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Patologia das Infecções do SNC

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Patologia das Infecções do SNC
As infecções podem ocorrer por dano microbiano direto, por meio da elaboração de toxinas 
microbianas ou pelos efeitos da resposta imune do hospedeiro. 
Algumas formas de acesso ao SNC: Disseminação hematogênica (mais comum, geralmente arterial); 
Implantação direta (geralmente traumática); Extensão local - de uma infecção estabelecida em um seio 
aéreo; Transporte axonal - ao longo de nervos periféricos (raiva e herpes zoster).
MENINGITE AGUDA
Inflamação somente das meninges ou em conjunto com o parênquima cerebral (meningoencefalite). É 
mais comumente causada por infecção.
Reações semelhantes podem ocorrer devido a irritantes não bacterianos no espaço subaracnóideo 
(meningite química).
Fisiopatologia 
1. Colonização das vias aéreas superiores por germes patogênicos (organismos capsulados como 
meningococo, pneumococo e hemófilo tipo B); 2. Invasão do epitélio pelo agente; 3. Posterior 
disseminação para a corrente sanguínea ou por extensão direta (seios nasais, ouvido); 4. Quando 
hematogênica, chegam no plexo coroide, invadem o espaço subaracnoide e se multiplicam no líquor 
(baixa presença de imunoglobulinas). 5. Lise bacteriana induzem inflamação intensa (TNF-Alfa e IL-1). 6. 
Aumento da permeabilidade vascular (edema vasogênico) – aumento de proteínas e leucócitos no 
líquor (exsudato); 7.Deficiência na reabsorção liquórica (Aumento da PIC).
Clínica
Os sintomas iniciais da meningite são febre, dor de cabeça severa e rigidez do pescoço.
- Sinal de Kernig: resistência e dor quando o joelho é estendido com o quadril totalmente flexionado.
- Sinal de Brudzinski: o levantamento involuntário das pernas em irritação meníngea quando 
levantada a cabeça do paciente.
- Conforme a doença progride, confusão, coma e convulsões se desenvolvem.
- Síndrome de Hipertensão Intracraniana (confusão mental, fotofobia e vômitos em jato).
- Em bebês, pode se apresentar como estado depressivo, crises apnéicas, alterações na frequência 
cardíaca e convulsões atípicas.
Pontos importantes: A diferença das meningites agudas e crônicas (população celular, aspectos do LCR), 
locais de acometimento específicos de cada tipo de meningite, agentes etiológicos mais comuns em 
cada fase da vida, sinais, sintomas e achados de anamnese.
Agentes Etiológicos:
– Neonatos: Escherichia coli e estreptococos do grupo B
– Bebês e crianças: Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae (reduzido com imunização).
– Adolescentes e adultos jovens: Streptococcus pneumoniae (infecção mais grave) e Neisseria 
meningitidis.
– Idosos: S. pneumoniae e Listeria monocytogenes.
– Pós cirúrgico: Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis.
• Laboratório:
– O LCR é purulento com neutrófilos e organismos, aumento de proteína e diminuição da glicose.
• Morfologia
– Macroscopia: os vasos meníngeos são ingurgitados e existe um exsudato purulento.
– Microscopia: os neutrófilos preenchem o espaço subaracnóideo; em casos fulminantes, a inflamação 
pode se estender focalmente ao SNC subjacente (cerebrite). Flebite pode causar trombose venosa e 
infarto hemorrágico. A resolução pode levar a fibrose leptomeníngea e hidrocefalia.
Dura-máter 
Aracnóide bem expandida, 
principalmente nos sulcos 
cerebrais… lembrando 
muito pus n
Meningite aguda 
Piogênica 
Células inflamatórias no 
espaço subaracnóide 
Áreas de edema 
Estrutura celular com 
ingurgitação e 
extravasamento de hemácias
 
Muitas células 
inflamatórias 
(neutrófilos) com 
bastante edema 
Infecções Supurativas Focais Agudas 
• Abscesso Cerebral: Lesão destrutiva que surge no contexto de endocardite bacteriana, cardiopatia 
congênita (com desvio da direita para a esquerda), sepse pulmonar crônica ou imunossupressão. Os 
Estreptococos e estafilococos são os principais organismos. Os pacientes apresentam déficits 
neurológicos focais progressivos e sinais de aumento da pressão intracraniana. Se o espaço subdural 
for infectado, a tromboflebite pode se desenvolver, resultando em oclusão venosa e infarto cerebral.
i
Morfologia
Região central de necrose liquefativa e uma cápsula fibrosa circundada por gliose reativa e edema 
vasogênico acentuado.
