Buscar

Trabalho - Pobreza e Desigualdade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SOC 1142 – POBREZA E DESIGUALDADE SOCIAL 
PROFª. MARIA SARAH DA SILVA TELLES 
ALUNA: CAROLINA ARIEIRA ROSAS 
G1 – 29/09/2008 
 
 
 
Este texto pretende analisar o módulo I do curso, que corresponde a um debate 
conceitual baseado nos seguintes textos: 
1) ESCOREL, Sarah, Vidas ao léu: trajetórias de exclusão social. 
2) REIS, Elisa Pereira, Processos e escolhas: estudos de sociologia política. 
 
 
Relação quantitativa: definição de pobreza, indigência e desigualdade social baseada em 
critérios mínimos sociais: 
 
O pobre é aquele (a) cuja renda não é suficiente para satisfazer as necessidades 
básicas de alimentação, habitação, vestuário e educação. 
O indigente é aquele (a) cuja renda não satisfaz sequer as necessidades nutricionais. 
A indigência pode ser definida também como a pobreza absoluta, o que significa que, o 
indivíduo que estiver inserido nessa definição não tem acesso aos bens e serviços 
essenciais, não tendo o mínimo necessário para a manutenção da sobrevivência física. 
A desigualdade social é definida como pobreza relativa, sendo a falta de recursos 
ou de consumo em relação a padrões usuais do que é considerado essencial, pela sociedade, 
para uma vida digna. 
 
 O governo brasileiro considera que quando o indivíduo recebe até meio salário 
mínimo (equivalente a R$ 207,50) por mês, ou seja, até mais ou menos o valor de R$ 13,80 
por dia, ele está inserido na linha de pobreza. No caso da pessoa receber R$ 210,00 por mês 
ela não faz mais parte desta linha, esta pessoa já faz parte da classe média baixa e não 
ganharia o Bolsa Família por exemplo. Acontece que, essa mudança só pode ser vista 
estatisticamente, ninguém pode sobreviver com essa quantia mensalmente e ninguém deixa 
de ser pobre por receber essa quantia; esse salário só é suficiente para as necessidades 
básicas; se a família tiver uma emergência, não terá dinheiro para melhorar sua situação, já 
que com uma média de treze ou quinze reais por dia a pessoa só consegue pagar o 
transporte e muitas vezes não consegue se alimentar devidamente. 
 
No Brasil, a população pobre está mais concentrada nas regiões Norte e Nordeste, 
mas ela tem aumentado em todos os estados, até mesmo em Curitiba. 
De acordo com a autora Elisa Pereira Reis, é recorrente a observação de que, se o 
chefe de uma família pertence à categoria de mulheres, jovens ou negros, a família terá 
95% de probabilidade de ser pobre. A autora também afirma que a nossa sociedade é a mais 
desigual do que qualquer outra sociedade do mundo com renda per capta comparável à 
nossa. 
A história da enorme desigualdade brasileira tem sua origem na escravidão, até 
1888. A partir de 1930, o discurso político oficial do país recorre aos ideais cristãos e 
humanitários para justificar a necessidade de uma redistribuição social. Esses discursos são 
ouvidos até os dias de hoje, ao mesmo tempo em que persistem os sinais de concentração 
de renda, terra e riqueza, e de desigualdade de acesso à saúde, educação, habitação, etc. 
 
 
 A autora Sarah Escorel deixa claro que não é só através de números que se fala em 
pobreza. De acordo com a autora, a condição de ser pobre é estudada nas suas 
representações sociais, nas identidades e estereótipos imputados, nos tributos associados, 
no acesso à cidadania, nos modos de vida e culturas, nas características psicológicas, etc. 
 
Posteriormente, a mesma autora analisa a questão qualitativa: o debate sobre 
exclusão social, marginalidade e underclass. 
 Os três termos por ela definidos são relacionais, definem uma situação configurada 
em contraposição a outra. 
 
