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Definição: Asma é uma doença pulmonar heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida por história de sintomas respiratórios, como sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse. A crise asmática é uma importante causa de procura por atendimento médico em serviços de emergência pediátrica. Fisiopatologia Há redução do calibre das vias aéreas pela presença de espasmo da musculatura lisa das vias aéreas inferiores, edema, aumento da secreção de muco e comprometimento do transporte ciliar de partículas de muco associado ao processo de descamação do epitélio. Apresentação Clínica Anamnese Quadro clássico: ●Sibilância, dispneia, tosse e aperto no peito; ●Os sintomas podem piorar à noite e podem ser exacerbados por infecções respiratórias ou alérgenos inalatórios; Crianças menores relatam "dor" intermitente no tórax, não localizada. Fatores de risco: História de outras doenças alérgicas (rinite alérgica, conjuntivite alérgica, dermatite atópica, alergias alimentares), asma dos pais e/ou sintomas independentes dos resfriados. Avaliar comorbidades: Sempre avaliar a presença de comorbidades, como sinusite, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), obesidade, apneia obstrutiva do sono, depressão e ansiedade, pois podem contribuir para o aparecimento dos sintomas e a má qualidade de vida. Fatores desencadeantes: Esforço físico, hiperventilação (risadas), ar frio ou seco, irritantes das vias aéreas e infecções do trato respiratório são os principais desencadeantes da asma. Aumentam a probabilidade de asma: ● Presença de mais de um tipo de sintoma (sibilância, dispneia, tosse e aperto no peito); ● Os sintomas, em geral, pioram à noite ou ao despertar; ● Os sintomas variam em intensidade e ao longo do tempo; ● Os sintomas são desencadeados por infecções virais, exercício, exposição a alérgenos, mudanças climáticas, riso, irritantes, como gases de escapamento de veículos, fumaça ou odores fortes. Diminuem a probabilidade de asma: ●Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios; ●Produção crônica de escarro; ●Dispneia associada à tontura, síncope ou parestesia; ●Dor no peito; ●Dispneia induzida por exercício com estridor. Exame Físico Pode ser normal, mas os achados mais comuns são a sibilância, principalmente na expiração forçada, além de tosse seca intermitente. Pacientes com alterações de exame físico fora das exacerbações agudas geralmente apresentam doença grave, controle subótimo ou condições atópicas associadas. Avaliar também sinais de rinite, sinusite e conjuntivite; sinais de infecção respiratória aguda; presença de halitose devido à rinite ou sinusite crônica ou respiração bucal; dermatite atópica; pólipos nasais; aumento do diâmetro anteroposterior do tórax. Durante as exacerbações da asma, pode haver sibilância expiratória, taquipneia, hipóxia, tempo expiratório prolongado, diminuição do murmúrio vesicular em alguns campos pulmonares. Estertores crepitantes (ou subcrepitantes) e roncos ocorrem por excesso de muco e de exsudato inflamatório nas vias aéreas. Nas exacerbações graves, há maior grau de obstrução das vias aéreas, gerando sibilos inspiratórios e expiratórios, aumento do tempo expiratório, pouca entrada de ar, retrações de fúrcula e intercostais, batimento de asa de nariz e uso da musculatura acessória. O desaparecimento dos sibilos é um sinal de gravidade que pode ocorrer em situações extremas e indica a entrada de ar ruim nas vias aéreas, causada pela obstrução. Refratariedade: Ausência de melhora dos sintomas após uso de broncodilatadores e corticoides faz pensar em diagnósticos alternativos. Fatores de risco para desfechos ruins na asma: ● Necessidade de intubação por causa da asma; ● Sintomas da asma não controlados; ● Ter apresentado uma ou mais exacerbações nos últimos 12 meses; ● VEF1 baixo (preditor independente do risco de exacerbação); ● Uso incorreto do inalador; ● Baixa adesão ao tratamento; ● Tabagismo, obesidade, gravidez (nas crianças maiores e adolescentes); ● Eosinofilia; ● Exposições: fumaça de cigarro, poluição do ambiente, alérgenos de ambientes fechados. Avaliação da Gravidade Classificação de Gravidade da Exacerbação Aguda Abordagem Diagnóstica Teste de função pulmonar (espirometria) ou medida do Peak Flow: Ajudam a confirmar o diagnóstico de asma e a determinar a intensidade da doença. Indicados em maiores de 5 anos. O achado de obstrução reversível do fluxo aéreo é sugestivo do diagnóstico (aumento do FEV1 > 8-12%). Porém, espirometria normal ou não reversibilidade da obstrução não excluem o diagnóstico. Nesses casos, prova terapêutica ou indução de obstrução com exercícios físicos ou metacolina podem ser indicados. Testes alérgicos: Podem ser cutâneos ou in