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Imunologia - AULA 22 - Diagnóstico e Prevenção em Alergia

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Diagnóstico e Prevenção em Alergia
 Samia Marques
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EXAMES COMPLEMENTARES EM ALERGIA:
 anemia
- Hemograma leucopenia: neutropenia / linfopenia 
 eosinofilia
- Citologia nasal
- RX dos seios da face, cavum e tórax
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Testes cutâneos 
 escarificação
 puntura ou prick
 intradérmico
 patch test
Dosagem de IgE total
Dosagem de IgE específica – Rast (ImmunoCap)
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 HIGIENE DO AMBIENTE FÍSICO NAS DOENÇAS ALÉRGICAS 
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 A higiene do ambiente físico é de grande importância nas doenças alérgicas, especialmente por se tratarem de medidas que visam postergar as manifestações clínicas da doença, ou mesmo minimizá-las. 
 
 Portanto, independentemente do tratamento medicamentoso, a higiene ambiental na residência de um alérgico deve ser cuidadosa.
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 Sabemos que principalmente na faixa pediátrica, a maioria dos asmáticos é de alérgicos (~85%) principalmente a ácaros da poeira doméstica, alérgenos de animais domésticos e baratas. 
 Os ácaros da poeira domiciliar são animais microscópicos, que vivem dentro dos domicílios, muito próximos ao homem, já que se utilizam das descamações de pele humana como principal fonte alimentar. 
 Durante 1 noite, descamamos 1 a 2 g de pele, e portanto, o ambiente de escolha para proliferação dos ácaros é a nossa cama: em especial o colchão, travesseiro e roupas de cama. Outros locais importantes seriam estofados, cortinas e carpetes. Desta forma, é fácil estabelecermos prioridades no combate a este inimigo, quais sejam:
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No dormitório
Encapar colchões e travesseiros com capa impermeável à passagem de ácaros ou suas excreções. Lavar estas capas a cada 3 ou 4 semanas;
Lavar roupas de cama 1 ou 2 x por semana, deixando-as de molho em água com temperatura > 550 C por 10' ou deixá-las secar ao Sol;
Retirada de cortinas; se usá-las, preferir as tipo persiana de plástico;
Limpeza de piso com pano úmido;
Não utilizar produtos de limpeza com veículo oleoso (ceras, lustra-móveis);
Se os carpetes não puderem ser retirados de imediato, limpá-los 2 x por semana com um aspirador de pó equipado com filtro específico - HEPA, tomando-se o cuidado de afastar o paciente alérgico do ambiente por aproximadamente 30 minutos;
Manter as superfícies de móveis livres de objetos;
Roupas e papéis dentro de armários.
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22. Nos demais locais da residência
a orientação em relação a carpetes é a mesma que para o dormitório;
 os estofados devem ser preferencialmente de couro ou revestimento semelhante, passíveis de limpeza com pano úmido,
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 - A residência de uma forma geral deve ser bem ventilada, e o dormitório do asmático deve receber sol.
 
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 - Em relação à orientação para animais domésticos, o ideal é que o paciente alérgico não tenha contato domiciliar com cães e gatos.
 Se comprovada sua alergia a animais, através de testes alérgicos e ou exames de laboratório, a única medida realmente eficaz será seu afastamento do convívio. 
 Tratando-se de crianças, devido ao grande apego emocional e à dificuldade de um afastamento brusco, muitas vezes precisamos lançar mão de medidas alternativas, que apesar de não serem tão eficazes, diminuem a carga de alérgenos no ambiente.
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 - As baratas são combatidas com o uso de iscas, evitando-se os aerossóis de ambiente.
 - Um outro ponto importante na higiene ambiental do paciente alérgico, consiste no afastamento da inalação de fumaça de cigarro. Estão atualmente bem estabelecidos os danos causados pelo fumo no pulmão dos asmáticos, quer seja este um fumante ativo ou passivo (especialmente crianças). 
 
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 - É extremamente importante o conhecimento da importância das medidas de higiene ambiental na evolução da doença alérgica, de uma forma geral. Com a possibilidade deste tipo de informação, é possível traçarmos uma meta, priorizando as medidas a serem tomadas, de modo individualizado a cada paciente.
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DICAS PARA UMA CASA SAUDÁVEL:
· Ventilação: manter janelas abertas durante o dia: vento não faz mal! 
· Móveis: o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza.
 · Limpeza: deve ser feita diariamente, com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evitar produtos com odor ativo, como os derivados de amoníaco.Evitar usar vassouras e espanadores bem como aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas.
 · Colchões e travesseiros: Trocar travesseiros uma vez por ano: preferir modelos com espuma inteiriça. Evite penas ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros. Trocar as roupas de cama semanalmente.
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ASMA E A PRÁTICA DE ESPORTES 
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1- Deve ser praticado? 
Sim, desde que o paciente esteja bem controlado clinicamente e queira praticar este esporte.
2- Porquê? 
A prática de esportes leva:
* Melhor condicionamento físico; * Fortalece músculos da caixa torácica; * Melhora padrão respiratório. 
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3- Qual o esporte ideal?
* Deve ser adequado à idade e à vontade do paciente (não impor); 
* Exercícios aeróbicos: Vôlei, Natação, Futebol, Dança, Ciclismo; 
* *Natação: 
 * Fortalece músculos da caixa torácica; 
 * Melhora padrão respiratório; * Observar se a concentração de cloro é adequada para que não ocorra irritação das vias aéreas .
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“ Asmagenicidade”
Piscinas salinizadas ou ozonizadas...
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4- Como deve ser feito?
* Adequado à idade e capacidade física do paciente, orientado por profissional habilitado para tal função; 
* Necessário aquecimento prévio; 
* Não parar o exercício bruscamente.
 
