Buscar

Anestésicos venosos não opioides - resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Anestésicos venosos não opioides
1. Introdução
· Os AV têm como ação principal a depressão do SNC, promovendo hipnose, sedação, ansiólise e efeito anticonvulsivante
· Os principais são:
· Barbitúricos
· Tiopental
· Metoexital 
· Propofol
· Benzodiazepínicos
· Midazolam
· Diazepam
· Lorazepam
· Cetamina
· Etomidato
· Dexmedetomidina 
2. Farmacocinética
· Fatores que explicam o rápido início do efeito
· Alta lipossolubilidade da maioria dos anestésicos venosos
· Alta proporção do DC (20%) que é direcionada ao cérebro
· Formulações que apresentam baixa taxa de ligação proteica 
· O sítio primário de ação dos hipnóticos-sedativos está localizado no interior do SNC
· O corpo é didaticamente dividido em modelos comportamentais de acordo com o volume sanguíneo que cada compartimento recebe:
· Compartimento central (V1): grupo ricamente vascularizado e relativo pequeno volume tecidual (sangue dos grandes vasos, cérebro, coração, rins, fígado e pulmão – órgãos ricamente vascularizados)
· Compartimento intermediário (V2): alto volume em comparação com o seu fluxo (músculos)
· Compartimento periférico (V3): pobremente vascularizado (gordura)
· Ao ser infundido no sangue, o fármaco é distribuído para esses compartimentos por meio de gradientes de concentração. Esse fluxo segue um padrão bidirecional, então ele é distribuído para os compartimentos e redistribuídos para o plasma até que ocorra sua metabolização e excreção
· Existem constantes de velocidade (K0 e Ke0) e de tempo de distribuição (t l /2Ke0) que regulam essa transferência: fármacos com este tempo menos (e Ke0 maior) são mais indicadas para infusão contínua e indução em sequência rápida (necessitam de rápido início de ação)
· O compartimento central (V1) é o local em que o fármaco chega primeiro (a concentração equilibra-se com plasma em questão de minutos
· O fármaco também se distribui rapidamente para o segundo compartimento (V2) que leva horas para de equilibras e mais lentamente para a gordura (V3) que apresenta baixa perfusão (leva dias para obter o equilíbrio)
· Após a obtenção de equilíbrio, os tecidos param de absorver o anestésico do plasma
· O efeito farmacológico inicial dos anestésicos vai ser devido a atividade que este exerce no compartimento central (cérebro)
· Quanto maior Ke0, menor o tempo de chegada do efeito
· O mecanismo primário para o término do efeito, ou seja, o despertar do paciente após o bólus inicial (numa injeção única) é a redistribuição do fármaco a partir do compartimento central em direção ao plasma
· Com o término da infusão, os tecidos atuam como depósito, promovendo a transferência da substância para o plasma (de onde serão eliminados) e retardando o despertar
· O tempo de eliminação do fármaco do corpo é influenciado por: 
· Taxa de eliminação (clearance) a partir do V1
· Quantidade de fármaco armazenada nos tecidos periféricos
· Taxa de redistribuição da substância de volta para o V1
· Meia-vida de distribuição: volume no qual uma determinada quantidade do fármaco (dose administrada) precisaria para ser uniformemente distribuída, para produzir a concentração sanguínea observada
· Quanto mais lipossolúvel, maior o volume de distribuição e maior o tempo necessário para eliminar esta droga
· A única forma de reduzir a concentração total do fármaco no corpo é a eliminação
· A maioria dos AV (lipossolúveis) é eliminada pelo metabolismo hepático e excretada sob forma de substâncias hidrofílicas pelos rins
· O clearance de eliminação é definido como o volume de distribuição que fica livre do fármaco por unidade de tempo (taxa que os tecidos colocar para fora do organismo)
