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Medicina Veterinária Investigativa Resumos O que é a medicina Veterinária Investigativa? Se trata de uma vasta área que é composta por anatomia, patologia, perícia criminalística, legislações envolvidas em determinados processos, dentre outros que dão origem a Anatomia Patológica Veterinária, e possui duas grandes vertentes que são conhecidas como: • Patologia Geral • Patologia Especial CONCEITOS BÁSICOS Patologia Para o estudante, a Patologia deve ser encarada como uma introdução ao estudo da doença, abordando principalmente o mecanismo de formação das doenças, as causas, as características macroscópicas e microscópicas, além de suas consequências sobre o organismo. Função da Patologia Para o clínico veterinário a patologia representa um meio de apoio e de confirmação de diagnósticos. Já para o patologista, a patologia é o estudo das lesões decorrentes de doenças, além de enxergar como um grande desafio entender a doença, saber como e por eu algumas lesões ocorrem em determinadas circunstâncias e quais são as suas consequências. Patogenia São os mecanismos de formação da doença, ou seja, como ela é formada e de que maneira evolui. Ex: Um vírus que adentra o organismo via aérea, se utiliza de células de defesa para se alojar e se multiplicar, posteriormente afetando outras partes do corpo, principalmente células do sistema respiratório. Toda doença possui sua patogenia específica, como por exemplo a raiva, a cinomose, a parvovirose, doenças congênitas e neoplásicas. Etiologia É a causa da doença, relaciona as lesões as suas origens. Doença É tido como doença uma alteração orgânica que geralmente é constatada a partir de alterações na função (sintomas) de determinados órgãos ou tecido, decorrentes de alterações bioquímicas e morfológicas causadas por alguma agressão, de tal maneira que se ultrapasse os limites de adaptação do organismo. DIVISÃO DA PATOLOGIA Patologia Geral Estuda os fundamentos das doenças e, objetiva a compreensão e classificação das lesões básicas que determinam e que são determinadas pela doença. Patologia Especial Estuda as características de cada doença, de acordo com o órgão e sistema acometido. DEGENERAÇÃO CELULAR Todas as células possuem mecanismos eficientes para lidar com alterações nas condições do ambiente, seja com a abertura dos canais de íons, catabolismo e mobilização de substâncias. Quando condições externas superam a capacidade das células de manterem a homeostase normal, ocorre a lesão celular. A lesão celular pode ser reversível com restauração completa da sua integridade estrutural e funcional, caso se remova a causa a tempo, ou se as células resistirem ao “ataque”. Caso a etiologia cause dano intenso, a lesão celular pode se tornar irreversível, levando a um quadro de morte celular (necrose). Degeneração / Lesão Sub Letal É o acúmulo anormal de substâncias* produzidas ou metabolizadas pelas células que acarreta o mal funcionamento das mesmas. Porém se trata de uma lesão reversível. Medicina Veterinária Investigativa Resumos Necrose / Lesão Letal É a morte das células e dos tecidos no animal ainda vivo, se tratando de uma lesão irreversível. *Substâncias básicas de uma célula: água, gordura, carboidratos, proteínas. TIPOS DE DEGENERAÇÃO CELULAR • Degeneração hidrópica / Tumefação hidrópica (água) • Degeneração Gordurosa / Esteatose • Degeneração por glicogênio • Degeneração Hialina (acúmulo de proteínas anormais) • Degeneração maxomatosa (tecido frouxo). Degeneração Hidrópica Resulta na falta de controle das concentrações do volume celular, ou seja, por apresentar grande concentração de sódio em seu interior, a célula vai reter maior acúmulo de água (substância atraída por sódio). Essa falha pode estar relacionada à: Regulação das concentrações iônicas: • Membrana celular: bomba de Na/K • ATP: Regula a saída de Na da célula Os agentes etiológicos agem: • Permeabilidade da membrana ao Na • Lesionando a bomba de Na/K • Interferindo na síntese de ATP. Etiologias (causas): Traumas, anoxia, agentes tóxicos, deficiências nutricionais, agentes biológicos e radicais livres (peroxidação celular). Nota.: Rim e Fígado são os principais órgãos acometidos pelos processos degenerativos. Nota².: Hepatomegalia: aumento significativo do tamanho do