Percepção Espacial

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Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
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Autoras: 
 
 
Giuseppina Antonia Sandroni 
 
 
Colaboradoras: 
 
 
Fabrine Mara Fernandes 
Fátima Cristina de Paulo 
Fatima Souza 
Rosenilda Gomes da Silva 
 
 
Americana 
2020 
Texto Elaborado pela equipe de Professoras de 
Educação Especial, da rede Municipal de 
Americana – São Paulo. 
 
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Ao longo de 6 semanas de estudo, acompanhamos a ampliação progressiva, pela criança, da 
destreza para deslocar-se no espaço por meio da possibilidade constante de arrastar-se, 
engatinhar, rolar, andar, correr, saltar, entre outras. Compreendemos que estas ações, que 
compõem o movimento infantil, envolvem aspectos ligados e integrados ao desenvolvimento 
de muitas habilidades, como a construção do seu esquema corporal, o saber coordenar os 
movimentos do corpo com o movimento dos olhos, equilibrar-se e fazer uso da sua 
dominância lateral para realizar movimentos mais precisos e certeiros. Nesta semana, 
veremos a última habilidade que integra e possibilita a coordenação dos movimentos no 
deslocamento da criança no espaço. A Percepção Espacial. 
É esta capacidade cognitiva que dará a criança a condição de orientar-se no espaço, 
calculando a maneira mais adequada de realizar seu movimento e atingir seu objetivo. Por 
exemplo, para saltar um obstáculo, a criança precisa planejar o movimento a partir das 
informações do espaço - distância a percorrer, altura do obstáculo, se há pessoas ou objetos 
no entorno - e, ao mesmo tempo, coordenar habilidades motoras como velocidade, 
flexibilidade (amplitude do movimento) e força. 
Como poderemos ver, de forma mais detalhada, no tópico a seguir, a percepção espacial está 
diretamente ligada a construção do esquema corporal pela criança. A tomada de consciência 
do seu corpo, de seus recursos corporais, de suas possibilidades e limitações, de suas 
experiências vividas, sempre em transformação, darão a ela condições de se expressar e 
aperfeiçoar suas competências motoras de deslocamento no espaço. 
 
