterobacter e serratia, ou seja, tem 
uma ação mais específica para gram negativas. 
E a NEOMICINA é um fármaco que é limitado em uso 
tópico e oral, principalmente associado a bacitracina, 
mas ele também pode ser utilizado para profilaxia 
cirúrgica. 
 
TETRACICLINAS → Possuem 4 anéis aromáticos 
polinucleares e o que vai modificar uma tetraciclina 
de outra são seus radicais. Doxaciclina, metaciclina 
e minociclina são os mais usados dessa classe. 
São fármacos que não são tão utilizados mais, 
porque existem fármacos muito mais ativos contra 
bactérias gram positivas e gram negativas e por 
conta dessa utilização a longo prazo existem muitos 
mecanismos de resistência. Então elas não são 
utilizadas no tratamento de infecções comuns 
(gastroenterite, trato urinário por exemplo), mas as 
tetraciclinas são de amplo espectro, contra gram 
positivas e negativas e algumas espécies atípicas e 
seu uso hoje fica mais direcionado a atuação sobre 
essas espécies atípicas, como, por exemplo, 
Mycoplasma pneumoniae, que é uma das 
micobactérias apontadas pelo desenvolvimento de 
pneumonia principalmente na criança, a clamídia, 
que está associada a uma IST, e infecções por vibrio 
que é a cólera (a minociclina é a mais utilizada no 
caso). 
Existe a TIGECILINA que é um análogo da 
tetraciclina e aí se criou uma subclasse da 
tetraciclina que são as glicilciclinas. A tigecilina é 
derivada da minociclina (mais recente), tem um perfil 
de resistência menor que as tetraciclinas mais 
antigas e uma outra questão importante é que ela é 
administrada por via parenteral, pois as demais são 
administradas principalmente por via oral. 
 
Mecanismo de ação: Elas vão penetrar no 
organismo por difusão passiva, no interior 
também vão se ligar a subunidade 30S do 
ribossomo, bloqueando a ligação do RNA 
transportador ao acoplamento do RNA 
ribossômico, quando a gente faz o bloqueio 
dessa ligação desses RNAs, a gente impede a 
adição de aminoácido ao peptídeo em 
crescimento e aí inibe a síntese proteica. 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
19 
 
 
Em relação a sua farmacocinética, a absorção oral 
ela é prejudicada por diversas questões, e por isso a 
sua eliminação é diversificada entre representantes 
da classe, mas ela é prejudicada por alimentos 
(exceto minociclina e a doxiciclina), por cátions 
bivalentes elas promovem aquela reação de 
quelação, então elas podem sofrer essa quelação 
por conta de laticínio e antiácidos que utilizam esses 
cátions bivalentes, como o magnésio. Que a gente vê 
que tem esses antiácidos aí o hidróxido de 
magnésico, e por pH alcalino, onde esse pH se 
encontra mais elevado, por isso com alimentos ele 
pode prejudicar. Além disso, eles alteram a 
microbiota intestinal, e aí ele leva um dos principais 
efeitos adversos das tetraciclinas que é o 
crescimento de microrganismos oportunistas, 
então isso produz infecções intestinais importantes, 
e a candidíase. 
Por conta também, dessa quelação, ele pode 
produzir efeitos gastrintestinais, que dificultam a sua 
utilização,náuseas, vômitos, diarreias, eles por conta 
dessa quelação pode fazer alterações nos tecidos 
ricos em cálcio, nos tecidos ricos em cálcio, como 
nos dentes e nos ossos, nos dentes eles promovem 
a alteração da cor e nos ossos questão do 
crescimento, então tem que ter um cuidado na 
utilização na infância. E também podem produzir 
uma hepatotoxicidade aí, importante. 
 