Lesão cavitária Focos de proliferação 
bacteriana 
Parênquima 
edemaciado 
Células da glia 
Empiema Subdural
Ocorre quando infecções bacterianas ou fúngicas do crânio ou dos seios aéreos se espalham para o 
espaço subdural. Grandes coleções podem causar um efeito de massa ou tromboflebite de veias em 
ponte. A maioria dos pacientes é febril e tem dores de cabeça e rigidez de nuca, com um perfil do LCR 
semelhante a um abscesso cerebral.
Abcessos Extradurais
São comumente associados à osteomielite, surgindo no quadro de sinusite ou após a cirurgia. No 
espaço epidural da coluna vertebral, pode causar compressão da medula espinhal.
MENINGOCEFALITE BACTERIANA CRÔNICA 
Tuberculose
A meningite tuberculosa causa dor de cabeça, mal-estar, confusão mental e vômitos. Há pleocitose 
moderada de células mononucleares no LCR (ocasionalmente com neutrófilos), proteína elevada e 
glicose moderadamente reduzida ou normal.
A meningite tuberculosa pode causar fibrose aracnoide, hidrocefalia e endarterite obliterativa.
– Tuberculomas apresentam-se como típicas lesões de ocupação do espaço.
– Infecções por Mycobacterium avium também podem ocorrer em pacientes com AIDS, mas 
geralmente provocam pouca resposta granulomatosa.
Morfologia
A meningoencefalite difusa é o padrão mais comum de doença. O espaço subaracnóideo contém um 
exsudato gelatinoso ou fibrinoso de células inflamatórias crônicas e, raramente, granulomas bem 
formados, mais frequentemente na base do cérebro, obliterando as cisternas e envolvendo os nervos 
cranianos. Artérias que atravessam o espaço subaracnóideo podem mostrar endarterite obliterante.
Neurossífilis
É uma manifestação do estágio terciário da doença. Ocorre em 10% dos pacientes com infecções não 
tratadas.
1. Neurossífilis meningovascular - É uma meningite crônica, por vezes associada à endoarterite 
obliterativa. E apresenta Goma Sifilítica (concentrado de plasmócitos).
2. Neurossífilis parética - Resulta da invasão do cérebro por espiroquetas, com perda neuronal e 
proliferação microglial. Os pacientes exibem perda insidiosa de capacidade mental e física com 
alterações de humor, terminando em demência grave.
3. Tabes dorsalis - Resulta de danos causados por espiroquetas nos neurônios sensoriais das raízes 
dorsais. Cursa com Ataxia locomotora, perda da sensação de levando a dano articular e lesões de pele 
(articulações de Charcot) e ausência de reflexos tendinosos profundos.
Neuroborreliose (Doença de Lyme)
Manifestações neurológicas são altamente variáveis. Meningite asséptica, paralisia do nervo facial (e 
outras polineuropatias), encefalopatia. Microscopicamente, há proliferação microglial e organismos 
dispersos (espiroquetas).
MENINGOCEFALITE VIRAL 
As infecções parenquimatosas virais do SNC (encefalite) estão quase invariavelmente associadas à 
inflamação meníngea e, ocasionalmente, à inflamação da medula espinhal (encefalomielite).
Os vírus podem exibir tropismos celulares específicos ou podem ter uma predileção por regiões 
cerebrais específicas.
A latência é uma característica comum de várias infecções virais do SNC. Infecções sistêmicas não 
relacionadas ao SNC também podem precipitar lesão neurológica imunomediada. Infecção viral 
intrauterina (rubéola) pode causar malformações congênitas.
Clínica: Curso geralmente é menos fulminante do que a meningite piogênica e é autolimitada.
Laboratório: Pleocitose linfocítica no LCR, com elevação moderada de proteínas e glicose normal.
Agentes etiológicos: O espectro de patógenos varia sazonal e geograficamente, e raramente são 
identificados (enterovírus em 80% dos casos).
Encefalite Viral Transmitida por Artrópodes
Arbovirose responsável pela maioria das encefalites virais epidêmicas (vírus equinos orientais e 
ocidentais, venezuelanos, St. Louis, La Crosse e vírus do Nilo Ocidental).Todos têm hospedeiros animais 
e mosquito ou carrapatos como vetores. As manifestações clínicas típicas são convulsões, confusão, 
delírio e estupor ou coma.
Vírus Herpes Simplex Tipo 1 (HSV-1)
É mais comum em crianças e adultos jovens. Os pacientes classicamente apresentam alterações no 
afeto, humor, memória e comportamento. Alguns casos seguem um curso mais prolongado com 
fraqueza, letargia, ataxia e convulsões.
Morfologia - Casos graves exibem encefalite necrotizante, hemorrágica dos lobos temporais 
inferomediais e giros orbitais dos lobos frontais. Existem infiltrados perivasculares, com corpos de 
inclusão virais intranucleares de Cowdry em neurônios e glia.