· Para a maioria dos fármacos, as enzimas hepáticas não sofrem saturação e a taxa de eliminação é proporcional a concentração plasmática da substância (cinética de primeira ordem), dependente do fluxo sanguíneo hepático
· Quando as enzimas hepáticas tornam-se saturadas (capacidade limitada de metabolização), a taxa de eliminação independe da concentração do fármaco (cinética de ordem zero)
· Meia-vida de eliminação (t/2 beta): tempo necessário para que a concentração do fármaco sofra redução de 50% no plasma. Depende de:
· Do volume de distribuição da substância (>vol, >tempo)
· Da eficiência do sistema de clearance (mais eficiente, <tempo)
· Substâncias com meia-vida de eliminação menor apresentam recuperação mais rápida; o contrário se aplica
· Fármacos infundidos continuamente: os tecidos atuam como depósito promovendo a redistribuição destes para o plasma após o término da infusão, o que retarda a recuperação
· Meia-vida: tempo necessário para que a concentração plasmática caia para 50% após a interrupção da infusão
· Meia-vida contexto-sensitiva ou contexto-dependente: indicador de adequabilidade da substância para infusão contínua
· Meias-vidas contexto-dependentes menores determinam recuperação mais rápida, sendo indicativa de boa indicação para infusão contínua
3. Farmacodinâmica
· Agente anestésico venoso ideal
· Mantém a estabilidade hemodinâmica
· Não deprime o centro ventilatório
· Apresenta rápido início de ação (tempo de latência curto)
· Rápida recuperação
· Baixo custo
· Sem potencial para desenvolver reações alérgicas
· SNC
· A maioria dos hipnóticos causa redução dose-dependente do fluxo sanguíneo cerebral, da pressão intracraniana e da taxa metabólica cerebral (CMRO2)
· A cetamina aumenta a PIC
· A maioria dos anestésicos venosos diminui a atividade elétrica no eletroencefalograma (EEG), doses elevadas causam ondas de baixa frequência e elevada amplitude, podendo suprimir a atividade elétrica
· O propofol, a cetamina e o etomidato podem causar atividade motora excitatória (mioclonias)
· Sistema respiratório
· A maioria dos AV causam depressão respiratória (abaixam volume corrente – VC e o volume-minuto - VM, bem como menor resposta à hipercapnia) dose-dependente principalmente em pacientes com DPOC
· A cetamina, e em menor extensão o etomidato, causam menos depressão respiratória
· Sistema cardiovascular
· Os AV podem deprimir a resposta autônoma
· Podem atenuar ou abolir os mecanismos reflexos barorreceptores compensadores
· Podem produzir depressão direta do miocárdio e queda da resistência vascular sistêmica – RVS, com consequente redução do retorno venoso e queda da PA
· A cetamina aumenta a FC e a PA
· O etomidato mantém a estabilidade hemodinâmica
· Todos os AV podem liberar histamina (com exceção do etomidato) e contribuir para a hipotensão (os barbitúricos são os que mais liberam)
· As reações alérgicas relacionadas ao propofol estão associadas ao seu conservante (EDTA)
4. Barbitúricos
· Mecanismo de ação: ativação dos receptores inibitórios GABAa e consequente aumento das correntes de cloreto (inibição da transmissão excitatória)
· Divididos em 2 classes de acordo com a posição do átomo de oxigênio em sua estrutura: oxibarbitúricos (ex.: metoexital) e tiobarbitúricos (ex.: tiopental)
· Metabolismo hepático
· Excreção na urina e na bile
· O uso crônico induz as enzimas oxidativas microssomiais, que aumentam o metabolismo (contra-indicado na porfiria intermitente aguda, pois aumenta as porfirinas)
· Após a reconstituição com água ou soro fisiológico, tornam-se substâncias alcalinas que precipitam em contato com medicações ácidas (como BNMs)