vitro. Não são fundamentais para o diagnóstico, mas podem ser úteis para relacionar sintomas com desencadeadores específicos. Radiografia de tórax: Geralmente normal, exceto por achados discretos e inespecíficos de hiperinsuflação (retificação de diafragma) e espessamento peribrônquico. Não é feita de rotina, mas é útil para identificar anormalidades que mascaram a asma (pneumonite por aspiração, hipertransparência pulmonar na bronquiolite obliterante) e complicações durante as exacerbações da asma (atelectasia, pneumomediastino, pneumotórax). Solicitar quando houver suspeita de complicações, desde que não retarde o tratamento. Gasometria arterial: Avalia os distúrbios causados durante a exacerbação aguda. Indicada naqueles pacientes com sinais/sintomas de quadro grave, PFE < 30% do valor previsto ou SatO2 < 93%. Hemograma: Indicado quando houver dúvida sobre comorbidades infecciosas e fatores desencadeantes, principalmente quando o paciente apresentar alterações no exame físico além das esperadas nos casos de asma. Lembrar que a contagem de neutrófilos pode elevar-se quatro horas após o uso de corticoides sistêmicos. Dosagem de eletrólitos: Indicada quando houver comorbidade cardiovascular, uso de diuréticos ou altas doses de beta-2-agonistas, especialmente se associados a xantinas e corticoides sistêmicos. Tomografia computadorizada de tórax: Avalia bem bronquiectasia, que implica em doenças que simulam asma, como fibrose cística, micoses broncopulmonares alérgicas (aspergilose), discinesias ciliares ou imunodeficiências. Classificação Persistente grave: Sintomas diurnos contínuos; sintomas noturnos frequentes. Persistente moderada: Sintomas diurnos diários; sintomas noturnos > 1x/semana. Persistente leve: Sintomas diurnos > 2x/semana, mas < 1x/dia; sintomas noturnos > 2x/mês. Intermitente: Sintomas diurnos ≤ 2x/semana; sintomas noturnos < 2x/mês. Gravidade da asma: É avaliada de forma retrospectiva, a partir da etapa de tratamento necessária para controlar sintomas e exacerbações. Houve alteração da classificação no GINA de 2021: ● Asma leve: Bem controlada com uso de corticoide inalatório + formoterol para tratamento sintomático, ou com tratamento de controle de baixa intensidade, como corticoide inalatório em baixa dose, antagonista dos receptores de leucotrienos ou cromonas; ● Asma moderada: Bem controlada com dose baixa ou moderada de corticoide inalatório e beta-2-agonista de longa ação; ● Asma grave: Mantem-se descontrolada apesar do uso otimizado com corticoide inalatório + beta-2-agonista de longa duração, ou que depende de altas doses dessas medicações para que não se torne descontrolada. Diagnóstico Diferencial Diagnóstico diferencial se estabelece entre outras causas de doença respiratória: ●Rinossinusite; ●Refluxo gastroesofágico; ●Aspiração recorrente; ●Traqueobroncomalácia; ●Aspiração de corpo estranho; ●Fibrose cística; ●Displasia broncopulmonar; ●Disfunção de prega vocal; ●Insuficiência cardíaca congestiva; ●Pneumonite por hipersensibilidade; ●Infestações parasitárias pulmonares; ●Tuberculose; ●Bronquiolite obliterante; ●Anel vascular; ●Discinesia ciliar primária; ●Imunodeficiências humorais; ●Tosse e/ou sibilos induzidos por medicação como efeito adverso. Acompanhamento Acompanhamento ambulatorial:É necessário ter avaliação e monitoração regulares, a cada duas a quatro semanas, até que se atinja um bom controle. Após estabilização, ter de duas a quatro consultas por ano para manter um bom controle, além de monitorização da função pulmonar. Todos os pacientes com asma devem ter um plano escrito a respeito do que fazer quando houver descompensação, incluindo mudanças nas doses de medicações de alívio ou controle, uso de corticoide oral e quando recorrer a atendimento médico de urgência. Acompanhamento com especialista (alergista ou pneumologista): Os pacientes devem ser encaminhados para avaliação com especialista nas seguintes situações: diagnóstico incerto, asma de difícil controle, efeitos colaterais da medicação intoleráveis e em casos de exacerbações frequentes. Internação hospitalar: Deve ser considerada em todo paciente com resposta parcial ou má resposta ao tratamento na unidade de emergência. PFE < 40% após a administração de beta-2-agonista e SatO2 < 92% são preditores da necessidade de hospitalização. Vide abordagem terapêutica para melhor elucidação. Internação em terapia intensiva: Principais indicações: ● Parada cardiorrespiratória; ● Necessidade de ventilação mecânica; ● Hipercapnia, acidose (pH < 7,30) ou hipoxemia; ● Níveis elevados de lactato sérico; ● Hipotensão arterial ou arritmias cardíacas graves; ● Persistência dos sinais e sintomas de gravidade (sonolência, confusão mental, exaustão, cianose, silêncio respiratório ou PFE < 30% do valor