5- É necessário uso de medicamentos para prática do esporte?
* Utilizar apenas nos pacientes que apresentam crises desencadeadas pelo exercício físico e nestes casos sempre com orientação do seu alergologista! 
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EXISTE ALGUM MEIO DE PREVENIR A ALERGIA ALIMENTAR? 
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O leite materno pode prevenir doenças alérgicas ?
 Sim, o leite materno, pelo período de no mínimo 6 meses, fortalece o sistema imunológico do lactente, sendo útil na prevenção de doenças respiratórias e conseqüentemente da asma; além de prevenir alergias alimentares, uma vez que seu uso exclusivo por 6 meses no lactente retarda a exposição do lactente e a sensibilização a alérgenos alimentares.
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Quais são os principais alimentos que podem desencadear alergia alimentar ?
 Os alimentos desencadeantes de alergia alimentar variam de acordo com a idade de exposição e com os costumes regionais , entre outros fatores. São aceitos como principais alimentos relacionados à alergia alimentar: 
- leite de vaca; - ovos; - amendoim; - soja; - peixes e frutos do mar; - nozes.
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 Algumas orientações devem ser dadas aos recém-nascidos de pais ou irmãos atópicos:
 - O estímulo ao aleitamento materno no primeiro ano de vida é fundamental assim como a introdução tardia dos alimentos sólidos potencialmente provocadores de alergia; 
 - Recomenda-se a introdução dos alimentos sólidos após o 6º mês;
 - O leite de vaca após 1 ano de idade;
 - Ovos aos 2 anos;
 - E amendoim, nozes e peixe, somente após o 3º ano de vida. ASBAI Junho, 2005
 
