Buscar

Prova (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

PROVA DE FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA
1. Caso Clinico: Um paciente de 59 anos, sexo feminino, chega a emergência
com importante taquipnéia. Ao examiná-la, o médico percebeu que ela se
encontrava com edema agudo de pulmão. Os exames subsequentes indicaram
um extenso infarto agudo do miocárdio comprometendo o ventrículo
esquerdo. Sua pressão arterial era de 80x40 mmHg. A gasometria arterial da
paciente mostrou os seguintes resultados:
- pO2 de 58 mmHg,
- SO2 (saturação) de 83%,
- pCO2 de 28mmHg,
- pH de 7,48.
Classifique as alternativas como falsas (F) ou verdadeiras (V):
(V) A elevação do pH sanguíneo tem relação com a baixa pCO2 arterial.
(F) A alcalose respiratória é decorrente da hipoventilação pulmonar. (hiperventilação)
(V) Ocorre hiperventilação a fim de tentar compensar a baixa pO2 arterial, o que provoca a
baixa pCO2 arterial.
(V) A difusão dos gases está prejudicada devido ao aumento da distância entre os capilares
e os alvéolos pulmonares.
2. Considerem a seguinte situação: Vocês estão estagiando na farmácia de um
hospital e ao irem até uma enfermaria deparam-se com uma pessoa sentada
usando respiração assistida e tubo diretamente ligado à traqueia, por uma
traqueostomia. Esta pessoa começa a ficar agitada e com dificuldade
respiratória. A equipe de saúde prontamente chega e percebe que o problema
era que o umidificador estava desconectado e havia uma quantidade elevada
de muco espesso na traqueia. Explique para seu colega, considerando os
aspectos fisiológicos envolvidos, o que deve ter acontecido.
A provável patologia envolvida é a asma, já que a mesma pode afetar as vias
condutoras causando respostas alérgicas e produção de muco. Dessa forma, essa
quantidade excessiva de muco pode levar a uma broncoconstrição, devido ao acúmulo de
muco nos brônquios, diminuindo a passagem de ar disponível e consequentemente a
chegada de ar nos alvéolos.
O ar precisa ser umidificado e hidratado antes de chegar aos alvéolos, dessa forma
toda a estrutura de cílios e glândulas que existe nas vias aéreas é efetiva em fazer com que
na hora da troca gasosa o ar esteja na temperatura e em condições de umidade corretas e
sem impurezas. Como o umidificador de ar conectado ao paciente estava desconectado,
ocorre um ressecamento das mucosas das vias aéreas, o que aumenta as chances de
ocorrerem crises alérgicas e infecções, já que essas células precisam criar o ambiente
propício para a troca gasosa.
Outro efeito do vapor de água no alvéolo é o aumento do PCO2, uma vez que o ar
seco entra em contato com a umidade a pressão parcial do oxigênio cai, ao contrário da
pressão de CO2 que aumenta, já que o vapor de água é um excelente carreador de CO2.
Portanto, uma baixa umidade do ar leva a um nível menor do CO2 que influencia na
afinidade da Hb com o oxigênio, devido ao controle alostérico desta proteína pelo CO2.
3. O que poderia acontecer se uma pessoa tivesse um pneumotórax secundário a
uma lesão causada por arma branca na região axilar? Considere os efeitos
sobre a mecânica ventilatória, o conteúdo pleural, a ventilação alveolar e na
PaCO2 e PaO2 do indivíduo em questão.
A caixa torácica está em contato com o pulmão através da pleura, uma membrana
que contém um líquido, mantendo uma comunicação entre eles. O pneumotórax é a quebra
dessa pressão pleural, resultando em colapso parcial ou total do pulmão. Isto se dá devido
a perda da pressão negativa normal no espaço pleural, o pulmão afetado colapsa já que
essa pressão impede que os pulmões entrem em colapso por recolhimento elástico.
Devido a lesão na região axilar a pressão intratorácica aumenta devido ao contato
com o meio exterior, ou seja, ocorre o acúmulo de ar/líquido nessa membrana que deveria
ter pressão negativa, isso leva a compressão dos grandes vasos restringindo o retorno
venoso e o enchimento do pulmão fica comprometido, causando alteração da relação
ventilação-perfusão e resultando em hipoxemia e choque.
A PaO2 está diminuída devido ao comprometimento da troca gasosa e a PCO2
aumentada, já que as atividades metabólicas continuam porém não ocorre uma expulsão
adequada de CO2, levando ao seu acúmulo.
4. Como o sistema respiratório pode controlar o pH do sangue? Descreva os
efeitos causados pela elevação a grandes altitudes e pelo diabetes mellitus.
Em cidades com altas altitudes, o ar fica mais rarefeito devido ao efeito da gravidade
e baixa pressão atmosférica. Dessa forma, a quantidade expirada de oxigênio no alvéolo
diminui e consequentemente sua concentração no sangue após a troca gasosa. Essa