Outra classe que interfere na síntese proteica, são os 
MACROLÍDEOS que é uma classe bem conhecida, 
muito utilizada. Esses macrolideos são 
caracterizados por esse anel de lactona, associado a 
moléculas de açúcares que é essa desosamina e a 
cladinose, são desoxiaçucares. Foi desenvolvido a 
partir da eritromicina, e por contas dessas estruturas, 
são substâncias apolares e muito instáveis ao pH 
ácido, principalmente a eritromicina. 
E aí veio a CLARITROMICINA e a famosa 
AZITROMICINA que são derivados sintéticos da 
eritromicina mais estáveis, que aí melhoraram sua 
farmacocinética. Então são menos instáveis em pH 
ácido, o que facilita aí a sua utilização, eles têm uma 
ação bacteriostática e bactericida, além dessas 
ações, a gente vai ver que os macrolídeos tem ação 
antiviral, anti-inflamatória e imunomoduladora, o 
que faz eles serem utilizados aí em algumas doenças 
antivirais, o que se pensou na utilização da 
azitromicina até mesmo na Covid-19, quando foi 
levantada essa primeira hipótese, foi baseando-se no 
seu mecanismo de ação. 
 
Mecanismo de ação: Então vou falar primeiro dessa 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA. Até aqui nos 
falamos dos fármacos que atuam nas subunidades 
30S e agora nós vamos falar dos fármacos que 
atuam em outras subunidades, no caso dos 
macrolídeos na subunidade ribossômica 50S. 
Quando os macrolídeos se ligam a essas 
subunidades, o que, que eles fazem?! Eles 
impedem que moléculas de aminoácidos trazidas 
pelo RNA transportador, sejam adicionados a 
cadeia polipeptídica e de que forma eles fazem isso?! 
Impedindo mais uma vez a peptidill transferase, 
porque ela que liga um aminoácido no outro para a 
síntese da proteína. Então os macrolídeos inibem 
essa enzima e inibem a subunidade do 50S e aí a 
bactéria não consegue deslocar esse aminoácido do 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
20 
 
RNA transportador para o RNA mensageiro. A 
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA dos macrolídeos é 
aumentada em pH alcalino já que esses fármacos 
são instáveis em pH ácidos, então vemos que alguns 
fármacos precisão ser administrados com uma 
cobertura entérica gastro-resistentes. 
Os macrolídeos atuam muito sobre gram positivas 
como pneumococos, estreptococos, contra o 
mycoplasma e algumas espécies de clamídia e 
tem sua atividade microbiana diminuída a partir de 
mecanismos de resistência que são codificadas 
por plasmídeos, provocando redução da 
permeabilidade, se eles não conseguem passar por 
difusões passivas nessas bactérias, não conseguem 
agir a nível citoplasmático, produção de esterases 
principalmente as enterobactérias e alterações de 
ligação no sítio ribossomal. 
 
Além dessas ações, tem pouco tempo isso, mas foi-
se descoberto, uma ação anti-inflamatória muito 
importante e imunomoduladora. A ação antiviral 
ela já foi confirmada sobre alguns vírus, mas ainda 
não se conhece muito sobre essa ação antiviral. Mas 
de que forma eles vai ter essa ação anti-inflamatória, 
antiviral?! Além dele agir a nível ribossomal, na 
síntese proteica, ele também pode inibir a síntese 
de secreção de citocinas pró-inflamatórias e 
aumentar a secreção de citocinas anti-
inflamatórias. Além disso, atua na desgranulação 
de leucócitos inibindo-a, reduz a inflamação 
eosinofílica, ativa a fagocitose de macrófagos e 
aumenta o transporte mucociliar. Por isso que a 
utilização dos macrolídeos está muito relacionado a 
doenças infeciosas do trato respiratório, a gente 
vai utilizar muito mais os macrolídeos em infecções 
do trato respiratório do que o urinário. Eles têm 
também um efeito na imunidade adaptativa através 
dessa regulação das células T e da apresentação 
de antígenos e por isso elas podem ser 
consideradas imunomoduladoras. E existem 
algumas hipóteses que os macrolídeos inibem 
também do RNA viral e reincide na replicação do 
vírus (estudos com o vírus Zika e rinovírus), mas não 
há eficácia cientificamente provada. Então o que 
explica essa ação anti-inflamatória, 
imunomoduladora e antiviral é principalmente por 
essa ação sobre as citocinas. Por isso eles 
também são utilizados em doenças inflamatórias de 
pele. 
Aqui só para mostrar para vocês os principais efeitos 
imunomodulatórios dos macrolídeos, então tudo que 
eles podem mudar, principalmente relacionado a 
vias áreas. 
 
