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Escola de Formação Complementar do Exército 
ESFCEX
Comum as áreas dos Curso de Formação de Ofi ciais do Quadro 
Complementar (CFO/QC) e Curso de Formação de Capelães 
Militares (CF/CM: Administração; Ciências Contábeis; Comunicação 
Social; Direito; Informática; Magistério – Matemática; Magistério 
– Português; Capelão Católico e Capelão Evangélico
JH082-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você 
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
www.novaconcursos.com.br
sac@novaconcursos.com.br
OBRA
Escola de Formação Complementar do Exército - ESFCEX
Comum as áreas dos Curso de Formação de Ofi ciais do Quadro Complementar (CFO/QC) e Curso de Formação de 
Capelães Militares (CF/CM: Administração; Ciências Contábeis; Comunicação Social; Direito; Informática; Magistério – 
Matemática; Magistério – Português; Capelão Católico e Capelão Evangélico
Portaria Nº 0252 - EME, de 30 de Outubro de 2018 
AUTORES
Geografi a do Brasil - Profª Silvana Guimarães
História do Brasil - Profª Silvana Guimarães
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho
DIAGRAMAÇÃO
Danna Silva
Elaine Cristina
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.
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*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: JN001-19
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SUMÁRIO
GEOGRAFIA DO BRASIL
A Organização do Espaço Brasileiro. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o 
desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. O processo de industrialização brasileira, 
os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. A rede de transportes 
brasileira e sua estrutura e evolução. A questão urbana brasileira: processos e estruturas. A agropecuária, a 
estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para 
o Centro-Oeste e para a Amazônia. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. A distribuição dos 
efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. A divisão regional do 
trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional ............................................................................................ 01
A Questão Regional no Brasil. A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. 
As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas .............................. 20
O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. Geomorfologia do território 
Brasileiro: O território brasileiro e a placa sul americana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os 
domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. A questão ambiental no Brasil. Os recursos minerais. 
As fontes de energia e os recursos hídricos. A biosfera e os climas do Brasil .......................................................................... 23
HISTÓRIA DO BRASIL
Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. As 
atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. Os povos indígenas; 
escravidão, aldeamentos; ação jesuítica. Os povos africanos escravizados no Brasil. A conquista dos sertões; 
entradas e bandeiras. O exclusivo comercial português. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres 
e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil e 
seus efeitos; o período joanino no Brasil ................................................................................................................................................ 01
O Brasil Monárquico A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. A Constituição de 1824. Militares: a Guarda 
Nacional e o Exército. A fase regencial (1831-1840). O Ato Adicional de 1834. As revoltas políticas e sociais das 
primeiras décadas do Império. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, a legislação, 
o fortalecimento do Estado, a economia cafeeira, a tributação. Modernização: economia e cultura na sociedade 
imperial. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, O movimento abolicionista e a abolição. A introdução do 
trabalho livre. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. O movimento republicano 
e o advento da República ............................................................................................................................................................................... 10
A República brasileira a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. A “Política dos 
governadores”. O coronelismo e o sistema eleitoral. O movimento operário. O tenentismo. A Revolução de 1930. 
O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. O Estado Novo. O Brasil na II Guerra 
Mundial. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e cultura. A intervenção militar, 
sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o período. O “milagre 
econômico”. A redemocratização. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários 
e demais setores da sociedade. A campanha pelas eleições diretas. A Constituição de 1988. O Brasil de 1985 a 
2013: economia, sociedade, política e cultura ...................................................................................................................................... 20
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados ....................................................................................................... 01
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais ....................................................................................................................................... 11
Domínio da ortografia oficial ...................................................................................................................................................................... 12
Emprego da acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................12
Domínio dos mecanismos de coesão textual . Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, 
de conectores e de outros elementos de sequenciação textual ..................................................................................................... 18
Emprego de tempos e modos verbais ..................................................................................................................................................... 24
Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras ........................................................... 24
Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração .............................................................................................. 66
Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração ............................................................................................ 66
Emprego dos sinais de pontuação ........................................................................................................................................................... 75
Concordância verbal e nominal ..................................................................................................................................................................... 78
Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................... 85
Emprego do sinal indicativo de crase ........................................................................................................................................................ 90
Colocação dos pronomes átonos .............................................................................................................................................................. 92
Reescrita de frases e parágrafos do texto ............................................................................................................................................... 92
Substituição de palavras ou de trechos de texto ................................................................................................................................... 92
Análise do Discurso: pressupostos, subentendidos e implícitos..................................................................................................... 98
GEOGRAFIA DO BRASIL
ÍNDICE
A Organização do Espaço Brasileiro. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o 
desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. O processo de industrialização brasileira, os 
fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. A rede de transportes brasileira e 
sua estrutura e evolução. A questão urbana brasileira: processos e estruturas. A agropecuária, a estrutura fundiária 
e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-Oeste e para 
a Amazônia. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. A distribuição dos efetivos demográfi cos e os 
movimentos migratórios internos: refl exos sociais e espaciais. A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo 
dinâmico da economia nacional .......................................................................................................................................................................... 01
A Questão Regional no Brasil. A regionalização do país: sua justifi cativa sócio-econômica e critérios adotados pelo 
Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fi ns de planejamento. As 
regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas .......................................... 20
O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. Geomorfologia do território Brasileiro: 
O território brasileiro e a placa sul americana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais 
e as classifi cações do relevo brasileiro. A questão ambiental no Brasil. Os recursos minerais. As fontes de energia e os 
recursos hídricos. A biosfera e os climas do Brasil ....................................................................................................................................... 23
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A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO. A INTEGRAÇÃO BRASILEIRA AO PROCES-
SO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA; O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E 
SOCIAL; E OS INDICADORES SOCIAIS DO BRASIL. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO 
BRASILEIRA, OS FATORES DE LOCALIZAÇÃO E AS SUAS REPERCUSSÕES: ECONÔMICAS, 
AMBIENTAIS E URBANAS. A REDE DE TRANSPORTES BRASILEIRA E SUA ESTRUTURA E 
EVOLUÇÃO. A QUESTÃO URBANA BRASILEIRA: PROCESSOS E ESTRUTURAS. A AGROPE-
CUÁRIA, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PROBLEMAS SOCIAIS RURAIS NO BRASIL, DINÂ-
MICA DAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS E SUA EXPANSÃO PARA O CENTRO-OESTE E PARA 
A AMAZÔNIA. A POPULAÇÃO BRASILEIRA: EVOLUÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA. A 
DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS DEMOGRÁFICOS E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS IN-
TERNOS: REFLEXOS SOCIAIS E ESPACIAIS. A DIVISÃO REGIONAL DO TRABALHO: O CEN-
TRO-SUL COMO PÓLO DINÂMICO DA ECONOMIA NACIONAL. 
O Brasil é um país organizado em forma de República Federativa e está localizado na América do Sul, sendo o maior 
país dessa região continental, com uma área de 8.515.767,049 km². Politicamente, o território brasileiro é subdividido 
em 26 estados e o Distrito Federal, cuja capital é a cidade de Brasília.
A área territorial do Brasil faz com que esse país seja o quinto maior do mundo, atrás somente de Rússia, Canadá, 
China e Estados Unidos. Por essa razão, é caracterizado como um país continental ou país com dimensões continen-
tais, uma vez que o tamanho de sua área é muito próximo ao de um dos continentes, no caso a Oceania.
No total, o Brasil ocupa 47% da América do Sul – quase a metade, portanto – e não faz fronteira somente com dois 
países sul-americanos: Equador e Chile. A leste, o Brasil é banhado em uma vasta extensão pelo Oceano Atlântico, com 
um litoral que percorre um total de 7.367km², o que coloca o país como o 16º no ranking mundial de maiores áreas 
litorâneas.
A população brasileira, de acordo com estimativas recentes divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e 
Estatística (IBGE), é de 202.033.270 habitantes, a quinta maior do planeta, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Indo-
nésia. Desse total, a maior parte concentra-se nas áreas litorâneas, principalmente na região Sudeste. Como as taxas de 
crescimento demográfi co são baixas atualmente, é possível que nas próximas décadas o Brasil seja ultrapassado por 
Paquistão e Nigéria.
Os aspectos físicos do Brasil indicam a presença de três principais formas de relevo: as planícies, os planaltos e as 
depressões relativas, não havendo depressões absolutas (abaixo do nível do mar) nem montanhas, apenas serras. Em 
uma dessas serras, a do Imeri, encontra-se o ponto mais alto do país, o Pico da Neblina, que possui uma altitude de 
2.994 m acima do nível do mar.
Em geral, essas características são resultantes do fato de o relevo brasileiro ser geologicamente antigo e também 
por não se encontrar nas áreas de encontro entre duas placas tectônicas, o que explica a não ocorrência de vulcões e 
de grandes e frequentes terremotos. Pelo mesmo motivo, o território do Brasil abriga apenas dois tipos de províncias 
geológicas: as bacias sedimentares e os crátons (plataformas continentais e escudos cristalinos), não existindo os do-
bramentos modernos.
