Ofício do Cientista Social - Prova

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Aluno Gabriel Bruck Machado
Questão 1 - Escolha um desses autores, apenas um deles, e discuta os
principais aspectos da trajetória acadêmica do mesmo, tomando como base
Florestan Fernandes:
Nascido em São Paulo, em 1920.formou-se em Ciências Sociais pela USP em 1943. A sua pós graduação foi em Sociologia e Antropologia e o mestrado em na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo. Ocupou a cadeira de docente em Sociologia I na USP, sendo afastado posteriormente pela Ditadura Militar em 1969. Entre os anos de 1965 e 1966 foi professor visitante na Columbia University, mais tarde em 1970 foi professor titular na Universidade de Toronto. Somente regressou ao Brasil em 1972, quando começou a ministrar cursos de extensão cultural no Instituto Sedes Sapientiae. No primeiro semestre de 1977, foi professor visitante Yale e contratado pela PUC-SP. Além de sua extensa carreira acadêmica, participou da vida política como deputado federal constituinte pelo PT, 1987-1990, e reeleito para 1991-1994. 
Florestan Fernandes veio de família pobre, teve sempre as suas próprias custas o uso dos livros. Sua dedicação aos estudos somaram longas horas, uma jornada exaustiva para chegar onde chegou. Através do seu ingresso na docência, adquiriu outra visão sobre o que deveria fazer. Relatou vários problemas no formato do ensino, destacando que o alunos fugiam dele. A maioria não tinha condições de acompanhar. Em sua trajetória procurou conciliar sua apresentação dos textos a realidade social dos estudantes.
Questão 2 - Escolha um desses autores, apenas um deles, e discuta a
contribuição do mesmo para a compreensão da realidade brasileira,
tomando como base os seguintes textos (4 pontos):
CARVALHO, José Murilo de Carvalho (2004). Construção da Cidadania
no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, Introdução e Conclusão.
 
Através de um estudo da Inglaterra sobre o processo de formação da cidadania inglesa, utilizando–se dos elementos históricos e sociais para compreensão da cronologia entre direitos civis, políticos e sociais chega-se a uma ideia central de como é o comportamento daquela sociedade e as suas características únicas. Seguindo esse molde, José Murilo de Carvalho irá propor um modelo para o caso brasileiro, mostrando como as particularidades e excentricidades históricas do Brasil influenciaram em um padrão distinto do Inglês, uma inversão na sucessão lógica entre os direitos e, por conseguinte, uma nova forma de cidadania.
As principais diferenças observadas por José Murilo de Carvalho em relação ao caso Inglês são: ênfase no direito social, e como dita anteriormente a alteração na sequência lógica dos direitos. Portanto, o Brasil possui uma natureza cidadã distinta de qualquer outro país, sendo a sua pesquisa essencial para compreensão dos fenômenos sociais.
A cronologia dos direitos no Brasil: 
No Estado novo, com Getúlio Vargas, de forma verticalizada, cima para baixo, foram introduzidos os direitos sociais. Não há uma participação popular em busca desses direitos, mas sim uma política popular. Em seguida os direitos políticos, a expansão do voto também deu-se em um regime ditatorial em que as instituições representativas foram transformadas em objeto de decoração. Só após isso, através da constituição de 1988 iniciou-se em partes os direitos civis, ainda distantes do ideal.
Consequências da sequência brasileira na formação da cidadania: A partir dos elementos destacados no tópico ulterior, José Murilo aponta característica da cultura brasileira, como por exemplo: cultura orientada para Estado em detrimento da representação, a busca constante por um messias político, a desvalorização do Legislativo perante ao Executivo. Essa realidade favoreceu uma visão corporativista dos interesses públicos.
Conclusão: Na busca de alcançar ou aproximar-se da cidadania plena, a garantia e o exercícios dos direitos civis, políticos e sociais é preciso compreender como o caso brasileiro deu-se no tempo e espaço e seus atores sociais, sendo assim, José Murilo deu um passo na elucidação dos mistérios das discussões politicas do Brasil.
Questão 3
Abordagem do artigo é o papel da televisão nas campanhas políticas, focando na importância que a introdução de uma nova tecnologia e simultaneamente sua infusão nas diversas camadas sociais tem na escolha do candidato. Para isso, autora suscita episódios históricos, como as campanhas a prefeitura de São Paulo e também as eleições presidenciais entre Collor e Lula. Apesar de não poder separar o estudo do desempenho da televisão de outros elementos sociais concomitantes, em sua conclusão é impossível desassociar impacto do novo modelo de divulgação em massa.
A televisão como centro da discussão política, agora os candidatos se adequam ao perfil midiático, a uma figura a ser transmitida e tem em seus itinerários comícios que venham a ser transmitidos em detrimento dos demais. Ao mesmo tempo que o candidato adequa-se a mídia, o próprio jornal tem grande poder de persuasão escolhendo o que e quando mostrar, distante de um ideal isento. Há também uma nova cultura de massa, um adiamento da decisão do candidato na espera de novas informações.
Portanto, faz-se observar através do artigo como campanhas eleitorais mudaram, tornaram-se mais próximas ao marketing devido a uma inovação tecnológica somada a sua assimilação em escala.