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RESPIRARESPIRAÇÇÃOÃO Prof. Ricardo Kluge rakluge@esalq.usp.br RESPIRARESPIRAÇÇÃOÃO Crescimento e ManutenCrescimento e Manutençção ão celularcelular FOTOSSÍNTESE Carboidratos, lipídios, ácidos orgânicos e proteínas OXIDADOSOXIDADOS EE NN EE RR GG II AA RESPIRAÇÃO • Conceito É a quebra oxidativa de substâncias complexas presente na célula (amido, açúcares, lipídios, proteínas, ácidos) em moléculas mais simples (CO2 e H2O), com produção de energia e outras moléculas utilizadas para reação de síntese Etapas da respiração • Glicólise • Via Pentose Fosfato • Ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico) • Cadeia de transporte de elétrons Equação geral da respiração C12H22O11 + 12O2 → 12CO2 + 11H2O + 1380 Kcal energia calor vital ATP (sacarose) Citosol Lipídios Amido e Sacarose Proteínas Ácidos graxos Hexoses Aminoácidos Piruvato Acetil-CoA C.K. Nucleotídeos reduzidos ATP (energia) C.T.E. H2O Ácido málico Proteases Oxidação CO2 Enzima málica CO2 Lipases H2O SUBSTRATOS RESPIRATÓRIOS Amido Cloroplasto Maltose Glicose 1-P Glicose Glicose 6-P Trioses-P Trioses-P citosol Piruvato C.K. Síntese de sacarose α - amilase β - amilase α - glicosidase Amido fosforilase Hidrólise da sacarose invertase Glicose Frutose Hidrólise do amido Glicose 1-P Gliceraldeído 3-P Fosfoenolpiruvato Piruvato Acetil-CoA CelulosePentose fosfato Glicose 6-P Oxalacetato α-oxoglutarato Nucleotídeos Ácidos nucléicosADP ATP NAD NADP Citocininas Eritrose 4-P Ácido shiquímico Triptofano Tirosina Fenilalanina Alcalóides Flavonóides Lignina Ácido indolilacético Proteínas Alanina Dihidróxidocetona P Glicerofosfato Lipídios Ácidos graxos Giberelinas Carotenóides esteróis ABA Proteínas Glutamato Porfirinas Clorofilas Fitocromo Catalase Ciclo de Krebs Outros aminoácidos Amido Sacarose Frutose 1,6-bisfosfato Diidroxicetona fosfato PIRUVATO piruvato quinase fosfofrutoquinase aldolase triose fosfato isomerase gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase fosfoglicerato quinase fosfoglicerato mutase enolase ATP ADP ADP ATP ADP ATP NAD+ NADH + H+ Pi (2 moléculas) Frutose 6-fosfato Gliceraldeído 3-fosfato 1,3-bisfosfoglicerato 3-fosfoglicerato 2-fosfoglicerato Fosfoenolpiruvato H2O GLICÓLISE Fosforilação em nível de substrato Citosol GLICÓLISE - FUNÇÕES - Produção do piruvato (malato em algumas espécies) - Produção de energia (ATP) - rendimento baixo em ATP - Redução de NAD+ 2 NADH (poder redutor) - Formação de esqueleto carbônico para síntese de outros compostos PIRUVATO Ciclo de Krebs Fase preparatória Oxidação Piruvato NAD+ NADH + H+ CO2 Piruvato desidrogenase Acetil-CoA Ciclo de Krebs Compostos aromáticos Pigmentos Acetil-CoA Malato Oxalacetato Citrato Isocitrato αααα-oxoglutarato Succinil-CoASuccinato Fumarato H2O CoA malato desidrogenase citrato sintase aconitase isocitrato desidrogenase α-cetoglutarato desidrogenasesuccinil-CoA sintetase succinato desidrogenase fumarase NAD + NADH + H+ CO2 NAD+ NADH + H+ CO2 ADP + PiATPCoA NADH + H+ NAD+ CICLO DE KREBS Ubiquinol (FADH2) Ubiquinona H2O Piruvato NAD+NADH + H+ Piruvato desidrogenase CO2 CICLO DE KREBS-FUNÇÕES - Produção de ATP - Redução de NAD+ NADH - Redução da ubiquinona ubiquinol - Formação de esqueleto carbônico para síntese de outros compostos CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS Muita energia