Uma característica marcante do Brasil em termos naturais é a grande diversidade em termos de fauna e fl ora. No 
país, existe uma grande variedade de fl orestas, classifi cadas em seis grupos principais (Amazônica, Cerrado, Mata Atlân-
tica, Caatinga, Araucárias e Pampa) e três residuais (Pantanal, Mata de Cocais e os Manguezais). Emnúmero de espécies 
de animais, o Brasil também se destaca, o que o classifi ca como o território de maior biodiversidade do planeta.
Quanto aos aspectos econômicos do Brasil, destaca-se o fato de o país possuir um dos maiores PIBs (Produto In-
terno Bruto) do mundo, com US$ 2,2 trilhões. No entanto, o seu PIB per capita, que é o valor dividido pela população, 
ainda é menor do que uma grande quantidade de países. Em termos gerais, a economia brasileira é caracterizada como 
de perfi l subdesenvolvido emergente, compondo o grupo de países que, eventualmente, podem apresentar um maior 
grau de desenvolvimento. O país também faz parte do grupo das economias em desenvolvimento altamente industria-
lizadas, embora a maior parte dessas indústrias pertença a empresas estrangeiras.
Em termos culturais, o Brasil apresenta uma imensa diversidade em costumes, folclores, religiões e tradições. Essa 
complexidade cultural também representa a grande miscigenação étnica existente no país, muito embora existam, em 
grande escala, problemas concernentes à intolerância e ao preconceito.
O Brasil alcançou um papel de destaque no mundo nos últimos dez anos. A nação é uma das mais importantes 
dentro do bloco dos países emergentes e tem dado muitas demonstrações de força econômica e social.
O Brasil melhorou economicamente, conseguiu reduzir a desigualdade social e tirou milhões de pessoas da extrema 
pobreza desde o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 
(RDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) 2013, a previsão é de que o Brasil, juntamente 
com China e Índia, responda por 40% da riqueza global em 2050.
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O destaque do Brasil como emergente também pos-
sibilitou que o país conseguisse eleger o diplomata Ro-
berto Azevêdo para o posto de diretor-geral da Organi-
zação Mundial do Comércio. Esse fato demonstra que o 
país tem uma boa reputação internacional, pois essa é a 
primeira vez na história que um latino-americano alcança 
o posto máximo da organização.
Outro ponto de destaque para o Brasil diz respeito a 
sua infl uência no cenário internacional. Os avanços so-
ciais e econômicos do Brasil levaram o país a desenvolver 
uma imagem positiva no exterior.
A ONU também tem destacado o papel do Brasil na 
diminuição do índice de pobreza mundial. A nação foi 
elogiada por ter elevado seus índices de educação e por 
ter aumentado o salário mínimo nos últimos anos.
Dessa forma, o Brasil vem garantindo sua inserção so-
berana no mundo e tem alcançado um protagonismo na 
América do Sul.
Industrialização no Brasil
A industrialização no Brasil foi historicamente tardia 
ou retardatária. Enquanto na Europa se desenvolvia a Pri-
meira Revolução Industrial, o Brasil vivia sob o regime de 
economia colonial.
Fatores da Industrialização no Brasil
Vários fatores contribuíram para o processo de indus-
trialização no Brasil:
• a exportação de café gerou lucros que permiti-
ram o investimento na indústria;
• os imigrantes estrangeiros traziam consigo as 
técnicas de fabricação de diversos produtos;
• a formação de uma classe média urbana consu-
midora, estimulou a criação de indústrias;
• a difi culdade de importação de produtos in-
dustrializados durante a Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) estimulou a indústria.
A passagem de uma sociedade operária para uma ur-
bano industrial, mudou a paisagem de algumas cidades 
brasileiras, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro.
 
Resumo das fases do desenvolvimento industrial 
brasileiro
Mais de trezentos anos sem indústrias
Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 
1822) não houve desenvolvimento industrial em nosso 
país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas 
em nosso território, para que os brasileiros consumissem 
os produtos manufaturados portugueses. Mesmo com a 
chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos 
às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do 
exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos 
ingleses.
História do início da industrialização 
Foi somente no fi nal do século XIX que começou o 
desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeiculto-
res passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a 
exportação do café, no estabelecimento de indústrias, 
principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fá-
bricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabrica-
ção mais simples. A mão de obra usada nestas fábricas 
era, na maioria das vezes, formada por imigrantes ita-
lianos.
Era Vargas e desenvolvimento industrial 
Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas 
(1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um gran-
de impulso. Vargas teve como objetivo principal efetivar 
a industrialização do país, privilegiando as indústrias 
nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência 
externa. Com leis voltadas para a regulamentação do 
mercado de trabalho, medidas protecionistas e investi-
mentos em infraestrutura, a indústria nacional cresceu 
signifi cativamente nas décadas de 1930-40. Porém, este 
desenvolvimento continuou restrito aos grandes centros 
urbanos da região sudeste, provocando uma grande dis-
paridade regional.
Durante este período, a indústria também se benefi -
ciou com o fi nal da Segunda Guerra Mundial (1939-45), 
pois, os países europeus, estavam com suas indústrias ar-
rasadas, necessitando importar produtos industrializados 
de outros países, entre eles o Brasil.
Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um gran-
de desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de 
gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas, 
plásticos, fertilizantes, etc.).
Período JK
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956 
-1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou 
novos rumos e feições. JK abriu a economia para o capi-
tal internacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi 
durante este período que ocorreu a instalação de mon-
tadoras de veículos internacionais (Ford, General Motors, 
Volkswagen e Willys) em território brasileiro. 
Últimas décadas do século XX
Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Bra-
sil continuou a crescer, embora, em alguns momentos 
de crise econômica, ela tenha estagnado. Atualmente o 
Brasil possui uma boa base industrial, produzindo diver-
sos produtos como, por exemplo, automóveis, máquinas, 
roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios in-
dustrializados, eletrodomésticos, etc. Apesar disso, a in-
dústria nacional ainda é dependente, em alguns setores, 
(informática, por exemplo) de tecnologia externa.
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Dados atuais
- Felizmente, o Brasil está apresentando, embora pe-
quena, recuperação na produção industrial. De acordo 
com dados do IBGE, divulgados em 1 de fevereiro de 
2019, a indústria brasileira apresentou crescimento de 
1,1% em 2018.
Economica dos recursos naturais
A economia dos recursos naturais é o ramo da econo-
mia que lida com os aspectos da extração e exploração 
dos recursos naturais ao longo do tempo, e a sua opti-
mização em termos económicos e ambientais.[1] Procura 
compreender o papel dos recursos naturais na economia, 
a fi m de desenvolver métodos de gestão mais sustentá-
vel destes recursos para garantir a sua disponibilidade 
para as gerações futuras. 
O que se conhece por “economia dos recursos natu-
rais” é um campo da teoria microeconômica que emerge 
das análises neoclássicas a respeito da utilização das ter-
ras agrícolas, dos recursos minerais, dos peixes, dos re-
cursos fl orestais madeireiros e não madeireiros, da água, 
todos os recursos naturais reprodutíveis e os não repro-
dutíveis. (Maria Amélia Enriquez) 
- Renováveis - São recursos compatíveis com o hori-
zonte de vida do homem. 
Ex: solos, ar, águas, fl orestas, fauna e fl ora.
- Não Renováveis - São recursos que necessitam de 
eras “geológicas” para sua formação. 
Ex: Os minérios em geral e os combustíveis fósseis 
(petróleo e gás natural).“Um recurso que é extraído mais rápido do que é 
renovado por Processos naturais é um recurso não re-
novável. Um recurso que é Reposto tão rápido quanto 
é extraído é certamente renovável” (Irene Domenes Za-
pparoli).
O principal critério para a classifi cação dos recursos 
naturais é a capacidade de recomposição de um recur-
so no horizonte do tempo humano. Um recurso que é 
extraído mais veloz do que é renovado por processos 
naturais é um recurso não-renovável. Um recurso que é 
reposto tão rápido quanto é retirado é certamente um 
recurso renovável. 
Em relação a Economia dos Recursos Naturais temos 
a atual classifi cação: 
- Renováveis: solos, ar, águas, fl orestas, fauna e fl ora 
no geral. 
- Não renováveis, ou exauríveis, esgotáveis ou não re-
produtíveis: minérios, combustíveis. 
O estudo da economia dos recursos naturais tem 
adquirido importância crescente em várias correntes do 
pensamento econômico, mas a abordagem dominante 
ainda é a da economia neoclássica (também chamada de 
economia convencional). 
Existem basicamente 4 tipos de Recursos Naturais:
- Recursos Minerais: água, solo, ouro, prata, cobre, 
bronze; 
- Recursos Energéticos: sol, vento, petróleo, gás; 
- Recursos Renováveis: madeira, peixes, vegetais – 
podem ser fi nitos, a depender do seu grau de utilização
- Recursos Não-Renováveis: petróleo, gás, demais 
minérios – podem ser recuperados, porém em escalas de 
tempo sobre-humanas.