· A injeção iatrogênica pode causar necrose e gangrena
· A dose para indução deve ser diminuída em gestantes, pacientes ASA III e IV, idosos (de 30 a 40% da dose normal)
· A dose deve ser reduzida em pré-medicados
· Possuem alta solubilidade lipídica, com alto potencial de acúmulo no tecido gorduroso, retornando lentamente ao compartimento central (ao fim da anestesia), podendo causar depressão do SNC e retardo no despertar
· SNC
· Depressão dose-dependente (vai desde sedação até anestesia geral)
· Não tem efeito analgésico
· Potente vasoconstrição cerebral, diminuindo FSC e PIC
· Como a redução da PA é menor do que a da PIC, melhora a pressão de perfusão cerebral (PPC)
· Diminuição do metabolismo cerebral dose-dependente
· Útil em lesões intracranianas com efeito de massa e forneceproteção cerebral contra isquemia cerebral focal (endarterectomia de carótica, clipe de artérias cerebrais), mas não contra a global (pós-PCR)
· Sistema Cardiovascular
· Redução do DC devido à vasodilatação periférica, diminuindo o retorno venoso, e à depressão direta do miocárdio
· Aumento compensatório da FC (reflexo barorreceptor), limitando a diminuição da PA (de forma menos acentuada que o propofol)
· Deve ser evitado, principalmente em doses maiores e injeções rápidas, em pacientes hipovolêmicos e com doença miocárdica
· Sistema Respiratório
· Depressão respiratória (diminuem a FR e o VC)
· Reduzem a resposta ventilatória à hipóxia e à hipercapnia
· A supressão do reflexo laríngeo e da tosse é incompleta com seu uso isolado (o estímulo da via aérea pode causar broncoespasmo e laringoespasmo)
· Efeitos adversos
· Injeção acidental intra-arterial causa dor intensa e vasoconstrição profunda, podendo causar lesão tecidual grave e gangrena
· O extravasamento subcutâneo resulta em irritação local
· Reações alérgicas são raras
· Indicações
· Indução anestésica
· Eletroconvulsoterapia (geralmente diminuem a atividade elétrica no EEG, porém o metoexital pode ativar focos epilépticos, tornando-se útil por permitir localizar esses focos)
· Tratamento da PIC elevada
· Proteção contra isquemia focal cerebral
5. Benzodiazepínicos
· Mecanismo de ação: se ligam à subunidade gama do receptor GABAa (inibitório), hiperpolarizando os neurônios e diminuindo a excitabilidade
· São classificados de acordo com a duração da ação (metabolismo e depuração plasmática) em:
a) Ação curta (midazolam)
b) Ação intermediária (lorazepam)
c) Ação longa (diazepam)
· Podem ser usados como medicação pré-anestésica (redução da ansiólise e amnésia anterógrada), para sedação e indução intravenosa (a escolha é o midazolam), prevenção de náuseas e vômitos (especificamente o midazolam) e supressão de convulsões
· Produzem efeitos dose-dependentes de ansiólise, amnésia anterógrada, sedação e relaxamento muscular (ação via espinhal)
· A amnésia anterógrada acontece com doses menores do que as necessárias para hipnose e sedação
· Altamente lipofílicos e ligados a proteínas (sobretudo albumina)
· Diferentemente do midazolam, o diazepam e o lorazepam são insolúveis em água e sua formulação contém o propilenoglicol (irritante tecidual, que pode causar tromboflebite)
· Sinergismo importante com outros fármacos (opioides, propofol, etc)
· Alta lipossolubilidade (início da ação rápida)
· A redistribuição é responsável pelo término da sua ação
· O metabolismo ocorre no fígado (oxidação ou conjugação com glicuronídeo)
· SNC
· Diminuem o FSC (pequena ou nenhuma mudança na PIC) e o metabolismo cerebral (efeito teto na redução – não reduz EEG isoelétrico). Esses efeitos são menos pronunciados do que nos barbitúricos e propofol
