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Resumo da Malu – 2020.1 Detectores e Dosímetros de Radiações Ionizantes Detectores • Princípio: - Interação da radiação com o meio material, podendo causar alterações químicas ou físicas no meio • Classificação dos sistemas físicos de detecção de acordo com: - Meio – sólido, líquido, gasoso → detectores sólidos e gasosos são os mais utilizados - Fenômeno – excitação eletrônica ou ionização da matéria - Pulso eletrônico gerado – amplitude constante, proporcional à energia da radiação • Representação esquemática: - Detector – meio com o qual a radiação interage, podendo ser sólido, liquido ou gasoso - Fonte de alta voltagem – no qual o detector (pode ser uma câmara contendo o gás, cristal cintilador ou tubo contendo líquido cintilador) - Gerador de pulsos – ocorre pela interação da radiação com o detector. Gera um pulso eletrônico de pequena amplitude que precisa ser pré-amplificador - Pré-amplificador – conectado ao gerador de pulsos que funciona como um sistema de controle de controle dele. O sinal pré-amplificado por ele chegará ao amplificador - Amplificador – amplifica o sinal eletrônico encaminhando-o ao computador - Computador – pode gerar imagens, ou pode fazer contagem de radiação - Contador de Escalas – o sinal gerado pelo amplificador será associado a uma escala numérica digital ou analógica - Timer – conectado ao escalímetro, ele irá fazer a contagem Detectores a Gás • Princípio: - Formação de pares iônicos dentro de uma massa gasosa, contida em um recipiente (tubo ou câmara) • Tipos: - Câmaras de ionização - Contadores proporcionais - Tubos Geiger-Muller • Estrutura básica de um detector gasoso-ionização: - Detector gasoso baseado no processo de ionização - A radiação incidente atravessa uma janela de material bem fino de forma que não altere as características ou intensidade da radiação, e interage com as moléculas do gás contidas no interior de uma câmara - Esse gás pode ser o ar ou uma mistura de gases especial - Há uma estrutura central que funciona como anodo e a parede desse gás que funciona como catodo - O sinal eletrônico será proveniente do processo de ionização e da coleta das cargas elétricas (elétrons) pelo anodo (polo positivo) - A radiação ao penetrar na câmara promove a ionização do gás, e a captação desses elétrons pelo anodo, gerando uma pequena corrente elétrica que será armazenada no capacitor - A carga elétrica contida no capacitor será proporcional à intensidade de radiação que penetrou na câmara - Dessa forma, teremos um detector gasoso de radiação ionizante - Ele é necessário pois os nossos sentidos não são capazes de detectar essas radiações no ambiente (alfa, beta ou gama) • Funcionamento de um detector gasoso-ionização: - Representação da radiação entrando na câmara e causando ionizações, os elétrons sendo retirados dos átomos que compõe esse gás e sendo capturados pelo anodo e gerando uma corrente elétrica que será aferida por um amperímetro - A corrente elétrica aferida por esse amperímetro pode ser associada a uma escala numérica, dando uma boa ideia da intensidade da radiação ionizante que está penetrando na câmara gasosa - Possibilita medir a intensidade da radiação no ambiente • Regiões de Operação de um detector gasoso-ionização: - Representa os diferentes tipos de detectores gasosos a partir da diferença de DDP aplicada entre o anodo e o catodo Resumo da Malu – 2020.1 - Região de Recombinação – região na qual a diferença de potencial entre o anodo e o catodo é muito pequena. Nenhum detector de radiação funciona em voltagens dentro dessa faixa - Região da Câmara de Ionização – É o primeiro tipo de detector á gás. Há 3 intensidades (curvas) diferentes de altura de pulso dependendo da radiação. A radiação gama é a que gera menos ionização da matéria e a alfa é a que causa maior ionização da matéria (+ utilizados) - Região Proporcional – Região de funcionamento dos contadores proporcionais que são os menos utilizados na área de saúde. - Região do Geiger-Muller – A alta do pulso é a máxima possível e qualquer evento de ionização dentro dessa câmara que contem o gás causa uma quantidade muito grande de ionizações secundárias e terciárias (+ utilizadas) - Região da Descarga Contínua – É quando o anodo e o catodo são submetidos a uma diferença de potencial muito elevada, ocorrendo uma descarga continua entre o anodo e o catodo, podendo danificar o detector → Câmaras de Ionização: • Aplicação: Medida da intensidade de radiação ou doses cumulativas • Avalia equipamentos de radiologia (raio X) para verificar se eles estão funcionando dentro das condições ideais → se estão emitindo as doses de radiação adequadas para a realização do procedimento e obtenção da imagem • Utilizada também para o monitoramento ambiental • Detecta qualquer tipo de radiação (alfa, beta e gama) • Usadas em sistemas de geração de imagem (cintilografia ou imagem PET) • Usada para fazer inspeção de serviços e equipamentos de radiologia • Exemplos: - Dosímetro de bolso – medida da quantidade de