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Características exigidas nos materiais utilizados em Engenharia (propriedades mecânicas, térmicas, químicas e ópticas) Disciplina: Ciência e tecnologia dos materiais Prof. Me. Jeferson S. Santana Introdução • Os materiais estão intimamente ligados à existência e a evolução da espécie humana. Desde o início da civilização, os materiais e a energia são usados com o objetivo deenergia são usados com o objetivo de melhorar o nível de vida do ser humano. Dentre os materiais mais comuns pode-se citar: madeiras, cimento, pedra, aço, plástico, vidro, borracha, alumínio, cobre e papel. Fonte: http://www.ctb.com.pt/?page_id=455 A produção e transformação de materiais em bens acabados constituem uma das mais importantes atividades de uma economia moderna. Um produto, para ser manufaturado, requer uma etapa de planejamento de seu processo de produção. Nesta etapa são selecionados diversos materiais, de acordo com custos e, principalmente, com as necessidades técnicas exigidas. A elaboração desta etapa exige que o responsável pela mesma tenha noção das estruturas internas dos materiais, pois o conhecimento das mesmas, aos níveis submicroscópicos, permite prever o comportamento do material em serviço, bem como possibilita programar e controlar suas propriedades e características Os materiais são analisados e desenvolvidos dentro do ramo do conhecimento denominado de “Ciência e Engenharia de Materiais”, o qual tem como meta principal a geração e emprego de conceitos envolvendo composição química, arranjo atômico e processamento dos materiais com suas características e empregos. A ciência dos materiais está associada a geração de conhecimento básico sobre a estrutura interna, propriedades e processamento de materiais. Ela tem ainda comoprocessamento de materiais. Ela tem ainda como objetivo, compreender a natureza dos materiais, estabelecendo conceitos e teorias que permitam relacionar a estrutura dos materiais com suas propriedades e comportamento. Fonte: http://www.utsi.edu/library/material.htm Fonte: http://yoursanjoseroofingcontractors.com/residential/ e http://mydtwebsite.co.uk/types-of-plastic.html Tabela 1 – Aplicações, propriedades e exemplos representativos para cada categoria de materiais Exemplos de aplicações Propriedades Metais e ligas Cobre Fios elétricos Alta condutividade elétrica, boa conformabilidade Ferro fundido cinzento Blocos de motores para automóveis Fundibilidade, usinabilidade, amortecimento de vibrações Aços-liga Ferramentais, chassis de automóveis Endurecibilidade por tratamento térmico Cerâmicas e Vidros SiO2-Na2O-CaO Vidro para janelas Transparência óptica, isolamento térmico Al2O3, MgO, SiO2 Refratários (revestimento resistente ao calor para fornos de fusão) Isolamento térmico, refratariedade, inércia química Titanato de bário Capacitores para microeletrônica Grande capacidade de armazenamento de cargas elétricas Sílica Fibras ópticas para a tecnologia da informação Índice de refração adequado, baixas perdas ópticas PolímerosPolímeros Polietileno Embalagens para alimentos Facilidade de ser moldado para produzir filmes finos, flexibilidade e hermetismo Epóxi Encapsulamento de circuitos integrados Isolante elétrico e resistência à umidade Fenólicos Adesivos para união de camadas de compensado Resistência mecânica e à umidade Semicondutores Silício Transistores e circuitos integrados Resposta elétrica específica GaAs Sistemas opto-eletrônicos Conversão de sinais elétricos em luz, lasers, diodos laser etc. Compósitos Epóxi reforçado com carbono Componentes para aviação Elevada razão resistência-peso Liga de cobalto reforçada com carbeto de tungstênio (WC-Co) Ferramentas de corte de carbeto para usinagem Elevada dureza conjugada com boa resistência a choques Aço revestido com titânio Vasos para reatores Baixo custo e associação de alta resistência do aço com a elevada resistência à corrosão do titânio PROPRIEDADES MECÂNICAS Fonte: http://geology.com/minerals/mohs-hardness-scale.shtml • Para o estudo dos ensaios mecânicos são necessários previamente o