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Para compreender melhor esta capacidade cognitiva é preciso saber o que é o espaço. Espaço 
é tudo aquilo que nos rodeia: objetos, elementos, pessoas, entre outros. Porém, o espaço 
também faz parte de nosso pensamento e da nossa memória onde reunimos todas as nossas 
experiências (lugares percorridos, ambientes, forma dos objetos,...). Assim para planejar e 
coordenar nossos movimentos usamos dois caminhos para buscar informações: a observação 
concreta das características do ambiente e as experiências vividas e memorizadas. Juntas, elas 
nos darão a noção exata daquele espaço. Por meio dessa noção, é que conseguimos planejar 
e representar mentalmente nossa ação, pensar nos possíveis posicionamentos, orientação e 
deslocamento do nosso corpo, escolhendo o que mais se adaptar às nossas necessidades. 
Portanto, a percepção espacial é a maneira 
como nós vivenciamos o espaço, ou seja, é a 
maneira como localizamos os objetos no espaço 
e nos orientamos em relação a eles. Para que a 
criança consiga realizar os movimentos motores 
amplos ela precisa planejar e executar a ação 
motora calculando a distância, a amplitude, a 
velocidade e a força empregada no movimento, 
ela precisará ainda orientar-se no ambiente, 
evitando se bater, trombar ou tropeçar. 
Conforme a criança consegue se orientar 
no espaço, ela constrói os conceitos de 
direita, esquerda, frente ou atrás, acima 
ou abaixo, consegue fazer a comparação 
de distância entre um objeto em relação a 
outro como: perto e longe, longo e curto, 
entre outros. 
Sendo assim, a percepção espacial é uma habilidade que está relacionada com experiências 
vividas através das habilidades motoras, das relações integradas que nós já estudamos nos 
textos anteriores como: tonicidade, equilibração, motricidade, lateralidade; das relações do 
corpo com os objetos localizados no espaço e do espaço que o corpo ocupa no ambiente. 
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A noção do espaço não é inata, ou seja, ela não nasce com a criança, ela é resultado de uma 
construção onde o corpo assume o papel de arquiteto. É um conceito desenvolvido no 
cérebro, através da exploração do espaço, por meio de atividades sensoriais, motoras, 
psicomotoras. Pelo corpo (noção do corpo) podemos estimar a quantidade de movimento 
necessário para explorar o espaço, ou contar com qualquer objeto nele localizado ou contido. 
Transformamos o conhecimento do corpo em conhecimento do espaço, primeiro 
intuitivamente e depois lógica e conceitualmente. 
O nosso mundo externo é tridimensional – 3D. 
Tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, 
tocamos e sentimos é captado pelos nossos 5 
sentidos (olfato, audição, paladar, visão e 
tato) e nos ajuda a formar imagens mentais 
relacionadas a essas experiências e vivências. 
As imagens, sensações e informações são 
gravadas na memória e é através desse 
processo que elaboramos o nosso 
pensamento e agimos sobre o meio, por 
exemplo: quando tocamos uma pedra de gelo, 
sentimos que é molhado e gelado, essas 
sensações ficam registradas em nossa memória e da 
próxima vez que observarmos um gelo, essas 
informações serão resgatadas e não precisaremos 
tocar no gelo para saber como ele é. Sendo assim 
todas as dimensões e características observadas dos 
objetos como: altura, largura, comprimento, 
profundidade, textura, etc, são determinantes para 
a construção das imagens mentais e 
consequentemente da percepção espacial. 
A capacidade cognitiva para estruturar, organizar e memorizar as informações recebidas do 
ambiente é essencial para qualquer aprendizagem. Com relação ao desenvolvimento da 
percepção espacial, embora a exploração do espaço seja realizada através do movimento, é 
a visão que ocupa um papel de destaque, sendo responsável por receber e interpretar 80 % 
de toda informação do ambiente - formas, contornos, tamanhos, cores, distância e imagens 
que compõem uma paisagem ou um ambiente. A visão favorece a mobilidade, a localização, 
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integra e organiza as informações vindas dos outros sentidos, permite associar som e imagem, 
imitar um gesto, um comportamento ou realizar uma atividade exploratória num espaço 
delimitado. 
A criança que enxerga estabelece uma comunicação visual com o espaço desde os primeiros 
meses de vida porque é estimulada a olhar para tudo o que está à sua volta, sendo possível 
acompanhar o movimento das pessoas e dos objetos sem sair do lugar. Já a criança cega não 
tem as mesmas possibilidades de interação visual de uma criança que enxerga para entrar em 
contato com objetos, seres e as diversas informações visuais do ambiente. Sem a visão, os 
outros sentidos passam a receber a informação, sendo que o principal sentido para a 
construção da noção de espaço será o tátil. 
À medida que as crianças cegas interagem com o 
ambiente, naturalmente desenvolvem atividadesexploratórias táteis que lhe permitem extrair 
informações importantes de objetos, e 
desenvolvem um conjunto de experiências 
psicomotoras (relacionadas aos movimentos e 
memória) que promovem o desenvolvimento do 
equilíbrio, da coordenação motora global, da 
noção de esquema corporal e do 
desenvolvimento de conceitos espaciais. 
 
