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Escola de Formação Complementar do Exército ESFCEX Comum as áreas dos Curso de Formação de Ofi ciais do Quadro Complementar (CFO/QC) e Curso de Formação de Capelães Militares (CF/CM: Administração; Ciências Contábeis; Comunicação Social; Direito; Informática; Magistério – Matemática; Magistério – Português; Capelão Católico e Capelão Evangélico JH082-19 Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br. www.novaconcursos.com.br sac@novaconcursos.com.br OBRA Escola de Formação Complementar do Exército - ESFCEX Comum as áreas dos Curso de Formação de Ofi ciais do Quadro Complementar (CFO/QC) e Curso de Formação de Capelães Militares (CF/CM: Administração; Ciências Contábeis; Comunicação Social; Direito; Informática; Magistério – Matemática; Magistério – Português; Capelão Católico e Capelão Evangélico Portaria Nº 0252 - EME, de 30 de Outubro de 2018 AUTORES Geografi a do Brasil - Profª Silvana Guimarães História do Brasil - Profª Silvana Guimarães Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO Elaine Cristina Leandro Filho DIAGRAMAÇÃO Danna Silva Elaine Cristina CAPA Joel Ferreira dos Santos APRESENTAÇÃO PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO. A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afi nal corremos contra o tempo, por isso a preparação é muito importante. Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado. Estar à frente é nosso objetivo, sempre. Contamos com índice de aprovação de 87%*. O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta. Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos. Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos online, questões comentadas e treinamentos com simulados online. Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida! Obrigado e bons estudos! *Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição. CURSO ONLINE PASSO 1 Acesse: www.novaconcursos.com.br/passaporte PASSO 2 Digite o código do produto no campo indicado no site. O código encontra-se no verso da capa da apostila. *Utilize sempre os 8 primeiros dígitos. Ex: JN001-19 PASSO 3 Pronto! Você já pode acessar os conteúdos online. SUMÁRIO GEOGRAFIA DO BRASIL A Organização do Espaço Brasileiro. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. A questão urbana brasileira: processos e estruturas. A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. A distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional ............................................................................................ 01 A Questão Regional no Brasil. A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas .............................. 20 O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sul americana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. A questão ambiental no Brasil. Os recursos minerais. As fontes de energia e os recursos hídricos. A biosfera e os climas do Brasil .......................................................................... 23 HISTÓRIA DO BRASIL Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. As atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. Os povos indígenas; escravidão, aldeamentos; ação jesuítica. Os povos africanos escravizados no Brasil. A conquista dos sertões; entradas e bandeiras. O exclusivo comercial português. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil ................................................................................................................................................ 01 O Brasil Monárquico A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. A Constituição de 1824. Militares: a Guarda Nacional e o Exército. A fase regencial (1831-1840). O Ato Adicional de 1834. As revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, a legislação, o fortalecimento do Estado, a economia cafeeira, a tributação. Modernização: economia e cultura na sociedade imperial. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, O movimento abolicionista e a abolição. A introdução do trabalho livre. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. O movimento republicano e o advento da República ............................................................................................................................................................................... 10 A República brasileira a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. A “Política dos governadores”. O coronelismo e o sistema eleitoral. O movimento operário. O tenentismo. A Revolução de 1930. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. O Estado Novo. O Brasil na II Guerra Mundial. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e cultura. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o período. O “milagre econômico”. A redemocratização. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e demais setores da sociedade. A campanha pelas eleições diretas. A Constituição de 1988. O Brasil de 1985 a 2013: economia, sociedade, política e cultura ...................................................................................................................................... 20 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados ....................................................................................................... 01 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais ....................................................................................................................................... 11 Domínio da ortografia oficial ...................................................................................................................................................................... 12 Emprego da acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................12 Domínio dos mecanismos de coesão textual . Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual ..................................................................................................... 18 Emprego de tempos e modos verbais ..................................................................................................................................................... 24 Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras ........................................................... 24 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração .............................................................................................. 66 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração ............................................................................................ 66 Emprego dos sinais de pontuação ........................................................................................................................................................... 75 Concordância verbal e nominal ..................................................................................................................................................................... 78 Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................... 85 Emprego do sinal indicativo de crase ........................................................................................................................................................ 90 Colocação dos pronomes átonos .............................................................................................................................................................. 92 Reescrita de frases e parágrafos do texto ............................................................................................................................................... 92 Substituição de palavras ou de trechos de texto ................................................................................................................................... 92 Análise do Discurso: pressupostos, subentendidos e implícitos..................................................................................................... 98 GEOGRAFIA DO BRASIL ÍNDICE A Organização do Espaço Brasileiro. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. A questão urbana brasileira: processos e estruturas. A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. A distribuição dos efetivos demográfi cos e os movimentos migratórios internos: refl exos sociais e espaciais. A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional .......................................................................................................................................................................... 01 A Questão Regional no Brasil. A regionalização do país: sua justifi cativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fi ns de planejamento. As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas .......................................... 20 O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sul americana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais e as classifi cações do relevo brasileiro. A questão ambiental no Brasil. Os recursos minerais. As fontes de energia e os recursos hídricos. A biosfera e os climas do Brasil ....................................................................................................................................... 23 1 G EO G RA FI A D O B RA SI L A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO. A INTEGRAÇÃO BRASILEIRA AO PROCES- SO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA; O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL; E OS INDICADORES SOCIAIS DO BRASIL. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, OS FATORES DE LOCALIZAÇÃO E AS SUAS REPERCUSSÕES: ECONÔMICAS, AMBIENTAIS E URBANAS. A REDE DE TRANSPORTES BRASILEIRA E SUA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO. A QUESTÃO URBANA BRASILEIRA: PROCESSOS E ESTRUTURAS. A AGROPE- CUÁRIA, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PROBLEMAS SOCIAIS RURAIS NO BRASIL, DINÂ- MICA DAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS E SUA EXPANSÃO PARA O CENTRO-OESTE E PARA A AMAZÔNIA. A POPULAÇÃO BRASILEIRA: EVOLUÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA. A DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS DEMOGRÁFICOS E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS IN- TERNOS: REFLEXOS SOCIAIS E ESPACIAIS. A DIVISÃO REGIONAL DO TRABALHO: O CEN- TRO-SUL COMO PÓLO DINÂMICO DA ECONOMIA NACIONAL. O Brasil é um país organizado em forma de República Federativa e está localizado na América do Sul, sendo o maior país dessa região continental, com uma área de 8.515.767,049 km². Politicamente, o território brasileiro é subdividido em 26 estados e o Distrito Federal, cuja capital é a cidade de Brasília. A área territorial do Brasil faz com que esse país seja o quinto maior do mundo, atrás somente de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Por essa razão, é caracterizado como um país continental ou país com dimensões continen- tais, uma vez que o tamanho de sua área é muito próximo ao de um dos continentes, no caso a Oceania. No total, o Brasil ocupa 47% da América do Sul – quase a metade, portanto – e não faz fronteira somente com dois países sul-americanos: Equador e Chile. A leste, o Brasil é banhado em uma vasta extensão pelo Oceano Atlântico, com um litoral que percorre um total de 7.367km², o que coloca o país como o 16º no ranking mundial de maiores áreas litorâneas. A população brasileira, de acordo com estimativas recentes divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), é de 202.033.270 habitantes, a quinta maior do planeta, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Indo- nésia. Desse total, a maior parte concentra-se nas áreas litorâneas, principalmente na região Sudeste. Como as taxas de crescimento demográfi co são baixas atualmente, é possível que nas próximas décadas o Brasil seja ultrapassado por Paquistão e Nigéria. Os aspectos físicos do Brasil indicam a presença de três principais formas de relevo: as planícies, os planaltos e as depressões relativas, não havendo depressões absolutas (abaixo do nível do mar) nem montanhas, apenas serras. Em uma dessas serras, a do Imeri, encontra-se o ponto mais alto do país, o Pico da Neblina, que possui uma altitude de 2.994 m acima do nível do mar. Em geral, essas características são resultantes do fato de o relevo brasileiro ser geologicamente antigo e também por não se encontrar nas áreas de encontro entre duas placas tectônicas, o que explica a não ocorrência de vulcões e de grandes e frequentes terremotos. Pelo mesmo motivo, o território do Brasil abriga apenas dois tipos de províncias geológicas: as bacias sedimentares e os crátons (plataformas continentais e escudos cristalinos), não existindo os do- bramentos modernos. Uma característica marcante do Brasil em termos naturais é a grande diversidade em termos de fauna e fl ora. No país, existe uma grande variedade de fl orestas, classifi cadas em seis grupos principais (Amazônica, Cerrado, Mata Atlân- tica, Caatinga, Araucárias e Pampa) e três residuais (Pantanal, Mata de Cocais e os Manguezais). Emnúmero de espécies de animais, o Brasil também se destaca, o que o classifi ca como o território de maior biodiversidade do planeta. Quanto aos aspectos econômicos do Brasil, destaca-se o fato de o país possuir um dos maiores PIBs (Produto In- terno Bruto) do mundo, com US$ 2,2 trilhões. No entanto, o seu PIB per capita, que é o valor dividido pela população, ainda é menor do que uma grande quantidade de países. Em termos gerais, a economia brasileira é caracterizada como de perfi l subdesenvolvido emergente, compondo o grupo de países que, eventualmente, podem apresentar um maior grau de desenvolvimento. O país também faz parte do grupo das economias em desenvolvimento altamente industria- lizadas, embora a maior parte dessas indústrias pertença a empresas estrangeiras. Em termos culturais, o Brasil apresenta uma imensa diversidade em costumes, folclores, religiões e tradições. Essa complexidade cultural também representa a grande miscigenação étnica existente no país, muito embora existam, em grande escala, problemas concernentes à intolerância e ao preconceito. O Brasil alcançou um papel de destaque no mundo nos últimos dez anos. A nação é uma das mais importantes dentro do bloco dos países emergentes e tem dado muitas demonstrações de força econômica e social. O Brasil melhorou economicamente, conseguiu reduzir a desigualdade social e tirou milhões de pessoas da extrema pobreza desde o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) 2013, a previsão é de que o Brasil, juntamente com China e Índia, responda por 40% da riqueza global em 2050. 2 G EO G RA FI A D O B RA SI L O destaque do Brasil como emergente também pos- sibilitou que o país conseguisse eleger o diplomata Ro- berto Azevêdo para o posto de diretor-geral da Organi- zação Mundial do Comércio. Esse fato demonstra que o país tem uma boa reputação internacional, pois essa é a primeira vez na história que um latino-americano alcança o posto máximo da organização. Outro ponto de destaque para o Brasil diz respeito a sua infl uência no cenário internacional. Os avanços so- ciais e econômicos do Brasil levaram o país a desenvolver uma imagem positiva no exterior. A ONU também tem destacado o papel do Brasil na diminuição do índice de pobreza mundial. A nação foi elogiada por ter elevado seus índices de educação e por ter aumentado o salário mínimo nos últimos anos. Dessa forma, o Brasil vem garantindo sua inserção so- berana no mundo e tem alcançado um protagonismo na América do Sul. Industrialização no Brasil A industrialização no Brasil foi historicamente tardia ou retardatária. Enquanto na Europa se desenvolvia a Pri- meira Revolução Industrial, o Brasil vivia sob o regime de economia colonial. Fatores da Industrialização no Brasil Vários fatores contribuíram para o processo de indus- trialização no Brasil: • a exportação de café gerou lucros que permiti- ram o investimento na indústria; • os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos; • a formação de uma classe média urbana consu- midora, estimulou a criação de indústrias; • a difi culdade de importação de produtos in- dustrializados durante a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) estimulou a indústria. A passagem de uma sociedade operária para uma ur- bano industrial, mudou a paisagem de algumas cidades brasileiras, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro. Resumo das fases do desenvolvimento industrial brasileiro Mais de trezentos anos sem indústrias Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822) não houve desenvolvimento industrial em nosso país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas em nosso território, para que os brasileiros consumissem os produtos manufaturados portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos ingleses. História do início da industrialização Foi somente no fi nal do século XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeiculto- res passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fá- bricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabrica- ção mais simples. A mão de obra usada nestas fábricas era, na maioria das vezes, formada por imigrantes ita- lianos. Era Vargas e desenvolvimento industrial Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um gran- de impulso. Vargas teve como objetivo principal efetivar a industrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com leis voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas protecionistas e investi- mentos em infraestrutura, a indústria nacional cresceu signifi cativamente nas décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento continuou restrito aos grandes centros urbanos da região sudeste, provocando uma grande dis- paridade regional. Durante este período, a indústria também se benefi - ciou com o fi nal da Segunda Guerra Mundial (1939-45), pois, os países europeus, estavam com suas indústrias ar- rasadas, necessitando importar produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil. Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um gran- de desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, fertilizantes, etc.). Período JK Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956 -1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e feições. JK abriu a economia para o capi- tal internacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi durante este período que ocorreu a instalação de mon- tadoras de veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys) em território brasileiro. Últimas décadas do século XX Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Bra- sil continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise econômica, ela tenha estagnado. Atualmente o Brasil possui uma boa base industrial, produzindo diver- sos produtos como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios in- dustrializados, eletrodomésticos, etc. Apesar disso, a in- dústria nacional ainda é dependente, em alguns setores, (informática, por exemplo) de tecnologia externa. 