entendimento e o conhecimento de alguns conceitos importantes. Todo material sólido quando submetido a esforços externos tem a capacidade de deformar-esforços externos tem a capacidade de deformar- se. As propriedades mecânicas dos materiais definem o comportamento do material (resposta) quando sujeito a cargas externas, sua capacidade de resistir ou transmitir esses esforços sem se fraturar ou deformar de forma incontrolada. Ensaio de Tração • Uma amostra é deformada, geralmente até a sua fratura, mediante uma carga de tração gradativamente crescente que é aplicada uniaxialmente ao longo do eixo mais comprido de um corpo de prova. Um corpo de prova padrão empregado em ensaios de tração um corpo de prova. Um corpo de prova padrão empregado em ensaios de tração • O diâmetro padrão é de aproximadamente 12,8 mm (0,5 pol.), enquanto o comprimento da seção reduzida deve ser de pelo menos quatro vezes esse diâmetro; é comum ser de 60 mm (2 1/4 pol.). • O corpo de prova é preso pelas suas extremidades nas• O corpo de prova é preso pelas suas extremidades nas garras de fixação do dispositivo de testes. A máquina de ensaios de tração é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga instantânea aplicada (com uma célula de carga) e os alongamentos resultantes (usando um extensômetro). • onde F é a carga instantânea aplicada em uma direção perpendicular à seção reta da amostra, em unidades de newton (N) ou libras-força (lbf), e A0 representa a área da seção reta original antes da aplicação de qualquer carga (m2 ou pol.2). As unidades da tensão de engenharia (doravante chamada somente por tensão) são megapascals, MPa (SI) (onde 1 MPa = I06 N/m2), e libras-força por polegada quadrada, psi (Unidade Usual nos Estados Unidos). A deformação de engenharia e é definida de acordo com a expressão é definida como a força por unidade de área e é expressa em livras por polegadas quadrada (psi – pounds per square inch) ou em quilogramas força por centímetro quadrado (kgf/cm2) ou por milímetro quadrado (kgf/mm2). A tensão é calculada simplesmente dividindo-se a força pela área na qual atua. • 1 lbf vale 4,45N (F = m.a) Exercício Proposto • Qual a peça solicitada por maior tensão: – (a) uma barra de alumínio, de seção reta 0,97mm x 1,21mm solicitada por uma carga de 16.750kgf – (b) uma barra de aço de seção circular de diâmetro 0,505mm sob uma carga de 10.800kgf? Deformação • onde l0 é o comprimento original antes de qualquer carga ser aplicada, e li, é o comprimento instantâneo. Algumas vezes a grandeza li — l0 é simbolizada por Al, e representa o alongamento da deformação ou a variação no comprimento a um dado instante, conforme referência ao comprimento original. Aconforme referência ao comprimento original. A deformação de engenharia não possui unidades, porém "metros por metro" ou "polegadas por polegada" são usadas com freqüência; o valor da deformação é, obviamente, independente do sistema de unidades. Algumas vezes a deformação também é expressa como uma porcentagem, onde o valor da deformação é multiplicado por 100. Exercício:Exercício: Em uma haste de cobre são marcados dois traços que distam entre si 50mm. A haste é tensionada de forma que a distancia entre os traços passa a ser de 56,7mm/. Calcular a deformação. Deformação Elástica • A deformação elástica é reversível; desaparece quando a tensão é removida. Aremovida. A deformação elástica é praticamente proporcional à tensão aplicada. • O módulo de elasticidade (módulo de Young) é o quociente entre a tensão aplicada e a deformação elástica resultante. Ele está relacionado com a rigidez do material. O módulo de elasticidade resultante de tração ou compressão é expresso em psi ou em kgf/mm2 σ = E.εσ = E.