Como já vimos durante o texto, é por meio do espaço e das experiências que vivenciamos 
nele que elaboramos relações entre nosso corpo e objetos; conseguimos identificar nosso 
entorno, localizarmos os objetos e nos orientamos em relação a eles. Se não tivermos uma 
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boa construção espacial, as observações que faremos não serão perfeitas e nem adequadas, 
não conseguiremos, por exemplo, fazer comparações entre objetos, figuras, imagens, não 
conseguirmos medir distâncias, não conseguiremos definir diferenças e semelhanças, e sem 
essa construção mental, o desenvolvimento cognitivo poderá ficar comprometido. 
Além disso, o desenvolvimento da noção de espaço nas crianças condiciona a aprendizagem 
em geral. Incide de maneira muito direta sobre a leitura-escrita e a matemática. Caso a criança 
não apresente esta habilidade desenvolvida, poderá apresentar dificuldades como: 
s Dificuldades de locomoção pelo aluno em sala de aula e entre carteiras; 
s Dificuldade de distinção entre “b” e “d”; “p” e “q”; “21” e “12” (percepção espacial 
de direita e esquerda); 
s Dificuldades para distinguir entre “b” e “p”; “n” e “u”; “ou” e “on” (percepção 
espacial de alto e baixo); 
s Dificuldade em respeitar a ordem das letras na palavra e das palavras na frase (por 
ex: brasa/barsa); 
s Dificuldade de ordenação de sílabas, reconstrução de frases 
s Ser incapaz de locomover os olhos no sentido esquerdo-direito (pula uma ou mais 
linhas durante a leitura); 
s Dificuldades para se organizar com seu material escolar; 
s Dificuldade de obedecer a pautas, espaços, parágrafos; 
s Erro na organização de contas matemáticas; 
s Inconstância no tamanho da escrita das letras. 
s Na escrita, não respeitar a direção horizontal do traçado; 
s Não respeitar os limites da folha; 
s Esbarrar em objetos e pessoas. 
A capacidade de percepção espacial é importante e útil para todas pessoas em todas as 
idades. Como vimos, percepção espacial é a habilidade que permite se situar, se mover, se 
orientar, tomar múltiplas decisões, fazer comparações, analisar situações e representações 
do que acontece ao nosso redor e o relacionamento que o nosso corpo tem com isso. Sem 
esta habilidade seria impossível percebemos o relacionamento de nosso corpo com o entorno 
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e planejarmos nosso movimento. Nossa percepção espacial funciona constantemente para 
não colidirmos contra as paredes, cadeiras, portas, etc. Ou ainda, quando queremos ir a algum 
lugar que não conhecemos, temos que nos orientar e 
isso implica usarmos essa habilidade cognitiva. Para 
exemplificar, quando uma criança está andando de 
bicicleta numa faixa exclusiva, deve manter a bicicleta 
na ciclovia, atentar-se para não invadir a faixa de 
passeio dos pedestres; devendo ainda considerar a 
distância, o posicionamento, a velocidade, a dimensão 
de outros objetos em relação a ela própria, de modo a 
manter o movimento contínuo e seguro. 
 
A criança localiza-se a si própria antes de se localizar no espaço ou de localizar objetos no 
espaço. Localiza os objetos em relação a si própria e, posteriormente, localiza cada objeto 
sem precisar referi-los corporalmente. A estruturação espacial depende do grau de 
integração e de organização das habilidades motoras citadas. 
Até os dois anos de idade: 
d A noção de espaço se reduz às possibilidades que tem de deslocamento. O espaço é o 
que ela vê. 
d Toma seu próprio corpo como referência principal. 
d Embora perceba relações espaciais entre as coisas, ainda não consegue interiorizá-las. 
Então, para ela, as coisas “desaparecem” quando não estão presentes em seu campo 
visual. 
d O engatinhar e, posteriormente a marcha, permitirá a criança aperfeiçoar as 
habilidades visuais que envolvem a noção do espaço e de profundidade, ajudando-a a 
orientar-se e movimentar-se com segurança pelo espaço. 
 
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De dois a seis anos de idade: 
d Desenvolve uma ideia ainda limitada de espaço. A criança entende o espaço concreto 
da sua casa, da dos familiares que visita frequentemente e da escola. São espaços com 
os quais tem relações afetivas. Seu espaço é o “aqui”. 
d Compreende os conceitos e as 
relações espaciais simples: 
acima-abaixo, a frente -atrás, por 
exemplo. Essas relações são 
fundamentais para a evolução da noção espacial nas crianças. 
d Sua noção de distância é muito singular. Para ela a distância entre dois objetos se 
encurta se se interpõe um terceiro objeto entre eles. 
d Não consegue abranger a noção de bairro, cidade ou país. Talvez memorize o nome 
da cidade ou do país em que vive, mas será apenas um rótulo sem conteúdo para ela. 
d Dos 4 ou 5 anos constroem os conceitos espaciais mais complexos que exige a 
comparação entre os objetos (mais perto de, mais longe de, entre, ...). Nesta idade, já 
será capaz de desviar de obstáculos, abaixar-se quando é necessário passar por baixo 
de alguma coisa, descobrir caminhos diferentes para chegar ao mesmo lugar e, 
finalmente, começa a compreender os trajetos que cada um percorre diariamente. 
 