armazenada na forma de coenzimas reduzidas (carregadas de e-): NADH e Ubiquinol Precisam ser oxidadas para liberar energia CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS • Transferência de elétrons do NADH e Ubiquinol ao O2 • Fosforilação oxidativa • Formação de um gradiente de prótons (H+), responsável pela síntese de ATP • Citocromo oxidase - afetada pelo O2 e CO2 UQ = ubiquinona Glicose 6-P Glicose Glicólise Gliconolactona 6-P NADP+ NADPH + H+ Glicose 6-P desidrogenase Gliconato 6-P Ribulose 5-P NADP+ NADPH + H+ fosfogliconolactonase Gliconato 6-P desidrogenase Ribose 5-P Ribose 6-P desidrogenase Xilulose Gliceraldeído 3-P Sedoheptulose 7-P Transcetolase Frutose 6-P Gliceraldeído 3-P Transaldolase Transcetolase Ribulose 5-P 3-epimerase Piruvato Eritrose 4-P Transaldolase glicólise Via pentose-P NADPH Síntese de: Ácidos graxos Pigmentos Vitaminas Eritrose 4-P Precursor de: Tirosina Fenilalanina Triptofano FERMENTAÇÃO Cadeia de transporte de elétrons PIRUVATO Ciclo de Krebs Fermentação + O2 - O2 Pouca produção de energia Maior produção de energia Fermentação Piruvato CO2 - O2 Acetaldeído Etanol NAD+NADH + H+ Respiração anaeróbica Respiração aeróbica CH3 — C — COOH|| O Etanol NAD+ NADH CO 2 Lactato NAD+ NADH Piruvato descarboxilase Alcool dehidrogenase Lactato dehidrogenase Piruvato CH3 — C — H|| O Acetaldeído CH3 — CH2OH CH3 — CH — COOH| OH NAD+ Frutose 1,6-bisfosfato Diidroxicetona fosfato PIRUVATO piruvato quinase fosfofrutoquinase aldolase triose fosfato isomerase gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase fosfoglicerato quinase fosfoglicerato mutase enolase ATP ADP ADP ATP ADP ATP NAD+ NADH + H+ Pi (2 moléculas) Frutose 6-fosfato Gliceraldeído 3-fosfato 1,3-bisfosfoglicerato 3-fosfoglicerato 2-fosfoglicerato Fosfoenolpiruvato H2O GLICÓLISE N A D+ EFEITO PASTEUR BALANÇO ENERGÉTICO RESPIRAÇÃO AERÓBICA x RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA 60Total 4016 x 2,516 NADH 64 x 1,54 Ubiquinol] 44 fosforilações em nível de substrato Ciclo do ácido cítrico 64 x 1,54 NADH 44 fosforilações em nível de substrato Glicólise ATP por sacaroseReação Parcial Produção máxima de ATP a partir da completa oxidação da sacarose a CO2 por meio da respiração aeróbica e do ciclo do ácido cítrico (Brand, 1994) 1ATP = 12 Kcal Respiração aeróbica 60 ATP x 12 = 720 Kcal (52%) 48% = 660 Kcal (calor vital) Respiração anaeróbica 6 ATP x 12 Kcal = 72 Kcal (5%) 95% = calor C12H22O11 + 12O2 → 12CO2 + 11H2O + 1380 Kcal OXIDASE ALTERNATIVA • Respiração resistente ao cianeto • Estrutura e funcionamento pouco conhecidos • Possíveis funções – Evitar sobrefluxo de energia – Evitar formação de espécies reativas de oxigênio – Liberação de calor (algumas plantas) AOX = oxidase alternativa RESPIRAÇÃO DA PLANTA E DE DIFERENTES ÓRGÃOS VEGETAIS • Enquanto apenas os tecidos verdes fazem fotossíntese, todos os tecidos da planta respiram, e durante as 24 horas do dia. • Mesmo em tecidos fotossinteticamente ativos, a respiração pode representar uma substancial fração da fotossíntese bruta. RESPIRAÇÃO DA PLANTA E DE DIFERENTES ÓRGÃOS VEGETAIS • Frutos climatéricos (maçã, abacate e banana) apresentam um pico respiratório após a sua colheita, atingindo o amadurecimento, decrescendo posteriormente até a sua senescência. • Este incremento respiratório após a colheita é desencadeado, provavelmente, pela produção