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Fisiologia do sistema reprodutor feminino - Durante todos os anos reprodutivos da vida adulta, entre cerca de 13 e 46 anos de idade, 400 a 500 folículos primordiais se desenvolvem o bastante para expelir seus óvulos - um por mês; o restante degenera (tornam-se atrésicos). Ao fim da capacidade reprodutora (na menopausa), apenas uns poucos folículos primordiais permanecem nos ovários e, mesmo esses, se degeneram em pouco tempo. Sistema hormonal feminino Consistem em 3 hormônios - Hormônio de liberação hipotalâmica = GnRH (hormônio liberador da gonotrofina). - Hormônios sexuais hipofisários anteriores = hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos decretados em resposta a liberação de GnRH do hipotálamo. - Hormônios ovarianos = estrogênio e progesterona (são secretado pelos ovários em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior). Esses hormônios são secretado com intensidades diferentes, durante as diferentes partes do ciclo sexual feminino mensal. A quantidade de GnRH liberada pelo hipotálamo aumenta e diminui de modo bem menos drástico durante o ciclo sexual mensal. Esse hormônio é secretado em pul- sos curtos, em média uma vez a cada 90 minutos, como ocorre nos homens. Ciclo ovariano mensal - O ciclo menstrual dura em média 28 dias. Pode ser curto como 20 dias ou longo como 45 dias em algumas mulheres. - Existem dois resultados significativos do ciclo sexual feminino: 1. Apenas um só óvulo, nas condições normais, é liberado dos ovários a cada mês, de maneira que normalmente apenas um só feto, por vez, começará a crescer; 2. O endométrio uterino é pre- parado com antecedência para a implantação do óvulo fertilizado em momento determinado do mês; Transição infância - puberdade. - As mudanças que ocorrem durante o ciclo sexual dependem inteiramente dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH, secretados pela hipófise anterior. Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos, como ocorre durante toda a infância, quando quase nenhum hormônio gonadotrópico é secretado. - Entre os 9 e os 12 anos de idade, a hipófise começa a secretar progressivamente mais FSH e LH, levando ao início de ciclos sexuais mensais normais, que começam entre 11 e 15 anos de idade (Esse período de mudança é denominado puberdade e o primeiro ciclo menstrual é denominado menarca). Durante cada mês do ciclo sexual feminino - Ocorre aumento e diminuição cíclicos, tanto de FSH quanto de LH (Tanto o FSH quanto o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinar com receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo ovarianas); - Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das células e, em geral, também o crescimento e a proliferação das células; Fase folicular - fase de crescimento do folículo ovariano. - Quando uma criança do sexo feminino nasce, cada óvulo é circundado por camada única de células da granulosa: o óvulo, com esse revestimento de células da granulosa, é denominado folículo primordial. - Durante toda a infância, acredita-se que as células da granulosa ofereçam nutrição para o óvulo e secretem um fator inibidor da maturação do oócito que mantém o óvulo parado em seu estado primordial, no estágio de prófase da divisão meiótica. - Em seguida, depois da puberdade, quando FSH e LH da hipófise anterior começam a ser secretados em quantidades significativas, os ovários, em conjunto com alguns dos folículos em seu interior, começam a crescer. - Primeiro estágio do crescimento folicular = aumento moderado do próprio óvulo. Segue o crescimento de outras camadas das células da granulosa em alguns folículos conhecidos como folículos primários. Desenvolvimento de folículos antrais e vesiculares. - Primeiros dias de cada ciclo sexual mensal feminino = concentrações de FSH e LH secretados pela hipófise anterior, aumentando de leve a moderadamente, porém o aumento de FSH é ligeiramente maior do que o de LH. * esses hormônios, principalmente o FSH causam o crescimento acelerado de seis a doze folículos primários por mês. - O efeito inicial é a rápida proliferação das células da granulosa, levando ao aparecimento de muitas outras camadas de células. - Ocorre a constituição da teca: * Células fusiforme derivadas do interstício agrupam se em diversas camadas; * Na teca interna = as células adquirem características epitelioides semelhantes às das células da granulosa e desenvolvem a capacidade de secretar mais hormônios sexuais esteroides (estrogênio e progesterona). * Na teca externa = se desenvolve formando a cápsula de tecido conjuntivo muito vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em desenvolvimento. - Depois da fase proliferativo inicial do crescimento, a massa de células da granulosa secreta o líquido folicular que contém concentração elevada de estrogênio, um dos hormônios sexuais femininos mais importantes. O acúmulo desse líquido leva ao aparecimento do antro dentro da massa de célula da granulosa. - O crescimento inicial do folículo primário até o estágio antral só é estimulado, principalmente, pelo FSH. Então, ocorre crescimento muito acelerado, levando a folículos ainda maiores, denominados folículos vesiculares. Esse crescimento acelerado é causado pelos seguintes fatores: 1. O estrógeno é secretado no folículo e faz com que as células da granulosa formem quantidades cada vez maiores de receptores de FSH, o que leva a efeito de feedback positivo, já que torna as células da granulosa ainda mais sensíveis ao FSH. 2. O FSH hipofisário e os estrogênios se combinam para promover receptores de LH nas células originais da granulosa, permitindo, assim, que ocorra a estimulação pelo LH além da estimulação do FSH, e provocando aumento ainda mais rápido na secreção folicular. 3. A maior quantidade de estrogênio na secreção folicular mais a grande quantidade de LH da hipófise anterior agem em conjunto, causando a proliferação das células tecais foliculares e aumentando também a sua secreção. - Enquanto o folículo aumenta, o óvulo permanece incrustado na massa de células da granulosa localizada em um polo do folículo. - Apenas um folículo amadurece por mês e os restantes passam por atresia: * Após 1 semana ou mais de crescimento - mas antes de ocorrer a ovulação - um dos folículos começa a crescer mais do que os outros; os outros cinco a 11 folículos em desenvolvimento involuem (processo denominado atresia) e diz-se então que esses folículos ficam atrésicos. * O folículo maior continua a crescer por causa de seus efeitos de feedback positivo intrínsecos, enquanto todos os outros folículos param de crescer e, efetivamente, involuem. * O folículo que não sofre processo de atresia é denominado folículo maduro. Ovulação - A ovulação na mulher que tem ciclo sexual de 28 dias se dá 14 dias depois do início da menstruação. 1. Um pouco antes de ovular, a parede externa protuberante do folículo incha rapidamente e a pequena área no centro da cápsula folicular, denominada estigma, projeta-se como um bico. 2. O líquido começa a vazar do folículo através do estigma, e cerca de 2 minutos depois o estigma se rompe inteiramente, permitindo que líquido mais viscoso, que ocupava a porção central do folículo, seja lançado para fora. 3. O líquido viscoso carrega consigo o óvulo cercado por massa de milhares de pequenas células da granulosa, denominada coroa radiada. O pico de LH - ovulação - O LH é necessário para o crescimento folicular final e para a ovulação; - Cerca de 2 dias antes da ovulação, a secreção de LH pela hipófise anterior aumenta bastante, por seis a dez vezes e com pico em torno de 16 horas antes da ovulação. O FSH também aumenta por cerca de duas a três vezes ao mesmo tempo, e FSH e LH agem sinergicamente causando a rápida dilatação do folículo, durante os últimos dias antes da ovulação. * O LH tem ainda efeito específico nas células da granulosa e tecais, convertendo-as, principalmente,em células secretoras de progesterona. * A secreção de estrogênio começa a cair cerca de um dia antes da ovulação, enquanto quantidades cada vez maiores de progesterona começam a ser secretadas. - É nesse ambiente que ocorre a ovulação: 1. Crescimento rápido do folículo; 2. Menor secreção de estrógeno após fase prolongada de sua secreção excessiva; 3. Início da secreção de progesterona; Início da ovulação -Ocorre grande quantidade de LH secretado pela hipófise anterior — Esse LH causa rápida secreção dos hormônios esteroides foliculares, contendo progesterona — desencadeando dois eventos: 1. A teca externa (a cápsula do folículo) começa a liberar enzimas proteolíticas dos lisossomos, o que causa a dissolução da parede capsular do folículo e o consequente enfraquecimento da parede, resultando em mais dilatação do folículo e degeneração do estigma. 