3 G EO G RA FI A D O B RA SI L Dados atuais - Felizmente, o Brasil está apresentando, embora pe- quena, recuperação na produção industrial. De acordo com dados do IBGE, divulgados em 1 de fevereiro de 2019, a indústria brasileira apresentou crescimento de 1,1% em 2018. Economica dos recursos naturais A economia dos recursos naturais é o ramo da econo- mia que lida com os aspectos da extração e exploração dos recursos naturais ao longo do tempo, e a sua opti- mização em termos económicos e ambientais.[1] Procura compreender o papel dos recursos naturais na economia, a fi m de desenvolver métodos de gestão mais sustentá- vel destes recursos para garantir a sua disponibilidade para as gerações futuras. O que se conhece por “economia dos recursos natu- rais” é um campo da teoria microeconômica que emerge das análises neoclássicas a respeito da utilização das ter- ras agrícolas, dos recursos minerais, dos peixes, dos re- cursos fl orestais madeireiros e não madeireiros, da água, todos os recursos naturais reprodutíveis e os não repro- dutíveis. (Maria Amélia Enriquez) - Renováveis - São recursos compatíveis com o hori- zonte de vida do homem. Ex: solos, ar, águas, fl orestas, fauna e fl ora. - Não Renováveis - São recursos que necessitam de eras “geológicas” para sua formação. Ex: Os minérios em geral e os combustíveis fósseis (petróleo e gás natural).“Um recurso que é extraído mais rápido do que é renovado por Processos naturais é um recurso não re- novável. Um recurso que é Reposto tão rápido quanto é extraído é certamente renovável” (Irene Domenes Za- pparoli). O principal critério para a classifi cação dos recursos naturais é a capacidade de recomposição de um recur- so no horizonte do tempo humano. Um recurso que é extraído mais veloz do que é renovado por processos naturais é um recurso não-renovável. Um recurso que é reposto tão rápido quanto é retirado é certamente um recurso renovável. Em relação a Economia dos Recursos Naturais temos a atual classifi cação: - Renováveis: solos, ar, águas, fl orestas, fauna e fl ora no geral. - Não renováveis, ou exauríveis, esgotáveis ou não re- produtíveis: minérios, combustíveis. O estudo da economia dos recursos naturais tem adquirido importância crescente em várias correntes do pensamento econômico, mas a abordagem dominante ainda é a da economia neoclássica (também chamada de economia convencional). Existem basicamente 4 tipos de Recursos Naturais: - Recursos Minerais: água, solo, ouro, prata, cobre, bronze; - Recursos Energéticos: sol, vento, petróleo, gás; - Recursos Renováveis: madeira, peixes, vegetais – podem ser fi nitos, a depender do seu grau de utilização - Recursos Não-Renováveis: petróleo, gás, demais minérios – podem ser recuperados, porém em escalas de tempo sobre-humanas. Como podemos perceber analisando o breve esque- ma acima a maioria dos recursos naturais, mesmo os renováveis, podem não ser inesgotáveis, principalmente se forem utilizados de maneira irresponsável e em lar- ga escala. Com isso, talvez o maior desafi o, não somente dos gestores ambientais, mas de toda a espécie huma- na, seja justamente o de conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação e conservação do meio ambiente. E uma boa alternativa pode ser, realmente, a utili- zação de fontes de energia limpas, baratas e econo- micamente viáveis, para que sejam atendidas todas as necessidades energéticas da humanidade, porém, sem prejudicar nem esgotar as reservas naturais, preservan- do-as e conservando-as para as próximas gerações que estão por vir. Diversas soluções criativas e viáveis vêm surgindo, dia após dia, em todo o mundo. Painéis solares à base de garrafas PET, biodigestores, moinhos e cataventos ge- radores de energia eólica, geradores de energia a par- tir das ondas do mar, carregadores de celular à base de energia solar, carros movidos à energia elétrica ou solar, computadores que funcionam movidos a pedais de bici- cleta, enfi m, uma verdadeira infi nidade de ideias inova- doras que, com investimento e, sobretudo, boa vontade, podem perfeitamente ajudar a solucionar boa parte dos problemas ambientais, nesse caso, suprir nossas necessi- dades energéticas de locomoção e bem-estar. Estrutura fundiária do Brasil A estrutura fundiária corresponde ao modo como as propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, que facilita a compreensão das desigualdades que acontecem no campo. A desigualdade estrutural fundiária brasileira confi gu- ra como um dos principais problemas do meio rural, isso por que interfere diretamente na quantidade de postos de trabalho, valor de salários e, automaticamente, nas condições de trabalho e o modo de vida dos trabalha- dores rurais. No caso específi co do Brasil, uma grande parte das terras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, essas pessoas são conhecidas como latifundiários. Já os minifundiários são proprietá- rios de milhares de pequenas propriedades rurais espa- lhadas pelo país, algumas são tão pequenas que muitas vezes não conseguem produzir renda e a própria subsis- tência familiar sufi ciente. Diante das informações, fi ca evidente que no Brasil ocorre uma discrepância em relação à distribuição de terras, uma vez que alguns detêm uma elevada quan- tidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspectos caracterizam a concentração fundiária brasileira. É importante conhecer os números que revelam quantas são as propriedades rurais e suas extensões: existem pelo menos 50.566 estabelecimentos rurais infe- rior a 1 hectare, essas juntas ocupam no país uma área de 4 G EO G RA FI A D O B RA SI L 25.827 hectares, há também propriedades de tamanho superior a 100 mil hectares que juntas ocupam uma área de 24.047.669 hectares. Outra forma de concentração de terras no Brasil é proveniente também da expropriação, isso signifi ca a venda de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiários com intuito de pagar dívidas geralmente geradas em empréstimos bancários, como são muito pe- quenas e o nível tecnológico é restrito diversas vezes não alcançam uma boa produtividade e os custos são eleva- dos, dessa forma, não conseguem competir no mercado, ou seja, não obtêm lucros. Esse processo favorece o sis- tema migratório do campo para a cidade, chamado de êxodo rural. A problemática referente à distribuição da terra no Brasil é produto histórico, resultado do modo como no passado ocorreu a posse de terras ou como foram con- cedidas. A distribuição teve início ainda no período colonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, caracterizada pela entrega da terra pelo dono da capita- nia a quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, como no passado a divisão de terras foi desigual os re- fl exos são percebidos na atualidade e é uma questão ex- tremamente polêmica e que divide opiniões. Agricultura no Brasil atual Atualmente, a agricultura no Brasil é marcada pelo processo de mecanização e expansão das atividades em direção à região Norte. A atividade do setor agrícola é uma das mais impor- tantes da economia brasileira, pois, embora componha pouco mais de 5% do PIB brasileiro na atualidade, é res- ponsável por quase R$100 bilhões em volume de expor- tações em conjunto com a pecuária, segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). A pro- dução agrícola no Brasil, portanto, é uma das principais responsáveis pelos valores da balança comercial do país. Ao longo da história, o setor da agricultura no Brasil passou por diversos ciclos e transformações, indo desde a economia canavieira, pautada principalmente na pro- dução de cana-de-açúcar durante o período colonial, até as recentes transformações e expansão do café e da soja. Atualmente, essas transformações ainda ocorrem, sobre- tudo garantindo um ritmo de sequência às transforma- ções técnicas ocorridas a partir do século XX, como a me- canização da produção e a modernização das atividades. A modernização da agricultura no Brasil atual está diretamente associada ao processo de industrialização ocorrido no país durante o mesmo período citado, fator que foi responsável por uma reconfi guração no espaço geográfi co e na divisão territorial do Brasil. Nesse novo panorama, o avanço das indústrias, o crescimento do se- tor terciário e a aceleração do processo de urbanização colocaram o campo economicamente subordinado à ci- dade, tornando-o dependente das técnicas e produções industriais (máquinas, equipamentos, defensivos agríco- las etc.). Podemos dizer que a principal marca da agricultura no Brasil atual – e também, por extensão, a pecuária – é a formação dos complexos agrícolas, notadamente desen- volvidos nas regiões que englobam os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Para- ná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, destacam-se a produção de soja, a carne para exportação e também a cana-de-açúcar, em razão do aumento da necessidade nacional e internacio- nal por etanol. Na região Sul do país, a produção agrícola é carac- terizada pela ocupação histórica de grupos imigrantes europeus, pela expansão da soja voltada para a exporta- ção nos últimos decênios e pela intensivamodernização agrícola. Essa confi guração é preponderante no oeste do Paraná e de Santa