· Não são drogas indicadas para neurocirurgia
· Sistema Cardiovascular
· Causam hipotensão leve (diminuição da resistência vascular periférica – RVP)
· Efeitos mais acentuados em pacientes hipovolêmicos
· Menores efeitos hemodinâmicos, quando comparados ao tiopental e propofol (entretanto o retardo no despertar é uma grande desvantagem)
· Sistema Respiratório
· Depressão respiratória mínima, quando administrados isoladamente (em doses de indução ou combinados com opioides podem causar apneia)
· Reduzem a resposta ventilatória ao CO2
· Efeitos adversos
· Alergias (muito raras)
· O diazepam pode causar dor e tromboflebite à injeção
· Midazolam
· Tem mecanismo de primeira passagem hepática (apenas 50% atinge a circulação por administração oral)
· Rapidamente distribuído para os compartimentos
· Alta ligação às proteínas plasmáticas (94-98%)
· Potência 2-3 vezes maior que a do diazepam
· Dentre os benzodiazepínicos, é o que tem menor meia-vida contexto-dependente, sendo o único apto para infusão contínua
· Meia-vida de eliminação prolongada (obesos, idosos, cirróticos têm esse efeito mais acentuado ainda)
· O consumo habitual de álcool aumenta seu metabolismo
· Diazepam 
· Amplamente ligado às proteínas plasmáticas
· Volume de distribuição alto e depuração plasmática baixa (longa duração)
· Eficaz como anticonvulsivante (uma das drogas de escolha)
· Metabolização hepática em metabólitos ativos (desmetildiazepam e oxazepam), o que contribui para o seu efeito prolongado
· Efeito mais prolongado ainda em obesos, idosos e hepatopatas
· Deve ser evitado em idosos e anestesia ambulatorial (efeito prolongado)
· Lorazepam
· Alta ligação proteica (mais de 90%)
· Grande volume de distribuição
· Metabolização hepática em compostos inativos
· Excreção renal
· Depuração diminuída nos hepatopatas (idosos e nefropatas não sofrem com este efeito. É preferível ao diazepam nestes)
· Remimazolam
· Novo benzodiazepínico de curta duração de ação
· Rapidamente degradado no plasma por esterases específicas
· Rápido início de ação e recuperação rápida, além de sedação profunda (efeitos mais pronunciados que o diazepam)
· Flumazenil
· Antagonista específico dos benzodiazepínicos (alta afinidade pelo receptor, porém mínima atividade intrínseca-antagonista competitivo)
· Reverte o efeito parcial ou completamente a depender da dose
· Tende a reverter mais sedação e depressão respiratória do que amnésia
· Ação curta, podendo haver recorrência do efeito do benzodiazepínico após dose única (necessário novas doses ou infusão contínua)
· O seu uso não está associado a eventos adversos cardiovasculares ou a resposta de estresse, porém deve ser cauteloso por poder causar agitação e convulsões no paciente
6. Propofol 
· Fármaco anestésico mais utilizado para a indução da anestesia
· É um alquifenol, insolúvel em solução aquosa e, por isso, formulado como uma emulsão contendo óleo de soja, lecitina de ovo e glicerol
· A alergia ao ovo não contraindica, pois esta está relacionada à albumina e não à lecitina
· Risco de crescimento bacteriano após 6h de abertura do frasco
· As formulações com glicerol associam-se a dor durante a injeção
· Mecanismo de ação: age principalmente no complexo inibitório GABAa, potencializando-o; também exerce efeito bloqueador nos canais iônicos no tecido cortical cerebral e nos receptores nicotínicos
· Interage sinergicamente com o midazolam e remifentanil (possibilitando reduzir suas doses)
· Alta lipossolubilidade e grande volume de distribuição
· Rápido início de ação e rápido despertar após injeção única
· Rapidamente metabolizado no fígado em metabólitos inativos, que serão excretados pela urina