Representantes → Eritromicina, a claritromicina e 
a azitromicina. 
A ERITROMICINA a gente a tem tanto EV, como VO, 
só que como ela é muito instável em pH ácido, 
precisa quando administradas por via oral de um 
revestimento gastro-resistente. A eritromicina hoje 
tem um uso mais ilimitado, por conta do seu 
mecanismo de resistência, então elas são utilizadas 
na difteria, infecções respiratórias, neonatal, 
ocular ou genital por clamídia e seus principais 
efeitos adversos se dá por essa instabilidade a nível 
estomacal (TGI, hepatite colestática aguda). 
A claritromicina e a azitromicina foram sintetizadas a 
partir da eritromicina, são substâncias sintéticas, 
onde foi adicionado na claritromicina um grupo metila 
e na azitromicina um nitrogênio metilado. 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
21 
 
Quando foi adicionado esse grupo metila na 
CLARITROMICINA deixou ela mais estável em meio 
ácido, o que melhorou sua absorção oral. E aí ela tem 
algumas ações sobre bactérias atípicas, 
Mycobacterium avium que produz uma infecção 
respiratória muito rara, Mycobacterium leprae, 
Toxoplasma Gondi e H. influenzae e aí por conta 
dessa adição do grupo metila elas têm um menor 
efeito adverso de trato gastrintestinal, porque elas 
podem ser administradas com menos frequência em 
relação a eritromicina. 
 A AZITROMICINA tem um espectro bem 
semelhante ao da claritromicina, quais são as 
diferenças entre as duas?! A azitromicina é mais 
ativa contra o haemophilus e a clamídia, por isso 
que a gente vê ela sendo muito utilizada em doenças 
do trato respiratório (principalmente superior) e 
também uma ação sobre tecidos moles e cutâneos, 
ela penetra muito bem na maioria dos tecidos das 
células fagocíticas, por isso que ela tem uma ação 
muito boa para infecções cutâneas e de tecido mole 
e a grande vantagem aos demais macrolídeos é em 
relação a sua administração, como ela penetra 
muito bem na maioria dos tecidos ela só NÃO 
penetra a nível de SNC, ela não tem ação central 
nenhuma! Mas, os outros tecidos ela penetra muito 
bem e muito fácil e aí ela pode usar desses tecidos 
como tecidos de reservatórios, e se ela fizer isso 
que, que acontece?! A meia-vida dela cresce 
muito, por conta realmente desse tempo de 
distribuição que vai acontecer, o que faz com que ela 
possa ser utilizada em dose única e tenha um 
tratamento encurtado, por isso que a gente vê a 
azitromicina sendo usada de que forma?! Uma vez 
ao dia, de 3, 5 a 7 dias no máximo, mas geralmente 
é de 3 a 5 dias. O grande problema da azitromicina 
é que ela prolonga o intervalo QT e aí isso pode 
favorecer as arritmias quando ela atua sobre os 
canais de potássio. Então esse é um dos 
questionamentos na utilização da azitromicina na 
COVID-19 sem comprovação científica. 
 
Um outro fármaco que vai atuar também sobre a 
síntese proteica é a CLINDAMICINA que é o único 
representante que a gente tem da LINCOSAMINAS. 
Essas lincosaminas foram produzidas a partir desse 
Streptomyve, mas o que foi desenvolvido foi a 
lincomicina, todavia essa lincomicina produzia uns 
efeitos adversos importantes que dificultava sua 
utilização, e aí o que fizeram?! Tiraram ali um íon 
cloro da sua estrutura e aí virou a clindamicina.Tem um espectro de ação muito próximo aos 
macrolídeos, porque eles têm o mesmo 
mecanismo de ação, o que vai diferenciar a 
clindamicina, dos macrolídeos?! É sua estrutura 
química. Mas, em relação ao seu espectro são 
contra gram positivas, pouca cobertura para 
gram negativos, por conta do seu mecanismo de 
ação. 
A diferença do espectro dos dois é que a 
clindamicina também age sobre anaeróbicos. E 
ela também tem ume feito imunoestimulador de 
opsonização de bactérias, o que acelera a morte 
celular. E assim como os macrolídeos ela tem uma 
penetração muito boa em tecidos moles e 
cutâneos podendo ser utilizada para infecções 
nesses tecidos provocadas principalmente por gram 
positivas. Além disso, podem ser utilizados em 
infecções anaeróbias de lesões perfurantes de 
abdômen, trato genital, e abcessos pulmonares. 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
22 
 