Catarina, além do norte do Rio Grande do sul. Além da soja, cultivam-se também, em larga esca- la, o milho, a cana-de-açúcar e o algodão. Na pecuária, a maior parte da produção é a de carne de porco e de aves. Na região Sudeste, assim como na região sul, a me- canização e produção com base em procedimentos in- tensivos de alta tecnologia são predominantes. Embora seja essa a região em que a agricultura encontra-se mais completamente subordinada à indústria, destacam-se os altos índices de produtividade e uso do solo. Por outro lado, com a maior presença de maquinários, a geração de empregos é limitada e, quando muito, gerada nas agroindústrias. As principais culturas cultivadas são o café, a cana-de-açúcar e a fruticultura, com ênfase para os laranjais. Produção cafeeira em Alfenas, Minas Gerais Na região Nordeste, por sua vez, encontra-se uma relativa pluralidade. Na Zona da Mata, mais úmida, pre- domina o cultivo das plantations, presente desde tempos coloniais, com destaque novamente para a cana, voltada atualmente para a produção de álcool e também de açú- car. Nas áreas semiáridas, ressalta-se a presença da agri- cultura familiar e também de algumas zonas com uma produção mais mecanizada. O principal cultivo é o de frutas, como o melão, a uva, a manga e o abacaxi. Além disso, a agricultura de subsistência também possui um importante papel. Já a região Centro-Oeste é a área em que mais se expande o cultivo pela produção mecanizada, que se expande em direção à Amazônia e vem pressionando a expansão da fronteira agrícola para o norte do país. A Re- volução Verde, no século passado, foi a principal respon- sável pela ocupação dos solos do Cerrado nessa região, 5 G EO G RA FI A D O B RA SI L pois permitiu o cultivo de diversas culturas em seus solos de elevada acidez. O principal produto é a soja, também voltada para o mercado externo. Produção mecanizada de soja no Mato Grosso Por fi m, a região Norte é caracterizada por receber, atualmente, as principais frentes de expansão, vindas do Nordeste e do Centro-Oeste. A região do “matopiba” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por exemplo, é a área onde a pressão pela expansão das atividades agrá- rias ocorre mais intensamente, o que torna a região Nor- te como o futuro centro de crescimento do agronegócio brasileiro. As atividades mais praticadas nessa região ain- da são de caráter extensivo e de baixa tecnologia, com ênfase na pecuária primitiva, na soja em expansão e em outros produtos, que passam a competir com o extrati- vismo vegetal existente. Pecuária extensiva na área de expansão agrícola da região Norte As relações de trabalho no campo Diminuição do sistema de parceria: Com a capitalização do campo, as relações de traba- lho tradicionais vão desaparecendo porque são substi- tuídas pelo trabalho assalariado, ou porque o proprietá- rio prefere deixar a terra ociosa á espera de valorização. Expansão de um regime associativo: Com a capitalização do campo, as relações de traba- lho tradicionais tendiam a desaparecer mais, porque são substituídas pelo trabalho assalariado, no entanto, para diminuir custo e encargos, as grandes empresas desen- volveram uma nova forma de trabalhar no campo, incen- tivando o pequeno e o médio produtor a produzir para eles. Agricultura Familiar x Agricultura Comercial A produção agrícola no Brasil está organizada basi- camente em dois modelos. A agricultura familiar repre- senta boa parte do estabelecimento agrícolas brasileiros, e se dedica basicamente à produção de alimentos que abastecem o mercado interno. Nesse tipo de agricultu- ra, as técnicas empregadas são em geral rudimentares, ou seja, sem um elevado grau tecnológico. São utiliza- das técnicas que não contribuem para elevada produti- vidade, como por exemplo as queimadas, ou mesmo a rotação de culturas e pousio. Esse agricultores contam com o apoio de programas de acesso ao crédito, como o “Pronaf”, contudo ainda tem difi culdades na aquisição dos insumos agrícolas, como fertilizantes e maquinário. Por outro lado, a agricultura comercial, também co- nhecida como agronegócio, baseia-se na produção em larga escala das chamadas COMMODITIES agrícolas, principalmente de grãos como a soja, milho e café. Esses produtos tem grande demanda mundial, e tem seus valo- res defi nidos por ela. São produzidos em grandes exten- sões de terra, uma vez que a abundância delas no Brasil reduz seu valor. Como esses agricultores detêm elevado poder econômico ocorre a aquisição de largas faixas do território brasileiro, com destaque para as regiões Cen- tro-Oeste e mais recentemente Norte e Nordeste (oeste da Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão). Em termos de tecnologia, a agricultura comercial faz uso intensivo de maquinário, fertilizantes químicos, pes- ticidas, ou mesmo organismos geneticamente alterados (OGM`s). O emprego da tecnologia garante a esses pro- dutores agrícolas grande efi ciência na produção, o que também repercute em lucros elevados. As lavouras tam- bém são restritas a um único tipo de cultivo, as chamadas “monoculturas de exportação”. É importante destacar que essas lavouras respondem por 22% do PIB brasilei- ro e que promovem crescimento econômico também no setor secundário, por meio da produção de máquinas e equipamentos utilizados no plantio/colheita, bem como no setor terciário, uma vez que dependem do armazena- mento, transporte e comércio de sua produção. Em resumo, enquanto a agricultura familiar é marca- da pela diversidade de cultivos, a agricultura comercial está diretamente a atrelada a elevada produção de ape- nas um gênero agrícola. A Geografi a dos confl itos fundiários no Brasil Os confl itos fundiários são disputas pela posse da terra presentes ao longo de toda a história brasileira. Eles estão ligados basicamente a grande abundância desse fator produtivo (a terra), aliada aos processos concentra- dores, bem como a consolidação de um cenário de gran- de desigualdade social no campo. Em 1850, a promulga- ção da Lei de Terras, estabeleceu a compra como único 6 G EO G RA FI A D O B RA SI L meio de obtenção desse importante recurso produtivo. Dessa forma, as elites agrárias foram benefi ciadas, dado que elas dispunham do poder econômico, o que lhes conferiu grande vantagem na aquisição de vastas áreas. Ao mesmo tempo, os pequenos agricultores, destituídos do poder econômico (e também político), acabaram por se manter a margem da aquisição de terras. Os resultados da Lei de Terras associados a outros fa- tos históricos, repercutem nos dias atuais. No entanto, há uma nítida concentração das disputas que envolvem a terra na região de expansão da fronteira agrícola, basicamente na região Norte do país. Entende-se como fronteira agrícola, as áreas incorporadas pela agrope- cuária ao longo do século XX. Ao fi nal dos ano 1940, a elevação dos preços da terra na região Sudeste e Sul, associada à necessidade de expansão das lavouras, mo- tivou a abertura de novas faixas produtivas no território brasileiro. Elas se concentraram, inicialmente, ao norte do estado do Paraná, e na porção sul do atual Mato Gros- so do Sul. A baixa aptidão agrícola dos solos do Cerra- do, típicos da região Centro-Oeste do Brasil, foi resol- vida por meio da biotecnologia utilizada pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), que desenvolveu sementes adaptadas às restrições pedoló- gicas. Simultaneamente, o governo brasileiro, por meio de incentivos fi scais (descontos e isenções de impostos) na compra da terra, estimulou o avanço da agropecuá- ria para a fronteira agrícola. Contudo, a medida que a agropecuária se consolidava nessa porção do território brasileiro, as empresas agrícolas, detentoras de capital, e tecnologia de ponta, passaram a se estabelecer no espa- ço antes ocupados por pequenos e médios agricultores. Êxodo rural O êxodorural corresponde ao processo de migração em massa da população do campo para as cidades, fe- nômeno que costuma ocorrer em um período de tempo considerado curto, como o prazo de algumas décadas. Trata-se de um elemento diretamente associado a várias dinâmicas socioespaciais, tais como a urbanização, a in- dustrialização, a concentração fundiária e a mecanização do campo. Um dos maiores exemplos de como essa questão costuma gerar efeitos no processo de produção do espa- ço pode ser visualizado quando analisamos a conjuntura do êxodo rural no Brasil. Sua ocorrência foi a grande responsável pela aceleração do processo de urbanização em curso no país, que aconteceu mais por valores repul- sivos do que atrativos, isto é, mais pela saída de pessoas do campo do que pelo grau de atratividade social e fi - nanceira das cidades brasileiras. O êxodo rural no Brasil ocorreu, de forma mais inten- sa, em apenas duas décadas: entre 1960 e 1980, man- tendo patamares relativamente elevados nas décadas seguintes e perdendo força total na entrada dos anos 2000. Segundo estudos publicados pela Embrapa (Em- presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o êxodo ru- ral, nas duas primeiras décadas citadas, contribuiu com quase 20% de toda a urbanização do país, passando para 3,5% entre os anos 2000 e 2010.