Como podemos perceber analisando o breve esque-
ma acima a maioria dos recursos naturais, mesmo os 
renováveis, podem não ser inesgotáveis, principalmente 
se forem utilizados de maneira irresponsável e em lar-
ga escala. Com isso, talvez o maior desafi o, não somente 
dos gestores ambientais, mas de toda a espécie huma-
na, seja justamente o de conciliar o desenvolvimento 
econômico com a preservação e conservação do meio 
ambiente.
E uma boa alternativa pode ser, realmente, a utili-
zação de fontes de energia limpas, baratas e econo-
micamente viáveis, para que sejam atendidas todas as 
necessidades energéticas da humanidade, porém, sem 
prejudicar nem esgotar as reservas naturais, preservan-
do-as e conservando-as para as próximas gerações que 
estão por vir.
Diversas soluções criativas e viáveis vêm surgindo, dia 
após dia, em todo o mundo. Painéis solares à base de 
garrafas PET, biodigestores, moinhos e cataventos ge-
radores de energia eólica, geradores de energia a par-
tir das ondas do mar, carregadores de celular à base de 
energia solar, carros movidos à energia elétrica ou solar, 
computadores que funcionam movidos a pedais de bici-
cleta, enfi m, uma verdadeira infi nidade de ideias inova-
doras que, com investimento e, sobretudo, boa vontade, 
podem perfeitamente ajudar a solucionar boa parte dos 
problemas ambientais, nesse caso, suprir nossas necessi-
dades energéticas de locomoção e bem-estar.
Estrutura fundiária do Brasil
A estrutura fundiária corresponde ao modo como as 
propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus 
respectivos tamanhos, que facilita a compreensão das 
desigualdades que acontecem no campo. 
A desigualdade estrutural fundiária brasileira confi gu-
ra como um dos principais problemas do meio rural, isso 
por que interfere diretamente na quantidade de postos 
de trabalho, valor de salários e, automaticamente, nas 
condições de trabalho e o modo de vida dos trabalha-
dores rurais. 
No caso específi co do Brasil, uma grande parte das 
terras do país se encontra nas mãos de uma pequena 
parcela da população, essas pessoas são conhecidas 
como latifundiários. Já os minifundiários são proprietá-
rios de milhares de pequenas propriedades rurais espa-
lhadas pelo país, algumas são tão pequenas que muitas 
vezes não conseguem produzir renda e a própria subsis-
tência familiar sufi ciente. 
Diante das informações, fi ca evidente que no Brasil 
ocorre uma discrepância em relação à distribuição de 
terras, uma vez que alguns detêm uma elevada quan-
tidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, 
esses aspectos caracterizam a concentração fundiária 
brasileira. 
É importante conhecer os números que revelam 
quantas são as propriedades rurais e suas extensões: 
existem pelo menos 50.566 estabelecimentos rurais infe-
rior a 1 hectare, essas juntas ocupam no país uma área de 
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G
RA
FI
A 
D
O
 B
RA
SI
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25.827 hectares, há também propriedades de tamanho 
superior a 100 mil hectares que juntas ocupam uma área 
de 24.047.669 hectares. 
Outra forma de concentração de terras no Brasil é 
proveniente também da expropriação, isso signifi ca a 
venda de pequenas propriedades rurais para grandes 
latifundiários com intuito de pagar dívidas geralmente 
geradas em empréstimos bancários, como são muito pe-
quenas e o nível tecnológico é restrito diversas vezes não 
alcançam uma boa produtividade e os custos são eleva-
dos, dessa forma, não conseguem competir no mercado, 
ou seja, não obtêm lucros. Esse processo favorece o sis-
tema migratório do campo para a cidade, chamado de 
êxodo rural. 
A problemática referente à distribuição da terra no 
Brasil é produto histórico, resultado do modo como no 
passado ocorreu a posse de terras ou como foram con-
cedidas. 
A distribuição teve início ainda no período colonial 
com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, 
caracterizada pela entrega da terra pelo dono da capita-
nia a quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, 
como no passado a divisão de terras foi desigual os re-
fl exos são percebidos na atualidade e é uma questão ex-
tremamente polêmica e que divide opiniões. 
Agricultura no Brasil atual
Atualmente, a agricultura no Brasil é marcada pelo 
processo de mecanização e expansão das atividades em 
direção à região Norte.
A atividade do setor agrícola é uma das mais impor-
tantes da economia brasileira, pois, embora componha 
pouco mais de 5% do PIB brasileiro na atualidade, é res-
ponsável por quase R$100 bilhões em volume de expor-
tações em conjunto com a pecuária, segundo dados da 
Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). A pro-
dução agrícola no Brasil, portanto, é uma das principais 
responsáveis pelos valores da balança comercial do país.
Ao longo da história, o setor da agricultura no Brasil 
passou por diversos ciclos e transformações, indo desde 
a economia canavieira, pautada principalmente na pro-
dução de cana-de-açúcar durante o período colonial, até 
as recentes transformações e expansão do café e da soja. 
Atualmente, essas transformações ainda ocorrem, sobre-
tudo garantindo um ritmo de sequência às transforma-
ções técnicas ocorridas a partir do século XX, como a me-
canização da produção e a modernização das atividades.
A modernização da agricultura no Brasil atual está 
diretamente associada ao processo de industrialização 
ocorrido no país durante o mesmo período citado, fator 
que foi responsável por uma reconfi guração no espaço 
geográfi co e na divisão territorial do Brasil. Nesse novo 
panorama, o avanço das indústrias, o crescimento do se-
tor terciário e a aceleração do processo de urbanização 
colocaram o campo economicamente subordinado à ci-
dade, tornando-o dependente das técnicas e produções 
industriais (máquinas, equipamentos, defensivos agríco-
las etc.).
Podemos dizer que a principal marca da agricultura 
no Brasil atual – e também, por extensão, a pecuária – é a 
formação dos complexos agrícolas, notadamente desen-
volvidos nas regiões que englobam os estados de São 
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Para-
ná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso 
do Sul. Nesse contexto, destacam-se a produção de soja, 
a carne para exportação e também a cana-de-açúcar, em 
razão do aumento da necessidade nacional e internacio-
nal por etanol.
Na região Sul do país, a produção agrícola é carac-
terizada pela ocupação histórica de grupos imigrantes 
europeus, pela expansão da soja voltada para a exporta-
ção nos últimos decênios e pela intensivamodernização 
agrícola. Essa confi guração é preponderante no oeste do 
Paraná e de Santa Catarina, além do norte do Rio Grande 
do sul. Além da soja, cultivam-se também, em larga esca-
la, o milho, a cana-de-açúcar e o algodão. Na pecuária, a 
maior parte da produção é a de carne de porco e de aves.
Na região Sudeste, assim como na região sul, a me-
canização e produção com base em procedimentos in-
tensivos de alta tecnologia são predominantes. Embora 
seja essa a região em que a agricultura encontra-se mais 
completamente subordinada à indústria, destacam-se os 
altos índices de produtividade e uso do solo. Por outro 
lado, com a maior presença de maquinários, a geração 
de empregos é limitada e, quando muito, gerada nas 
agroindústrias. As principais culturas cultivadas são o 
café, a cana-de-açúcar e a fruticultura, com ênfase para 
os laranjais.
Produção cafeeira em Alfenas, Minas Gerais 
Na região Nordeste, por sua vez, encontra-se uma 
relativa pluralidade. Na Zona da Mata, mais úmida, pre-
domina o cultivo das plantations, presente desde tempos 
coloniais, com destaque novamente para a cana, voltada 
atualmente para a produção de álcool e também de açú-
car. Nas áreas semiáridas, ressalta-se a presença da agri-
cultura familiar e também de algumas zonas com uma 
produção mais mecanizada. O principal cultivo é o de 
frutas, como o melão, a uva, a manga e o abacaxi. Além 
disso, a agricultura de subsistência também possui um 
importante papel.
Já a região Centro-Oeste é a área em que mais se 
expande o cultivo pela produção mecanizada, que se 
expande em direção à Amazônia e vem pressionando a 
expansão da fronteira agrícola para o norte do país. A Re-
volução Verde, no século passado, foi a principal respon-
sável pela ocupação dos solos do Cerrado nessa região, 
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pois permitiu o cultivo de diversas culturas em seus solos 
de elevada acidez. O principal produto é a soja, também 
voltada para o mercado externo.
Produção mecanizada de soja no Mato Grosso 
Por fi m, a região Norte é caracterizada por receber, 
atualmente, as principais frentes de expansão, vindas do 
Nordeste e do Centro-Oeste. A região do “matopiba” 
(Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por exemplo, é a 
área onde a pressão pela expansão das atividades agrá-
rias ocorre mais intensamente, o que torna a região Nor-
te como o futuro centro de crescimento do agronegócio 
brasileiro. As atividades mais praticadas nessa região ain-
da são de caráter extensivo e de baixa tecnologia, com 
ênfase na pecuária primitiva, na soja em expansão e em 
outros produtos, que passam a competir com o extrati-
vismo vegetal existente.