ε • Esta relação é conhecida por lei de Hooke, onde ε é a deformação específica (adimensional) e E é o módulo de elasticidade, ou módulo de Young(GPa ou psi). Para a maioria dos metais típicos, a magnitude desse módulo varia entre 45 GPa (6,5 X 106 psi), para o magnésio, e 407 GPa (59 X 106 psi), para o tungstênio • Existem alguns materiais (por exemplo, ferro fundido cinzento, concreto e muitos polímeros) para os quais essa porção elástica inicial da curva tensão-deformação não é linear (Fig. 6.6); assim, não é possível determinar um módulo de elasticidade conforme aquele descrito acima. Para esse comportamento não-linear, utiliza-se normalmente um módulo tangencial ou um esse comportamento não-linear, utiliza-se normalmente um módulo tangencial ou um módulo secante. O módulo tangencial é tomado como sendo a inclinação da curva tensão- deformação em um nível de tensão específico, enquanto o módulo secante representa a inclinação de uma secante tirada desde a origem até algum ponto específico sobre a curva. Exemplo • Se o módulo médio de elasticidade de um aço é 21000 kgf/mm2, quanto se elongará um fio de 0,25cm de diâmetro e de 3m de comprimento, quanto solicitado por uma carga de 500kgf?de 500kgf? Deformação Plástica • Deformação plástica é a deformação permanente provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade. A deformação plástica é o resultado de um deslocamento permanente dos átomos que constituem o material e, portanto, difere da deformação elástica onde os átomos mantém suas posições relativas • Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico persiste apenas até deformações de aproximadamente 0,005. À medida que o material é deformado além deste ponto, a tensão não é mais proporcional à deformação (a lei de Hooke deixa de ser válida), ocorrendo então uma deformação permanente e não recuperável, ou deformação plástica. Ductibilidade • Ductibilidade é a deformação plástica total até o ponto de ruptura. Assim sendo, o seu valor pode ser expresso como alongamento e nas mesmas unidades de deformação. Um comprimento comum (embora não universal) para uma segunda medida da ductibilidade é a estricção que é a redução na área daductibilidade é a estricção que é a redução na área da seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura. Relações tensão-deformação • A maioria das estruturas são projetadas para assegurar que apenas uma deformação elástica irá resultar quando da aplicação de uma tensão. Torna-se então desejável conhecer o nível de tensão onde a deformação plástica tem início, ou onde ocorre o fenômeno do escoamento. Para tensão onde a deformação plástica tem início, ou onde ocorre o fenômeno do escoamento. Para metais que experimentam essa transição elastoplástica gradual, o ponto de escoamento pode ser determinado como sendo o ponto onde ocorre o afastamento inicial da linearidade na curva tensão-deformação; este é algumas vezes chamado de limite de proporcionalidade Dureza Dureza - Introdução • A dureza é definida pela resistência da superfície do material à penetração. Como se pode esperar, a dureza e a resistência à tração estão intimamente relacionadas. A escala Brinell de dureza (BNH – Brinell hardness number) é um índice de medida da dureza, calculado a partir da área de penetração de uma bilha no material. A penetração desta bilha, que é uma esfera de aço duro ou de carbeto de tungstênio, é feita mediante uma força padronizada. Acarbeto de tungstênio, é feita mediante uma força padronizada. A escala Rockwell de dureza, outra das mais comuns escalas de dureza usadas em engenharia, está relacionada ao BNH, mas é medida pela profundidade de penetração de uma pequena bilha padronizada. Muitas escalas Rockwell foram estabelecidas para materiais com diferentes faixas de dureza; estas escalas diferem entre si nas dimensões da bilha e na carga de penetração Pequena esfera de pedra, mármore, marfim. Pequena esfera de aço para diminuir o atrito nos rolamentos: roda de bilhas. • Os ensaios de dureza são realizados com mais freqüência do que qualquer outro ensaio mecânico por diversas razões: – 1. Eles são simples e baratos — normalmente, nenhum corpo de prova especial precisa ser preparado, e os equipa mentos de ensaio são relativamente baratos.relativamente baratos. – 2. O ensaio é não-destrutivo — o corpo de prova não é fraturado, tampouco é excessivamente deformado; uma peque na impressão é a única deformação. – 3. Outras propriedades mecânicas podem, com