Dos seis aos onze anos de idade: 
d Sua capacidade de localização evolui. Ela é capaz de perceber um lugar, mesmo sem 
ter tido contato com ele anteriormente. 
d Pouco a pouco adquire o conceito de meio local e nacional. Sua noção de espaço se 
amplia. 
d Com a observação objetiva é capaz de analisar e representar o espaço. Por exemplo, 
é capaz de desenhar uma fileira de árvores com perspectiva. A maior representará a 
mais próxima, a menor a mais distante. As mudanças de tamanho mostrarão sua ideia 
das distâncias espaciais. 
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d Adquire a noção de espaço geográfico. Consegue 
localizar um lugar desconhecido em um mapa e 
compreender o que um mapa representa. 
d À medida que cresce, seu conceito de espaço se 
consolida. Ela consegue se orientar e não se 
perder, fazendo uso de referências externas, 
como o edifício ou um cartaz no seu caminho, por 
exemplo. 
A partir dos doze anos de idade: 
d A puberdade é uma fase de 
mudanças importantes, não só 
físicas como também 
conceituais. O pensamento 
adolescente funciona a partir de 
abstrações e não mais com 
imagens de coisas palpáveis. 
Sua noção de espaço já não 
depende do concreto, mas sim 
de conceituações. 
d A noção espacial completa seu desenvolvimento e permite que haja representações 
mentais de dimensões não comprováveis recorrendo aos órgãos dos sentidos. Ela 
consegue entender os conceitos astronômicos, como, por exemplo, as distâncias 
entre planetas ou estrelas. 
É importante permitir que a criança explore os espaços físicos nos quais se encontra. Isso 
supõe deixá-la engatinhar, sentar-se no chão e se deslocar se arrastando. A organização do 
ambiente, dos materiais e do tempo visam a auxiliarque as manifestações motoras das 
crianças estejam integradas nas diversas atividades da rotina. Para isso, os espaços externos 
e internos devem acolher e favorecer as manifestações da motricidade infantil. Os objetos, 
brinquedos e materiais devem auxiliar as atividades expressivas e instrumentais do 
movimento, permitindo às crianças comparar e estabelecer relações entre os objetos no 
espaço, como: tamanho, forma, distância, posição, localização, entre outros. 
Além disso, é preciso proporcionar às crianças brincadeiras que estimulem os conceitos de: 
direita-esquerda, em frente, atrás, antes-depois, acima-abaixo, para dentro-para fora, perto-
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longe e começo-fim. As saídas, os passeios e as viagens* são excelentes oportunidades para 
estimular o desenvolvimento do conceito de espaço. 
 
 
A criança é um mundo de todas as cores, de todas as formas, de infinitas possibilidades... é 
preciso viver e conviver, experienciar os espaços, manter uma relação direta com sensações 
e emoções, experimentar a arte, a cultura, explorar formas, mas é essencial compreender o 
sentido de pertencimento, conhecer-se para então conhecer quem e o que nos cerca, nos 
apropriar do espaço para que se abra um mundo de possibilidades. 
 
*Lembrando que estas atividades, no momento atual que vivenciamos, 
de isolamento social devido a pandemia pelo Covid-19, não são 
indicadas. Mas são uma excelente sugestão para quando pudermos 
voltar, em segurança, ao convívio social. 
 