 
 
- A noção de marginalidade evoca a oposição centro/periferia, situando as pessoas 
que fazem parte desse grupo nas margens, em termos de acesso e usufruto das riquezas e 
benefícios disponíveis. O termo marginal foi sempre usado para designar de maneira 
pejorativa os que não estão inseridos e integrados na ordem moral e social dominante, 
sendo no futuro considerado um termo banalizado por ser usado para se referir aos 
bandidos, indolentes, à “população perigosa”. 
 A utilização do conceito surgiu nos anos 20-30, com os trabalhos de Robert Park, 
que buscava analisar os comportamentos e modos de vida dos migrantes nacionais e 
estrangeiros que foram para a cidade de Chicago e não se integravam ao sistema. Park 
considerava que o “homem marginal” era o indivíduo que permanecia à margem de duas 
culturas e duas sociedades e tinha seus comportamentos diferentes ou em oposição ao 
padrão dominante. 
 Os autores que debateram o tema marginalidade na América Latina apoiaram-se 
sobre a corrente de pensamento da abordagem sociocultural funcionalista, em torno da 
teoria da modernização e do modelo histórico estrutural da teoria da dependência. 
 A teoria funcionalista caracteriza a marginalidade como a persistência do tradicional 
em relação ao moderno, assinalando o marginal como aquele que não se integra, não 
consegue se adequar à nova sociedade em que está inserido. 
 A teoria da dependência sustenta que o desenvolvimento do setor terciário 
(subemprego e subocupação) é parte integrante do modelo capitalista, sendo funcional e 
revertendo sempre em benefício do sistema. Como afirma a autora americana Janice 
Perlman, os migrantes são integrados, mas são completamente explorados, recebendo muito 
menos do que os trabalhadores formais. 
 
- A noção de underclass percorreu uma trajetória inversa a do conceito de marginalidade, 
emergindo como um estudo de estratificação social e submergindo em uma leitura 
comportamentalista. 
 O termo surgiu nos anos 1962/63 através dos estudos do economista sueco Gunnar 
Myrdal que detectou a pobreza (desempregados, subempregados, etc) no meio do otimismo 
da riqueza das sociedades americanas. 
Underclass é a única noção de pobreza urbana contemporânea que se refere às 
desigualdades concentradas na população negra, evocando segregação urbana 
discriminação racial, desigualdade econômica e comportamento desajustado, sendo então, 
uma noção que incorpora uma carga semântica preconceituosa onde o grupo social é 
definido a partir de tributos morais aportando uma identidade e representação 
preconceituosa e estigmatizante. 
Em 1977, na revista Time, é publicado uma série de reportagens sobre os moradores 
dos guetos de Nova Iorque e Chicago, afirmando que estes eram os protagonistas das 
principais revoltas urbanas da década. 
No início dos anos 80, a pobreza nos Estados Unidos tornara-se cada vez mais 
urbana, concentrada nas grandes cidades, particularmente nas cidades industriais, e em 
populações altamente segregadas de negros e hispânicos. 
 
- Por fim, Sarah Escorel para definir exclusão social, menciona que, com o fim da Segunda 
Guerra Mundial, achava-se que não havia mais uma população pobre, mas foram achados 
pobres na França, posteriormente denominados “novos pobres”. 
 A origem do termo é sempre atribuída a um livro de René Lenoir, publicado em 
1974, apesar deste não fazer uma elaboração teórica do conceito. 
 Essa noção de exclusão social veio da idéia do excedente de trabalhadores: existia 
na França muito mais profissionais formados e qualificados do que vagas para empregá-los. 
Estes profissionais foram, então, considerados inúteis para a sociedade por permanecerem 
desempregados. Devido a essa exclusão, pela incapacidade da sociedade integrar todo 
mundo, estas pessoas sentiam-se inferiores às outras que estavam devidamente empregadas. 
 A partir do século XX, com a modernidade, ser assalariado era mais valorizado do 
que ser proprietário de terras e bens. Por isso, a integração da população foi feita através do 
trabalho. O assalariado seria uma identidade positiva e ganharia proteção e muitos 
benefícios do Estado. 
 No início dos anos 90, o termo, assim como tantos outros que nasceram de um 
trabalho acadêmico, foi também usado de forma banalizada, primeiramente pela mídia e 
depois por todos.

Outros materiais