previsto), a despeito do tratamento adequado; ● Necessidade de monitorização acurada em função da gravidade da doença ou do tratamento a ser utilizado (infusões endovenosas com doses elevadas de beta-2-agonistas, infusões endovenosas de cetamina, uso de misturas gasosas hélio-oxigênio e utilização de suporte ventilatório não invasivo ou invasivo). Abordagem Terapêutica Tratamento da Exacerbação Aguda Escore de PRAM (crianças ≤ 5 anos) * A presença de qualquer um desses indica gravidade. ** Aferida antes do uso de broncodilatadores ou oxigênio. Oxigenoterapia: Manter SatO2 ≥ 94-98%. Beta-2-agonista de longa duração + corticoide inalatório: Nos pacientes que já fazem uso de Formoterol + budesonida ou Formoterol + beclometasona para tratamento de resgate ou de controle, uma boa opção é o aumento dessa medicação quando houver descompensação, ou seja, usar mais vezes conforme demanda (para tratamento ambulatorial). O GINA 2021 coloca essa opção porque estudos mostram que os pacientes que usam essa conduta apresentam menor necessidade de uso de corticoide oral ou exacerbação grave nas semanas seguintes quando comparados ao uso de beta-2-agonistas de curta duração. Apesar disso, essa opção pode não ser tão útil na pediatria, uma vez que essas medicações são contraindicadas em crianças pequenas (< 6 anos). Não usar essa conduta para outros beta-2-agonistas de longa duração (não fazem efeito tão rápido para tratar descompensação). Doses máximas indicadas: ●Formoterol + beclometasona: 48 microgramas em 24 horas; ●Formoterol + budesoida: 72 microgramas. ●Beta-2-agonista de curta ação: É a medicação de alívio mais utilizada para todas as crianças. O Salbutamol e o Fenoterol são os mais utilizados. Tanto por via inalatória (2-4 jatos por vez — preferido) quanto com o uso de nebulizador (1 gota/3 kg de peso, com 3-4 mL de solução salina). Repetir até três vezes na primeira hora, com 20 minutos de intervalo. Atenção! Não usar água destilada como veículo, pois pode agravar o quadro e até levar a óbito. Salbutamol: ●Solução para nebulização (5 mg/mL): 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por três doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, dose média: 1 gota/3 kg de peso; ●Spray (100 microgramas/jato): Um jato/2-3 kg, de 20/20 minutos, por três doses. Dose máxima: dez jatos. Depois, manter com 4-10 jatos a cada 3-4 horas ou 4-10 jatos a cada 1-2 horas, conforme necessidade; ●Injetável (0,5 mg/mL): Bólus: 15-20 microgramas/kg, em 10-15 minutos. Infusão contínua: 0,5-1,0 micrograma/kg/minuto. Aumento das taxas de infusão a cada 20-30 minutos. Dose máxima: 8-15 microgramas/kg/minuto. Fenoterol: ●Solução para nebulização (5 mg/mL): 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por três doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, mínimo da dose = 1 gota/3 kg de peso; máximo = 1 gota/1,5 kg de peso. Dose mínima preferencial; ●Spray (100 microgramas/jato): um jato/2-3 kg a cada 20 minutos, por três doses. Dose máxima: dez jatos. Na apresentação de 200 microgramas/jato, as doses devem ser 50% menores. Brometo de ipratrópio: É um derivado da Atropina. Diminui a necessidade de hospitalização, quando usado no tratamento das exacerbações, associado a um beta-2-agonista de curta ação. Sugerido usar apenas em descompensação grave. ● Solução para nebulização (0,25 mg/mL): Usar quantas vezes necessário até estabilização: - Abaixo de 6 anos: 8-20 gotas; - De 6-12 anos: 20 gotas; - > 12 anos: 40 gotas; ●Spray (20 microgramas/jato): Acima de 6 anos: dois jatos de 6/6 horas. Dose máxima: 12 jatos/dia. Corticoides: São essenciais e devem ser usados precocemente no tratamento das exacerbações, nas situações indicadas. Diminuem a inflamação, aceleram a recuperação, reduzem recidivas e hospitalizações, além de diminuírem o risco de asma fatal. Usar preferencialmente pela manhã (quando uso ambulatorial). ●Prednisolona (fazer na 1ª hora): 1-2 mg/kg/dia VO por 3-5 dias. Dose máxima: 40 mg/dia; ●Metilprednisolona (fazer na 1ª hora): 0,5-1,0 mg/kg/dose EV a cada 4-6 horas por 3-5 dias. Dose máxima: 40 mg/dia. Indicações do uso de corticoide sistêmico: ●Falha de resposta no aumento das medicações de controle e alívio em 2-3 dias; ●Rápida deterioração ou PFE ou VEF1 < 60% em relação ao valor predito ou ao melhor valor do paciente; ●História de rápidas deteriorações graves; ●Pacientes com necessidade de atendimento médico devido a crise de asma. Corticoides inalatórios: Em pacientes tratando a descompensação em casa, é possível realizar o aumento em 4 x do corticoide inalatório por 7-14 dias. Estudos sugerem que essa conduta está relacionada a uma menor necessidade de uso de corticoides sistêmicos. No ambiente hospitalar, o uso de corticoide inalatório, mesmo se junto com o corticoide