fígado. Características Macroscópicas • Os órgãos acometidos apresentam volume aumentado • Possuem aspecto de palidez e opacidade Características Microscópicas • Aumento de volume celular (tumefação) • Citoplasma com aspecto diluído • Vacúolos claros e pouco delimitados ao redor do núcleo Degeneração Gordurosa – Esteatose Resulta no acúmulo anormal de gordura no citoplasma de células parenquimatosas, principalmente de hepatócitos, miócitos e células tubulares renais. A alteração no metabolismo normal dos lipídeos (síntese e secreção), podem acarretar o acúmulo de gotículas de gordura no citoplasma e, consequentemente, na degeneração gordurosa. Nota³.: Nesse tipo de degeneração pode haver a produção em excesso de gordura ou a retenção de gordura produzida. Etiologias (causas): • Agentes tóxicos: aflatoxina, álcool, drogas... • Desnutrição e jejum prolongado • animal obeso • Hipoxia • Excesso de lipídeos na dieta • Diabetes mellitus Medicina Veterinária Investigativa Resumos Nota4.: Síndrome do gato obeso / Lipidose Hepática é uma doença onde por alguma razão o gato para de se alimentar, pode ser decorrência de trauma, ferida na boca, alguma outra doença e, por ter um acúmulo maior que o normal de tecido adiposo, vai mobilizar essa gordura para o fígado que, por sua vez, entra rapidamente em um quadro de degeneração gordurosa, levando o gato à icterícia. Características Macroscópicas • Aumento de volume dos órgãos, principalmente fígado que terá suas bordas com aspecto arredondado • Coloração alaranjada • Consistência friável (se desfaz) Características Microscópicas • Gotículas bem definidas de lipídeos no citoplasma • Esteatose macrovacuolar / microvacuolar • Deslocamento do núcleo para a periferia da célula • Corante específico para corar gordura (SUDAN III/ SUDAN BLACK) Degeneração por acúmulo de glicogênio – Glicogenose Ocorre devido ao metabolismo alterado dos carboidratos. O glicogênio é a forma armazenada da glicose. Etiologias (causas): Hiperglicemia, excesso de corticóides e neoplasias hepáticas Características Macroscópicas • Similar à degeneração hidrópica Características Microscópicas • Similar à Esteatose / Coloração PAS positiva. Degeneração por acúmulo de proteínas (inclusões proteicas): • Por absorção – proteinúria • Por secreção – corpúsculo de Russel (plasmócitos) • Por lesões tóxicas – Pb, Hg, Bi e álcool (mais comum na medicina humana) • Por senilidade – Alzheimer (mais comum na medicina humana) • Por ação viral – Corpúsculo de inclusão viral ▪ Negri – Raiva ▪ Sinegaglia Lentz – Cinomose ▪ Rubbarth – Hepatite Infecciosa Canina ▪ Bollinger – Bouba Aviária ▪ Papiloma Vírus Nota5.: Proteinúria é o excesso de proteína na urina. Por absorção – proteinúria Proteinúria é o excesso de proteína na urina. Através de uma lesão gromerular, leva os túbulos renais a apresentarem excesso de proteína. Esse excesso da origem a um quadro de insuficiência renal que, por sua vez inicia o processo de degeneração tubular renal. Também cora através do corante PAS Por secreção – corpúsculo de Russel (plasmócitos) É o acúmulo de inclusão proteica em plasmócitos que produzem anticorpos e imunoglobulinas, essa inclusão proteica levao nome de corpúsculo de Russel. Deve ser um achado identificado em laudo patológico. Medicina Veterinária Investigativa Resumos Por ação viral – Corpúsculo de inclusão viral Muito presente na Medicina Veterinária pois alguns vírus, quando já alojados no interior de células, produzem um corpúsculo de inclusão, ou seja, causam uma lesão proteica dentro da célula que dá indícios da doença e caso haja suspeitas, é possível fechar diagnóstico ou confirmar a causa da morte de determinado animal. Infelizmente não são todos os vírus que se comportam dessa forma, mas os listados nesse resumo possuem essa característica de inclusão por corpúsculo. Corpúsculo de Negri – Inclusão proteica do vírus da Raiva localizado em região citoplasmática em neurônio de um bovino. Corpusculo intranuclear típico de Herpesvírus em astrócito Corpúsculos de Bollinger intracitoplasmáticos em células epidérmicas de aves infectadas pelo AVP corpúsculo intracitoplasmático de Sinegaglia-Lentz em esfregaço sanguíneo de cão. Corpúsculo de Rubbarth – Hepatite Infecciosa Canina intranuclear.
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