Pecuária extensiva na área de expansão agrícola da região 
Norte 
As relações de trabalho no campo
Diminuição do sistema de parceria:
Com a capitalização do campo, as relações de traba-
lho tradicionais vão desaparecendo porque são substi-
tuídas pelo trabalho assalariado, ou porque o proprietá-
rio prefere deixar a terra ociosa á espera de valorização.
Expansão de um regime associativo:
Com a capitalização do campo, as relações de traba-
lho tradicionais tendiam a desaparecer mais, porque são 
substituídas pelo trabalho assalariado, no entanto, para 
diminuir custo e encargos, as grandes empresas desen-
volveram uma nova forma de trabalhar no campo, incen-
tivando o pequeno e o médio produtor a produzir para 
eles. 
 Agricultura Familiar x Agricultura Comercial
A produção agrícola no Brasil está organizada basi-
camente em dois modelos. A agricultura familiar repre-
senta boa parte do estabelecimento agrícolas brasileiros, 
e se dedica basicamente à produção de alimentos que 
abastecem o mercado interno. Nesse tipo de agricultu-
ra, as técnicas empregadas são em geral rudimentares, 
ou seja, sem um elevado grau tecnológico. São utiliza-
das técnicas que não contribuem para elevada produti-
vidade, como por exemplo as queimadas, ou mesmo a 
rotação de culturas e pousio. Esse agricultores contam 
com o apoio de programas de acesso ao crédito, como 
o “Pronaf”, contudo ainda tem difi culdades na aquisição 
dos insumos agrícolas, como fertilizantes e maquinário.
Por outro lado, a agricultura comercial, também co-
nhecida como agronegócio, baseia-se na produção em 
larga escala das chamadas COMMODITIES agrícolas, 
principalmente de grãos como a soja, milho e café. Esses 
produtos tem grande demanda mundial, e tem seus valo-
res defi nidos por ela. São produzidos em grandes exten-
sões de terra, uma vez que a abundância delas no Brasil 
reduz seu valor. Como esses agricultores detêm elevado 
poder econômico ocorre a aquisição de largas faixas do 
território brasileiro, com destaque para as regiões Cen-
tro-Oeste e mais recentemente Norte e Nordeste (oeste 
da Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão).
Em termos de tecnologia, a agricultura comercial faz 
uso intensivo de maquinário, fertilizantes químicos, pes-
ticidas, ou mesmo organismos geneticamente alterados 
(OGM`s). O emprego da tecnologia garante a esses pro-
dutores agrícolas grande efi ciência na produção, o que 
também repercute em lucros elevados. As lavouras tam-
bém são restritas a um único tipo de cultivo, as chamadas 
“monoculturas de exportação”. É importante destacar 
que essas lavouras respondem por 22% do PIB brasilei-
ro e que promovem crescimento econômico também no 
setor secundário, por meio da produção de máquinas e 
equipamentos utilizados no plantio/colheita, bem como 
no setor terciário, uma vez que dependem do armazena-
mento, transporte e comércio de sua produção.
Em resumo, enquanto a agricultura familiar é marca-
da pela diversidade de cultivos, a agricultura comercial 
está diretamente a atrelada a elevada produção de ape-
nas um gênero agrícola.
A Geografi a dos confl itos fundiários no Brasil
 Os confl itos fundiários são disputas pela posse da 
terra presentes ao longo de toda a história brasileira. Eles 
estão ligados basicamente a grande abundância desse 
fator produtivo (a terra), aliada aos processos concentra-
dores, bem como a consolidação de um cenário de gran-
de desigualdade social no campo. Em 1850, a promulga-
ção da Lei de Terras, estabeleceu a compra como único 
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meio de obtenção desse importante recurso produtivo. 
Dessa forma, as elites agrárias foram benefi ciadas, dado 
que elas dispunham do poder econômico, o que lhes 
conferiu grande vantagem na aquisição de vastas áreas. 
Ao mesmo tempo, os pequenos agricultores, destituídos 
do poder econômico (e também político), acabaram por 
se manter a margem da aquisição de terras.
Os resultados da Lei de Terras associados a outros fa-
tos históricos, repercutem nos dias atuais. No entanto, 
há uma nítida concentração das disputas que envolvem 
a terra na região de expansão da fronteira agrícola, 
basicamente na região Norte do país. Entende-se como 
fronteira agrícola, as áreas incorporadas pela agrope-
cuária ao longo do século XX. Ao fi nal dos ano 1940, a 
elevação dos preços da terra na região Sudeste e Sul, 
associada à necessidade de expansão das lavouras, mo-
tivou a abertura de novas faixas produtivas no território 
brasileiro. Elas se concentraram, inicialmente, ao norte do 
estado do Paraná, e na porção sul do atual Mato Gros-
so do Sul. A baixa aptidão agrícola dos solos do Cerra-
do, típicos da região Centro-Oeste do Brasil, foi resol-
vida por meio da biotecnologia utilizada pela Empresa 
Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), que 
desenvolveu sementes adaptadas às restrições pedoló-
gicas. Simultaneamente, o governo brasileiro, por meio 
de incentivos fi scais (descontos e isenções de impostos) 
na compra da terra, estimulou o avanço da agropecuá-
ria para a fronteira agrícola. Contudo, a medida que a 
agropecuária se consolidava nessa porção do território 
brasileiro, as empresas agrícolas, detentoras de capital, e 
tecnologia de ponta, passaram a se estabelecer no espa-
ço antes ocupados por pequenos e médios agricultores.
Êxodo rural
O êxodorural corresponde ao processo de migração 
em massa da população do campo para as cidades, fe-
nômeno que costuma ocorrer em um período de tempo 
considerado curto, como o prazo de algumas décadas. 
Trata-se de um elemento diretamente associado a várias 
dinâmicas socioespaciais, tais como a urbanização, a in-
dustrialização, a concentração fundiária e a mecanização 
do campo.
Um dos maiores exemplos de como essa questão 
costuma gerar efeitos no processo de produção do espa-
ço pode ser visualizado quando analisamos a conjuntura 
do êxodo rural no Brasil. Sua ocorrência foi a grande 
responsável pela aceleração do processo de urbanização 
em curso no país, que aconteceu mais por valores repul-
sivos do que atrativos, isto é, mais pela saída de pessoas 
do campo do que pelo grau de atratividade social e fi -
nanceira das cidades brasileiras.
O êxodo rural no Brasil ocorreu, de forma mais inten-
sa, em apenas duas décadas: entre 1960 e 1980, man-
tendo patamares relativamente elevados nas décadas 
seguintes e perdendo força total na entrada dos anos 
2000. Segundo estudos publicados pela Embrapa (Em-
presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o êxodo ru-
ral, nas duas primeiras décadas citadas, contribuiu com 
quase 20% de toda a urbanização do país, passando para 
3,5% entre os anos 2000 e 2010.¹
De acordo com o Censo Demográfi co de 2010 divul-
gado pelo IBGE, o êxodo rural é, realmente, desacelerado 
nos tempos atuais. Em comparação com o Censo ante-
rior (2000), quando a taxa de migração campo-cidade 
por ano era de 1,31%, a última amostra registrou uma 
queda para 0,65%. Esses números consideraram as por-
centagens em relação a toda a população brasileira.
Se considerarmos os valores do êxodo rural a partir 
do número de migrantes em relação ao tamanho total 
da população residente no campo no Brasil, temos que, 
entre 2000 e 2010, a taxa de êxodo rural foi de 17,6%, um 
número bem menor do que o da década anterior: 25,1%. 
Na década de 1980, essa taxa era de 26,42% e, na déca-
da de 1970, era de 30,02%. Portanto, nota-se claramente 
a tendência de desaceleração, ao passo que as regiões 
Centro-Oeste e Norte, até mesmo, apresentam um pe-
queno crescimento no número de habitantes do campo.
Os principais fatores responsáveis pela queda do êxo-
do rural no Brasil são: a quantidade já escassa de tra-
balhadores rurais no país, exceto o Nordeste, que ainda 
possui uma relativa reserva de migrantes; e os investi-
mentos, mesmo que tímidos, para os pequenos produto-
res e agricultores familiares. Existem, dessa forma, vários 
programas sociais do governo para garantir que as pes-
soas encontrem melhores condições de vida no campo, 
embora esses investimentos não sejam considerados tão 
expressivos.
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Entre os efeitos do êxodo rural no Brasil, podemos 
destacar:
– Aceleração da urbanização, que ocorreu concentra-
da, sobretudo, nas grandes metrópoles do país, sobre-
tudo as da região sudeste ao longo do século XX. Essa 
concentração ocorreu, principalmente, porque o êxodo 
rural foi acompanhado de uma migração interna no país, 
em direção aos polos de maiores atratividades econômi-
cas e com mais acentuada industrialização;
– Expansão desmedida das periferias urbanas, com a 
formação de habitações irregulares e o crescimento das 
favelas em várias metrópoles do país;
– Aumento do desemprego e do emprego informal: 
o êxodo rural, acompanhado do crescimento das cida-
des, propiciou o aumento do setor terciário e também 
do campo de atuação informal, gerando uma maior 
precarização das condições de vida dos trabalhadores. 