sistêmico, parece reduzir o risco de internação nas crianças. Sulfato de magnésio: Indicado nas exacerbações muito graves, sem resposta ao tratamento usual. ● Sulfato de magnésio 10% ou 50%: 25-75 mg/kg em dose única EV, em infusão lenta de 20-30 minutos. Dose máxima: 2 g. Se necessário, repetir a dose uma ou duas vezes após 4-6 horas. Se utilizar o Sulfato de magnésio mais de uma vez, realizar controle de magnesemia, objetivando valores séricos entre 4-6 mg/dL. Boa resposta: ➔ PFE > 70% do basal; ➔ Diminuição da FR e FC; ➔ Ausculta: sibilos raros ou ausentes; ➔ Musculatura acessória: sem uso; ➔ Dispneia: mínima ou ausente; ➔ SatO2 > 95% em ar ambiente; ➔ Conduta: Alta domiciliar com orientação. Beta-2-agonista em nebulização/spray/inaladores de pó, início de tratamento de manutenção, corticoide oral e plano de acompanhamento. Resposta incompleta: ➔ PFE = 40-70% do basal; ➔ Aumento da FR e FC; ➔ Ausculta: sibilância leve ou moderada; ➔ Musculatura acessória: uso moderado; ➔ Dispneia: moderada; ➔ SatO2 = 91-95% em ar ambiente; ➔ Conduta: Continuar tratamento. Considerar internação hospitalar, se não houver melhora. Má resposta: ➔ PFE < 40% do basal; ➔ Aumento da FR e FC; ➔ Ausculta: diminuição da entrada de ar; ➔ Musculatura acessória: uso importante; ➔ Dispneia: intensa; ➔ SatO2 < 91% em ar ambiente; ➔ Conduta: Manter nebulização contínua ou a cada 20 minutos com beta-2-agonista. Considerar Sulfato de magnésio EV. Se permanecer com má resposta, considerar beta-2-agonista venoso e avaliar necessidade de UTI. Avaliar necessidade de suporte ventilatório avançado (ventilação não invasiva ou ventilação mecânica invasiva). Na alta hospitalar: Manter o beta-2-agonista de curta ação enquanto houver tosse, dois a quatro jatos de 4/4 ou 6/6 horas,por via inalatória, ou fazer nebulização com solução salina e 1 gota/3 kg de peso do beta-2-agonista de 4/4 ou 6/6 horas. Associar Prednisolona 1-2 mg/kg/dia VO pela manhã, por 3-5 dias. Iniciar tratamento de manutenção (corticoide inalatório), se ainda não fizer. Tratamento de Manutenção Controle ambiental: Importante eliminar ou reduzir exposições ambientais problemáticas e tratar comorbidades como rinite, sinusite, refluxo gastroesofágico. Educação do paciente: Proporcionar educação para o paciente ao fornecer um plano de ação que possua tratamento diário e medicações de controle das exacerbações. Utilizar adequadamente as medicações para controle no longo prazo e também para alívio rápido das exacerbações da asma. Sempre revisar a técnica de administração de medicamentos. ● Objetivos do tratamento: - Sintomas mínimos ou não crônicos durante o dia ou à noite; - Exacerbações mínimas ou ausentes; - Sem limitações de atividades; sem dias perdidos na escola/trabalho dos pais; - Uso mínimo de beta-2-agonista inalatório de curta duração; - Efeitos adversos mínimos ou ausentes das medicações. - Além do tratamento de manutenção, sempre prescrever o tratamento de resgate. Atenção! O uso de beta-2-agonista de curta duração não é mais indicado isoladamente, principalmente em adolescentes (GINA 2021) Quando necessário usar o beta-2-agonista, o paciente deverá usar concomitantemente o corticoide inalatório em baixa dose (pacientes acima de 6 anos). Outra opção é o uso de Formoterol + corticoide inalatório em baixa dose quando tiver sintoma. O tratamento ideal de manutenção depende da classificação da gravidade (quadro clínico antes do tratamento ou controle adequado). Crianças abaixo de 5 anos: Para mais informações, acesse Síndrome do bebê chiador. Crianças entre 6-11 anos de idade: ● Passo 1 — Corticoide inalatório em baixa dose conforme necessário (junto com o tratamento de resgate) — avaliar uso contínuo de corticoide inalatório contínuo: Sintomas infrequentes de asma, < 2x/mês e sem fatores de risco para exacerbações; ● Passo 2 — Corticoide inalatório contínuo em baixa dose OU corticoide inalatório em baixa dose conforme necessário (junto com o tratamento de resgate) OU associar antagonistas dos receptores de leucotrienos diários (menos efetivo isoladamente que o corticoide inalatório): Sintomas de asma > 2x/mês; ●Passo 3 — Corticoide inalatório + beta-2-agonista de longa duração em baixa dose OU corticoide inalatório de média dose OU Formoterol + corticoide inalatório em muita baixa dose para manutenção e resgate OU corticoide inalatório de baixa dose + antagonista dos receptores de leucotrienos: Sintomas de asma na maioria dos dias, ou despertar devido a asma ≥ 1x/semana, ou fator de risco associado; ●Passo 4 — Corticoide inalatório + beta-2-agonista de longa duração em média dose OU Formoterol + corticoide inalatório em baixa dose para manutenção e resgate (pode acrescentar tiotrópio ou antagonista dos receptores de leucotrienos e avaliar corticoide