diminuição na concentração de O2 ativa os receptores sensíveis a variação de oxigênio
(quimiorreceptores periféricos) que manda estímulos para o centro respiratório, que
aumenta a frequência de ventilação para aumentar a captação de O2 (hiperventilação). Em
contrapartida também ocorre a elevada expulsão de CO2, com a baixa de CO2 a afinidade
da hemoglobina fica prejudicada, dificultando o endereçamento da liberação de O2 pela Hg
aos tecidos.
Além disso, ocorre o aumento da frequência cardíaca para aumentar o fluxo de
sangue no capilar pulmonar e consequentemente a captação de oxigênio. Esse aumento da
perfusão leva ao aumento da pressão cardíaca, que aumenta a pressão da artéria pulmonar
e gera mais resistência. Dessa forma ocorre um aumento no refluxo de pressão contrária
que pode levar a hipertrofia cardíaca. Uma vez que o oxigênio está preso na hemoglobina
devido a falta de CO2 (a ligação da Hg com o CO2 interfere na ligação com o oxigênio,
liberando-o no tecido), não está sendo liberado de forma sistêmica. Entretanto, um
mecanismo de reparo é a produção de DPG pela hemácia, que substitui o CO2 que está em
falta. Dessa forma, depois de um tempo o corpo é capaz de se adaptar com a diminuição de
O2 do ambiente.
A diabetes de mellitus pode ser caracterizada pela insuficiência de insulina, que
impossibilita a entrada da glicose na célula e consequentemente sua metabolização. A
saída encontrada pelo organismo é a degradação de corpos cetônicos para produção de
energia, esse metabolismo gera cetona e CO2, responsáveis por diminuir o pH sanguíneo e
consequentemente a taquipneia. O corpo tenta expelir o excesso de CO2 ao aumentar a
frequência respiratória. Portanto, nesses pacientes se encontra um pH diminuído, e
saturação baixa de O2, devido ao processo de endereçamento do oxigênio sistêmico,
explicado anteriormente
5. Caso Clínico: Um senhor com 72 anos de idade foi levado, inconsciente, por
familiares, ao pronto-socorro de um hospital. Ao realizar o exame físico, o
médico constatou que o paciente estava sem respirar e, rapidamente,
providenciou a intubação traqueal e a instalação de ventilação mecânica.
Horas depois, o paciente foi submetido a exame de ressonância magnética de
crânio que evidenciou um AVE (acidente vascular encefálico) hemorrágico
extenso que afetou o bulbo e a ponte por completo. Após tomar conhecimento
do laudo do exame, o médico informou aos familiares que, dificilmente, o
paciente voltaria a respirar sem o auxílio do ventilador mecânico. Com base no
caso clínico hipotético acima apresentado, redija um um texto dissertativo,
explicando por que esse paciente não deverá ter condições de respirar sem o
auxílio do ventilador mecânico.
Como o AVE afetou diretamente o bulbo e a ponte, o controle respiratório foi
afetado. O controle automático da respiração ocorre a partir de um centro nervoso
localizado na ponte e no bulbo. Se houver o comprometimento do bulbo e da ponte a
manutenção da frequência é perdida, já que essa é controlada pelo bulbo; além da perda do
controle da profundidade da ventilação, já que esse controle depende de estimulações
vindas da ponte.
6. Muitos recém-nascidos prematuros precisam ser encaminhados a UTI neonatal
para cuidados respiratórios. Alguns deles entram com insuficiência
respiratória e necessitam de ventilação mecânica, além de receberem
surfactante pulmonar, para a estabilização do sistema respiratório e
minimização do risco de óbito. A partir dessa informação, discorra sobre a
relação do surfactantepulmonar com a complacência pulmonar e o trabalho
de expansão pulmonar.
O surfactante é um fosfolipídio sintetizado a partir de ácidos graxos nos pneumócitos
tipo 2. A principal alteração físico-química causada nos alvéolos é a quebra da tensão
superficial da água nessa região, promovendo a estabilidade alveolar e mantendo o alvéolo
seco. Isso determina o aumento da complacência, ou seja diminui a força necessária para
gerar a dilatação do pulmão.
A complacência é o grau de expansão dos pulmões para cada unidade de aumento
de pressão transpulmonar. Portanto, ao manter a estabilidade alveolar, o surfactante
propicia a melhora da complacência pulmonar (aumentando a capacidade residual
funcional).
Os recém-nascidos prematuros nascem com os pneumócitos do tipo 2 imaturos, já
que o pulmão demora bastante tempo para ficar completamente maduro, indo da terceira
semana até dois anos de idade. Dessa forma, o pneumócito imaturo não produz o
surfactante e consequentemente o alvéolo tem dificuldade de expansão e fica mais rígido.

Continue navegando