· O clearance plasmático é elevado e excede o fluxo sanguíneo hepático indicando importante metabolismo extra-hepático (pulmões-30%; rins)
· Apresenta meia-vida contexto-dependente baixa, sendo uma ótima medicação para infusão contínua (clearance plasmático eficiente adicionado a sua lente redistribuição dos compartimentos pouco perfundidos). Isso acontece mesmo após infusões prolongadas
· A dose em idosos deve ser diminuída (é o AV que apresenta maior repercussão hemodinâmica)
· A dor à injeção é comum pela associação ao glicerol (pode ser atenuada com a administração prévia de opioide, coadministração com lidocaína IV, diluição do propofol e uso de veias calibrosas)
· SNC
· Hipnótico, não tem propriedades analgésicas
· Reduz o FSC e PIC (a redução importante da PA pode diminuir a pressão de perfusão cerebral, apesar da redução da PIC)
· Diminui a taxa metabólica cerebral (CMRO2)
· Possui efeito neuroprotetor semelhante ao tiopental
· Em altas doses, produz padrão de supressão no EEG
· A indução pode apresentar atividade motora excitatória (mioclonias) apesar do seu efeito anticonvulsivante
· Sistema Cardiovascular
· É o agente que induz a maior queda de PA dentre os agentes indutores
· Pode causar hipotensão acentuada (principalmente em idosos)
· Causa depressão miocárdica direta
· Intensa vasodilatação, tanto venosa (diminui retorno venoso/pré-carga) como arterial (diminui pós-carga e PA)
· Diminui o DC
· Inibe a resposta barorreflexora
· Sistema Respiratório
· Menor probabilidade de provocar broncoespasmo que o tiopental (broncodilatador)· Depressor respiratório mais potente (mais pronunciado do que os outros anestésicos)
· Não inibe a vasoconstrição pulmonar hipóxica (importante papel na cirurgia torácica com ventilação monopulmonar)
· A resposta ventilatória à hipóxia e hipercapnia é reduzida
· Reduz marcadamente os reflexos laríngeos da via aérea, propiciando melhores condições para intubação e passagem da máscara laríngea
· Efeito antiemético (inibição dopaminérgica central)
· Efeito antipruriginoso
· Diminui a pressão intraocular
7. Etomidato
· Derivado imidazólico
· Formulado com propilenoglicol ou emulsão lipídica para aumentar solubilidade
· Aspectos positivos
· Estabilidade hemodinâmica (útil para cardiopatas)
· Mínima depressão respiratória
· Proteção cerebral
· Perfil de toxicidade favorável
· Recuperação rápida
· Aspectos negativos
· Não tem eficácia analgésica
· Supressão suprarrenal temporária
· Dor à injeção, tromboflebite
· Mioclonias
· Náuseas e vômitos
· Uma única dose tem efeito rápido (a recuperação dependa da redistribuição para tecidos inativos comparável ao tiopental e propofol)
· Rápido início de ação
· Metabolizado principalmente no fígado em compostos inativos; também sofre metabolização por esterases plasmáticas
· Mecanismo de ação: ação direta e indireta (principal) nos receptores inibitórios GABAa
· SNC
· Efeito vasoconstrictor cerebral (diminui FSC e PIC)
· Diminui o metabolismo cerebral (CMRO2)
· Não existe evidência clara de neuroproteção em humanos
· Produz padrões semelhantes à convulsões nos pacientes epilépticos (útil para o mapeamento de focos intraoperatórios de convulsão no EEG)
· Aumenta a amplitude de potenciais evocados somatossensoriais (útil para monitorá-los em cirurgias cujo sinal é de má qualidade)
· Sistema Cardiovascular
· Mínima depressão cardiovascular, mesmo em pacientes com doença cardíaca (valvulopatias, isquemia) ou pulmonar
· Sistema Respiratório
· Menor depressão respiratória em comparação aos barbitúricos, benzodiazepínicos e propofol
· Não induz liberação de histamina
· Sistema endócrino