oral): Sintomas de asma na maioria dos dias, ou despertar devido a asma ≥ 1x/semana, com redução da função pulmonar. ● Passo 5 — Etapa anterior + avaliar corticoide oral + beta-2-agonista de longa duração em alta dose + avaliar terapias anti-IgE ou anti-IL5: Asma não controlada e grave ou exacerbação aguda. O tratamento de asma em criança acima de 12 anos é realizado da mesma forma que os adultos. Em caso de controle adequado por dois a três meses, deve-se tentar redução da medicação, usando-se as categorias acima como referência. As doses de corticoides inalatórios variam conforme a tabela abaixo. Doses de Corticoide (bulas medicamentosas Corticoides inalatórios: 1a linha de tratamento na asma. São eles: ● Beclometasona (50 microgramas): 2 jatos de 12/12 horas. Dependendo da severidade da asma, pode aumentar até oito jatos por dia (podendo ser de 12/12, 8/8 ou 6/6 horas); ● Budesonida suspensão para nebulização (0,25 mg/mL e 50 mg/mL): > 6 meses: 0,25 a 0,50 mg/dia, divididos de 12/12 ou 24/24 horas (máximo: 2 mg/dia); ● Budesonida aerossol oral (50 e 200 microgramas): ➔ < 6 anos: 100-400 microgramas de 12/12 horas, podendo aumentar até 1000 microgramas de 12/12 horas; ➔ > 6 anos: de acordo com terapia prévia (só broncodilatador: 200 microgramas de 12/12 horas; corticoide inalatório: 400 microgramas de 12/12 horas; corticoide oral: 400 microgramas de 12/12 horas); ➔ > 12 anos: de acordo com terapia prévia (só broncodilatador e/ou corticoide inalatório: 200-400 microgramas de 12/12 horas; corticoide oral: 400-800 microgramas de 12/12 horas); ●Budesonida cápsulas (200, 400 microgramas): ➔ > 6 anos: de acordo com terapia prévia (só broncodilatador: 200 microgramas de 12/12 horas; corticoide inalatório: 400 microgramas de 12/12 horas; corticoide oral: 400 microgramas de 12/12 horas); ➔ > 12 anos: de acordo com terapia prévia (só broncodilatador e/ou corticoide inalatório: 200-400 microgramas de 12/12 horas; corticoide oral: 400-800 microgramas de 12/12 horas); ● Ciclesonida (80 e 160 microgramas): - 4-11 anos: 80-160 microgramas por dia, de manhã ou de noite; - > 12 anos: 80-640 microgramas por dia, de manhã ou de noite; ●Mometasona (200 e 400 microgramas): - > 12 anos: 400 microgramas 1x/dia; ou 200 microgramas de 12/12 horas; ● Fluticasona (50 e 250 microgramas): - 1-4 anos: 100 microgramas de 12/12 horas; - 5-16 anos: 50-200 microgramas de 12/12 horas. Corticoides orais: Prednisolona: 1-2 mg/kg/dia (solução 3 mg/mL). Dose = peso dividido por 3 (= 1 mg/kg); Prednisona: 1-2 mg/kg/dia (solução 3 mg/mL). Dose = peso dividido por 3 (= 1 mg/kg); Deflazacorte: 1-2 mg/kg/dia (solução 3 mg/mL). Dose = peso dividido por 3 (= 1 mg/kg). Beta-2-agonista de ação prolongada inalatório: ●Formoterol (12 microgramas): > 5 anos: uma cápsula de 12/12 horas; ●Salmeterol (50 microgramas): > 4 anos: uma inalação de 12/12 horas. Beta-2-agonista de ação prolongada inalatório + corticoide inalatório: ●Salmeterol + fluticasona: > 4 anos: duas inalações de 25 microgramas + 50 microgramas de 12/12 horas; > 12 anos: duas inalações de 25 microgramas + 125 microgramas de 12/12 horas; ou 25 microgramas + 250 microgramas de 12/12 horas; ●Formoterol + budesonida (6 + 200 microgramas): > 4 anos: uma cápsula 1x/dia ou de 12/12 horas; > 12 anos: uma cápsula de 12/12 horas; ●Formoterol + budesonida (12 + 400 microgramas): > 12 anos: uma cápsula de 12/12 horas; ●Formoterol + budesonida (6 + 100 microgramas): 6-11 anos: duas inalações de 12/12 horas; 12-17 anos: duas inalações de 12/12 horas ou 1x/dia; ●Formoterol + budesonida (6 + 200 microgramas): 12-17 anos: duas inalações de 12/12 horas ou 1x/dia; ●Formoterol + budesonida (12 + 400 microgramas): > 12 anos: uma cápsula de 12/12 horas; ●Formoterol + budesonida (12 + 200 microgramas): > 6 anos: uma inalação de 12/12 horas. Antagonistas dos receptores dos leucotrienos: Montelucaste: 6 meses-5 anos: um sachê de 4 mg/dia à noite; 6-14 anos: um comprimido mastigável 5 mg/dia à noite; > 15 anos: um comprimido mastigável 10 mg/dia à noite. Drogas imunobiológicas: Omalizumabe (anti-IgE): > 6 anos. Avaliado pelo especialista, utilizado em situações de asma persistente moderada a grave e sensibilização a aeroalérgenos perenes que não têm controle adequado com uso de corticoides inalatórios. Profilaxia ●Evitar exposição a alérgenos e fumaça de cigarro; ●Garantir que o paciente e sua família tenham uma boa com preensão da asma e seu tratamento, buscando bom controle da doença e evitando exacerbações. Prescrição (Ambulatorial) Crianças 6-11 anos Tratamento Farmacológico - Passo 1 Sintomas de asma infrequentes (menos de 2x/mês e sem fatores de risco para exacerbações). Escolha um dos esquemas abaixo: Esquema A: Associação: I. Corticoide inalatório em dose baixa, conforme necessidade. + II. Beta-2-agonistas