O cloranfenicol ele também tem uma ação da 
subunidade 50S do ribossomo, com um mecanismo 
bem próximo do macrolídeos e da clindamicina, 
utiliza o mesmo sítio de ligação. Porque, que não são 
da mesma classe?! Porque são de estruturas 
diferentes. 
O cloranfenicol é um antibiótico bacteriostático, ou 
seja, ele não leva a lise da bactéria, como a maioria 
dos inibidores da síntese proteica e ele hoje tem 
pouco utilidade clinica porquê?! Porque ele é um 
medicamento muito antigo que foi desenvolvido há 
muitos anos atrás e aí já existem muitos 
mecanismos de resistências envolvidos, muitos 
efeitos tóxicos e a existência de drogas melhores 
para os mesmos microrganismos. 
Quando é utilizado? Quando a gente não pode usar 
um betalactâmico porque aquele paciente é alérgico 
a penicilina e o cloranfenicol diferente dos 
macrolideos e da clindamicina consegue agir sobre 
o sistema nervoso central, então o cloranfenicol 
pode ser utilizado, por exemplo, no tratamento da 
meningite bacteriana provocada por gram 
positivas onde a penicilina ou a cefalosporina não 
podem ser utilizadas. 
Também é utilizado no tratamento da tifo e da febre 
maculosa, infecções oculares (colírio) e o que limite 
muito a sua ação são os seus efeitos tóxicos 
gastrintestinais, podem favorecer algumas infecções 
oportunistas, a síndrome do bebê cinzento e a 
hepatotoxicidade está relacionado porque quando o 
cloranfenicol é metabolizado produz um metabolito 
que precisa se conjugado com ácido glicurônico e o 
bebê normalmente não produz quantidade suficiente 
de ácido glucurônico e aí aquele metabólito é tóxico 
causando a síndrome do bebê cinzento, porque dá 
uma pigmentação na pele, além de outras 
manifestações clínicas (convulsões), é bem raro 
também, até porque não é comum usar ele em 
criança. E a hepatoxicidade ocorre quando essa 
conjugação com o ácido glucurônico não é eficiente. 
 
E o último grupo são as OXAZOLIDINONAS, uma 
classe muito nova de antibióticos que são puramente 
sintéticos, não são naturais e não vieram de nenhum 
microrganismo e o único representante que temos no 
brasil hoje é a LINEZOLIDA. Ela é ativa contra 
microrganismos gram positivos assim como a 
maioria dos que agem na síntese proteica e também 
nas corinebactérias, Nocardia sp. que são as 
bactérias atípicas. 
Mecanismo de ação: Agem de uma forma diferente 
de todos esses que a gente viu até agora. A linezolida 
também atua sobre a síntese proteica, mas a partir 
da subunidade 23S do ribossomo 50S, ou seja, ele 
impede a montagem dos ribossomos bacteriano, 
pois se eu não tiver essa subunidade 23S eu não 
consigo juntar para fazer a subunidade 50 s e se 
eu não tenho essa subunidade eu não tenho 
síntese proteica. Agem de uma forma 
antecipada aos demais 
Eles têm uma ação bacteriostática, mas uma ação 
bactericida contra estreptococos principalmente 
pode ser utilizado contra o Mycobacterium 
tuberculosis quando a estreptomicina já não 
funciona, o esquema RIPE (rifampicina + isoniazida 
+ pirazinamida + etambutol) não funciona, mesmo 
esse uso ainda não sendo escrito em bula. 
É um fármaco utilizado em bactérias gram 
positivas mais resistentes, principalmente à 
vancomicina, ou a pneumonia adquirida na 
comunidade ou hospitalar. O seu principal efeito 
adverso é em relação aos distúrbios hematológicos, 
ela pode provocar uma pancitopenia, 
trombocitopenia, anemia e neutropenia, porque elas 
também inibem a síntese proteica mitocondrial 
induzida diminuindo a produção dessas células, é 
induzida pois se eu retiro esse medicamento eu 
tenho reversão desse quadro. 
 