2. Simultaneamente, ocorreu rápido crescimento de novos vasos sanguíneos na parede folicular e, ao mesmo tempo, são secretadas prostaglandinas (hormônios locais que causam vasodilatação) nos tecidos foliculares. - Esses efeitos promovem transdução de plasma para o folículo, contribuindo para sua dilatação. - A combinação da dilatação folicular e a da degeneração do estigma faz com que o folículo se rompa, liberando o óvulo. Fase lútea - Após a expulsão do óvulo do folículo, as células da granulosa e teçais internas remanescentes se transformam rapidamente para células luteínicas; Elas aumentam em diâmetro e ficam repletas de inclusões lipídicas (processo chamado de luteinização e a massa total de células é denominada corpo lúteo); - As células da granulosa no corpo lúteo desenvolvem vastos retículos endoplasmáticos lisos intracelulares, que formam grandes quantidades dos hormônios sexuais femininos progesterona e estrogênio (mais progesterona do que estrogênio durante a fase lútea). - As células tecais formam basicamente os androgênios androstenediona e testosterona, em vez dos hormônios sexuais femininos. Secreção de pelo corpo lúteo - O corpo lúteo é órgão muito secretor, produzindo grande quantidade de progesterona e estrogênio. - Uma vez que o LH (principalmente o secretado durante o pico ovulatório) tenha agido nas células da granulosa e tecais, causando a luteinização, as células luteínicas recém-formadas parecem estar programadas para seguir a sequência pré-ordenada de = proliferação, aumento e secreção seguida por degeneração. Involução do corpo lúteo e o início do próximo ciclo ovariano - O estrogênio, em especial, e a progesterona , em menor extensão, secretados pelo corpo lúteo durante a fase luteínica do ciclo ovariano, têm potentes efeitos de feedbacks na hipófise anterior, mantendo intensidades secretárias reduzidas de FSH e de LH. 1. Involução do corpo lúteo: Além disso, as células luteínicas secretam pequenas quantidades do hormônio inibina = esse hormônio inibe a secreção pela hipófise anterior, especialmente a secreção de FSH. O resultado são concentrações sanguíneas reduzidas de FSH e de LH, e a perda desses , :hormônios, por fim, faz com que o corpo lúteo se degenere completamente. 2. Início do próximo ciclo: Dois dias antes de começar a menstruação ocorre uma parada súbita de secreção de estrogênio, progesterona e inibina pelo corpo lúteo remove a inibição por feedback da hipófise anterior, permitindo que ela comece a secretar novamente quantidades cada vez maiores de FSH e LH. O FSH e o LH dão início ao crescimento de novos folículos, começando novo ciclo ovariano. Efeitos do ritmo mensal feminino - Interação entre os hormônios ovarianos e hipotalâmicos-hipofisários. O hipotálamo secreta GnRH fazendo com que a hipófise anterior secrete LH e FSH - A gonadotropina (GnRH) atua como um hormônio liberador do hipotálamo que através do sistema porta hipofisário faz com que a adeno-hipófise secrete LH e FSH. - A secreção pulsátil de GnRH pelo hipotálamo estimula a liberação pulsátil de LH pela adeno-hipófise. Efeitos de feedback negativo do estrogênio e da progesterona na diminuição da secreção de LH e FSH. - Em pequenas quantidades, o estrogênio tem forte efeito de inibir a produção de LH e de FSH. Além disso quando existe progesterona disponível, o efeito inibidor do estrogênio é multiplicado, ou seja, na presença de progesterona + estrógeno ocorre maior inibição na produção de LH e FSH, muito embora a progesterona tenha pouco efeito. - Esses efeitos de feedback negativo parecem operar basicamente na hipófise anterior de modo direto, mas também operam em menor extensão no hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH em especial, alterando as frequências dos pulsos de GnRH. - A inibi-me do corpo lúteo também inibe FSH e LH = é secretado em conjunto com os hormônios esteroides sexuais pelas células da granulosa no corpo lúteo ovariano, ela inibe a secreção de FSH e em menor extensão de LH pela hipófise anterior. Efeito de feedback positivo do estrogênio antes da ovulação - o pico pré ovulatório de LH = A hipófise anterior secreta grande quantidade de LH por 1 ou 2 dias antes da ovulação. - Durante a última parte da primeira metade do ciclo ovariano, a infusão de estrogênio causa o crescimento acelerado dos folículos ovarianos. Durante esse período, as secreções de FSH e LH pela hipófise são primeiramente suprimidas. Em seguida, a secreção de LH aumenta abruptamente por seis a oito vezes e a secreção de FSH aumenta abruptamente por cerca de duas vezes. - A maior secreção de LH que faz com que a ovulação ocorra. Oscilação do Feedback do Sistema Hipotalâmico-hipofisário-ovariano: - A oscilação do feedback que controla o ritmo do ciclo sexual feminino, que parece operar, de certa forma, na seguinte sequência de eventos. 1.Secreção pós ovulatória dos hormônios ovarianos e depressão das Gonadotropinas hipofisário •Entre a ovulação e o início da menstruação; • O corpo lúteo secreta grande quantidade de progesterona e de estrogênio, bem como do hormônio inibina. • Todos esses hormônios, em conjunto, têm efeito de feedback negativo combinado na hipófise anterior e no hipotálamo, causando a supressão da secreção de FSH e de LH e reduzindo-os a seus níveis mais baixos, cerca de 3 a 4 dias antes do início da menstruação. 