de curta duração, conforme necessidade. Opções de corticoide inalatório (I): ●Dipropionato de beclometasona (50, 200 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado,divididos de 12/12 horas; ●Budesonida aerossol (50 microgramas/jato) 100-200 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Fluticasona (50 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas. Opções de beta-2-agonista de curta duração (II): ●Salbutamol spray (100 microgramas/jato) 2 jatos dados separadamente, com o dispositivo inalatório adequado, podendo ser repetidos a cada 20 minutos por mais duas vezes, se necessário; ●Salbutamol solução para nebulização (5 mg/mL) 0,03-0,06 mL/kg/dose (0,15-0,3 mg/kg) a cada 4-6 horas, conforme necessidade. O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses será determinado pela sintomatologia e evolução da criança; ●Fenoterol (5 mg/mL) 0,2 gotas/kg/dose (0,05 mg/kg/dose) diluídas em 3 mL de SF 0,9% a cada 4-6 horas, conforme necessidade. Dose máxima: 0,2 mL (4 gotas) ou 0,6 gotas/kg/dia (0,15 mg/kg/dia). O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses será determinado pela sintomatologia e evolução da criança. Esquema B: Monoterapia com corticoide inalatório em dose baixa: Escolha uma das opções: ●Dipropionato de beclometasona (50, 200 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Budesonida aerossol (50 microgramas/jato) 100-200 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Fluticasona (50 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas. Tratamento Farmacológico - Passo 2 Sintomas de asma ou necessidade de medicação mais de 2x/mês. Escolha um dos esquemas abaixo: Esquema A: Associação: I. Corticoide inalatório diário em dose baixa. + II. Beta-2-agonista de curta duração conforme necessidade. Opções de corticoide inalatório (I): ●Dipropionato de beclometasona (50, 200 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Budesonida aerossol (50 microgramas/jato) 100-200 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Fluticasona (50 ou 250 microgramas/jato) 50-100 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas. Opções de beta-2-agonista de curta duração (II): ●Salbutamol spray (100 microgramas/jato) 2 jatos dados separadamente, com o dispositivo inalatório adequado, podendo ser repetidos a cada 20 minutos por mais duas vezes, se necessário; ●Salbutamol solução para nebulização (5 mg/mL) 0,03-0,06 mL/kg/dose (0,15-0,3 mg/kg) a cada 4-6 horas, conforme necessidade. O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses será determinado pela sintomatologia e evolução da criança; ●Fenoterol (5 mg/mL) 0,2 gotas/kg/dose (0,05 mg/kg/dose) diluídas em 3 mL de SF 0,9% a cada 4-6 horas, conforme necessidade. Dose máxima: 0,2 mL (4 gotas) ou 0,6 gotas/kg/dia (0,15 mg/kg/dia). O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses será determinado pela sintomatologia e evolução da criança. Esquema B: Associação: I. Corticoide inalatório diário em baixa dose. + II. Beta-2-agonista de curta duração. + III. Antagonista do receptor de leucotrieno: Montelucaste (5 mg/comprimido) 1 comprimido mastigável VO 1x/dia. Tratamento Farmacológico - Passo 3 Sintomas de asma na maior parte dos dias, acordar devido à asma mais de 1x/semana, especialmente se não houver fatores de risco. Esquema A: Corticoide inalatório em baixa dose + beta-2-agonista de longa duração. Escolha uma das opções: ●Budesonida + formoterol (6+100 ou 6+200 microgramas/jato) 1 jato de 6+100 microgramas 1x/dia, com dispositivo inalatório adequado, podendo administrar doses adicionais até um total de 4 inalações; ●Salmeterol + fluticasona (25+50 microgramas/jato) 2 jatos de 12/12 horas, com dispositivo inalatório adequado. Esquema B: Associação: I. Corticoide inalatório em baixa dose. + II. Beta-2-agonista de curta duração, se necessário. + III. Antagonista de receptor de leucotrieno: Montelucaste (4 mg/sachê) um sachê de granulado diariamente. Esquema C: Associação: I. Corticoide inalatório diário em dose média. + II. Beta-2-agonista de curta duração, se necessário. Opções de corticoide inalatório (I): ●Dipropionato de beclometasona (50, 200 ou 250 microgramas/jato) 100-200 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Budesonida aerossol (50 microgramas/jato) 200-400 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas; ●Fluticasona (50 ou 250 microgramas/jato) 100-200 microgramas/dia, com dispositivo inalatório adequado, divididos de 12/12 horas. Opções de beta-2-agonista de curta duração (II): ●Salbutamol spray (100 microgramas/jato) 2 jatos dados separadamente, com o dispositivo inalatório adequado, podendo ser repetidos a cada 20 minutos por mais duas vezes, se necessário; ●Salbutamol solução para nebulização (5 mg/mL) 0,03-0,06 