Além disso, com um maior exército de trabalhadores de 
reserva nas cidades, houve uma maior elevação do de-
semprego;
– Formação de vazios demográfi cos no campo: em 
regiões como o Sudeste, o Sul e, principalmente, o Cen-
tro-Oeste, formaram-se verdadeiros vazios demográfi cos 
no campo, com densidades demográfi cas praticamente 
nulas em várias áreas.
Já entre as causas do êxodo rural no Brasil, é pos-
sível citar:
– Concentração da produção do campo, na medida 
em que a menor disponibilidade de terras proporciona 
maior mobilidade da população rural de média e baixa 
renda;
– Mecanização do campo, com a substituição dos 
trabalhadores rurais por maquinários, gerando menos 
empregos no setor primário e forçando a saída da popu-
lação do campo para as cidades;
– Fatores atrativos oferecidos pelas cidades, como 
mais empregos nos setores secundário e terciário, o que 
foi possível graças ao rápido – porém tardio – processo 
de industrialização vivido pelo país na segunda metade 
do século XX.
Agronegócio e a produção agropecuária brasileira
O agronegócio, que atualmente recebe o nome de 
agrobusiness (agronegócios em inglês), corresponde à 
junção de diversas atividades produtivas que estão dire-
tamente ligadas à produção e subprodução de produtos 
derivados da agricultura e pecuária. 
Quando se fala em agronegócio é comum associar 
somente a produção in natura, como grãos e leite, por 
exemplo, no entanto esse segmento produtivo é muito 
mais abrangente, pois existe um grande número de par-
ticipantes nesse processo. 
O agronegócio deve ser entendido como um proces-
so, na produção agropecuária intensiva é utilizado uma 
série de tecnologias e biotecnologias para alcançar níveis 
elevados de produtividade, para isso é necessário que al-
guém ou uma empresa forneça tais elementos. 
Diante disso, podemos citar vários setores da eco-
nomia que faz parte do agronegócio, como bancos que 
fornecem créditos, indústria de insumos agrícolas (fer-
tilizantes, herbicidas, inseticidas, sementes selecionadas 
para plantio entre outros), indústria de tratores e peças, 
lojas veterinárias e laboratórios que fornecem vacinas e 
rações para a pecuária de corte e leiteira, isso na primeira 
etapa produtiva. 
Posteriormente a esse processo são agregados no-
vos integrantes do agronegócio que correspondem às 
agroindústrias responsáveis pelo processamento da ma-
téria-prima oriunda da agropecuária. 
A agroindústria realiza a transformação dos produtos 
primários da agropecuária em subprodutos que podem 
inserir na produção de alimentos, como os frigorífi cos, 
indústria de enlatados, laticínios, indústria de couro, bio-
combustíveis, produção têxtil entre muitos outros. 
A produção agropecuária está diretamente ligada aos 
alimentos, processados ou não, que fazem parte do nos-
so cotidiano, porém essa produção é mais complexa, isso 
por que muitos dos itens que compõe nossa vida são 
oriundos dessa atividade produtiva, madeira dos móveis, 
as roupas de algodão, essência dos sabonetes e grande 
parte dos remédios têm origem nos agronegócios. 
A partir de 1970, o Brasil vivenciou um aumento no 
setor agroindustrial, especialmente no processamento 
de café, soja, laranja e cana-de-açúcar e também criação 
de animais, principais produtos da época. 
A agroindústria, que corresponde à fusão entre a 
produção agropecuária e a indústria, possui uma inter-
dependência com relação a diversos ramos da indústria, 
pois necessitam de embalagens, insumos agrícolas, irri-
gação, máquinas e implementos. 
Esse conjunto de interações dá à atividade alto grau 
de importância econômica para o país, no ano de 1999 
somente a agropecuária respondeu por 9% do PIB do 
Brasil, entretanto, se enquadrarmos todas as atividades 
(comercial, fi nanceira e serviços envolvidos) ligadas ao 
setor de agronegócios esse percentual se eleva de for-
ma signifi cativa com a participação da agroindústria para 
aproximadamente 40% do PIB total. 
Esse processo também ocorre nos países centrais, 
nos quais a agropecuária responde, em média, por 3% 
do Produto Interno Bruto (PIB), mas os agronegócios ou 
agrobusiness representam um terço do PIB. Essas carac-
terísticas levam os líderes dos Estados Unidos e da União 
Europeia a conduzir sua produção agrícola de modo 
subsidiado pelos seus respectivos governos, esses criam 
medidas protecionistas (barreiras alfandegárias, impe-dimento de importação de produtos de bens agrícolas) 
para preservar as atividades de seus produtores. 
Em suma, o agronegócio ocupa um lugar de desta-
que na economia mundial, principalmente nos países 
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, pois garan-
te o sustento alimentar das pessoas e sua manutenção, 
além disso, contribui para o crescimento da exportação e 
do país que o executa. 
População brasileira
A Geografi a Humana do Brasil tem por objetivo ana-
lisar as características da população brasileira, a diversi-
dade étnica e cultural, os aspectos socioeconômicos, o 
quantitativo e a distribuição populacional, a divisão re-
gional, entre outros temas relacionados. Para entender-
mos a atual estrutura da população brasileira, é impor-
tante uma abordagem histórica da ocupação do país e a 
formação da identidade nacional. 
O Brasil é considerado um dos países de maior diver-
sidade étnica do mundo, sua população apresenta carac-
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terísticas dos colonizadores europeus (brancos), dos negros (africanos) e dos indígenas (população nativa), além de 
elementos dos imigrantes asiáticos. A construção da identidade brasileira levou séculos para se formar, sendo fruto da 
miscigenação (interação entre diferentes etnias) entre os povos que aqui vivem. 
Além de miscigenado, o Brasil é um país populoso. De acordo com dados do último Censo Demográfi co, realizado 
em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), a população total do país é de 190.755.799 habitan-
tes. Essa quantidade faz do Brasil o quinto mais populoso do mundo, atrás da China, Índia, Estados Unidos da América 
(EUA) e Indonésia, respectivamente. 
Apesar de populoso, o Brasil é um país pouco povoado, pois a densidade demográfi ca (população relativa) é de 
apenas 22,4 habitantes por quilômetro quadrado. Outro fato que merece ser destacado é a distribuição desigual da 
população no território nacional. Um exemplo desse processo é a comparação entre o contingente populacional do 
estado de São Paulo (41,2 milhões) com o da região Centro-Oeste (14 milhões). 
Origens do Povo Brasileiro 
O povo brasileiro foi originado a partir da miscigenação entre diferentes etnias. 
A população brasileira é bastante miscigenada. Isso ocorreu em razão da mistura de diversos grupos humanos que 
aconteceu no país. São inúmeras as raças que favoreceram a formação do povo brasileiro. Os principais grupos foram 
os povos indígenas, africanos, imigrantes europeus e asiáticos.
Povos indígenas: antes do descobrimento do Brasil, o território já era habitado por povos nativos, nesse caso, os 
índios. Existem diversos grupos indígenas no país, entre os principais estão: Karajá, Bororo, Kaigang e Yanomani. No 
passado, a população desses índios era de quase 2 milhões de pessoas.
Povos africanos: grupo humano que sofreu uma migração involuntária, pois foram capturados e trazidos para o 
Brasil, especialmente entre os séculos XVI e XIX. Nesse período, desembarcaram no Brasil milhões de negros africanos, 
que vieram para o trabalho escravo. Os escravos trabalharam especialmente no cultivo da cana-de-açúcar e do café.
Imigrantes europeus e asiáticos: os primeiros europeus a chegarem ao Brasil foram os portugueses. Mais tarde, por 
volta do século XIX, o governo brasileiro promoveu a entrada de um grande número de imigrantes europeus e tam-
bém asiáticos. Na primeira metade do século XX, pelo menos quatro milhões de imigrantes desembarcaram no Brasil. 
Dentre os principais grupos humanos europeus, destacam-se: portugueses, espanhóis, italianos e alemães. Em relação 
aos povos asiáticos, podemos destacar japoneses, sírios e libaneses.
Tendo em vista essa diversidade de raças, culturas e etnias, o resultado só poderia ser uma miscigenação, a qual 
promoveu uma grande riqueza cultural. Por esse motivo, encontramos inúmeras manifestações culturais, costumes, 
pratos típicos, entre outros aspectos.
A demografi a – ou Geografi a da População – é a área da ciência que se preocupa em estudar as dinâmicas e os pro-
cessos populacionais. Para entender, por exemplo, a lógica atual da população brasileira é necessário, primeiramente, 
entender alguns conceitos básicos desse ramo do conhecimento.
População absoluta: é o índice geral da população de um determinado local, seja de um país, estado, cidade ou 
região. Exemplo: a população absoluta do Brasil está estimada em 180 milhões de habitantes.
Densidade demográfi ca: é a taxa que mede o número de pessoas em determinado espaço, geralmente medida em 
habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²). Também é chamada de população relativa.
Superpovoamento ou superpopulação: é quando o quantitativo populacional é maior do que os recursos sociais 
e econômicos existentes para a sua manutenção.