 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
23 
 
Inibidores da Síntese e Replicação do DNA 
Agora vamos falar dos fármacos que atuam inibindo 
a síntese e replicação do DNA bacteriano. Já vimos 
os que atuam na parede celular, membrana celular, 
os que atuam inibindo a síntese proteica que é um 
grande grupo e agora vamos falar dos fármacos que 
agem inibindo a síntese quando eles inibem ácido 
fólico que são os ANTIFOLATOS e quando eles 
impedem a replicação desse DNA que são 
principalmente as QUINOLONAS, os 
nitroimidazólicos tem uma ação antibacteriana 
também, mas eles são, de fato, antiprotozoários. No 
finalzinho eu vou falar de alguns antibióticos que não 
conseguem se encaixar nessas classificações, 
então, a gente os chama de antibióticos diversos 
já que tem mecanismos de ações mais diferentes, e 
depois falar um pouquinho sobre os 
antimicobacterianos, ou seja, os que atuam nas 
micobactérias. 
Agora nós vamos falar dos que inibem a síntese e 
replicação do DNA que são 
1. SULFONAMIDAS 
2. TRIMETOPRIM 
3. QUINOLONAS 
Coincidentemente eles possuem uma ação bem 
próxima, uma utilização clínica bem próxima, todos 
eles tratam muito bem as infecções do trato urinário, 
como também suas ações sobre infecções do trato 
respiratório. 
 
SULFONAMIDAS → A sulfonamida é um grupo de 
antibióticos bem antigos que são as sulfas, eles 
carregam realmente essa sulfa e elas tem uma 
característica muito próxima do PABA (ácido p-
aminobenzóico). A estrutura é bem próxima, o que 
vai mudar é o constituinte das sulfas, isso faz com 
que eles agem inibindo a síntese de ácido fólico, 
porque a gente sabe que o PABA é essencial para a 
síntese de ácido fólico e para a síntese de purinas. 
Então, por isso eles são considerados antifolatos, 
porque o mecanismo de ação das sulfonamidas está 
diretamente relacionado a isso, diminuindo a 
SÍNTESE DE DNA por diminuição da síntese ácido 
fólico. Hoje, o uso das sulfonamidas de forma isolada 
é muito restrito por conta das resistências 
bacterianas que a gente já falou várias vezes. 
Então, o uso das sulfonamidas está associado com 
outro fármaco que é o Trimetorprim e eles 
apresentam um mecanismo de ação sinérgico, os 
dois tem como objetivo final impedir a síntese de 
DNA por alterar a formação do ácido fólico. 
São antibióticos de amplo espectro, atuam sobre 
gram-positivas e gram-negativas e alguns 
protozoários. A atividade é insuficiente contra 
anaeróbios, por exemplo, a Pseudomonas tem uma 
resistência intrínseca a esse tipo de antibiótico, 
porque a gente vai ver que ela não utiliza esses 
precursores para a síntese do ácido fólico. 
Representantes Sulfasalazina, Mesalazina, 
Sulfadoxina mas os dois principais são: 
SULFADIAZINA e SULFAMETOXAZOL, pois são 
os mais utilizados na clínica. 
Por que eles podem agir contra alguns protozoários? 
Por conta dos protozoários também utilizarem 
esse ácido fólico para a síntese de DNA e aí eles 
podem também sofrer essa ação. 
As sulfonamidas ainda tem uma ação adicional, pois 
elas podem funcionar como anti-inflamatórios 
locais sendo muito utilizada para doenças 
inflamatórias intestinais, como doença de Crohn, 
retocolite ulcerativa, colites porque as sulfonamidas 
são absorvidas pelo intestino delgado e a sua ação 
local ali pode diminuir essa inflamação. Além 
disso, elas têm também uma ação 
imunossupressora que pode ser usado associada 
à artrite reumatoide,mas não tem ainda um 
mecanismo de ação certo sobre essa ação 
imunossupressora dela. 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
24 
 
