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Artrite Reumatóide A artrite reumatoide é uma doença autoimune, ou seja, quando o sistema imune do indivíduo passa a iniciar processos inflamatórios, contra estruturas próprias. A característica básica do sistema imune é distinguir o próprio, tecidos do organismo, do não próprio, agentes patogênicos. Contudo, por predisposição genética como também influências ambientais, algumas pessoas desenvolvem doenças autoimunes. Por diversos fatores ainda desconhecidos, ocorre a quebra da tolerância imunológica, e tecidos próprios passam a ser alvos do nosso sistema de defesa. Epidemiologia Mais comum em mulheres numa proporção de 3:1, a prevalência é maior entre os 40-60 anos. Afetando todas as etnias. Fisiopatologia No caso da AR a estrutura mais acometida é a sinóvia, membrana sinovial, levando a sinovite, inflamação da sinóvia. Nessa estrutura encontramos um tecido característico chamado de Pannus, a hipertrofia tecidual com acúmulo de células e substância pró inflamatórias, acarretando em um quadro flogístico de inflamação, com tumor, dor, perda da função, calor e eritema. Devido ao processo inflamatório ocorre subluxação das articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais, como também atrofia dos músculos entre os dedos, favorecendo o desvio ulnar. A AR também progride com erosões ósseas, que ocorrem em estágios mais avançados da doença, o qual pode ser identificado no RX de mão. Quando a doença está mais avançada, uma complicação é a anquilose articular, caracterizada pela falência articular e fusão dos ossos articulares, ou seja, não há mais movimento desta articulação. O dedo em pescoço de Cisne é um sinal clínico sugestivo de AR avançada. Os sinais e sintomas clínicos evidenciam poliartrite, simétrica, poupando interfalangeanas distais. Geralmente ocorre o acometimento das articulações periféricas, sendo menos frequente nas articulações do esqueleto axial, quando costuma acometer o esqueleto axial, a articulação afetada é a atlantoaxial, de C1 e C2. Como já mencionado a AR tende a poupar falanges distais, isso serve como exclusão de diagnóstico, pois acometimento dessas estruturas está mais associado à osteoartrite, ou o paciente possui as duas patologias associadas. Quanto ao diagnóstico é basicamente clínico, levando em consideração os sinais e sintomas do paciente. É necessário solicitar RX de mão, lembrando que as erosões ósseas são achados presentes em estágios mais avançados da doença. Exames laboratoriais para ver indícios de processo inflamatório, VHS e PCR, como também sorologia para autoanticorpo como Fator Reumatóide e Anti-CCP. O FR nem sempre será positivo, mas está presente em cerca de 75% dos casos de AR, e o resultado negativo não exclui a existência da doença. A AR também pode se apresentar de forma extra articular; tendo repercussões cutâneas, nódulos reumáticos; pulmonar; vascular; ocular, geralmente as doenças autoimunes se manifestam associadas a outras doenças autoimunes, Síndrome Sjögren secundária é um exemplo. Tratamento O tratamento é feito pelos DMARDS, drogas modificadoras do curso da doença, o de primeira escolha é o Metotrexato, inicialmente o tratamento deve ser associado com os AIES, geralmente até o Metotrexato fazer seu efeito, o que dura em média três meses. Após isso apenas o Metotrexato, e medicações para tratar eventuais complicações. Diagnósticos diferencias Outros tipos de artrites inflamatórias, psoriática, artrite reativa, espondilite anquilosante, lúpus eritematoso sistêmico. REFERÊNCIAS: ● TORTORA, Princípios de anatomia e fisiologia, 14 edição. ● CURRENT, Diagnóstico e tratamento, reumatologia, 8 edição. ● GRAY’S, A base anatômica da prática clínica, 40 edição.
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