FIQUE ATENTO!
Qual a diferença entre um local, populoso, densamente povoado e superpovoado?
Um local densamente povoado é um local com muitos habitantes por metro quadrado, enquanto que um 
local populoso é um local com uma população muito grande em termos absolutos e um lugar superpovo-
ado é caracterizado por não ter recursos sufi cientes para abastecer toda a sua população. 
Exemplo: o Brasil é populoso, porém não é densamente povoado. O Bangladesh não é populoso, porém 
superpovoado. O Japão é um país populoso, densamente povoado e não é superpovoado.
Taxa de natalidade: é o número de nascimentos que acontecem em uma determinada área.
Taxa de fecundidade: é o número de nascimentos bem sucedidos menos o número de óbitos em nascimentos.
Taxa de mortalidade: é o número de óbitos ocorridos em um determinado local.
Crescimento natural ou vegetativo: é o crescimento populacional de uma localidade medido a partir da diminui-
ção da taxa de natalidade pela taxa de mortalidade.
Crescimento migratório: é a taxa de crescimento de um local medido a partir da diminuição da taxa de imigração 
(pessoas que chegam) pela taxa de emigração (pessoas que se mudam).
Crescimento populacional ou demográfi co: é a taxa de crescimento populacional calculada a partir da soma entre 
o crescimento natural e o crescimento migratório.
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Migração pendular: aquela realizada diariamente no 
cotidiano da população. Exemplo: ir ao trabalho e voltar.
Migração sazonal: aquela que ocorre durante um 
determinado período, mas que também é temporária. 
Exemplo: viagem de férias.
Migração defi nitiva: quando se trata de algum tipo 
de migração ou mudança de moradia defi nitiva.
Êxodo rural: migração em massa da população do 
campo para a cidade durante um determinado período. 
Lembre-se que uma migração esporádica de campo para 
a cidade não é êxodo rural.
Metropolização: é a migração em massa de pessoas 
de pequenas e médias cidades para grandes metrópoles 
ou regiões metropolitanas.
Desmetropolização: é o processo contrário, em que 
a população migra em massa para cidades menores, so-
bretudo as cidades médias.
População
A população brasileira está irregularmente distribuída 
no território, isso fi ca evidente quando se compara algu-
mas regiões ou estados, o Sudeste do país, por exemplo, 
apresenta uma densidade demográfi ca de 87 hab/km2, 
as regiões Nordeste, Sudeste e Sul reúnem juntas 88% 
da população, distribuída em 36% de todo o território, 
fato contrário à densidade demográfi ca do Norte e Cen-
tro-Oeste, que são, respectivamente, 4,1 hab/km2 e 8,7 
hab/km2, correspondendo a 64% do território total. Os 
brasileiros atualmente exercem um grande fl uxo migra-
tório, internacional e nacionalmente, nesse processo é 
importante salientar a diferença entre emigração (saída 
voluntária do país de origem) e imigração (o ato de esta-
belecer-se em país estrangeiro).
Acerca das migrações externas o signifi cado está 
no fl uxo de pessoas que saem do seu país para viver, 
ou mesmo visitar, outro país, geralmente países desen-
volvidos; já as migrações internas caracterizam-se pelo 
deslocamento populacional que se realiza dentro de um 
mesmo país, seja entreregiões, estado ou municípios. No 
Brasil cerca de 40% dos habitantes residem fora dos mu-
nicípios que nasceram.
Os principais fl uxos migratórios no Brasil estão voltados 
para os nordestinos que saem em direção ao Sudeste e Cen-
tro-Oeste, isso muita vezes é provocado devido às questões 
de seca, falta de emprego, baixo índice de industrialização 
em relação às outras regiões, dentre outros fatores. 
Outro fl uxo bastante difundido é em relação aos mi-
grantes do Sul que saem em direção às regiões do Cen-
tro-Oeste e Norte, esse processo deve-se aos agriculto-
res gaúchos que procuram novas áreas de cultivo com 
preços mais baixos.
GEOGRAFIA DO BRASIL
Crescimento e Distribuição da População Brasileira
A população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro 
de Geografi a e Estatística (IBGE, 2014) fi ca em torno de 
203 milhões de habitantes distribuídos pelas 26 unida-
des de federação e 5.570 municípios e o Distrito Federal. 
Com isso podemos ter dados do crescimento e distri-
buição da população brasileira.
Três estados em particular, São Paulo (44 milhões de 
habitantes, taxa de 21,7% do total da população), Mi-
nas Gerais (20,7 milhões, taxa de 10,2%) e Rio de Janeiro 
(16,5 milhões, taxa de 8,1%) concentram 40% da popula-
ção. São 27 capitais que condensam 23,8% da população 
do país, índice que vem se mantendo estável há mais de 
uma década.
Embora as grandes cidades estejam mantendo uma 
maior concentração populacional, existe um desloca-
mento para o interior do Brasil, preferencialmente para 
as cidades de médio porte, que variam de 100 a 500 mil 
habitantes.
Mais informações sobre o crescimento e distribui-
ção da população brasileira
De 1970 até a atualidade, a parcela urbana da po-
pulação brasileira cresceu de 58% naquela década para 
80% em 2000, havendo uma estimativa de crescimento 
populacional, verifi cando-se que as aglomerações urba-
nasdas Regiões Norte e Centro-Oeste crescem mais do 
que os centros urbanos já estabelecidos do eixo Sudeste-
-Sul, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (IPEA).
Houve um crescimento mais intenso, entre 2001 e 
2005, da população brasileira nas regiões Norte e Cen-
tro-Oeste, enquanto que na região Sudeste e Sul um rá-
pido crescimento urbano ocorreu. A região Centro-Oeste 
teve a experiência de ter a maior taxa de crescimento 
anual (4,9%), justifi cado pela ocorrência de fl uxos migra-
tórios relativos a atividades de expansão econômica.
A menor taxa de crescimento e distribuição da po-
pulação brasileira, desde a década de 1990, é apresen-
tada pela região Nordeste, que embora apresente índi-
ces elevados de natalidade, possui uma abundância de 
oferta de mão de obra barata que provoca a migração 
para a região Sudeste, que possui uma demanda grande 
de empregos para atender às necessidades do desenvol-
vimento concentrado nos polos dinâmicos da economia 
brasileira.
Os processos de industrialização e urbanização 
estão intrinsecamente interligados. Foi com os avanços 
e transformações proporcionados, por exemplo, pelas 
Revoluções Industriais na Europa que esse continente 
concebeu o crescimento exponencial de suas principais 
cidades, aquelas mais industrializadas. Ao mesmo tem-
po, o processo de urbanização intensifi ca o consumo nas 
cidades, o que acarreta a produção de mais mercadorias 
e o aumento do ritmo da atividade industrial.
A industrialização é um dos principais fatores de 
transformação do espaço geográfi co, pois interfere nos 
fl uxos populacionais, reorganiza as atividades nos con-
textos da sociedade e promove a instrumentalização das 
diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais 
para as atividades humanas. A atividade industrial, por 
defi nição, corresponde ao arranjo de práticas econômi-
cas em que o trabalho e o capital transformam maté-
rias-primas ou produtos de base em bens de produção 
e consumo.
Com o avanço nos sistemas de comunicação e trans-
porte – fatores que impulsionaram a globalização –, pra-
ticamente todos os povos do mundo passaram a con-
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sumir produtos industrializados, independentemente da 
distância entre o seu local de produção e o local de consu-
mo. Estabelece-se, com isso, uma rede de infl uências que 
atua em escalas que vão do local ao global.
Graças ao processo de industrialização e sua ampla 
difusão pelo mundo, incluindo boa parte dos países 
subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também 
cresceu, a ponto de, segundo dados da ONU, o mundo 
ter se tornado, pela primeira vez, majoritariamente urba-
no, isto é, com a maior parte da população residindo em 
cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante.
Mas como a industrialização interfere na urbaniza-
ção?
É errôneo pensar que a industrialização é o único fa-
tor que condiciona o processo de urbanização. Afi nal, 
tal fenômeno está relacionado também a outros even-
tos, que envolvem dinâmicas macroeconômicas, sociais 
e culturais, além de fatores específi cos do local. No en-
tanto, a atividade industrial exerce uma infl uência quase 
que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das 
cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço 
rural, que vê uma gradativa diminuição de seu contin-
gente populacional em termos proporcionais.
No meio rural, o processo de industrialização inter-
fere com a produção e inserção de modernos maquiná-
rios no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras, 
semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão 
de obra anteriormente empregada é substituída por má-
quinas e técnicos qualifi cados em operá-las. Como con-
sequência, boa parte dessa população passa a residir em 
cidades, por isso, elas tornam-se cada vez maiores e mais 
povoadas. Vale lembrar que a mecanização não é o único 
fator responsável pelo processo de migração em mas-
sa do campo para a cidade, o que chamamos de êxodo 
rural, mas é um dos elementos mais importantes nesse 
sentido.