· Inibição reversível e dose-dependente da enzima 11 beta-hidroxilase, a síntese de cortisol (supressão adrenocortical), por isso é contraindicado em anestesia venosa total (infusão contínua)
· Efeitos adversos
· Alta incidência de náuseas e vômitos
· Dor à injeção
· Induz mioclonias (atenuadas com pré-medicação com benzodiazepínicos, opioides ou pequenas doses de etomidato antes da indução)
8. Cetamina
· Derivado da fenciclidina
· O isômero S(+) é 3-4 vezes mais potente do ponto de vista analgésico, tem maior volume de distribuição, apresenta metabolização e recuperação mais rápidas e menores efeitos psicomiméticos que o R(-)
· Mesmo a S(+) cetamina também produz efeitos alucinógenos, comprometimento cognitivo e perda da memória
· Produz depressão do SNC dose-dependente, com profunda analgesia e amnésia, embora o paciente possa permanecer com os olhos abertos (dormindo, sem consciência) e manter os reflexos de via aérea (estado cataléptico, causado por inibição eletrofisiológica das vias talamocorticais e estimulação do sistema límbico-efeito dissociativo)
· Baixa biodisponibilidade por via oral (30%)
· Elevada lipossolubilidade, atravessa a barreira hematoencefálica rapidamente
· Entre os AV, é o único com baixa ligação proteica
· Volume de distribuição grande
· A depuração é alta, possuindo meia-vida de eliminação curta (eliminação rápida)
· Metabolizada por enzimas hepáticas, sendo que o principal metabólito é a norcetamina (ativo)
· Mecanismo de ação: inibição da ativação do receptor NMDA pelo glutamato (neurotransmissor excitatório), inibindo a atividade excitatória no sistema límbico e no córtex, resultando em inconsciência (ação mais importante); também possui efeito sobre os receptores nicotínicos, muscarínicos e opioides M; ao nível da medula espinhal, tem potentes efeitos antinociceptivos no receptor NMDA e inibe a liberação de acetilcolina
· Efeitos gerais
· Causa dilatação pupilar e nistagmo
· Produz lacrimejamento, salivação
· Aumenta o tônus muscular esquelético
· SNC
· Apresenta alta incidência de reações psicomiméticas (alucinações, pesadelos, alteração de memória de curto prazo e de cognição) durante o período de recuperação inicial
· Os fatores que afetam a incidência são idade (menor em crianças); dose (são dose-dependentes); sexo (maior em mulheres); suscetibilidade psicológica (não deve ser administrados em indivíduos com história de surtos psicóticos) e uso de medicamentos concomitantes (podem ser diminuídos com a administração concomitante de benzodiazepínicos, barbitúricos e propofol)
· Aumento do FSC e da PIC (esse efeito pode ser atenuado com o uso combinado de outros fármacos, como o propofol)
· Efeitos excitatórios sobre o SNC, aumentando o metabolismo cerebral (CMRO2)
· Uso desaconselhado em recém-nascidos (acentua apoptose no cérebro de animais recém-nascidos)
· É diferente dos outros hipnóticos porque apresenta significativo efeito analgésico
· Sistema respiratório
· Não produz depressão respiratória praticamente (apneia pode surgir com o uso de doses elevadas ou de outros anestésicos concomitante)
· Agente de escolha na presença de broncoespasmo, porque é broncodilatador
· Aumento da salivação e da secreção nas vias aéreas superiores podem levar a broncoespasmo em anestesia superficial – esse efeito pode ser atenuado com o uso de um anticolinérgico como a atropina
· Sistema cardiovascular
· Causa liberação sistêmica de catecolaminas (liberação de norepinefrina dos gânglios simpáticos)
· Inibição do nervo vago
· Inibição da receptação de noradrenalina em nervos periféricos e tecidos não neuronais (como o miocárdio)
· Pode aumentar a resistência vascular pulmonar, estando contraindicada em pacientes com reserva ventricular direita reduzida
