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Gabriela Vieira Queiroga – Medicina • Bacilos aeróbios obrigatório, imóveis e não formadores de esporos • Parede celular complexa e rica em lipídios • Resistentes a vários desinfetantes e colorações • Bactérias acido-resistentes • Crescimento lento (algumas) • Ausência de cápsulas e toxinas • Diferem das demais bactérias devido a uma serie de aspectos, como: ➔ Lipídios complexos ➔ Parasitas intracelulares – macrófagos ➔ Velocidade de crescimento variável ➔ Coloração: BAAR • Principal causa de morte por um único agente infeccioso: ➔ Levando 1,7 milhão de vidas em 2016 ➔ Das mortes atribuíveis à TB (tuberculose) em 2016: - 22% ocorreram em pessoas coinfectadas pelo HIV - 5% dos 10,4 milhões de casos incidentes dessa doença, eram resistentes a pelo menos dois dos medicamentos de primeira linha para TB • Bactérias do gênero que estão relacionadas com a tuberculose: ➔ M. tuberculosis ➔ M. bovis ➔ M. africanum • Hanseníase: ➔ M. leprae • Tuberculose humana = Peste branca • “Bacilo de Koch” Parede celular • Ácidos micólicos -> constitui 60% da parede celular -> ácidos graxos com cadeias longas ➔ Resistência a fatores externos ➔ Difere das paredes das outras bactérias pela presença desse constituinte Gênero Mycobacterium Gabriela Vieira Queiroga – Medicina • Crescimento variável • Resistência a detergente e antimicrobianos • Antigenicidade Patogênse (tuberculose) • A infecção é adquirida através da inalação de aerossóis infecciosos • Período de incubação: 4 a 12 semanas • Os bacilos são fagocitados por macrófagos alveolares ➔ Dois caminhos: eliminados ou infecção • Infecção inicial: ➔ Foco pulmonar: campos pulmonares médio ou inferior, onde os bacilos da tuberculose podem se multiplicar livremente • Impede a fusão do fagossoma com o lisossoma • O fagossoma é capaz de se fundir com outras vesículas intracelulares, permitindo o acesso a nutrientes e facilitando a replicação intravacuolar O M. tuberculosis permanece dentro dos fagossomos e a bactéria libera PknG (proteína kinase G) para bloquear a fusão fagossomo com lisossomo. As bactérias que não possuem gen pknG são rapidamente transferidas para os lisossomos e eliminadas • Granuloma ➔ Predomínio da resposta imune inata e adaptativas (lesão contida) ➔ Disseminação do bacilo até o brônquio ➔ Tuberculose ativa: sangue – pleura, fígado, baço, ossos... - TB extrapulmonar • Manifestação clínica: lesões granulomatosas Com a cronificação, a porção central do granuloma pode sofrer necrose caseosa, devido à ausência nutricional, formando então, um centro necrótico. A necrose é denominada caseosa, por ser semelhante a um queijo. Seu aspecto é homogêneo, branco, rico em proteínas e gorduras devido à liberação do metabolismo bacilar Gabriela Vieira Queiroga – Medicina • Evolução da infecção primária: ➔ 5 a 10% dos pacientes – a infecção progride e se transforma em tuberculose ativa - reativação do bacilo, devido às condições imunossupressoras ➔ 90-95% dos pacientes – infecção é interrompida, entretanto a bactéria permanece em outros órgãos ricos em O2 - ápices pulmonares, rins, extremidades de ossos longos • Tuberculose secundária: ➔ Surge com o individuo previamente sensibilizado ➔ Pode ocorrer após reativação de lesões primárias dormentes ➔ Reinfecção – exposição a bacilos virulentos ou redução da proteção adquirida da TB primária ➔ Somente alguns pacientes (5%) com doença primária desenvolve tuberculose secundária subsequente • Infecção latente por tuberculose (ILTB) ➔ Bactéria em latência ou com baixa reprodutividade ➔ Durante anos sem apresentar sintomas • Tuberculose pulmonar: acomete principalmente os pulmões • TB miliar ou tuberculose cutânea: (disseminada) ➔ Ocorre na presença de circulação de bacilos na corrente sanguínea, sem possibilidade de contenção pelo sistema imune ➔ Lesões pequenas, arredondadas, de aspecto pontilhado atingindo muitos órgãos ➔ É uma forma grave da doença, que é mais comum