auto-catalítica do hormônio etileno T a x a r e s p i r a t ó r i a Não climatérico Climatérico A = pré-climatérico B = pico climatérico C = pós-climatérico Ex.: uva citros cereja Ex.: banana, tomate maçã, manga abacate, pêssego Tempo A B C PADRÕES DE RESPIRAÇÃO Frutose 1,6-bisfosfato Hexoquinase fosfoglicoisomerase ATP ADP Fosfofrutoquinase ATP - dependente ATP ADP Glicose Glicose 6-fosfato Frutose 6-fosfato Fosfofrutoquinase Ppi - dependente PPi Pi Frutose 2,6 Bisfosfato Climatérico Frutose 2,6 bisfosfatase ativa inibe Frutose 1,6 bisfosfatasePerda da regulação da produção de frutose 1,6-bisfosfato Frutose 1,6-bisfosfato Hexoquinase fosfoglicoisomerase ATP ADP Fosfofrutoquinase ATP - dependente ATP ADP Glicose Glicose 6-fosfato Frutose 6-fosfato Fosfofrutoquinase Ppi - dependente PPi Pi Frutose 2,6 Bisfosfato Climatérico Frutose 2,6 bisfosfatase ativa inibe Frutose 1,6 bisfosfatasePerda da regulação da produção de frutose 1,6-bisfosfato Etileno FATORES QUE AFETAM A RESPIRAÇÃO • Disponibilidade de substrato– Depende do genótipo • Disponibilidade de O2 e CO2 • Temperatura (Lei de Van´t Hoff) • Danos (etileno de ferimento) e doenças Antes da colheita relação fonte-dreno Após a colheita relação fonte-dreno A respiração mantém o produto vivo!!! Folha Raiz Fruto Fruto CLASSIFICACLASSIFICAÇÇÃO DOS PRODUTOS HORTÃO DOS PRODUTOS HORTÍÍCOLAS COLAS DE ACORDO COM SUA TAXA RESPIRATDE ACORDO COM SUA TAXA RESPIRATÓÓRIA RIA ((KaderKader, 1992), 1992) Classe Taxa a 5oC (mg CO2.kg-1.h-1) Produtos Muito baixa < 5 Nozes, tâmara Baixa 5-10 Maçã, citros, uva, kiwi, alho, cebola, batata-doce Moderada 10-20 Damasco, banana, cereja, pêssego, pêra, ameixa, figo, repolho, cenoura, alface, pimentão, tomate Alta 20-40 Abacate morango, couve- flor Muito alta 40-60 Alcachofra, couve-de- bruxelas Extremamente alta > 60 Aspargo, brócole, espinafre Q10 = quociente de temperatura A cada 10oC de aumento da temperatura a velocidade das reações metabólicas aumenta em duas a três vezes, dentro da faixa fisiológica de temperatura Lei de Vant Hoff (Q10) – temperatura máxima: 30-35oC – temperatura mínima: variável • Plantas tropicais a < 15oC: danos de frio • Plantas de clima temperado: 0oC Q10 = (R2/R1)10(T2-T1) R2 = Taxa respiratória a T2 R1 = Taxa respiratória a T2 T2 e T1 = Temperatura (oC) APLICAÇÃO PRÁTICA DO Q10 • Através do Q10 pode-se prever com razoável precisão: – a velocidade de um determinado processo fisiológico – o tempo de armazenamento de uma fruta ou hortaliça Exemplo: 0 50 100 150 200 250 0 5 10 15 20 25 Temperatura (oC) R e s p i r a ç ã o ( m l C O 2 / k g / h ) RESPIRAÇÃO DO AGRIÃO Agrião a 0oC dura 15 dias Agrião a 10oC dura 5 a 8 dias Agrião a 20oC dura 3 a 5 dias Agrião a 30oC dura 1 dia Fonte: Kluge (não publicado) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0 5 10 15 20 25 Temperatura (oC) T a x a r e s p i r a t ó r i a ( m g C O 2 . k g - 1 . h - 1 ) Morango Aspargo Laranja Pêssego Alcachofra TAXA RESPIRATÓRIA DE FRUTAS E HORTALIÇAS EM DIFERENTES TEMPERATURAS INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A RESPIRAÇÃO DE ABACATE T a x a r e s p i r a t ó r i a Dias após a colheita 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 25oC 20oC 15oC 30oC 10oC 5oC Aumento da produção de etileno Redução na vida pós-colheita Aumento da respiração Aumento na velocidade de deterioração estresse