Além disso, a industrialização das cidades faz com 
que elas se tornem mais atrativas em termos de migra-
ções internas, o que provoca o aumento de seus espaços 
graças à maior oferta de empregos, tanto na produção 
fabril em si quanto no espaço da cidade, que demandará 
mais trabalho no setor comercial e também na prestação 
de serviços.
Não por acaso, os primeiros países a industrializem-
-se foram também os primeiros a conhecer a urbani-
zação em sua versão moderna, tornando-se territórios 
verdadeiramente urbano-industriais. Atualmente, esse 
processo vem ocorrendo em países emergentes e sub-
desenvolvidos, tal qual o Brasil, que passou por isso ao 
longo de todo o século XX. Segundo a ONU, até 2030, 
todas as regiões do mundo terão mais pessoas vivendo 
nas cidades do que no meio rural.
O grande gargalo desse modelo é o crescimen-
to acelerado das cidades, que contribui para fomentar 
a macrocefalia urbana, quando há o inchaço urbano, 
com problemas ambientais e sociais, além da ausên-
cia de infraestruturas, crescimento da periferização e do 
trabalho informal, excesso de poluição, entre outros pro-
blemas. Estima-se, por exemplo, que até 2020 quase 900 
milhões de pessoas estarão vivendo em favelas, em con-
dições precárias de moradia e habitação.
Mercado de Trabalho
Mercado de Trabalho é um conceito utilizado para 
explicar a procura e a oferta das atividades remuneradas 
oferecidas pelas pessoas ao setor público e ao privado.
O mercado de trabalho acompanhou a expansão da 
economia e as taxas de desemprego chegaram a regis-
trar somente 4% de desocupação.
Cada vez mais, exige-se o ensino médio para as pro-
fi ssões mais elementares, conhecimento básico de inglês 
e informática. Devido a desigualdade social do país, nem 
sempre esses requisitos serão cumpridos durante a vida 
escolar.
O melhor é se dedicar aos estudos, fazer um bom cur-
rículo, acumular experiências de trabalho voluntário e se 
preparar para entrevistas.
Por isso, é preciso abandonar de vez a ideia de traba-
lho infantil e lembrar que uma criança que não estudou 
durantea infância será um adulto com menos chances de 
conseguir um bom emprego.
Desde 2016, a taxa de desemprego tem crescido e 
isso só aumenta a competição para quem deseja se reco-
locar ou entrar no mercado de trabalho.
Taxa de desemprego no Brasil em 2017
Muitas pessoas recorrem ao trabalho informal, tem-
porário ou não, a fi m de escapar da situação de desem-
prego.
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Atual
O mercado de trabalho nunca foi tão competitivo. A economia de mercado globalizada fez com que as empresas 
possam contratar pessoas em todos os cantos do planeta. Com o crescimento do trabalho remoto esta tendência só 
tende a aumentar.
Igualmente, os postos oferecidos pelo mercado de trabalho exigem cada vez mais tempo de estudo, autonomia e 
habilidades em informática.
Dessa maneira, nem sempre aqueles que são considerados como população economicamente ativa, tem sufi ciente 
formação para ingressar no mercado de trabalho.
Tendências
As principais tendências para o aperfeiçoamento do trabalhador, em 2017, segundo uma consultoria brasileira 
seriam:
• Capacidade de Negociação
• Execução de planejamento estratégico e projetos
• Assumir equipes de sucesso herdadas
• Domínio do idioma inglês
Mulher
Embora a mulher ocupe uma fatia expressiva do mercado de trabalho, vários problemas persistem como a remune-
ração inferior ao homem e a dupla jornada de trabalho.
Mesmo possuindo a mesma formação de um homem e ocupando a mesma posição, a mulher ganhará menos. Além 
disso, em casa se ocupará mais tempo das tarefas domésticas do que os homens.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo mundo, apenas 46% das mulheres em idade de 
trabalhar buscam emprego. Na mesma faixa etária, os homens respondem por 76%.
Nos países desenvolvidos a mulher ocupa 51,6% dos postos de trabalho frente aos 68% dos homens. No Brasil, essa 
diferença é de 22 pontos percentuais, aumentando a brecha salarial.
Nos gráfi cos abaixo podemos observar a participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil:
Divisão do mercado de trabalho entre mulheres e homens
Jovens
Para os jovens da chamada geração Y ou os millennials – que nasceram após 1995 – o mercado de trabalho pode 
ser um desafi o complexo.
Os millennials se caracterizam por ter um domínio das tecnologias mais recentes, redes sociais e até programação. 
Possuem bom nível de inglês e um segundo idioma, fi zeram pós-graduação e quem pode, viajou para o exterior.
Por outro lado, têm difi culdades em aceitar hierarquias e, por conta de sua formação, desejam começar logo em 
postos de comando. São menos propensos a serem fi éis à empresa e preferem empreender seu próprio negócio que 
buscar um emprego tradicional.
A realidade dos millennials nos países subdesenvolvidos em geral e no Brasil em particular esbarra sempre no aces-
so à educação formal.
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Urbanização no Brasil
Características da urbanização brasileira
Rua 25 de março, importante centro comercial da ci-
dade de São Paulo que evidencia o crescimento do setor 
terciário nas metrópoles brasileiras.
Por fi m, podemos destacar algumas características 
históricas e recentes sobre a urbanização brasileira:
• A concentração fundiária, característica brasi-
leira desde a colonização, desdobrou-se em baixa qua-
lidade de vida nas áreas rurais, baixos salários e falta de 
apoio ao pequeno trabalhador rural, motivando a migra-
ção campo-cidade.
• O processo de industrialização, especialmente 
em alguns estados da região geoeconômica Centro-Sul, 
motivou a migração para as grandes cidades desses esta-
dos, que passaram a polarizar a economia do país.
• O processo produtivo no espaço rural, a partir 
da sua modernização, começa a absorver menor quanti-
dade de mão de obra.
• A construção de novas vias, a partir do modelo 
rodoviário de transporte, facilitou o processo migrató-
rio e o acesso aos centros urbanos.
• Os valores da vida urbana vão ser amplamente 
disseminados pelos meios de comunicação, principal-
mente rádio e televisão, como forma de seduzir a po-
pulação rural a migrar para a cidade. Os excluídos do 
campo criam perspectiva em relação ao espaço urbano e 
acabam se inserindo no espaço urbano no circuito Infe-
rior da Economia (mercado informal).
• Apesar do contínuo processo de metropoliza-
ção, é possível perceber na atualidade que a região Su-
deste brasileira enfrenta o processo de desmetropoli-
zação, ou seja, a redução do ritmo de crescimento de 
algumas metrópoles, a exemplo de São Paulo, que passa 
a apresentar um ritmo de crescimento mais lento em re-
lação a algumas cidades médias do interior.
• Crescimento de cidades médias em função da 
desconcentração dos investimentos produtivos (descon-
centração industrial), buscando maiores vantagens para 
a indústria, como isenção fi scal, terrenos e mão de obra 
mais baratos para a indústria, fuga dos congestionamen-
tos das metrópoles, entre outros, além da migração da 
população das grandes metrópoles que buscam qualida-
de de vida em cidades médias.
• Crescimento do setor terciário, devido à di-
minuição das indústrias nos grandes centros urbanos, 
fazendo com que essa camada de mão de obra seja 
absorvida pelo setor de serviços e comércio. Essa nova 
realidade vai transformar a paisagem urbana, com a di-
minuição das indústrias e o crescimento de shoppings e 
centros empresariais.
Espaço urbano e seus problemas
O Espaço Urbano pode ser defi nido como o espaço 
das cidades, o conjunto de atividades que ocorrem em 
uma mesma integração local, com a justaposição de ca-
sas e edifícios, atividades e práticas econômicas, sociais e 
culturais. O espaço da cidade é, dessa forma, uma paisa-
gem representativa do espaço geográfi co, um território 
das práticas políticas e um lugar das visões de mundo e 
mediações culturais.
No entanto, é preciso estabelecer uma distinção en-
tre o urbano e as cidades. Existem cidades, por exemplo, 
que não são consideradas urbanas, por possuírem uma 
pequena quantidade de habitantes e uma baixa dinâmi-
ca econômica. Para o IBGE, cidades com menos de 20 
mil habitantes são consideradas como espaço rural. Além 
disso, no meio agrário, evidenciam-se algumas práticas e 
características do espaço urbano, o que nos leva a crer 
que o urbano transcende (vai além) do espaço das ci-
dades.
Nesse ínterim, podemos dizer que o espaço urbano 
é economicamente produzido, mas socialmente viven-
ciado, ou seja, apropriado e transformado com base em 
ações racionais e também afetivas.
O geógrafo brasileiro Roberto Lobato Corrêa afi rma, 
em várias de suas obras, que o espaço urbano é frag-
mentado, articulado; é também o condicionante das 
ações sociais e o refl exo destas, em uma interação dialé-
tica. Além disso, segundo o mesmo autor, ele pode ser 
compreendido como um conjunto de símbolos e como 
um campo de lutas, principalmente envolvendo as clas-
ses sociais.