freqüência, ser estimada a partir de dados obtidos para ensaios de dureza, tais como o limite de resistência a tração Escala Mohs Propriedades Térmicas • É extremamente importante a distinção entre calor e temperatura. Temperatura é um nível de atividade térmica enquanto que calor é a energia térmica. Em engenharia são energia térmica. Em engenharia são comumente utilizadas duas escalas para medir temperatura: Fahrenheit e Celsius. ⁰F = 1.8. ⁰C + 32 ou ⁰C = 5/9 (⁰F – 32) Calor é expresso em “Btu”, na escala inglesa e em calorias no sistema métrico. Um Btu é a energia requerida para aumentar de 1⁰F a temperatura de uma libra de água, na temperatura de maior densidade da água (39⁰F). Portanto, as unidades para capacidade térmica são Btu/lb.⁰F no sistema inglês ou cal/g.⁰C no sistema métrico. O calor específico de um material é definido como sendo o quociente entre a capacidade térmica do material e a da água. Vários calores de transformação sãomaterial e a da água. Vários calores de transformação são importantes no estudo de materiais. Os mais conhecidos deles são o calor latente de fusão e o calor latente de vaporização, que são calores requeridos, respectivamente, para fusão e vaporização Observações: Btu = British termal unit 1 libra averdupois (libra internacional) vale 0,45359237 kg Descontinuidades na variação do volume com a temperatura ocorrem com mudanças de estado, porque há uma alteração no arranjo dos átomos e moléculas do material. Aqui, como no caso da deformação mecânica, temos dois tipos de mudanças estruturais: umtemos dois tipos de mudanças estruturais: um tipo, onde as mudanças são aquelas em que os átomos vizinhos de um determinado átomo permanecem sendo os mesmos e outro, em que os átomos ou moléculas são rearranjados Propriedades elétricas • A mais conhecida propriedade elétrica de um material é a resisitividade. É expressa em Ohm.cm (ou Ohm.pol) e está relacionada com as unidades comuns de resistência, como se segue: Exercício Proposto O cobre tem uma resistividade de 1,7x10- 6ohm.cm. Qual é a resistência de um fio com 0,1cm de diâmetro e 30m de comprimento? Propriedades Químicas Quase todos os materiais usados pelos engenheiros são susceptíveis de corrosão por ataque químico. Para alguns materiais, a solubilização é importante. Em outros casos, o efeito da oxidação direta de um metal ou de um material orgânico como a borracha émetal ou de um material orgânico como a borracha é o mais importante. Além disso, a resistência do material à corrosão química, devido ao meio ambiente, é da maior importância. A atenção que damos aos nossos automóveis é um exemplo óbvio da nossa preocupação com a corrosão Propriedades Ópticas Embora entre as propriedades ópticas importantes para a engenharia se incluam o índice de refração, a absorção e a emissividade, apenas a primeira delas será discutida aqui, porque as outras duas já são mais especializadas. O índice de refração n é a razão entre a velocidade da luz no vácuo cde refração n é a razão entre a velocidade da luz no vácuo c e a velocidade da luz no material, Vm: O índice pode ser expresso em termos do ângulo de incidencia i e o ângulo de refração r: Custo Embora certamente o custo não seja uma propriedade intrinsica ao material frequentemente, é o fator determinante na seleção de um certo material para uma dada aplicação. O custo é usualmente expresso em valor por quilograma ou por peça, masexpresso em valor por quilograma ou por peça, mas um índice mais significativo é o custo por unidade de vida útil. É muitas vezes, vantajoso pagar-se mais por quilograma ou por peça, se isto implicar em um aumentoda vida e uma diminuição dos custos de manutenção e substituição REFERÊNCIAS • MIRANDA, Paulo E. V. Propriedade Mecânicas: O ensaio de tração uniaxial. Apresentaçao UFRJ • VLACK, Lawrence H. V.. Princípios de ciências dos materiais. 1ª. Edgard Blucher: São Paulo, 2000.materiais. 1ª. Edgard Blucher: São Paulo, 2000. • JUNIOR, Willian D. C.. Ciência e engenharia de materiais: Uma introduçao. 5ª. LTC: São Paulo, 1999
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