Perda da compartimentação celular Aumenta quebra do amido Aumento do C.K e C.T.E. Injúrias mecânicas Frutose 1,6-bisfosfato Hexoquinase fosfoglicoisomerase ATP ADP Fosfofrutoquinase ATP - dependente ATP ADP Glicose Glicose 6-fosfato Frutose 6-fosfato Fosfofrutoquinase Ppi - dependente PPi Pi Frutose 2,6 Bisfosfato Climatérico Injúria, estresse Frutose 2,6 bisfosfatase ativa inibe Frutose 1,6 bisfosfatasePerda da regulação da produção de frutose 1,6-bisfosfato Etileno 10 15 20 25 30 35 40 45 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Dias a 20oC m g C O 2 k g - 1 h - 1 Controle 1 queda 4 quedas 8 quedas 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Dias a 20oC µ L C 2 H 4 k g - 1 h - 1 Controle 1 queda 4 quedas 8 quedas Efeito de 1,4 e 8 impactos na respiração e produção de etileno de tomates danificados no estágio “verde –maduro” e armazenado a 20oC (MacLeod et al., 1976) MÉTODOS PARA REDUZIR A RESPIRAÇÃO O controle da respiração constitui o princípio básico da conservação de frutas e hortaliças !! MÉTODOS PARA REDUZIR A RESPIRAÇÃO • Pré-resfriamento – Remoção do calor de campo • Refrigeração – Remoção do calor vital • Atmosfera modificada (O2 e CO2) – Redução na atividade enzimática • Redução na produção e ação do etileno • Evitar manuseio excessivo e danos mecânicos RESPIRAÇÃO DE FRUTAS EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA ----------- mL CO2 kg-1 h-1 ----------- 9,734,160,48Caqui ‘Fuyu’ 8,52,730,63Maçã ‘Fuji’ 10,63,410,52Maçã ‘Gala’ 20oC10oC0oCEspécie/cultivar Fonte: Steffens & Brackmann (2005) ATMOSFERA MODIFICADA ATMOSFERA CONTROLADA • Redução do O2 e/ou aumento do CO2 – Diminui respiração, até certos níveis – Atuam inibindo enzimas do processo respiratório – Reduz a produção e a ação do etileno (frutos climatéricos) EFEITO DA COMPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA SOBRE A RESPIRAÇÃO Princípio do armazenamento sob atmosfera modificada Composição atmosférica (CO2 e O2) • Interfere na atividade enzimática - Fosfofrutoquinase ATP dependente - Piruvato desidrogenase - Succinato desidrogenase - Citocromo oxidase Ar T a x a r e s p i r a t ó r i a Dias após a colheita RESPIRAÇÃO DE BANANAS SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES ATMOSFÉRICA 10% O2 10% O2 5% CO2 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 Como modificar a atmosfera que rodeia o produto? • Embalagens plásticas (ativa e passiva) • Ceras (carnaúba, polietileno, ...) • Recobrimentos comestíveis – Quitosana (antimicrobiana e antifúngica) – Ésteres de sacarose ATMOSFERA CONTROLADA • Uso comercial em maçã • Potencial de uso em outras frutas – pêssego, pêra, ameixas, kiwi RespiraRespiraçção de goiabas ão de goiabas ‘‘Pedro SatoPedro Sato’’ tratadas com tratadas com 11--metilciclopropenometilciclopropeno e armazenadas a 25e armazenadas a 25ººCC 25 35 45 55 65 75 85 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias de armazenamento m g C O 2 . k g - 1 . h - 1 0nL.L 100nL.L 300nL.L 900nL.L -1 -1 -1 -1 Taxa respiratória de beterrabas minimamente processadas submetidas a diferentes concentrações de ácido cítrico 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 2 4 6 8 10 Dias após o corte m L C O 2 k g . - 1 . h - 1 0 mg.L 500 mg.L 1000 mg.L 1500 mg.L 2000 mg.L - 1 - 1 - 1 - 1 - 1 Fonte: Vitti (2003)
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