Com o desenvolvimento das técnicas, o homem pas-
sou a viver em sociedade e, assim, passou a construir as 
suas cidades, os seus espaços de moradia. As mais anti-
gas cidades datam de cerca de 9.000 a.C., que é o caso 
das cidades de Jericó (Palestina) e de Damasco (na Síria). 
No entanto, durante a maior parte da história da huma-
nidade, a população foi majoritariamente rural.
Dessa forma, com o desenvolvimento das relações in-
dustriais, o processo de urbanização – crescimento do 
espaço urbano em relação ao espaço rural – passou a ser 
a principal representação da modernidade. Assim, temos 
a evidência de como a industrialização interfere e acen-
tua o processo de urbanização.
Antes da Primeira Revolução Industrial, cerca de 90% 
da população das diferentes sociedades era rural. Atual-
mente, com a Terceira Revolução Industrial em curso, a 
humanidade atingiu pela primeira vez a maioria urbana, 
segundo dados de 2010 da Organização das Nações Uni-
das.
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Na era moderna, podemos dizer que o processo de 
crescimento do espaço urbanoocorre por dois argumen-
tos de elementos principais, os fatores atrativos e os fa-
tores repulsivos.
Por fatores atrativos entende-se o crescimento das 
cidades a partir dos supostos benefícios que elas ofe-
recem, principalmente aqueles relativos ao crescimento 
industrial, em que boa parte da população do campo é 
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atraída pela oferta de mão de obra, e às possibilidades 
de crescimento e emancipação sociais. Esses elementos 
foram predominantes em países hoje considerados de-
senvolvidos, que passaram pelo processo de industriali-
zação clássica. Entre as cidades, podemos citar os casos 
de Londres, Nova York, Paris e outras.
Por fatores repulsivos entende-se o crescimento das 
cidades em função da saída dos trabalhadores do cam-
po, em face da mecanização da produção agrícola ou da 
concentração fundiária. A urbanização causada por fato-
res repulsivos costuma ser mais acelerada e revela uma 
maior quantidade de problemas sociais, sendo caracte-
rística dos países subdesenvolvidos. Entre as cidades, po-
demos citar os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade 
do México, entre outras.
Assim, através dos fatores atrativos e repulsivos, po-
demos perceber que o espaço urbano cresce, princi-
palmente, com a migração do tipo campo-cidade que, 
quando ocorre em massa, é chamada de êxodo rural. 
Quando esse processo proporciona um crescimento de-
sordenado das cidades, ou seja, quando esse crescimento 
foge do controle do Estado e dos governos, observa-se 
a emergência de graves problemas sociais urbanos, dos 
quais destacam-se: a favelização, ocupações irregulares, 
índices de miséria, violência e muitos outros.
Além de problemas sociais, a urbanização acelerada 
pode evidenciar a emergência de problemas ambientais 
urbanos, dentre eles, merecem destaque as ilhas de ca-
lor, as chuvas ácidas e a inversão térmica.
Portanto, mesmo sendo a expressão dos avanços da 
modernidade, o espaço urbano também pode ser a prin-
cipal evidência de suas contradições.
Problemas ambientais urbanos
Pessoas que moram nas grandes cidades acabam 
causando prejuízo ao meio ambiente, direta ou indire-
tamente. A grande concentração populacional nas zonas 
citadinas do Brasil e do mundo, provoca uma série de 
impactos ambientais no Brasil e no mundo.
Portanto, o tema dos principais problemas ambien-
tais urbanos merece atenção.
Nos itens a seguir, entenda algumas das categorias 
centrais relacionadas à essa questão e conheça os prin-
cipais problemas ambientais no Brasil e no mundo:
Problemas urbanos: lixo
A maneira como a sociedade moderna consome os 
produtos industrializados implica uma crescente preocu-
pação com o problema do lixo urbano.
Realizar a gestão de resíduos sólidos é uma das ati-
vidades mais complexas dos governos dos municípios. 
Infelizmente, no Brasil, cerca de 50% deles ainda depo-
sitam o lixo em vazadouros a céu aberto, segundo a 
Pesquisa Nacional de Resíduos Sólidos, publicada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).
Esse tipo deposição implica em riscos de contami-
nação para a natureza e a população ao redor, pois 
gera chorume e emite gases, como o metano, que no 
processo de decomposição, transforma-se em dióxido 
de carbono (CO2), um dos principais compostos do Efei-
to Estufa que causa uma série problemas ambientais 
no Brasil.
Solucionar esse problema urbano envolve iniciativas 
do governo e também das várias camadas da sociedade. 
Destacam-se, como medidas de resolução: a criação de 
aterros sanitários adequados, a coleta seletiva, além da 
mudança no modo de produção e consumo.
Problemas urbanos: poluição
Chegou a hora de conferir os principais problemas 
ambientais relacionados à poluição do meio ambiente 
nas zonas urbanas. Continue a leitura e entenda os deta-
lhes de cada ocorrência!
Poluição do ar
A agenda ambiental das cidades que se propõem a 
mudar a qualidade de vida das pessoas, de modo geral, 
propoõe destaque à qualidade do ar, sendo esse um dos 
principais assuntos tratados nas conferências ambientais.
Consequências diretas à saúde da população são per-
cebidas facilmente quando o ar dos espaços urbanizados 
está carregado de toxinas. Problemas respiratórios já fa-
zem parte do cotidiano nas grandes metrópoles.
Durante a queima de combustíveis fósseis, como 
hidrocarbonetos e carvão mineral, ocorre a liberação de 
gases para a atmosfera, sendo este o principal motivo da 
sua contaminação.
Os combustíveis dessa natureza estão entre as prin-
cipais fontes de energia primária no mundo, movimen-
tando carros, motos, ônibus, caminhões, navios e aviões, 
e contribuem signifi cativamente para o Efeito Estufa.
Logo, é um assunto que merece muita atenção. Nas 
últimas décadas, a poluição do ar vem aparecendo como 
uma das principais questões ambientais das grandes ci-
dades entorno do aquecimento global.
Poluição sonora
Existem, no ambiente urbano, inúmeros estímulos ex-
ternos que facilitam o desenvolvimento do estresse na 
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população. Nas regiões metropolitanas, são comuns os 
ruídos produzidos por automóveis, fábricas, pessoas tra-
balhando, etc.
É verdade que, a poluição sonora não se acumula no 
espaço, como as outras situações poluentes, porém, ela 
é responsável por causar sérios danos à saúde, pois a ex-
posição direta a barulhos intensos pode comprometer a 
audição e o bem-estar das pessoas.
Poluição visual
O excesso de estímulos visuais na paisagem das 
grandes cidades é constituído, em grande parte, por pro-
pagandas que oferecem produtos e serviços. Você nunca 
reparou a disputa entre outdoors, faixas e placas nas ruas 
da sua região?
Essas comunicações, quando instaladas de maneira 
indevida, constituem vários problemas urbanos, dentre 
os quais podemos destacar:
• a modifi cação do espaço público, a fi m de veicu-
lar interesses particulares;
• a deterioração da paisagem urbana e a degra-
dação dos elementos naturais, como vegetação, rios e 
lagos;
• o prejuízo na percepção do espaço, referente à 
referenciação espacial e localização, além do trânsito de 
pessoas nas cidades.
Esgoto
O alto teor de matéria orgânica que os mananciais 
de água dos centros urbanos recebem, através do esgo-
to doméstico e industrial, é a razão da poluição desses 
corpos d’água.
A deposição de resíduos sólidos, diretamente no 
solo ou na água, como os vazadouros a céu aberto, tam-
bém compromete de maneira signifi cativa a qualidade 
dos reservatórios hídricos da cidade.
Infelizmente, o descomprometimento quanto às polí-
ticas públicas relacionados ao saneamento básico, é um 
dos principais problemas urbanos no Brasil.
Problemas sociais urbanos
Violência urbana
O crescimento desordenado das cidades intensi-
fi cou o problema da violência urbana. É correto dizer 
que essa situação acontece em função de fome, miséria 
e desemprego, encontrados, principalmente, em países 
subdesenvolvidos.
No Brasil, a violência urbana é refl exo de políticas pú-
blicas inefi cientes, que não resolvem as situações de risco 
e não conseguem sanar lacunas do desenvolvimento dos 
cidadãos, como o acesso à direitos fundamentais.
Mobilidade urbana
Mobilidade urbana pode ser caracterizada como a 
maneira que as pessoas utilizam para se locomoverem.
Para a realização de uma análise avaliativa da mobi-
lidade urbana, é necessário levar em conta os seguintes 
fatores:
• organização territorial;
• intensidade do fl uxo de automóveis nas vias de 
transporte da cidade;
• tipos de transporte utilizados.
No contexto brasileiro, como problemas de mobili-
dade urbana, podemos citar:
• sobrecarga de espaço;
• limitação do fl uxo de pessoas e mercadorias;
• alto índice de acidentes fatais;
• inefi ciência do transporte público;
• poluição do meio ambiente.
Podemos destacar, ainda, que a ausência de políti-
cas públicas para a melhoria do transporte público re-
sulta, consequentemente, na procura por um meio de 
transporte particular.
Isso gera um ciclo vicioso, pois, quanto

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