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Analise do filme "Psicose" pelas teorias da estética clássica e feminista

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Análise do filme Psicose segundo as teorias da estética 
clássica de Ismail Xavier (livro A Decupagem Clássica) e a 
feministas de Laura Mulvey (livro Prazer Visual) 
 
O filme Psicose criado em 1960 por Alfred Hitchcock, é aclamado como um dos 
mais importantes para a indústria cinematográficas, principalmente para o 
gênero do suspense. Supõe-se que esse tenha sido um dos primeiros a utilizar 
– provavelmente foi o criador – os padrões utilizados até hoje no suspense, além 
de estar envolvido em diversas analises de teorias cinematográficas. Desse 
modo, a proposta desse texto é comparar Psicose às teorias indicadas por Ismail 
Xavier no texto “A Decupagem Clássica” e as de Laura Mulvey em “Prazer Visual 
e Cinema Narrativo”. 
1. Ismail Xavier, “A Decupagem Clássica”. 
A estética clássica, especificamente a decupagem, está presente em grande 
escala no filme de Hitchcock, muitos dos padrões relatados por Ismail Xavier 
podem ser vistos. Evidencia-se que a ideia principal na decupagem clássica é – 
por meio de planos, ângulos e montagens – guiar e auxiliar a perspectiva do 
espectador, tendo a intenção de imitar a visão humana. É notório que isso é 
muito usado por Hitchcock, pois o autor planejava previamente cada plano. 
Vale lembrar que durante diversas cenas os padrões de montagem e ligações 
de planos clássicos são usados em Psicose – chamados Raccord. Exemplo 
disso é a utilização de uma hierarquia de planos, como é o caso da cena em que 
o dinheiro é mostrado em plano detalhe na cama de Marion, esse plano é 
antecipado de um médio nos dando a visão de onde o montante se encontrava 
(isso é chamado de montagem analítica). Além disso, vale ressaltar que os 
planos detalhes usados no filme tem a intenção de avisar e evidenciar que está 
sendo mostradas coisas importantes para a história. 
Ademais, outro tipo de montagem que se pode exemplificar é a utilização de 
planos subjetivos com alternância a shot/reaction-shot, seja em cenas como 
Marion dirigindo enquanto um policial a segue, no assassinato da protagonista, 
ou em outros, é mostrado a visão da personagem e em seguida a reação dela 
as coisas que estão acontecendo. 
Além disso, é possível encontrar também nesse filme as considerações sobre 
som dadas por Xavier, o escritor considerou em seu texto os efeitos sonoros 
como de grande ênfase nas produções clássicas, seja para dar mais efeito as 
cenas, para ajudar a ligar sequências, preparar o público, ou outras propostas. 
Em Psicose, Hitchcock usa bastante esse recurso, sendo isso considerado 
icônico em sua obra, como no caso do assassinato de Marion, no qual o som 
dos “violinos chorando” junta-se aos das facas e gritos. 
Outrossim, diversas outras cenas utilizam esse recurso, dando sempre ao filme 
uma atmosfera de suspense e gerando consequentemente, o previsto por 
Xavier, ou seja, algumas vezes antecedendo ações e usando no auxílio da 
montagem também. Além do mais, o som é usado também como forma de 
própria montagem, por exemplo, quando o autor decidiu utilizar as vozes de 
personagens (em um momento em que Marion dirige em sua viagem) para 
demonstrar o que estava acontecendo no mesmo instante em outros locais, 
dando a ideia da montagem paralela. 
2. Laura Mulvey, “Prazer Visual e Cinema Narrativo”. 
A teoria feminista proposta por Laura Mulvey no texto “Prazer Visual e Cinema 
Narrativo” pode ser utilizado para analisar algumas partes de “Psicose”. Mulvey 
declara o falocentrismo como uma das grandes influências na utilização de 
personagens femininas nas obras cinematográficas. Estando isso ligado, 
primeiramente aos prazeres escopofílico e narcisista. 
É notório como apenas da protagonista de Psicose ser uma mulher, a visão 
objetificada diversas vezes é a dela, exemplifica-se isso nas diversas vezes que 
Marion é mostrada com roupas intimas. 
Ademais, é esclarecedor a utilização desse prazer escopofílico principalmente 
pelo personagem de Norman Bates, mais especificamente quando é revelado 
que o personagem possui um buraco na parede que utiliza para espiar a 
protagonista trocando de roupa. Ressalta-se, nesse viés, que apesar de não ser 
o personagem principal, o ponto de vista da cena é do ponto de vista do 
assassino, dessa forma, compartilhando com os espectadores a visão voyeurista 
e meio pervertida de Norman, que teve – de forma subtendida – o desejo de 
possuir a observada. Assim, objetificando-a e diminundo-a a uma imagem de 
prazer. 
Outrossim, infere-se que a cena citada anteriormente espelha o prazer narcisista 
masculino, pois o público passa nesse (e em alguns outros momentos) a se 
identificar mais com a figura masculina presente no filme, além de que Marion 
demonstra passividade, deixando, com isso, o papel de ativo a Norman. 
Além disso, é possível analisar os escritos de Laura Mulvey também na famosa 
cena do assassinato de Marion, pois apesar de não enfatizar exageradamente o 
corpo da personagem, o simples fato da garota ser assassinada nua enquanto 
tomava banho revela uma utilização de sadismo do assassino e da produção da 
cena. Talvez para a imagem do expectador isso poderia ser interpretado como 
uma punição pelo ato criminoso do roubo, ou então apenas uma ação sádica e 
punitiva de Norman/mãe pelo fato da garota ser inacessível ao vilão e por motivar 
desejos carnais ao vilão. 
Outro ponto que pode-se alegar – se pensar na mãe de Norman como 
personagem – seria a superproteção e ciúmes obsessivos da mãe sobre o filho 
como uma demonstração do complexo de castração que seria visto sobre as 
mulheres, pois talvez Norma seria tão obsessiva com o filho por querer 
(inconscientemente) ter posse de um Falo por meio da maternidade. 
 
 
Referência bibliográfica 
- A Decupagem Clássica, Xavier, Ismail. 
- Prazer visual e O Cinema Narrativo, Mulvey, Laura.

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