2.Fase de crescimento folicular • Dois a 3 dias antes da menstruação, o corpo lúteo regrediu quase à involução total, e a secreção de estrogênio, progesterona e inibina do corpo lúteo diminuiu e é baixa. Isso libera o hipotálamo e a hipófise anterior do efeito de feedback negativo desses hormônios. • Portanto, mais ou menos 1 dia depois, em torno do momento em que surge a menstruação, a secreção hipofisária de FSH começa novamente a aumentar por até o dobro; em seguida, vários dias após o início da menstruação, a secreção de LH também aumenta ligeiramente. • Esses hormônios iniciam o crescimento de novos folículos ovaria- nos 3. O pico de LH e FSH causam a ovulação. • Cerca de 11,5 a 12 dias depois do início do ciclo mensal, o declínio na secreção de FSH e LH chega a seu fim abrupto. • Acredita-se que o alto nível de estro- gênio nesse momento (ou o começo da secreção de progesterona pelos folículos) cause efeito estimulador do feedback positivo na hipófise anterior, levando ao enorme pico na secreção de LH e, em menor extensão, de FSH. • O grande excesso de LH leva à ovulação e ao desenvolvimento subsequente tanto do corpo lúteo quanto da sua secreção . Assim, o sistema hormonal inicia seu novo ciclo de secreções, até a próxima ovulação. Ciclos anovulatórios - ciclos sexuais da puberdade. - A ausência de ovulação leva ao não desenvolvimento do corpo lúteo, de maneira que não há quase nenhuma secreção de progesterona, durante a última porção do ciclo. - O ciclo é encurtado vários dias, mas o ritmo contínua. Portanto, é provável que a progesterona não seja necessária à manutenção do ciclo em si, muito embora possa alterar seu ritmo. • Os primeiros ciclos depois do início da puberdadegeralmente são anovulatórios, assim como os ciclos que ocorrem alguns meses a anos antes da menopausa, talvez porque o pico de LH não seja potente o bastante nessas épocas, para causar ovulação. Puberdade e menopausa. Puberdade - Puberdade significa o início da fase adulta, e menarca significa o primeiro ciclo de menstruação. - O período da puberdade é causado por aumento gradual na secreção dos hormônios gonadotrópicos pela hipófise, começando em torno dos 8 anos de idade e normalmente culminando no início da puberdade e da menstruação entre 11 e 16 anos de idade nas meninas (em média, aos 13 anos). - Na infância o hipotálamo não secreta quantidades significativas de GnRH; Menopausa - Entre 40 e 50 anos de idade, o ciclo sexual geralmente torna-se irregular, e a ovulação muitas vezes não ocorre. - O período durante o qual o ciclo para, e os hormônios femininos caem a quase zero é denominado menopausa. - A causa da menopausa é o "esgotamento" dos ovários = Durante toda a vida reprodutiva da mulher, cerca de 400 dos folículos primordiais crescem em folículos maduros e ovulam, e centenas de milhares de óvulos degeneram.Em torno dos 45 anos de idade, apenas uns poucos folículos primordiais continuam a ser estimulados pelo FSH e LH e a produção de estrogênios pelos ovários diminui à medida que o número de folículos primordiais se aproxima de zero. - Quando a produção de estrogênio cai abaixo de nível crítico, os estrogênios não conseguem mais inibir a produção das gonodotropinas FSH e LH, em vez disso as gonadotropinas FSH e LH (principal- mente, FSH) são produzidas depois da menopausa em quantidades elevadas e contínuas, mas à medida que os folículos primordiais remanescentes ficam atrésicos, a produção de estrogênios pelos ovários cai quase a zero. - Na época da menopausa, a mulher precisa reajustar sua vida de uma em que era fisiologicamente estimulada pela produção de estrogênio e progesterona para uma desprovida desses hormônios. A perda dos estrogênios geralmente causa mudanças fisiológicas acentuadas, incluindo: 1. fogachos" caracterizados por rubor extremo da pele; 2. sensações psíquicas de dispneia; 3. irritabilidade; 4. fadiga; 5. ansiedade; 6. diminuição da resistência e da calcificação dos ossos no corpo inteiro. 1.os níveis crescentes da secreção de estrogênio na puberdade; 2. variação cíclica durante o ciclo sexual mensal; 3. o aumento adicional na secreção de estrogênio durante os primeiros anos da vida reprodutiva; 4. a queda progressiva na secreção de estrogênio ao se aproximar o fim da vida reprodutiva; 5. quase nenhuma secreção de estrogênio ou progesterona depois da menopausa.
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