 
Mecanismo de ação: A gente sabe que esse ácido 
p-aminobenzóico (PABA) ele é um dos 
constituintes para que haja formação do ácido 
fólico, diferente de nós, da nossa captação de ácido 
fólico, uma vez que o nosso ácido fólico advém de 
fontes exógenas (alimentos) as bactérias e os 
protozoários precisam sintetizar o seu próprio 
ácido fólico, por isso que as sulfonamidas não 
alteram essa utilização do ácido fólico pelas 
nossas células, só pelas bacterianas. Existe o ácido 
tetra-hidrofólico que é o ativo do ácido fólico 
responsável pela síntese de aminoácidos, síntese de 
purinas e pirimidinas, síntese de timidinas e de DNA. 
Então, como as sulfonamidas elas agem? Elas agem 
no início dessa reação, como elas tem uma 
estrutura bem próxima do PABA elas enganam a 
enzima di-hidropteroato sintetase que juntaria a 
pteridina ao PABA para a formação do ácido di-
hidropteróico, então o que elas vão fazer? Vão se 
ligar a enzima di-hidropteroato sintetase que se 
ligaria ao PABA para produção do ácido di-
hidropteróico e quando a elas fazem essa ligação 
impedem a formação do ácido di-hidropteróico e 
quando não tem esse ácido não vai ter nada mais. 
Então, ela vai inibir a produção de ácido 
tetrahidrofólico que é o derivado ativo do ácido 
fólico que funciona como cofator essencial para a 
síntese e maturação de DNA e se a gente não tem 
isso a gente faz a inibição da multiplicação 
celular. 
Já adiantando, o TRIMETOPRIM que é um fármaco 
que é muito associado a sulfonamida e ele realmente 
faz uma ação sinérgica, mas ele atua numa fase mais 
tardia da síntese desse ácido fólico, mas também 
impede a síntese e a maturação do DNA, da 
mesma forma que as sulfonamidas, por isso hoje 
eles são utilizados em conjunto. 
 
A via EV é reservada quando realmente há 
impossibilidade da ingestão oral, ou seja, a principal 
via de administração das sulfonamidas é a via 
oral. A absorção acontece no intestino delgado, por 
isso aquela ação local das doenças inflamatórias 
intestinais. Elas se distribuem muito bem nos líquidos 
corporais, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico, 
então tem uma ação importante. Atravessa a 
barreira hematoencefálica e também a barreira 
placentária e por isso não deve ser utilizados 
durante a gestação. Eles são acetilados no fígado e 
isso leva a precipitação de cristais de sulfonamidas 
que leva a cristalúria e essa cristalúria promove um 
efeito adverso muito importante que é a 
insuficiência renal pós-renal, quando a gente tem 
realmente uma insuficiência na eliminação dessa 
urina que pode ser evitada quando esse paciente tem 
uma hidratação adequada ou por alcalinização da 
urina, mas é por conta dessa precipitação da sulfa a 
partir da acetilação no fígado. Elas são eliminadas 
por filtração glomerular, então tem que ter o ajuste 
de doses para função renal diminuída e ela 
também pode ser excretada no leite materno, por 
isso não deve ser utilizada. 
É muito comum os pacientes apresentarem reações 
de hipersensibilidade às sulfonamidas 
principalmente quando ele já tem essa 
hipersensibilidade a componentes com sulfas, e aí 
ele pode desenvolver desde sintomas mais simples 
como urticária, angioedema e até a Síndrome de 
Stevens-Johnson que é uma síndrome de 
hipersensibilidade realmente muito grave, mas isso 
se dá mesmo quando o paciente já tem essa 
hipersensibilidade ou ele pode desenvolver essa 
hipersensibilidade a longo prazo, quando se utiliza a 
muito tempo. Existe a síndrome de Kernicterus que 
é quando acontece o acúmulo de bilirrubina, 
porque as sulfonamidas se ligam muito a proteínas 
plasmáticas (albumina) e aí falta albumina para se 
ligar a bilirrubina indireta para ela ser conjugada, e aí 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
25 
 
acontece um acúmulo de bilirrubina indireta o que 
leva a uma síndrome ictérica. Isso acontece 
principalmente em crianças visto que está associado 
ao desenvolvimento incompleto da barreira 
hematoencefálica, então as sulfonamidas devem ser 
evitadas até os seis primeiros meses de vida para 
que haja o desenvolvimento completo, pois o grande 
problema dessa bilirrubina aumentada são as altas 
concentrações dela a nível de sistema nervoso 
central. Além diss, ela pode produzir anemia 
hemolítica em pacientes com deficiência de G6PD 
que é um tipo de anemia hemolítica autoimune e 
também pode desencadear uma deficiência de 
folato, mas não é comum, desenvolvendo anemia 
megaloblástica nesses pacientes, mas não é 
comum. 
 