radiação liberada por unidade de tempo (usada em ambientes onde já campos de radiação ionizante de intensidade considerável) - Medidor portátil de bolso – medida da taxa de dose de radiação no ambiente - Calibrador de dose – utilizado na determinação da atividade a ser administrada (utilizado na medicina nuclear para determinar a dose do radiofármacos a ser administrado no paciente para realizar cintilografia, que são imagens que refletem o funcionamento/metabolismo do órgão ou tecido, sendo de grande importância para o diagnóstico ou acompanhamento do tratamento da doença) • Representação Esquemática de uma Câmara de Ionização: - Verde – catodo - Amarelo – catodo - A – amperímetro • Exemplos de Câmaras de Ionização: → Contadores Proporcionais: • Aplicação: Usados para detecção de partículas alfa e beta • Exemplo: - Contador proporcional de fluxo gasoso – funcionam dentro da região de proporcionalidade (região da câmara de ionização e região proporcional → Tubos Geiger-Muller: • Aplicação: - Monitoramento ambiental e pessoal - Detecção de radiações alfa, beta e gama Resumo da Malu – 2020.1 • São os mais utilizados e conhecidos em geral • Princípio de Funcionamento: - A radiação penetra através de uma janela feita de um material fino para não alterar a intensidade dela e promove a ionização das moléculas do gás no interior da câmara - Os elétrons são coletados por um eletrodo central (anodo) gerando uma corrente elétrica que será aferida por um amperímetro no interior do dispositivo e essa corrente elétrica estará associada a uma escala numérica - Esses detectores emitem um ruído que pode ser mais agudo e de maior intensidade conforme o detector se aproxima da fonte emissora de radiação - Ou emite um ruído intermitente que se emite uma frequência e intensidade cada vez maior conforme se aproxima da fonte emissora de radiação Detectores Sólidos → Cintiladores Sólidos: • Aplicação: Detecção de radiação gama • Princípio de Funcionamento: - Gera uma cintilação (clarão de luz) quando interage com um cristal - A cintilação é proporcional à intensidade da radiação • Cristais: - Orgânicos – compostos de derivados benzênicos - Inorgânicos – compostos de semicondutores + impureza • Qualidades desejáveis de um cintilador: - Bom rendimento óptico – ele próprio não deve absorvera cintilação que ele produz e deve ser permeável à radiação ionizante - Tempo de luminescência curto – tempo entre a interação da radiação e a emissão da cintilação desse ser curto (microssegundos) - Número atômico do cristal elevado – pois a radiação gama interage pouco com a matéria, logo, quantomaior a densidade do meio, maior a probabilidade da interação ocorrer - Densidade alta do meio – facilita a interação visto que a radiação gama interage pouco - Transparência – da cintilação obtida - Alta eficiência – para ter um melhor desempenho - Perdas por transmissão < 50% - deve absorver menos de 50% da cintilação que ele mesmo gera • Representação Esquemática: - Colimador – peça que faz parte do detector responsável por direcionar os fótons para o cristal cintilador - Cristal – está associado aos tubos fotomultiplicadores - Tubos FM – gera um sinal eletrônico (corrente elétrica) de baixa intensidade - Pré-amplificador – irá pré-amplificar essa corrente de baixa intensidade - Amplificador – vai amplificar a corrente elétrica - Escalímetro – vai associar essa corrente elétrica à uma escala para que seja possível a sua medição - Timer – disposto que ajusta o tempo de detecção de acordo com as características do equipamento • Cristais cintiladores: Resumo da Malu – 2020.1 • Componentes de um cintilador: 1. Iodeto de sódio + tálio: ▪ O tálio é a impureza ▪ Características: - Transparente à luz que emite - Alto rendimento óptico - Baixa constante de tempo (2,5 x 10-7 s) – emite a cintilação de forma rápida - Alta densidade (3,67 g/cm3) - Alto número atômico (Z=50) - Pequena variação de sensibilidade entre 10 a 2000 KeV – detecta radiações de uma faixa ampla de energia, tendo grande versatilidade - Higroscópico – se torna opaco quando entra em contato com o vapor de água, logo, são colocados em câmaras hermeticamente seladas 2. Fotocatodo: ▪ Característica: - Funciona como uma célula fotoelétrica, absorve a cintilação obtida pelo cristal, emitindo elétrons e gerando uma corrente elétrica (baixa intensidade) - Constituído por material semitransparente aplicado à superfície do tubo FM (cristal cintilador) ▪ Composição – Sb-K2-Cs ▪ Espessura – 200 nm ▪ Representação do Cristal Cintilador e Fotocatodo: - A radiação ionizante interage com átomos no interior do cristal gerando uma cintilação - Os fótons da cintilação interagem com o fotocatodo e como resultado ele vai emitir elétrons - Os elétrons serão focalizados e direcionados para o interior do tubo fotomultiplicador - Os elétrons ao serem atraídos para os dinodos, que são peças metálicas localizadas dentro desse tubo FM organizados em DDPs crescentes, vão interagir com eles, arrancando os elétrons dos átomos que constituem esses dinodos - A cada interação