mL/kg/dose (0,15-0,3 mg/kg) a cada 4-6 horas, conforme necessidade. O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses será determinado pela sintomatologia e evolução da criança; ●Fenoterol (5 mg/mL) 0,2 gotas/kg/dose (0,05 mg/kg/dose) diluídas em 3 mL de SF 0,9% a cada 4-6 horas, conforme necessidade. Dose máxima: 0,2 mL (4 gotas) ou 0,6 gotas/kg/dia (0,15 mg/kg/dia). Tratamento Farmacológico - Passo 4 Crianças não controladas com o passo anterior. A recomendação é encaminhar o paciente ao especialista, que poderá usar uma dose intermediária de corticoide + beta-2-agonista de longa duração, além de corticoide oral tiotrópio ou antagonista dos receptores de leucotrienos. Prescrição (Hospitalar) Casos Moderados Dieta e Hidratação 1. Dieta para a idade supervisionada ou jejum nos casos mais graves (taquipneia e esforço respiratório importantes). 2. Acesso venoso salinizado e hidratação conforme as necessidades (sempre deixar soro com as necessidades basais, caso a criança esteja em jejum) Tratamento Farmacológico 1. Beta-agonistas de curta duração: Usar por cerca de 5 dias, ou menos, conforme tolerado pela criança. Em casos graves, podem ser necessários mais dias de uso. Escolha uma das opções a seguir: ●Fenoterol nebulização (5 mg/mL) 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, mínimo da dose: 1 gota/3 kg de peso; máximo = 1 gota/1,5 kg de peso. Preferir fazer dose mínima; ●Fenoterol spray (100 microgramas/jato) 1 jato/2-3 kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 10 jatos. Atenção! Na apresentação de 200 microgramas/jato, as doses devem ser 50% menores; ●Salbutamol nebulização (5 mg/mL) 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, dose média: 1 gota/3 kg de peso; ●Salbutamol spray (100 microgramas/jato) 1 jato/2-3 kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 10 jatos. 2. Brometo de ipratrópio: Usar nos casos moderados a graves ou em casos refratários, em associação com o beta-2-agonista escolhido. Escolha uma das opções a seguir: ●Brometo de ipratrópio nebulização (0,25 mg/mL): usar quantas vezes necessário até estabilização: - Descompensação aguda: Abaixo de 6 anos: 8-20 gotas; entre 6-12 anos: 20 gotas; > 12 anos: 40 gotas; - Manutenção após melhora: Abaixo de 6 anos: 8-20 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; entre 6-12 anos: 20 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; > 12 anos: 40 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; ●Brometo de ipratrópio spray (20 microgramas/jato): acima de 6 anos: 2 jatos de 6/6 horas. Dose máxima: 12 jatos/dia; ●Tempo de tratamento: Usar por cerca de 5 dias, ou menos, conforme tolerado pela criança. Em casos graves, podem ser necessários mais dias de uso. 3. Corticoide. Escolher entre as opções a seguir, para os casos moderados a graves: - Prednisolona (fazer na 1ª hora) 1-2 mg/kg/dia VO, por 3-5 dias. Dose máxima: 60 mg; - Metilprednisolona (fazer na 1ª hora) 0,5-1 mg/kg/dose EV a cada 4-6 horas, por 3-5 dias. Dose máxima: 60 mg. Preferir venoso nos quadros graves. Profiláticos e Sintomáticos1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor ou febre ≥ 37,8 °C. Escolha uma das opções: ●Dipirona gotas (500 mg/mL) 20-25 mg/kg/dose (0,8-1 gota/kg/dose) VO de 6/6 horas (dose máxima: 50 gotas/dia - 5 g/dia); ●Dipirona solução (50 mg/mL) 20-25 mg/kg/dose (0,4-0,5 mL/kg/dose) VO de 6/6 horas (dose máxima: 25 mL/dose - 5 g/dia); ●Paracetamol gotas (200 mg/mL) 10-15 mg/kg/dose VO (0,75-1,1 gota/kg/dose) de 4/4 ou 6/6 horas (dose máxima: 5,6 gotas/kg/dia - 75 mg/kg/dia; não exceder 5 doses diárias). Casos Graves Dieta e Hidratação 1. Jejum até melhora do esforço respiratório e da taquipneia. 2. Hidratação conforme as necessidade da criança, pelo menos durante o tempo de jejum. Tratamento Farmacológico 1. Beta-agonistas de curta duração: Usar por cerca de 5 dias, ou menos, conforme tolerado pela criança. Em casos graves, geralmente são necessários mais dias de uso. Escolha uma das opções: ●Fenoterol nebulização (5 mg/mL) 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, mínimo da dose: 1 gota/3 kg de peso; máximo = 1 gota/1,5 kg de peso. Preferir fazer dose mínima; ●Fenoterol spray (100 microgramas/jato) 1 jato/2-3 kg, a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 10 jatos. Atenção! Na apresentação de 200 microgramas/jato, as doses devem ser 50% menores; ●Salbutamol nebulização (5 mg/mL) 0,07-0,15 mg/kg a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 5 mg (1 mL). 