Vírus do Herpes Simplex Tipo 2
Causa uma encefalite grave e generalizada em 50% dos recém-nascidos que nasceram por via vaginal 
em mulheres com infecção primária por HSV-2. Pode causar meningite em adultos e uma grave 
encefalite hemorrágica necrosante em indivíduos infectados pelo HIV.
Vírus Varicela-Zoster (Herpes Zoster)
As infecções latentes por catapora nos gânglios da raiz dorsal podem ser reativadas, levando a 
erupções cutâneas vesiculares dolorosas em uma distribuição dermatomal. Geralmente é autolimitada, 
mas os pacientes podem desenvolver uma síndrome de neuralgia pós-herpética dolorosa persistente.
O herpes zoster também pode causar uma arterite granulomatosa ou uma encefalite necrosante em 
pacientes imunossuprimidos.
Citomegalovírus (CMV)
A infecção intrauterina leva à necrose periventricular, microcefalia e calcificação periventricular. Em 
pacientes com AIDS, o CMV é um patógeno viral oportunista comum. 
Causa encefalite subaguda com nódulos microgliais ou encefalite necrosante hemorrágica 
periventricular e plexite coróide. Presença de inclusões nucleares de CMV.
Nódulos microgliais Inclusões virais 
Poliomielite
Poliovírus (subtipos 1,2,3). A poliomielite apresenta irritação meníngea e quadro de meningite 
asséptica no LCR. O envolvimento dos neurônios motores inferiores pode causar paralisia flácida com 
hiporreflexia e perda muscular secundária. Os pacientes também podem desenvolver miocardite e 
a morte pode resultar da paralisia dos músculos respiratórios.
A inflamação é geralmente confinada aos cornos anteriores, mas pode se estender até os cornos 
posteriores. A Síndrome Pós-pólio geralmente se desenvolve 25 a 35 anos após a doença inicial 
(fraqueza progressiva associada à dor e diminuição da massa muscular).
Raiva
É uma encefalite grave transmitida pela mordida de um animal raivoso ou pela exposição a certas 
espécies de morcegos, mesmo sem uma mordida. Ao longo de 1 a 3 meses, o vírus sobe do local da 
ferida para o SNC através dos nervos periféricos.
Causa extraordinária excitabilidade do SNC (alucinações, agitação), hidrofobia (espasmos laríngeos) 
e paralisia flácida. A morte decorre da falha do centro respiratório.
Morfologia - Necrose e inflamação neuronal generalizadas, mais graves nos gânglios da base, 
mesencéfalo e medula. Os Corpos de Negri são patognomônicos (inclusões eosinofílicas 
intracitoplasmáticas).
Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva
A PML é devida à infecção por oligodendrócitos pelo poliomavírus JC, tipicamente em pacientes 
imunossuprimidos. A maioria dos adultos tem evidência sorológica de exposição prévia ao JC 
(provavelmente devido à reativação viral)
Os pacientes desenvolvem manifestações neurológicas progressivas e multifocais causadas pela 
destruição focal da mielina.
Morfologia - As lesões consistem em manchas desmielinizadas, núcleos de oligodendrócitos muito 
aumentados com inclusões virais e astrócitos com núcleos atípicos aumentados.
Panencefalite Esclerosante Subaguda
É uma síndrome progressiva de declínio cognitivo, espasticidade de membros e convulsões. Ocorre 
meses a anos após uma infecção do sarampo e representa uma infecção persistente, mas não 
produtiva, do SNC por um vírus do sarampo alterado.
– Morfologia - Gliose generalizada com degeneração da mielina e inclusões nucleares virais em 
oligodendrócitos e neurônios. Há também inflamação variável e emaranhados neurofibrilares.
Meningoencefalite fúngica
São tipicamente encontradas em pacientes imunocomprometidos, geralmente no contexto de ampla 
disseminação hematogênica. Candida albicans, Mucor, Aspergillus fumigatus e Cryptococcus 
neoformans. Em áreas endêmicas, Histoplasma, Coccidioides e Blastomyces podem envolver o SNC 
após infecções pulmonares ou cutâneas primárias.
1. A meningite é causada mais freqüentemente pelo Cryptococcus (pode ser fulminante e fatal em 2 
semanas ou crônica e indolente, evoluindo ao longo de meses a anos). 2. A vasculite ocorre mais 
frequentemente com Mucor e Aspergillus; há invasão vascular com trombose associada e infarto 
hemorrágico. 3. O envolvimento parenquimatoso pode se manifestar com granulomas ou abscessos e 
é mais comumente encontrado com Candida e Cryptococcus.

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