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Não se faz mais dieta de exclusão na gestante (em relação a nenhum alimento);
- Não se faz mais dieta de exclusão na lactante – mesmo se a criança for de alto risco para o desenvolvimento de doenças alérgicas;
- Leite de Soja NÃO previne o aparecimento de alergia alimentar !
10º Congresso Brasileiro / 6º Congresso Latino Americano de Alergia e Imunologia 
1º Simpósio Internacional do Lactente Sibilante
Porto Alegre Maio/Junho 2006
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MITOS E VERDADES SOBRE ALERGIA
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MITO 1: A alergia é contagiosa. Verdade: Não. As pessoas alérgicas, principalmente as que têm asma, rinite e dermatite atópica, possuem uma condição genética que determina que reajam de forma exagerada a determinados estímulos, causando os sintomas. MITO 2: Todas as doenças alérgicas não têm cura. Verdade: Embora a alergia seja uma condição herdada geneticamente e, na maioria das vezes definitivamente, existem doenças alérgicas em que pode ocorrer a resolução completa do quadro, como acontece com a alergia ao leite de vaca que se inicia na lactância (bebê) e tende a desaparecer por volta dos 2 a 4 anos de idade. MITO 3: Não adianta tratar alergia, afinal ela não tem cura. Verdade: Embora não se possa alterar a herança genética, que os alérgicos apresentam, os tratamentos disponíveis atualmente englobam medicamentos bastante específicos, com efeitos colaterais mínimos e que melhoram muito a qualidade de vida. 
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MITO 4: Alergia é doença de rico. Verdade: As doenças alérgicas são condições herdadas geneticamente podendo, portanto, ocorrer em indivíduos de todos os níveis sócio-econômicos. MITO 5: Ar condicionado faz mal para os alérgicos. Verdade: Os alérgicos podem permanecer em ambientes com ar condicionado. O importante é que a alergia esteja bem controlada e que os aparelhos tenham boa manutenção e limpeza. MITO 6: Praia é prejudicial à criança alérgica. Verdade: Ir à praia è uma atividade ao ar livre das mais saudáveis e deve ser estimulada no paciente alérgico. MITO 7: Natação cura alergia. Verdade: Natação é um excelente exercício físico e sua prática traz benefícios para as pessoas alérgicas, em especial para os asmáticos. Entretanto, não "cura" a asma e em algumas condições alérgicas pode agravar o quadro, como por exemplo nas rinites. 
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MITO 8: O alérgico, principalmente o asmático, não pode praticar esportes. Verdade: Os esportes de maneira geral, em especial os aeróbicos, estão liberados para os alérgicos. MITO 9: Travesseiros e colchões "antialérgicos" (hipoalergênicos) não necessitam de capas impermeáveis. Verdade: Todos os tipos de travesseiros e colchões devem ser revestidos com capas apropriadas (revestidas internamente com película impermeável), para evitar a proliferação de ácaros e fungos. MITO 10: As vacinas para a alergia engordam. Verdade: As vacinas para tratamento de alergia respiratória não contêm nenhum elemento que cause ganho de peso. MITO 11: Asma começa na infância e se cura na adolescência. Verdade: Embora uma parcela das crianças que apresenta "chiado" nos primeiros anos de vida evolua com o desaparecimento dos sintomas, isto não é verdade para todos. 
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MITO 12: As "bombinhas" para tratar a asma fazem mal ao coração, podem viciar e até mesmo matar. Verdade: Não. A asma é uma doença das vias respiratórias e portanto, o tratamento inalatório é o ideal. Além disso, seu efeito é mais rápido, as doses necessárias para o controle dos sintomas são menores e os efeitos colaterais são mais discretos, quando comparados aos dos medicamentos usados por via oral. O fundamental é que sejam sempre utilizadas sob orientação médica, de forma correta, evitando os abusos. MITO 13: A asma é mais grave que a bronquite asmática e diferente da bronquite alérgica. Verdade: Embora a asma não deixe de ser uma inflamação brônquica e, portanto, uma bronquite, a denominação correta para os episódios recorrentes de chiado que melhoram após a utilização de broncodilatador é a asma. 
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MITO 14: Uma mulher asmática deve evitar engravidar. Verdade: O fato de uma mulher ser asmática não é um empecilho para que fique grávida. Sabe-se que algumas mulheres, ao engravidarem, não têm o curso da doença alterado pela gestação, mantendo o padrão que sempre tiveram, antes do período de gestação. Outras pioram na gravidez, passando a ter mais crises do que antes de engravidarem. Não se pode prever, com exatidão, quem irá piorar, melhorar ou manter inalterado, mas isso não pode ser motivo para se evitar uma gravidez. Os estudos apontam que 1/3 das gestantes melhoram durante a gravidez, 1/3 permanece inalterado e 1/3 pioram durante a gestação; MITO 15: Uma mulher grávida não pode usar remédios para tratar sua asma e ou rinite. Verdade: O receio do uso de medicamentos pela gestante asmática e ou portadora de rinite não deve existir pois, em alguns casos, eles serão essenciais para permitir que a mãe respire melhor e forneça oxigênio para o feto. A falta de ar materno pode ser mais prejudicial ao bebê do que o efeito dos medicamentos usados. 
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MITO 16: Sorvetes desencadeiam crises de alergia respiratória. Verdade: O que desencadeia alergia respiratória são principalmente, as substâncias inaláveis, tais como os ácaros da poeira, os pêlos de animais, etc. MITO 17: A asma não é uma doença séria. Verdade: Se assim fosse, a asma não seria uma doença às vezes mortal. Se assim fosse não precisaríamos de oxigênio para respirar. MITO 18: Todos os quadros de urticária são devidos aos alimentos (principalmente ao chocolate e aos frutos do mar). Verdade: Ao contrário da crença popular de que a urticária é sempre provocada por alimentos, na verdade as causas mais comuns são medicamentos e infecções, largamente utilizados sem prescrição médica. 
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MITO 19: Eu tenho alergia a antiinflamatório, mas não faz mal. Eu posso tomá-lo e em seguida tomo um antialérgico para cortar o efeito. Verdade: As alergias a medicamentos podem ocasionar reações graves. A pessoa que, numa primeira exposição a determinado medicamento, apresentou uma reação leve poderá, em exposições subseqüentes, desenvolver quadros bem mais graves (inclusive choque anafilático). MITO 20: As drogas nasais descongestionantes são excelentes para desentupir as narinas. Verdade: Os descongestionantes nasais só devem ser usados por curto período, pois provocam inúmeros efeitos colaterais e dependência física, além de alterar a mucosa nasal. 
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MITO 21: Não se deve usar remédios no nariz. Verdade: Os medicamentos que não devem ser usados no nariz, por tempo prolongado (superior a 5 dias) são os que contêm vasoconstrictores, devido aos efeitos colaterais que podem ocasionar, inclusive com piora da obstrução nasal. Porém os antihistamínicos e os corticóides, para uso tópico nasal, fazem parte do tratamento da rinite alérgica. MITO 22: Tomar gelado, andar descalço ou “pegar sereno” NÃO desencadeiam crises de alergia!
 Asbai – Porto Alegre Maio / Junho 2006

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