¹ De acordo com o Censo Demográfi co de 2010 divul- gado pelo IBGE, o êxodo rural é, realmente, desacelerado nos tempos atuais. Em comparação com o Censo ante- rior (2000), quando a taxa de migração campo-cidade por ano era de 1,31%, a última amostra registrou uma queda para 0,65%. Esses números consideraram as por- centagens em relação a toda a população brasileira. Se considerarmos os valores do êxodo rural a partir do número de migrantes em relação ao tamanho total da população residente no campo no Brasil, temos que, entre 2000 e 2010, a taxa de êxodo rural foi de 17,6%, um número bem menor do que o da década anterior: 25,1%. Na década de 1980, essa taxa era de 26,42% e, na déca- da de 1970, era de 30,02%. Portanto, nota-se claramente a tendência de desaceleração, ao passo que as regiões Centro-Oeste e Norte, até mesmo, apresentam um pe- queno crescimento no número de habitantes do campo. Os principais fatores responsáveis pela queda do êxo- do rural no Brasil são: a quantidade já escassa de tra- balhadores rurais no país, exceto o Nordeste, que ainda possui uma relativa reserva de migrantes; e os investi- mentos, mesmo que tímidos, para os pequenos produto- res e agricultores familiares. Existem, dessa forma, vários programas sociais do governo para garantir que as pes- soas encontrem melhores condições de vida no campo, embora esses investimentos não sejam considerados tão expressivos. 7 G EO G RA FI A D O B RA SI L Entre os efeitos do êxodo rural no Brasil, podemos destacar: – Aceleração da urbanização, que ocorreu concentra- da, sobretudo, nas grandes metrópoles do país, sobre- tudo as da região sudeste ao longo do século XX. Essa concentração ocorreu, principalmente, porque o êxodo rural foi acompanhado de uma migração interna no país, em direção aos polos de maiores atratividades econômi- cas e com mais acentuada industrialização; – Expansão desmedida das periferias urbanas, com a formação de habitações irregulares e o crescimento das favelas em várias metrópoles do país; – Aumento do desemprego e do emprego informal: o êxodo rural, acompanhado do crescimento das cida- des, propiciou o aumento do setor terciário e também do campo de atuação informal, gerando uma maior precarização das condições de vida dos trabalhadores. Além disso, com um maior exército de trabalhadores de reserva nas cidades, houve uma maior elevação do de- semprego; – Formação de vazios demográfi cos no campo: em regiões como o Sudeste, o Sul e, principalmente, o Cen- tro-Oeste, formaram-se verdadeiros vazios demográfi cos no campo, com densidades demográfi cas praticamente nulas em várias áreas. Já entre as causas do êxodo rural no Brasil, é pos- sível citar: – Concentração da produção do campo, na medida em que a menor disponibilidade de terras proporciona maior mobilidade da população rural de média e baixa renda; – Mecanização do campo, com a substituição dos trabalhadores rurais por maquinários, gerando menos empregos no setor primário e forçando a saída da popu- lação do campo para as cidades; – Fatores atrativos oferecidos pelas cidades, como mais empregos nos setores secundário e terciário, o que foi possível graças ao rápido – porém tardio – processo de industrialização vivido pelo país na segunda metade do século XX. Agronegócio e a produção agropecuária brasileira O agronegócio, que atualmente recebe o nome de agrobusiness (agronegócios em inglês), corresponde à junção de diversas atividades produtivas que estão dire- tamente ligadas à produção e subprodução de produtos derivados da agricultura e pecuária. Quando se fala em agronegócio é comum associar somente a produção in natura, como grãos e leite, por exemplo, no entanto esse segmento produtivo é muito mais abrangente, pois existe um grande número de par- ticipantes nesse processo. O agronegócio deve ser entendido como um proces- so, na produção agropecuária intensiva é utilizado uma série de tecnologias e biotecnologias para alcançar níveis elevados de produtividade, para isso é necessário que al- guém ou uma empresa forneça tais elementos. Diante disso, podemos citar vários setores da eco- nomia que faz parte do agronegócio, como bancos que fornecem créditos, indústria de insumos agrícolas (fer- tilizantes, herbicidas, inseticidas, sementes selecionadas para plantio entre outros), indústria de tratores e peças, lojas veterinárias e laboratórios que fornecem vacinas e rações para a pecuária de corte e leiteira, isso na primeira etapa produtiva. Posteriormente a esse processo são agregados no- vos integrantes do agronegócio que correspondem às agroindústrias responsáveis pelo processamento da ma- téria-prima oriunda da agropecuária. A agroindústria realiza a transformação dos produtos primários da agropecuária em subprodutos que podem inserir na produção de alimentos, como os frigorífi cos, indústria de enlatados, laticínios, indústria de couro, bio- combustíveis, produção têxtil entre muitos outros. A produção agropecuária está diretamente ligada aos alimentos, processados ou não, que fazem parte do nos- so cotidiano, porém essa produção é mais complexa, isso por que muitos dos itens que compõe nossa vida são oriundos dessa atividade produtiva, madeira dos móveis, as roupas de algodão, essência dos sabonetes e grande parte dos remédios têm origem nos agronegócios. A partir de 1970, o Brasil vivenciou um aumento no setor agroindustrial, especialmente no processamento de café, soja, laranja e cana-de-açúcar e também criação de animais, principais produtos da época. A agroindústria, que corresponde à fusão entre a produção agropecuária e a indústria, possui uma inter- dependência com relação a diversos ramos da indústria, pois necessitam de embalagens, insumos agrícolas, irri- gação, máquinas e implementos. Esse conjunto de interações dá à atividade alto grau de importância econômica para o país, no ano de 1999 somente a agropecuária respondeu por 9% do PIB do Brasil, entretanto, se enquadrarmos todas as atividades (comercial, fi nanceira e serviços envolvidos) ligadas ao setor de agronegócios esse percentual se eleva de for- ma signifi cativa com a participação da agroindústria para aproximadamente 40% do PIB total. Esse processo também ocorre nos países centrais, nos quais a agropecuária responde, em média, por 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas os agronegócios ou agrobusiness representam um terço do PIB. Essas carac- terísticas levam os líderes dos Estados Unidos e da União Europeia a conduzir sua produção agrícola de modo subsidiado pelos seus respectivos governos, esses criam medidas protecionistas (barreiras alfandegárias, impe-dimento de importação de produtos de bens agrícolas) para preservar as atividades de seus produtores. Em suma, o agronegócio ocupa um lugar de desta- que na economia mundial, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, pois garan- te o sustento alimentar das pessoas e sua manutenção, além disso, contribui para o crescimento da exportação e do país que o executa. População brasileira A Geografi a Humana do Brasil tem por objetivo ana- lisar as características da população brasileira, a diversi- dade étnica e cultural, os aspectos socioeconômicos, o quantitativo e a distribuição populacional, a divisão re- gional, entre outros temas relacionados. Para entender- mos a atual estrutura da população brasileira, é impor- tante uma abordagem histórica da ocupação do país e a formação da identidade nacional. O Brasil é considerado um dos países de maior diver- sidade étnica do mundo, sua população apresenta carac- 8 G EO G RA FI A D O B RA SI L terísticas dos colonizadores europeus (brancos), dos negros (africanos) e dos indígenas (população nativa), além de elementos dos imigrantes asiáticos. A construção da identidade brasileira levou séculos para se formar, sendo fruto da miscigenação (interação entre diferentes etnias) entre os povos que aqui vivem. Além de miscigenado, o Brasil é um país populoso. De acordo com dados do último Censo Demográfi co, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), a população total do país é de 190.755.799 habitan- tes. Essa quantidade faz do Brasil o quinto mais populoso do mundo, atrás da China, Índia, Estados Unidos da América (EUA) e Indonésia, respectivamente. Apesar de populoso, o Brasil é um país pouco povoado, pois a densidade demográfi ca (população relativa) é de apenas 22,4 habitantes por quilômetro quadrado. Outro fato que merece ser destacado é a distribuição desigual da população no território nacional. Um exemplo desse processo é a comparação entre o contingente populacional do estado de São Paulo (41,2 milhões) com o da região Centro-Oeste (14 milhões). Origens do Povo Brasileiro O povo brasileiro foi originado a partir da miscigenação entre diferentes etnias. A população brasileira é bastante miscigenada. Isso ocorreu em razão da mistura de diversos grupos humanos que aconteceu no país. São inúmeras as raças que favoreceram a formação do povo brasileiro. Os principais grupos foram os povos indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos. Povos indígenas: antes do descobrimento do Brasil, o território já era habitado por povos nativos, nesse caso, os índios. Existem diversos grupos indígenas no país, entre os principais estão: Karajá, Bororo, Kaigang e Yanomani. No passado, a população desses índios era de quase 2 milhões de pessoas. Povos africanos: grupo humano que sofreu uma migração involuntária, pois foram capturados e trazidos para o Brasil, especialmente entre os séculos XVI e XIX. Nesse período, desembarcaram no Brasil milhões de negros africanos, que vieram para o trabalho escravo. Os escravos trabalharam especialmente no cultivo da cana-de-açúcar e do café. Imigrantes europeus e