1 gota = 0,25 mg. Assim, dose média: 1 gota/3 kg de peso; ●Salbutamol spray (100 microgramas/jato) 1 jato/2-3 kg, a cada 20 minutos, por 3 doses. Dose máxima: 10 jatos; 2. Brometo de ipratrópio: Pode ser usado nos casos moderados a graves ou em casos refratários, em associação com o beta-2-agonista escolhido. Escolha uma das opções a seguir : ●Brometo de ipratrópio nebulização (0,25 mg/mL): usar quantas vezes necessário até estabilização: ●Descompensação aguda: Abaixo de 6 anos: 8-20 gotas; entre 6-12 anos: 20 gotas; > 12 anos: 40 gotas; ●Manutenção após melhora: Abaixo de 6 anos: 8-20 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; entre 6-12 anos: 20 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; > 12 anos: 40 gotas de 8/8 ou 6/6 horas; ●Spray (20 microgramas/jato): Acima de 6 anos: 2 jatos de 6/6 horas. Dose máxima: 12 jatos/dia; ●Tempo de tratamento: Usar por cerca de 5 dias, ou menos, conforme tolerado pela criança. Em casos graves, podem ser necessários mais dias de uso. 3. Corticoide: ●Metilprednisolona (fazer na 1ª hora) 0,5-1 mg/kg/dose EV a cada 4-6 horas, por 3-5 dias. Dose máxima: 60 mg. ●Metilprednisolona (fazer na 1ª hora) 0,5-1 mg/kg/dose EV a cada 4-6 horas, por 3-5 dias. Dose máxima: 60 mg. 4. Medicações endovenosas: Adicionar às medicações descritas acima: Escolher uma das opções a seguir: ●Sulfato de magnésio 10% ou 50% 25-75 mg/kg/dose EV em dose única, em infusão lenta de 20-30 minutos. Dose máxima: 2 g. Fazer apenas em caso de necessidade. Se necessário, repetir a dose 1-2x após 4-6 horas. Se utilizar o Sulfato de magnésio mais de uma vez, realizar controle de magnesemia, objetivando valores séricos entre 4-6 mg/dL. Uso até melhora clínica e possibilidade de descalonar tratamento; ●Salbutamol injetável (0,5 mg/mL) em bólus de 15-20 microgramas/kg, em 10-15 minutos; infusão contínua de 0,5-1 micrograma/kg/minuto. Aumento das taxas de infusão a cada 20-30 minutos. Dose máxima: 8-15 microgramas/kg/minuto. Uso até melhora clínica e possibilidade de descalonar tratamento. Profiláticos e Sintomáticos 1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor ou febre ≥ )37,8 °C. Escolha uma das opções: ●Dipirona gotas (500 mg/mL) 20-25 mg/kg/dose (0,8-1 gota/kg/dose) VO de 6/6 horas (dose máxima: 50 gotas/dia - 5 g/dia); ●Dipirona solução (50 mg/mL) 20-25 mg/kg/dose (0,4-0,5 mL/kg/dose) VO de 6/6 horas (dose máxima: 25 mL/dose - 5 g/dia); ●Paracetamol gotas (200 mg/mL) 10-15 mg/kg/dose VO (0,75-1,1 gota/kg/dose) de 4/4 ou 6/6 horas (dose máxima: 5,6 gotas/kg/dia - 75 mg/kg/dia; não exceder 5 doses diárias). C Cuidados - Suporte Ventilatório 1. Oxigênio inalatório 6-8 L/minuto. Manter saturação de oxigênio: ≥ 94-98%. Desmame lento, conforme tolerância. 2. Avaliar suporte ventilatório com ventilação não invasiva ou via aérea avançada, caso sinais de insuficiência respiratória iminente ou outros sinais de gravidade. Exames de Imagem Descrição das imagens: Radiografia de tórax PA e perfil. Paciente do sexo feminino, 14 anos, com frequentes exacerbações da asma. Observa-se na radiografia alguns sinais de hiperinsuflação pulmonar, como coração em gota e aumento do espaço anteroposterior da caixa torácica, notadamente na região retroesternal (asterisco). Asma: É uma doença crônica de natureza inflamatória caracterizada pela hiperreatividade brônquica das vias aéreas inferiores a vários estímulos, resultando em limitação variável ao fluxo aéreo reversível espontaneamente ou com tratamento. Epidemiologia: A incidência da asma tem aumentado nos últimos anos e estima-se que atualmente afeta aproximadamente 7% da população mundial, sendo mais frequente em crianças que adultos. Entre pacientes adultos, as mulheres apresentam maiores morbidade e mortalidade por asma. Complicações: Incluem pneumomediastino, pneumotórax, pneumopericárdio, pneumonia, rolhas de muco (impactação mucoide), atelectasia, pneumonia, aspergilose broncopulmonar alérgica (ABP), Síndrome de Churg-Strauss e pneumonia eosinofílica. Achados de imagem: ●Radiografia de tórax: O exame é normal na maioria dos casos. No entanto, nos casos mais graves e com exacerbações frequentes, pode-se observar: atelectasias, oligoemia periférica, espessamento de paredes brônquicas e sinais de hiperinsuflação pulmonar (como nas imagens acima); ●Tomografia computadorizada de tórax: Costuma ser normal somente em 10-30% dos casos. Os achados mais frequentes são espessamento de parede brônquica, áreas de parênquima pulmonar com diminuição da atenuação e vascularização (padrão de atenuação e perfusão em mosaico) nas imagens inspiratórias e áreas de aprisionamento aéreo no estudo em expiração. Recomendações: A radiografia e tomografia computadorizada do tórax não são indicadas na avaliação de rotina de pacientes com asma. A radiografia será solicitada nos pacientes com asma suficientemente grave para justificar internação hospitalar ou quando houver suspeita de complicações (como pneumonia, pneumomediastino ou pneumotórax). - Última atualização: 15/07/2021
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