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 DICAS DE ATIVIDADES 
Circuito: copos descartáveis ou algum tipo de sucata que 
tenha em grande quantidade e possa ser espalhada pelo 
chão. Uma vez que os obstáculos estiverem montados, a 
criança vai se posicionar em um lado do circuito enquanto ao 
adulto fica do outro lado. A criança fica de olhos fechados e, 
a partir do comando de voz do adulto, ela precisa se orientar 
e atravessar o caminho sem tocar em nenhum dos 
obstáculos. O papel do adulto é passar as orientações para a 
travessia 
– Pare! 
– Vire para a esquerda! 
– Vira para a direita! 
– Um passo pequeno a frente! 
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Dentro e Fora: Coloque bambolês no chão ou 
faça figuras fechadas (círculos, quadrados) no 
chão utilizando fita ou giz de lousa. Comece a 
brincadeira e solicite às crianças que pulem 
dentro e fora das figuras. Aqui você também 
pode explorar os conceitos de linhas e figuras 
geométricas (se você desenhou círculos, 
quadrados, retângulos). 
Cabra-cega: De olhos vendados, a criança 
será a cabra-cega e tentará pegar os outros 
participantes da brincadeira. Além da alcançar 
os jogadores, devem adivinhar pela audição 
quem foi pego, fazendo perguntas à pessoa 
alcançada. O primeiro a ser pego assume o 
posto de cabra-cega. 
 
Quebra-cabeça: o quebra-cabeça é um excelente jogo que 
auxilia no desenvolvimento das habilidades motoras na 
capacidade de concentração e memória, auxilia também na 
noção espacial e percepção visual. 
 
Rabo de Burro: Um desenho de burrinho é colado na parede. O rabo, é 
feito separado com papel, feltro, fita ou qualquer outro material 
disponível e com um pedaço de fita adesiva dupla face na ponta. Com 
os olhos vendados, a criança vai ter de acertar o lugar do rabo. Vence 
quem pregá-lo mais próximo. 
Palitos de fósforo: faça um modelo pronto, desenhado ou feito de palitos de fósforo; em 
seguida, peça para criança imitar esse modelo, utilizando os palitos de fósforo. Use as 
posições, em pé, deitado de ponta cabeça. Sugestão: usar palito de fósforo extra-longo. 
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*Muitas atividades como estas já foram sugeridas 
nos textos anteriores (lateralidade, equilíbrio e 
flexibilidade, esquema corporal, entre outros), 
todos estão disponíveis na plataforma CONEDU. 
 
J Para algumas crianças autistas, a construção da noção e orientação espacial poderá 
ser algo mais complexo, devido às alterações relacionadas à constituição de seu 
esquema corporal e a dificuldade de interpretar seu corpo como um todo. Portanto, 
estimule a criança a construir sua imagem corporal através de atividades* e 
brincadeiras – uso de espelho, apontar partes do corpo, massagens, fotografias, vestir-
se e calçar-se sozinho, entre outras; 
 
 
 