asiáticos: os primeiros europeus a chegarem ao Brasil foram os portugueses. Mais tarde, por volta do século XIX, o governo brasileiro promoveu a entrada de um grande número de imigrantes europeus e tam- bém asiáticos. Na primeira metade do século XX, pelo menos quatro milhões de imigrantes desembarcaram no Brasil. Dentre os principais grupos humanos europeus, destacam-se: portugueses, espanhóis, italianos e alemães. Em relação aos povos asiáticos, podemos destacar japoneses, sírios e libaneses. Tendo em vista essa diversidade de raças, culturas e etnias, o resultado só poderia ser uma miscigenação, a qual promoveu uma grande riqueza cultural. Por esse motivo, encontramos inúmeras manifestações culturais, costumes, pratos típicos, entre outros aspectos. A demografi a – ou Geografi a da População – é a área da ciência que se preocupa em estudar as dinâmicas e os pro- cessos populacionais. Para entender, por exemplo, a lógica atual da população brasileira é necessário, primeiramente, entender alguns conceitos básicos desse ramo do conhecimento. População absoluta: é o índice geral da população de um determinado local, seja de um país, estado, cidade ou região. Exemplo: a população absoluta do Brasil está estimada em 180 milhões de habitantes. Densidade demográfi ca: é a taxa que mede o número de pessoas em determinado espaço, geralmente medida em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²). Também é chamada de população relativa. Superpovoamento ou superpopulação: é quando o quantitativo populacional é maior do que os recursos sociais e econômicos existentes para a sua manutenção. FIQUE ATENTO! Qual a diferença entre um local, populoso, densamente povoado e superpovoado? Um local densamente povoado é um local com muitos habitantes por metro quadrado, enquanto que um local populoso é um local com uma população muito grande em termos absolutos e um lugar superpovo- ado é caracterizado por não ter recursos sufi cientes para abastecer toda a sua população. Exemplo: o Brasil é populoso, porém não é densamente povoado. O Bangladesh não é populoso, porém superpovoado. O Japão é um país populoso, densamente povoado e não é superpovoado. Taxa de natalidade: é o número de nascimentos que acontecem em uma determinada área. Taxa de fecundidade: é o número de nascimentos bem sucedidos menos o número de óbitos em nascimentos. Taxa de mortalidade: é o número de óbitos ocorridos em um determinado local. Crescimento natural ou vegetativo: é o crescimento populacional de uma localidade medido a partir da diminui- ção da taxa de natalidade pela taxa de mortalidade. Crescimento migratório: é a taxa de crescimento de um local medido a partir da diminuição da taxa de imigração (pessoas que chegam) pela taxa de emigração (pessoas que se mudam). Crescimento populacional ou demográfi co: é a taxa de crescimento populacional calculada a partir da soma entre o crescimento natural e o crescimento migratório. 9 G EO G RA FI A D O B RA SI L Migração pendular: aquela realizada diariamente no cotidiano da população. Exemplo: ir ao trabalho e voltar. Migração sazonal: aquela que ocorre durante um determinado período, mas que também é temporária. Exemplo: viagem de férias. Migração defi nitiva: quando se trata de algum tipo de migração ou mudança de moradia defi nitiva. Êxodo rural: migração em massa da população do campo para a cidade durante um determinado período. Lembre-se que uma migração esporádica de campo para a cidade não é êxodo rural. Metropolização: é a migração em massa de pessoas de pequenas e médias cidades para grandes metrópoles ou regiões metropolitanas. Desmetropolização: é o processo contrário, em que a população migra em massa para cidades menores, so- bretudo as cidades médias. População A população brasileira está irregularmente distribuída no território, isso fi ca evidente quando se compara algu- mas regiões ou estados, o Sudeste do país, por exemplo, apresenta uma densidade demográfi ca de 87 hab/km2, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul reúnem juntas 88% da população, distribuída em 36% de todo o território, fato contrário à densidade demográfi ca do Norte e Cen- tro-Oeste, que são, respectivamente, 4,1 hab/km2 e 8,7 hab/km2, correspondendo a 64% do território total. Os brasileiros atualmente exercem um grande fl uxo migra- tório, internacional e nacionalmente, nesse processo é importante salientar a diferença entre emigração (saída voluntária do país de origem) e imigração (o ato de esta- belecer-se em país estrangeiro). Acerca das migrações externas o signifi cado está no fl uxo de pessoas que saem do seu país para viver, ou mesmo visitar, outro país, geralmente países desen- volvidos; já as migrações internas caracterizam-se pelo deslocamento populacional que se realiza dentro de um mesmo país, seja entreregiões, estado ou municípios. No Brasil cerca de 40% dos habitantes residem fora dos mu- nicípios que nasceram. Os principais fl uxos migratórios no Brasil estão voltados para os nordestinos que saem em direção ao Sudeste e Cen- tro-Oeste, isso muita vezes é provocado devido às questões de seca, falta de emprego, baixo índice de industrialização em relação às outras regiões, dentre outros fatores. Outro fl uxo bastante difundido é em relação aos mi- grantes do Sul que saem em direção às regiões do Cen- tro-Oeste e Norte, esse processo deve-se aos agriculto- res gaúchos que procuram novas áreas de cultivo com preços mais baixos. GEOGRAFIA DO BRASIL Crescimento e Distribuição da População Brasileira A população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE, 2014) fi ca em torno de 203 milhões de habitantes distribuídos pelas 26 unida- des de federação e 5.570 municípios e o Distrito Federal. Com isso podemos ter dados do crescimento e distri- buição da população brasileira. Três estados em particular, São Paulo (44 milhões de habitantes, taxa de 21,7% do total da população), Mi- nas Gerais (20,7 milhões, taxa de 10,2%) e Rio de Janeiro (16,5 milhões, taxa de 8,1%) concentram 40% da popula- ção. São 27 capitais que condensam 23,8% da população do país, índice que vem se mantendo estável há mais de uma década. Embora as grandes cidades estejam mantendo uma maior concentração populacional, existe um desloca- mento para o interior do Brasil, preferencialmente para as cidades de médio porte, que variam de 100 a 500 mil habitantes. Mais informações sobre o crescimento e distribui- ção da população brasileira De 1970 até a atualidade, a parcela urbana da po- pulação brasileira cresceu de 58% naquela década para 80% em 2000, havendo uma estimativa de crescimento populacional, verifi cando-se que as aglomerações urba- nasdas Regiões Norte e Centro-Oeste crescem mais do que os centros urbanos já estabelecidos do eixo Sudeste- -Sul, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Houve um crescimento mais intenso, entre 2001 e 2005, da população brasileira nas regiões Norte e Cen- tro-Oeste, enquanto que na região Sudeste e Sul um rá- pido crescimento urbano ocorreu. A região Centro-Oeste teve a experiência de ter a maior taxa de crescimento anual (4,9%), justifi cado pela ocorrência de fl uxos migra- tórios relativos a atividades de expansão econômica. A menor taxa de crescimento e distribuição da po- pulação brasileira, desde a década de 1990, é apresen- tada pela região Nordeste, que embora apresente índi- ces elevados de natalidade, possui uma abundância de oferta de mão de obra barata que provoca a migração para a região Sudeste, que possui uma demanda grande de empregos para atender às necessidades do desenvol- vimento concentrado nos polos dinâmicos da economia brasileira. Os processos de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na Europa que esse continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao mesmo tem- po, o processo de urbanização intensifi ca o consumo nas cidades, o que acarreta a produção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da atividade industrial. A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço geográfi co, pois interfere nos fl uxos populacionais, reorganiza as atividades nos con- textos da sociedade e promove a instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas. A atividade industrial, por defi nição, corresponde ao arranjo de práticas econômi- cas em que o trabalho e o capital transformam maté- rias-primas ou produtos de base em bens de produção e consumo. Com o avanço nos sistemas de comunicação e trans- porte – fatores que impulsionaram a globalização –, pra- ticamente todos os povos do mundo passaram a con- 10 G EO G RA FI A D O B RA SI L sumir produtos industrializados, independentemente da distância entre o seu local de produção e o local de consu- mo. Estabelece-se, com isso, uma rede de infl uências que atua em escalas que vão do local ao global. Graças ao processo de industrialização e sua ampla difusão pelo mundo, incluindo boa parte dos países subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também cresceu, a ponto de, segundo dados da ONU, o mundo ter se tornado, pela primeira vez, majoritariamente urba- no, isto é, com a maior parte da população residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante. Mas como a industrialização interfere na urbaniza- ção? É errôneo pensar que a industrialização é o único fa- tor que condiciona o processo de urbanização. Afi nal, tal fenômeno está relacionado também a outros even- tos, que envolvem dinâmicas