eles vão arrancar mais elétrons do dinodo, levando a um processo de multiplicação dos elétrons, aumentando a intensidade do sinal eletrônico gerado - O resultado disso é que quando os elétrons chegam no anodo, eles chegam em uma quantidade muito maior, gerando um impulso eletrônico (intensidade da corrente elétrica) muito maior que aquela gerada pelo fotocatodo - Esse sinal eletrônico será pré-amplificado e depois amplificado, para ser aferido por um amperímetro, e a intensidade da corrente elétrica aferida por esse amperímetro será associada a uma escala de intensidade de radiação Dosímetros Físicos • Dosímetros – Aferem a dose recebida de radiação ionizante por um indivíduo • Toda pessoa que se expõe a radiação ionizante deve utilizar um dosímetro • É um instrumento individual, não devendo ser compartilhado → Dosímetro de Bolso: • Chamado também de caneta dosimétrica • Aplicação: - Medida da quantidade de radiação liberada por tempo • É um detector de radiação que funciona como dosímetro • Usado por profissionais que se expõe a radiação ionizante em quantidades significativas • Permite saber a dose recebida por um profissional durante a realização da tarefa • Representação: - Presença de um eletrodo central que funciona como um eletrodo de carregamento - A radiação ao penetrar na câmara contendo um gás, promove a ionização desse gás - As cargas elétricas são coletadas e armazenadas no capacitor - Ao ocorrer um descarregamento do capacitor, liberando essas cargas elétricas armazenadas nele, a quantidade de carga armazenada será proporcional à intensidade da radiação ionizante → Filme Dosimétrico: • Foi usado durante muito tempo, mas vem sendo substituído pelo dosímetro termoluminescente • Composição por sais de prata (haletos de prata) • Princípio semelhante a um filme fotográfico ou radiológico - A radiação ionizante ao interagir com eles sais de prata vai promover a redução desses sais promovendo a ativação química → o filme é revelado, e o grau de escurecimento do filme é proporcional à intensidade da radiação que interagiu com ele Resumo da Malu – 2020.1 • Aplicação: - Dosimetria pessoal para radiações corpusculares (alfa e beta) e eletromagnéticas (gama e X) • Vantagens: - Distingue diferente tipos de radiações - Amplo uso - Registro permanente • Desvantagens: - Baixa precisão para doses > 0.2 mGy - Propensos a falhas - Sensível ao calor - Leitura demorada - Requer processamento • O filtro plástico e os filtros metálicos possuem densidades diferentes, permitindo o contraste no filme dosimétrico, e através do contraste é feita a leitura da dose da radiação • Esses filtros metálicos possuem espessuras diferentes que permitem o contraste no filme, e também o cálculo da dose recebida → Dosímetro Termoluminescente – TLD: • Composto por cristais de fluoreto de lítio (LiF) • Princípio: - A radiação ao interagir com os cristais de LiF, ele eleva os elétrons desse átomo, podendo absorver parte dessa radiação, passando para um nível superior de energia - Essa é uma situação instável e o elétron tende a voltar para o seu nível de energia de origem - Para esses elementos (LiF) o elétron não consegue voltar da banda de condução para a banda de valência, tendo o aprisionamento de e- na banda de condução - O cristal sendo aquecido a cerca de 240℃, os elétrons ganham energia e conseguem retornar para o seu nível fundamental de energia, e para isso eles emitem luz - E a radiação emitida no salto eletrônico é proporcional à dose da radiação - Aquecimento → liberação de e- → emissão de luz (240 ℃) (∝ dose) • Aplicação: - Dosimetria pessoal assim como o filme dosimétrico • Vantagens: - Pequeno (podendo ser utilizado na forma de anéis) - Equivalência mais próxima a tecidos vivos que o filme dosimétrico - Faixa de sensibilidade grande → 𝜇Gy – MGy - Adequado para radiologistas, ou quaisquer profissionais que trabalhem diretamente no setor de medicina nuclear - Diferentes aplicações para diferentes profissionais • Desvantagens: - Leitura indireta - Sensível ao calor, UV e poeira - Difícil calibração - Perda fácil pelo seu tamanho pequeno • Princípio de Funcionamento: » Cristal termoluminescente exposto á radiação ionizante: - Um cristal no seu estado fundamental é aquele que ainda não foi exposto à radiação - Com a absorção da energia da radiação, os elétrons passam para um nível superior de energia, e o cristal no seu estado fundamental passa seu estado ativado - Esses elétrons tendem a retornar para o seu estado fundamental, mas no LiF, os elétrons são aprisionados em um estado intermediária » Cristal termoluminescente exposto ao calor após a exposição à radiação ionizante: - Quando esse cristal no seu estado intermediário é submetido ao calor, esses elétrons podem retornar para seu estado fundamental de energia - Quando isso ocorre, há emissão de luz, que será captada e quantificada - A quantidade de luz emitida é proporcional à quantidade de radiação absorvida pelo cristal e por isso ele funciona como um dosímetro
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