A associação com TRIMETOPRIM vem exatamente 
para tentar aumentar a ação desse fármaco visto 
que ele já sofre muitos mecanismos de resistência. 
Quando a sulfonamida é utilizada ela inibe a 
multiplicação dessa bactéria por inibição da síntese 
de DNA, ou seja, as sulfonamidas não matam a 
bactéria, elas funcionam como bacteriostáticos, 
elas impedem a multiplicação. Quando a gente 
associa com Trimetoprim a gente tem uma ação 
bactericida, ele faz a inibição do crescimento, mas 
também pode ter uma ação bactericida, por isso que 
ele é muito utilizado. E aí, ele vai bloquear as etapas 
sequenciais na síntese do ácido fólico. E como é um 
fármaco antifolato, a associação de sulfonamidas 
mais Trimetoprim pode provocar anemia 
megaloblástica, leucopenia e granulocitopenia já 
que a gente sabe que é um cofator muito importante 
para a síntese dessas células. 
Esse gráfico mostra a atividade bacteriana sem o 
fármaco, quando há somente o trimetoprim, somente 
sulfametoxazol e quando eu associo os dois eu vejo 
que realmente eu diminuo essa atividade da 
bactéria. 
 
Representantes principais → SULFAMETOXAZOL e 
SULFADIAZINA. 
As sulfonamidas tem uma ação limitada quando 
utilizada sozinha, então o Sulfametoxazol ele é 
associado sempre ao Trimetoprim que é o 
BACTRIM. A gente falou que ele tem uma ação 
muito ampla, um espectro de ação bem amplo, 
atuam contra gram-postivos, gram-negativos, 
algumas bactérias superiores e até mesmo alguns 
protozoários e fungos. Esse espectro leva também a 
uma aplicação prática, um uso clínico bem amplo a 
gente vê a utilização muito corriqueira do 
sulfametoxazol com trimetoprim nas infecções 
de trato urinário. O sulfametoxazol é muito utilizado 
contra as infecções do trato urinário, infecções de 
próstata, uma ação sobre Staphylococcus aureus, a 
Listeria monocytogenes que leva a listeriose que é 
uma meningite provocada por essa bactéria e pode 
ser indicado, em infecções de pele e partes moles já 
que a gente viu que ele tem uma boa absorção sobre 
os tecidos, infecções do gastrointestinal uma vez que 
age sobre enterobactérias gram-negativas, doenças 
oportunistas em portadores de AIDS principalmente 
doenças fúngicas por isso que ele é utilizado, em 
protozoários e por isso pode ser usado na 
toxoplasmose, mas geralmente associado quando o 
paciente é portador de AIDS e tem essas doenças 
oportunistas. 
A dose usual dele geralmente é via oral de 800mg de 
sulfametoxazol com 160mg de Trimetoprim de 12/12 
horas. E tem também a dose usual dele quando é 
intravenoso. 
 MUZZY, Leonardo A. – P2 
 
26 
 
 
Então a gente vê a ação de sulfametoxazol com 
trimetoprim em diversas doenças, essa associação a 
gente chama de COTRIMOXAZOL. A gente vê essa 
utilização em diversas situações, nas pneumonias 
respiratórias Haemophilus principalmente, de pele e 
tecidos causados por Staphylococcus aureus 
resistentes a meticilinas, as listerioses, as infecções 
na próstata e no trato urinário a gente vê que eles 
têm uma ação local também e infecções 
gastrointestinais. 
 
O segundo principal representante é a 
SULFADIAZINA, ela é administrada na sua forma de 
Sulfadiazina de Prata e tem o mesmo espectro de 
ação do Sulfametoxazol com Trimetoprim, só que 
ela não tem uma boa absorção

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