· Tem um efeito cardiodepressor direto (efeito ionotrópico negativo), contrabalançado pelo efeito estimulador indireto do sistema nervoso simpático (esse efeito depressor pode se tornar evidente em pacientes em estado crítico, com capacidade limitada de incrementar a atividade simpática)
· Aumenta PA, FC e DC
· Aumenta o consumo de oxigênio pelo miocárdio
· Efeitos adversos
· Deve ser evitado em pacientes com hipertensão intracraniana (aumenta a PIC)
· Aumento da pressão intraocular (PIO) (contraindicado em pacientes com lesão ocular aberta)
· Contraindicado em coronariopatas isquêmicos e pacientes com aneurismas vasculares
· Não deve ser usado em pacientes com doenças psiquiátricas (como esquizofrenia)
· Indicações 
· Pacientes hemodinamicamente instáveis (hipovolemia, chocados, sépticos)
· Cardiopatias congênitas, tamponamento, pericardite constritiva
· Doença hiper-reativa das vias aéreas
· Procedimentos dolorosos de curta duração na emergência
· Sedação de pacientes pediátricos submetidos a procedimentos fora do centro cirúrgico
· Usado no tratamento da dor aguda (analgesia multimodal)
· Inibição da hipersensibilização nociceptiva central e da tolerância aguda a opioides (com doses subanestésicas)
· Prevenção da hiperalgesia produzida por opioides
· Efeito poupador de opioide, usado em baixas doses, quando administrado como adjuvante na anestesia
· Útil em casos de dor oncológica neuropática periférica e central, dor fantasma ou do membro isquêmico, fibromialgia, síndrome complexa regional, dor visceral e enxaqueca
9. Dexmedetomidina 
· Enantiômero S da medetomidina
· Agonista alfa-2 seletivo (sua especificidade para o alfa 2/alfa 1 é de 1600:1; já a clonidina é de 220:1)
· Efeito sedativo, ansiolítico, hipnótico, analgésico e simpatolítico
· Apresenta alta ligação proteica (94%)
· Biotransformação hepática (glicuronidação direta e pelo citocromo P450) quase completa da droga (gerando metabólitos inativos)
· Produz seus efeitos através da ativação dos receptores alfa-2. Três subtipos de receptores foram encontrados, cada um relacionado a determinados efeitos:
· Alfa 2A: analgesia, hipotensão, bradicardia, sedação, hipnose e potencialização dos anestésicos
· Alfa 2B: vasoconstrição e hipertensão arterial
· Alfa 2C: analgesiae hipotermia
· SNC
· Sedação-hipnose pela ação nos receptores alfa 2 no lócus cerúleo
· Efeito analgésico tanto pela ação no lócus cerúleo como na medula espinhal (ativam no corno dorsal da medula os receptores alfa 2 do tipo A e C, reduzindo a liberação de glutamato e substância P, e com isso, inibindo diretamente a transmissão de dor)
· Efeito sedativo se dá pelas vias que promovem o sono (gerando padrões de sono natural: pacientes facilmente acordados e permanecem colaborativos)
· O uso sistêmico tem um efeito poupador de opioides durante a cirurgia e no pós-operatório
· Sistema Cardiovascular
· Podem promover hipertensão inicialmente (alfa 2B)
· Podem promover hipertensão, bradicardia e diminuição do débito cardíaco (via alfa 2A)
· Sistema Respiratório
· Reduzem o volume-minuto, mas sem alterar a oxigenação arterial
· Não alteram a resposta ventilatória ao CO2
· Usos clínicos
· Sedação (UTI, CC e unidades de diagnóstico)
· Desmame de ventilação mecânica em UTI
· Cirurgias em que o paciente precisa permanecer acordado ou ser despertado no transoperatório
· Intubação acordado com fibroscópio (redução da salivação combinada com preservação da função respiratória)
· Adjuvante em anestesia geral e analgesia (reduz a necessidade de anestésicos no transoperatório e de analgésicos no pós-operatório)

Outros materiais