macroeconômicas, sociais e culturais, além de fatores específi cos do local. No en- tanto, a atividade industrial exerce uma infl uência quase que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço rural, que vê uma gradativa diminuição de seu contin- gente populacional em termos proporcionais. No meio rural, o processo de industrialização inter- fere com a produção e inserção de modernos maquiná- rios no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras, semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão de obra anteriormente empregada é substituída por má- quinas e técnicos qualifi cados em operá-las. Como con- sequência, boa parte dessa população passa a residir em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez maiores e mais povoadas. Vale lembrar que a mecanização não é o único fator responsável pelo processo de migração em mas- sa do campo para a cidade, o que chamamos de êxodo rural, mas é um dos elementos mais importantes nesse sentido. Além disso, a industrialização das cidades faz com que elas se tornem mais atrativas em termos de migra- ções internas, o que provoca o aumento de seus espaços graças à maior oferta de empregos, tanto na produção fabril em si quanto no espaço da cidade, que demandará mais trabalho no setor comercial e também na prestação de serviços. Não por acaso, os primeiros países a industrializem- -se foram também os primeiros a conhecer a urbani- zação em sua versão moderna, tornando-se territórios verdadeiramente urbano-industriais. Atualmente, esse processo vem ocorrendo em países emergentes e sub- desenvolvidos, tal qual o Brasil, que passou por isso ao longo de todo o século XX. Segundo a ONU, até 2030, todas as regiões do mundo terão mais pessoas vivendo nas cidades do que no meio rural. O grande gargalo desse modelo é o crescimen- to acelerado das cidades, que contribui para fomentar a macrocefalia urbana, quando há o inchaço urbano, com problemas ambientais e sociais, além da ausên- cia de infraestruturas, crescimento da periferização e do trabalho informal, excesso de poluição, entre outros pro- blemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 900 milhões de pessoas estarão vivendo em favelas, em con- dições precárias de moradia e habitação. Mercado de Trabalho Mercado de Trabalho é um conceito utilizado para explicar a procura e a oferta das atividades remuneradas oferecidas pelas pessoas ao setor público e ao privado. O mercado de trabalho acompanhou a expansão da economia e as taxas de desemprego chegaram a regis- trar somente 4% de desocupação. Cada vez mais, exige-se o ensino médio para as pro- fi ssões mais elementares, conhecimento básico de inglês e informática. Devido a desigualdade social do país, nem sempre esses requisitos serão cumpridos durante a vida escolar. O melhor é se dedicar aos estudos, fazer um bom cur- rículo, acumular experiências de trabalho voluntário e se preparar para entrevistas. Por isso, é preciso abandonar de vez a ideia de traba- lho infantil e lembrar que uma criança que não estudou durantea infância será um adulto com menos chances de conseguir um bom emprego. Desde 2016, a taxa de desemprego tem crescido e isso só aumenta a competição para quem deseja se reco- locar ou entrar no mercado de trabalho. Taxa de desemprego no Brasil em 2017 Muitas pessoas recorrem ao trabalho informal, tem- porário ou não, a fi m de escapar da situação de desem- prego. 11 G EO G RA FI A D O B RA SI L Atual O mercado de trabalho nunca foi tão competitivo. A economia de mercado globalizada fez com que as empresas possam contratar pessoas em todos os cantos do planeta. Com o crescimento do trabalho remoto esta tendência só tende a aumentar. Igualmente, os postos oferecidos pelo mercado de trabalho exigem cada vez mais tempo de estudo, autonomia e habilidades em informática. Dessa maneira, nem sempre aqueles que são considerados como população economicamente ativa, tem sufi ciente formação para ingressar no mercado de trabalho. Tendências As principais tendências para o aperfeiçoamento do trabalhador, em 2017, segundo uma consultoria brasileira seriam: • Capacidade de Negociação • Execução de planejamento estratégico e projetos • Assumir equipes de sucesso herdadas • Domínio do idioma inglês Mulher Embora a mulher ocupe uma fatia expressiva do mercado de trabalho, vários problemas persistem como a remune- ração inferior ao homem e a dupla jornada de trabalho. Mesmo possuindo a mesma formação de um homem e ocupando a mesma posição, a mulher ganhará menos. Além disso, em casa se ocupará mais tempo das tarefas domésticas do que os homens. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo mundo, apenas 46% das mulheres em idade de trabalhar buscam emprego. Na mesma faixa etária, os homens respondem por 76%. Nos países desenvolvidos a mulher ocupa 51,6% dos postos de trabalho frente aos 68% dos homens. No Brasil, essa diferença é de 22 pontos percentuais, aumentando a brecha salarial. Nos gráfi cos abaixo podemos observar a participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil: Divisão do mercado de trabalho entre mulheres e homens Jovens Para os jovens da chamada geração Y ou os millennials – que nasceram após 1995 – o mercado de trabalho pode ser um desafi o complexo. Os millennials se caracterizam por ter um domínio das tecnologias mais recentes, redes sociais e até programação. Possuem bom nível de inglês e um segundo idioma, fi zeram pós-graduação e quem pode, viajou para o exterior. Por outro lado, têm difi culdades em aceitar hierarquias e, por conta de sua formação, desejam começar logo em postos de comando. São menos propensos a serem fi éis à empresa e preferem empreender seu próprio negócio que buscar um emprego tradicional. A realidade dos millennials nos países subdesenvolvidos em geral e no Brasil em particular esbarra sempre no aces- so à educação formal. 12 G EO G RA FI A D O B RA SI L Urbanização no Brasil Características da urbanização brasileira Rua 25 de março, importante centro comercial da ci- dade de São Paulo que evidencia o crescimento do setor terciário nas metrópoles brasileiras. Por fi m, podemos destacar algumas características históricas e recentes sobre a urbanização brasileira: • A concentração fundiária, característica brasi- leira desde a colonização, desdobrou-se em baixa qua- lidade de vida nas áreas rurais, baixos salários e falta de apoio ao pequeno trabalhador rural, motivando a migra- ção campo-cidade. • O processo de industrialização, especialmente em alguns estados da região geoeconômica Centro-Sul, motivou a migração para as grandes cidades desses esta- dos, que passaram a polarizar a economia do país. • O processo produtivo no espaço rural, a partir da sua modernização, começa a absorver menor quanti- dade de mão de obra. • A construção de novas vias, a partir do modelo rodoviário de transporte, facilitou o processo migrató- rio e o acesso aos centros urbanos. • Os valores da vida urbana vão ser amplamente disseminados pelos meios de comunicação, principal- mente rádio e televisão, como forma de seduzir a po- pulação rural a migrar para a cidade. Os excluídos do campo criam perspectiva em relação ao espaço urbano e acabam se inserindo no espaço urbano no circuito Infe- rior da Economia (mercado informal). • Apesar do contínuo processo de metropoliza- ção, é possível perceber na atualidade que a região Su- deste brasileira enfrenta o processo de desmetropoli- zação, ou seja, a redução do ritmo de crescimento de algumas metrópoles, a exemplo de São Paulo, que passa a apresentar um ritmo de crescimento mais lento em re- lação a algumas cidades médias do interior. • Crescimento de cidades médias em função da desconcentração dos investimentos produtivos (descon- centração industrial), buscando maiores vantagens para a indústria, como isenção fi scal, terrenos e mão de obra mais baratos para a indústria, fuga dos congestionamen- tos das metrópoles, entre outros, além da migração da população das grandes metrópoles que buscam qualida- de de vida em cidades médias. • Crescimento do setor terciário, devido à di- minuição das indústrias nos grandes centros urbanos, fazendo com que essa camada de mão de obra seja absorvida pelo setor de serviços e comércio. Essa nova realidade vai transformar a paisagem urbana, com a di- minuição das indústrias e o crescimento de shoppings e centros empresariais. Espaço urbano e seus problemas O Espaço Urbano pode ser defi nido como o espaço das cidades, o conjunto de atividades que ocorrem em uma mesma integração local, com a justaposição de ca- sas e edifícios, atividades e práticas econômicas, sociais e culturais. O espaço da cidade é, dessa forma, uma paisa- gem representativa do espaço geográfi co, um território das práticas políticas e um lugar das visões de mundo e mediações culturais. No entanto, é preciso estabelecer uma distinção en- tre o urbano e as cidades. Existem cidades, por exemplo, que não são consideradas urbanas, por possuírem uma pequena quantidade de habitantes e uma baixa dinâmi- ca econômica. Para o IBGE, cidades com menos de 20 mil habitantes são consideradas como espaço rural. Além disso, no meio agrário, evidenciam-se algumas práticas e características do espaço urbano, o que nos leva a crer que o urbano transcende (vai além) do espaço das ci- dades. Nesse ínterim, podemos dizer que o espaço urbano é economicamente produzido, mas socialmente viven- ciado, ou seja, apropriado e transformado com base em ações racionais e também afetivas. O geógrafo brasileiro Roberto Lobato Corrêa afi rma, em várias de suas obras, que o espaço urbano é frag- mentado, articulado; é também o condicionante das ações sociais e o refl exo destas, em uma interação dialé- tica. Além disso, segundo o mesmo autor, ele pode ser compreendido como um conjunto de símbolos e como um campo de lutas, principalmente envolvendo as clas- ses sociais. Com o desenvolvimento das técnicas, o homem pas- sou a viver em sociedade e, assim, passou a construir as suas cidades, os seus espaços de moradia. As mais anti- gas cidades datam de cerca de 9.000 a.C., que é o caso das cidades de Jericó (Palestina) e de Damasco (na Síria). No entanto, durante a maior parte da história da huma- nidade, a população foi majoritariamente rural. Dessa forma, com o desenvolvimento das relações in- dustriais, o processo de urbanização – crescimento do espaço urbano em relação ao espaço rural – passou a ser a principal representação da modernidade. Assim, temos a evidência de como a industrialização interfere e acen- tua o processo de urbanização. Antes da Primeira Revolução Industrial, cerca de 90% da população das diferentes sociedades era rural. Atual- mente, com a Terceira Revolução Industrial em curso, a humanidade atingiu pela primeira vez a maioria urbana, segundo dados de 2010 da Organização das Nações Uni- das. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Na era moderna, podemos dizer que o processo de crescimento do espaço urbanoocorre por dois argumen- tos de elementos principais, os fatores atrativos e os fa- tores repulsivos. Por fatores atrativos entende-se o crescimento das cidades a partir dos supostos benefícios que elas ofe- recem, principalmente aqueles relativos ao crescimento industrial, em que boa parte da população do campo é 13 G EO G RA FI A D O B RA SI L atraída pela oferta de mão de obra, e às possibilidades de crescimento e emancipação sociais. Esses elementos foram predominantes em países hoje considerados de- senvolvidos, que passaram pelo processo de industriali- zação clássica. Entre as cidades, podemos citar os casos de Londres, Nova York, Paris e outras. Por fatores repulsivos entende-se o crescimento das cidades em função da saída dos trabalhadores do cam- po, em face da mecanização da produção agrícola ou da concentração fundiária. A urbanização causada por fato- res repulsivos costuma ser mais acelerada e revela uma maior quantidade de problemas sociais, sendo caracte- rística dos países subdesenvolvidos. Entre as cidades, po- demos citar os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, entre outras. Assim, através dos fatores atrativos e repulsivos, po- demos perceber que o espaço urbano cresce, princi- palmente, com a migração do tipo campo-cidade que, quando ocorre em massa, é chamada de êxodo rural. Quando esse processo proporciona um crescimento de- sordenado das cidades, ou seja, quando esse crescimento foge do controle do Estado e dos governos, observa-se a emergência de graves problemas sociais urbanos, dos quais destacam-se: a favelização, ocupações irregulares, índices de miséria, violência e muitos outros. Além de problemas sociais, a urbanização acelerada pode evidenciar a emergência de problemas ambientais urbanos, dentre eles, merecem destaque as ilhas de ca- lor, as chuvas ácidas e a inversão térmica. Portanto, mesmo sendo a expressão dos avanços da modernidade, o espaço urbano também pode ser a prin- cipal evidência de suas contradições. Problemas ambientais urbanos Pessoas que moram nas grandes cidades acabam causando prejuízo ao meio ambiente, direta ou indire- tamente. A grande concentração populacional nas zonas citadinas do Brasil e do mundo, provoca uma série de impactos ambientais no Brasil e no mundo. Portanto, o tema dos principais problemas ambien- tais urbanos merece atenção. Nos itens a seguir, entenda algumas das categorias centrais relacionadas à essa questão e conheça os prin- cipais problemas ambientais no Brasil e no mundo: Problemas urbanos: lixo A maneira como a sociedade moderna consome os produtos industrializados implica uma crescente preocu- pação com o problema do lixo urbano. Realizar a gestão de resíduos sólidos é uma das ati- vidades mais complexas dos governos dos municípios. Infelizmente, no Brasil, cerca de 50% deles ainda depo- sitam o lixo em vazadouros a céu aberto, segundo a Pesquisa Nacional de Resíduos Sólidos, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). Esse tipo deposição implica em riscos de contami- nação para a natureza e a população ao redor, pois gera chorume e emite gases, como o metano, que no processo de decomposição, transforma-se em dióxido de carbono (CO2), um dos principais compostos do Efei- to Estufa que causa uma série problemas ambientais no Brasil. Solucionar esse problema urbano envolve iniciativas do governo e também das várias camadas da sociedade. Destacam-se, como medidas de resolução: a criação de aterros sanitários adequados, a coleta seletiva, além da mudança no modo de produção e consumo. Problemas urbanos: poluição Chegou a hora de conferir os principais problemas ambientais relacionados à poluição do meio ambiente nas zonas urbanas. Continue a leitura e entenda os deta- lhes de cada ocorrência! Poluição do ar A agenda ambiental das cidades que se propõem a mudar a qualidade de vida das pessoas, de modo geral, propoõe destaque à qualidade do ar, sendo esse um dos principais assuntos tratados nas conferências ambientais. Consequências diretas à saúde da população são per- cebidas facilmente quando o ar dos espaços urbanizados está carregado de toxinas. Problemas respiratórios já fa- zem parte do cotidiano nas grandes metrópoles. Durante a queima de combustíveis fósseis, como hidrocarbonetos e carvão mineral, ocorre a liberação de gases para a atmosfera, sendo este o principal motivo da sua contaminação. Os combustíveis dessa natureza estão entre as prin- cipais fontes de energia primária no mundo, movimen- tando carros, motos, ônibus, caminhões, navios e aviões, e contribuem signifi cativamente para o Efeito Estufa. Logo, é um assunto que merece muita atenção. Nas últimas décadas, a poluição do ar vem aparecendo como uma das principais questões ambientais das grandes ci- dades entorno do aquecimento global. Poluição sonora Existem, no ambiente urbano, inúmeros estímulos ex- ternos que facilitam o desenvolvimento do estresse na 14 G EO G RA FI A D O B RA SI L população. Nas regiões metropolitanas, são comuns os ruídos produzidos por automóveis, fábricas, pessoas tra- balhando, etc. É verdade que, a poluição sonora não se acumula no espaço, como as outras situações poluentes, porém, ela é responsável por causar sérios danos à saúde, pois a ex- posição direta a barulhos intensos pode comprometer a audição e o bem-estar das pessoas. Poluição visual O excesso de estímulos visuais na paisagem das grandes cidades é constituído, em grande parte, por pro- pagandas que oferecem produtos e serviços. Você nunca reparou a disputa entre outdoors, faixas e placas nas ruas da sua região? Essas comunicações, quando instaladas de maneira indevida, constituem vários problemas urbanos, dentre os quais podemos destacar: • a modifi cação do espaço público, a fi m de veicu- lar interesses particulares; • a deterioração da paisagem urbana e a degra- dação dos elementos naturais, como vegetação, rios e lagos; • o prejuízo na percepção do espaço, referente à referenciação espacial e localização, além do trânsito de pessoas nas cidades. Esgoto O alto teor de matéria orgânica que os mananciais de água dos centros urbanos recebem, através do esgo- to doméstico e industrial, é a razão da poluição desses corpos d’água. A deposição de resíduos sólidos, diretamente no solo ou na água, como os vazadouros a céu aberto, tam- bém compromete de maneira signifi cativa a qualidade dos reservatórios hídricos da cidade. Infelizmente, o descomprometimento quanto às polí- ticas públicas relacionados ao saneamento básico, é um dos principais problemas urbanos no Brasil. Problemas sociais urbanos Violência urbana O crescimento desordenado das cidades intensi- fi cou o problema da violência urbana. É correto dizer que essa situação acontece em função de fome, miséria e desemprego, encontrados, principalmente, em países subdesenvolvidos. No Brasil, a violência urbana é refl exo de políticas pú- blicas inefi cientes, que não resolvem as situações de risco e não conseguem sanar lacunas do desenvolvimento dos cidadãos, como o acesso à direitos fundamentais. Mobilidade urbana Mobilidade urbana pode ser caracterizada como a maneira que as pessoas utilizam para se locomoverem. Para a realização de uma análise avaliativa da mobi- lidade urbana, é necessário levar em conta os seguintes fatores: • organização territorial; • intensidade do fl uxo de automóveis nas vias de transporte da cidade; • tipos de transporte utilizados. No contexto brasileiro, como problemas de mobili- dade urbana, podemos citar: • sobrecarga de espaço; • limitação do fl uxo de pessoas e mercadorias; • alto índice de acidentes fatais; • inefi ciência do transporte público; • poluição do meio ambiente. Podemos destacar, ainda, que a ausência de políti- cas públicas para a melhoria do transporte público re- sulta, consequentemente, na procura por um meio de transporte particular. Isso gera um ciclo vicioso, pois, quanto
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