em pacientes imunocomprometidos, como pessoas infectadas pelo HIV em fase avançada de imunossupressão • Tuberculose extrapulmonar: é definida como toda forma de tuberculose que ocorre fora do parênquima pulmonar ➔ As formas mais frequentes são: pleural, osteoarticular, geniturinária, intestinal, peritoneal, meníngea/SNC e pericárdica ➔ TB ganglionar periférica: aumento subagudo, indolor e assimétrico das cadeias ganglionares cervical anterior e posterior, além da supraclavicular Apresentação clínica • Sistêmica: febre; emagrecimento; indisposição • Pulmonares específicas: dispneia; tosse; hemoptise • Extrapulmonares específicas de órgãos: linfonodos; SNC; outros Diagnóstico Gabriela Vieira Queiroga – Medicina Diagnóstico clínico • Evidência radiográfica de doença pulmonar ➔ Um ou ambos os lobos superiores dos pulmões estão em geral envolvidos em pacientes com doença ativa que inclui pneumonite ou formação de abscesso e cavitação • Reatividade positiva no teste da pele • Detecção laboratorial da micobactéria, seja por microscopia ou em culturas Método de coloração de Ziehl- Neelsen • Bacilos álcool ácido – resistentes • Positivo: bacilos coram em vermelho; outras bactérias e células coram em azul • Resultado: • A baciloscopia do escarro é indicada nos seguintes casos: ➔ Sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa ➔ Em caso de suspeita clinica e/ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo de tosse ➔ Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares com confirmação laboratorial Meio de cultura artificial • Meio de Lowenstein-Jensen • Leva 4 semanas ou mais Prova tuberculínica – PPD • Purified protein derivative -> antígeno no teste cutâneo de tuberculina • Um teste cutâneo positivo indica infecção prévia pelo organismo, não necessariamente doença ativa • Positivo 4-6 semanas após infecção • Para diagnostico de ILTB • Leitura: ➔ 0 – 4 mm = não reator: individuo não infectado pelo M. tuberculosis ou com hipersensibilidade reduzida ➔ 5 – 9 mm = reator fraco: individuo infectado por M.tuberculosis ou outras bactérias ➔ Maior ou igual a 10 mm = reator forte: individuo infectado pelo M. tuberculosis (doente ou não) Imunoprofilaxia • A vacina contem uma linhagem de M. bovis viva e atenuada (BCG) • Eficaz na prevenção do surgimento de tuberculose na forma de uma doença clínica, especialmente em crianças, embora não previna a infecção por M. tuberculosis Gabriela Vieira Queiroga – Medicina Mycobacterium leprae • 1870 – isolada e identificada por Gerhard Hansen -> doença de Hansen • Causa infecção nos nervos periféricos e pele • Disseminada por pessoa-pessoa • Temperatura ótima de crescimento: 30ºC Transmissão • Presença de bacilos em secreções nasais e nos exsudatos de suas lesões ➔ Contato das mucosas nasais com essas secreções ➔ Contato prolongado ou intimo Principais sintomas da hanseníase • Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato • Formigamentos, choques e câimbras nos pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se manchuca sem perceber • Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose) • Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local Manifestação clínica • Forma tuberculóide (neural) ➔ Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites) ➔ Áreas da peleque perdem a sensibilidade e circundadas por uma borda de nódulos Manifestação clínica • Forma lepromatosa (progressiva) ➔ Infecção de células da pele ➔ Nódulos desconfigurantes por todo corpo ➔ Deformação da mão ➔ Necrose tecidual Diagnóstico laboratorial • Coloração de Ziehl-Neelsen das lesões de pele • Coleta: material da região lesionada, secreção nasal ➔ A principal via de eliminação e infecção do individuo pelo bacilo, são as vias aéreas superiores: mucosa nasal e orofaringe • Coloração de Ziehl-Neelsen Referências: Aula ministrada pela professora Rafaela no terceiro período de Medicina da Faculdade Santa Maria
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