 
J As crianças com paralisia cerebral ou cadeirantes, devido às dificuldades em 
locomover-se e interagir no espaço com autonomia, podem desenvolver sua 
consciência corporal tardiamente. Da mesma forma, poderá ter seu campo de visão 
reduzido, recebendo, visualmente, apenas partes das informações do espaço. 
Portanto, se a criança faz uso de cadeiras de rodas e ainda não consegue conduzi-la 
com autonomia, é importante que a posicionemos de maneira que tenha uma boa 
visualização do ambiente, facilitando integração das informações visuais e motoras. 
Sempre que possível e de acordo com as possibilidades da criança, retire-a da cadeira 
de modo que ela possa experimentar outras superfícies (tapete, colchão, 
almofadas,...) e outras posições. Tal atitude estimula o desenvolvimento da 
consciência corporal, e ainda evita a sobrecarga motora, o cansaço e a fadiga 
provocados pela constante permanência numa mesma posição; 
J É muito importante que os materiais, jogos ou brinquedos usados pela criança 
cadeirante estejam ao seu alcance, de modo que consiga observar, planejar o 
deslocamento e explorar. Da mesma forma o ambiente deve estar organizado de 
modo que a criança possa circular com a cadeira sem dificuldades; 
J Para as crianças com alterações na motricidade fina, ofereça brinquedos e objetos 
ajustados às suas necessidades - materiais engrossados, brinquedos grandes, sempre 
estimulando com palavras para que a criança busque com o olhar e a cabeça (se 
houver controle de tronco) o brinquedo e(ou) material a ser utilizado. Isso a auxiliará 
a construir boas representações mentais que a auxiliará compreender melhor o 
espaço a sua volta 
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J Caso a criança apresente baixa visão ou cegueira, estimule-a a exploração do 
ambiente, dizendo para a criança onde está, com quem está, onde irá, quais objetos 
estão no ambiente e colocando os objetos e brinquedos no alcance e (ou) dentro seu 
campo de visão; 
J Objetos de tamanhos e tipos variados, com cores de alto contraste e coloridos (com 
amarelo e preto e/ou vermelho e branco), com brilho e iluminados e com sons 
estimulam a visualização e orientação, facilitando sua percepção espacial. 
Chegamos ao fim dos temas propostos para trabalharmos as Habilidades Motoras. Discutimos 
durante sete semanas os temas que envolvem as Habilidades Motoras: Coordenação motora 
fina; Coordenação motora ampla; Desfralde; EsquemaCorporal; Coordenação Visomotora; 
Equilíbrio e Flexibilidade; Lateralidade e Percepção Espacial. 
 
 
Todos os textos, referentes as habilidades motoras acima, estão disponíveis na plataforma 
CONEDU, nas pastas do AEE. Esperamos que eles possam ser utilizados por vocês sempre que 
precisarem. 
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Aos poucos, a criança vai vivenciando experiências, vai tomando consciência de seu corpo e 
de suas posturas, coordenando de forma cada vez mais equilibrada e consciente os seus 
movimentos. Portanto todas as brincadeiras e atividades propostas devem ser ajustadas à 
idade ou a fase de desenvolvimento motor da criança: 
Z Sempre supervisione ou brinque junto às crianças de modo a prevenir acidentes; 
Z A seleção de atividades e brincadeiras deve estar adequada ao interesse e fase de 
desenvolvimento da criança; 
Z Uma mesma atividade pode ter níveis diferentes de complexidade, ajuste as 
possibilidades da criança; 
Z Ofereça ajuda gradual à criança, considerando as dificuldades que está enfrentando 
(apoie, segure na mão…); 
Z Nunca force ou obrigue a criança a realizar uma atividade por imposição. As propostas 
devem ser ofertadas de forma lúdica, respeitando o momento de interesse; 
Z Atente-se para que estes momentos sejam de diversão e não de sofrimento, estresse ou 
angústia, pois isso poderá gerar uma recusa da criança em outras momentos; 
Z Aproveite para estimular nos momentos em que a criança demonstra interesse e está 
motivada para brincar de uma determinada atividade; 
Z Seja tolerante e paciente, estimule a criança positivamente, sempre elogiando seus 
feitos. Isso a estimulará a cada vez mais. 
 
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Referências: 
FONSECA, Vitor; Manual de observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos 
fatores psicomotores. 2. ed. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2012. 
HENRIQUE, Carlos; FLORES, Angela; FADEL, Luciane; ULBRICHT Vânia; Pessoas cegas e 
representação espacial: uma revisão sistemática de literatura. 
SANTOS, Ana Sofia Correia dos. Sobre imagens mentais e representações visuo-espaciais de 
objectos e ambientes. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 17, n. 2, p. 18-30, Aug. 
2000 . Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2000000200002. 
O Desenvolvimento da noção espacial nas crianças. Disponível em: 
https://soumamae.com.br/o-desenvolvimento-da-nocao-espacial-nas-criancas/ 
Como trabalhar noção espacial nas crianças? Disponível em: 
https://www.tempojunto.com/2019/09/09/como-trabalhar-nocao-espacial-nas-criancas/ 
Orientação espacial e movimentos corporais. Disponível em: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/orientacao-espacial-e-
movimentos-corporais/42220 
 
 
 
 
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https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/orientacao-espacial-e-movimentos-corporais/42220
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