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A Emenda Constitucional n. 29 de 2000 A emenda Constitucional 29, de 13 de dezembro de 2000, altera os artigos 34, 35, 156, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao ato das disposições constitucionais transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de Saúde. Apesar de enormes resistências, fundadas no raciocínio de poderosas correntes econômicas contrárias à vinculação de recursos orçamentários, a Emenda Constitucional n. 29 (EC n. 29) foi aprovada em 2000 e ainda não foi regulamentada. A falta de definição precisa sobre o que são ações e serviços de Saúde tem levado a introdução nos orçamentos públicos de uma série de ações e serviços que são questionáveis. O resultado são menos recursos para o fnanciamento do SUS. Desse modo, a luta política por mais recursos públicos para a Saúde deve centrar-se, no curto prazo, na regulamentação, pelo Congresso Nacional, da Emenda Constitucional n. 29. Tal regulamentação será fundamental para orientar os respectivos Tribunais de Contas no processo de fiscalização do seu cumprimento. A falta de regulamentação não deixou de produzir efeitos no financiamento do SUS. A determinação constitucional, mesmo não regulada infraconstitucionalmente, constitui um marco que permite a luta política entre os setores que decidem os orçamentos e os diferentes atores sociais que lutam por mais recursos na Saúde. A não-regulamentação da EC n. 29, juntamente com a Desvinculação das Receitas da União (DRU), têm sido mecanismos utilizados para limitar os recursos públicos na Saúde. A falta de uma definição precisa sobre o que são ações e serviços de Saúde tem levado a introdução nos orçamentos públicos de uma série de ações e serviços que são questionáveis. O resultado são menos recursos para o fnanciamento do SUS. Desse modo, a luta política por mais recursos públicos para a Saúde deve centrar-se, no curto prazo, na regulamentação, pelo Congresso Nacional, da EC-29. Essa regulamentação está em tramitação no Congresso Nacional, por meio do PLC 01/2003. O PLC 01/2003 pretende corrigir distorções na vinculação dos recursos da União e esclarecer o que são ações e serviços de Saúde. O texto estabelece que a União aplique anualmente em ações e serviços de Saúde, no mínimo, o montante equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas, constantes dos orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. A estimativa de acréscimo, em 2006, caso a regulamentação da EC-29, tivesse sido aprovada era de aproximadamente R$ 13 bilhões no orçamento federal com o financiamento da Saúde. A justificativa do PLC 01/2003 pode ser explicada comparando o aumento na arrecadação federal (receitas correntes) que cresceu, entre 2000 e 2005, na proporção de 18,6% para 22,4% do PIB, enquanto as despesas do Ministério da Saúde decresceram no mesmo período de 8,1% para 7,2% das receitas correntes. Essa regulamentação só será aprovada se for feito um amplo movimento de mobilização social pelo SUS que chegue ao interior do Congresso Nacional.
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