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Sistema Digestório

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Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
 
Sistema Digestório 
 
 
Cavidade Oral: 
 
 
 
É importante avaliar bem a cavidade 
oral, pois os problemas podem estar 
relacionados aos dentes, partes 
moles da cavidade oral. Depois 
vamos ver o segmento esofágico 
suas divisões e principais alterações, 
vamos fazer a avaliação da cavidade 
gástrica e dos segmentos intestinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui eu tenho a topográfia do fígado, 
do estômago do baço do lado 
esquerdo, tem os segmentos 
intestinais de uma forma uniforme, 
com características muito importante 
na hora de determinar se eu tenho 
ou não uma alteração nesse 
segmento intestinal. 
 
 
 
Tanto nas projeções lateral e ventro 
dorsal. Nessa imagem na região 
epigástrica, tem a cavidade gástrica 
vemos o baço, fígado, segmentos 
intestinais. É importante saber como 
cada um aparece na sua forma 
normal. 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
É muito importante na hora de 
avaliar o sistema digestório que a 
boca também faz parte. Então 
vamos ter alterações relacionadas 
ao dente, tecidos moles como língua, 
palato e gengiva que pode 
comprometer a forma da 
alimentação do animal. 
 
 
 
Eu posso ter na cavidade oral, 
fraturas de acordo com processos 
traumáticos, eu posso ter abscessos 
peri apicais são áreas infecciosas 
que acometem as raízes dos dentes, 
é comum na raiz do 4 pré molar 
superior onde causam fístulas 
infraorbitárias, eu posso ter área de 
lise e destruição das regiões de 
inserção dos dentes, tornando esses 
dentes moles principalmente em 
animais mais idosos que apresentam 
complexo de gengivite. O exame 
radiográfico é muito bom para 
avaliar, além da inspeção. 
Também posso ter fratura nos 
dentes, no qual temos uma 
exposição do canal pulpar onde leva 
a exposição de sinais dolorosos, 
com isso o animal deixa de se 
alimentar e pode levar a um 
processo de emagrecimento. 
E nos seios nasais também posso ter 
processos inflamatórios e 
infecciosos, também posso ter 
processos neoplásicos, muitas 
vezes temos um sangramento 
unilateral ou bilateral e não acha a 
causa, ou seja, muitas vezes temos 
uma destruição óssea e tendo a 
necessidade de se fazer tomografia 
computadorizada. Devemos sempre 
avaliar todo o crânio de um animal. 
 
 
 
Nessa imagem vemos um dorso ventral 
e a outra lateral, o exame radiográfico 
da cavidade oral precisa de um 
detalhamento, pois vemos muita 
sobreposição dos dentes. Agora quando 
ele está na posição lateral ele sobrepõe 
o lado esquerdo com o lado direito, na 
hora da realização do exame tem que 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
ter a ciência de qual detalhamento 
queremos para que eu possa fazer 
imagens oblíquos na tentativa de isolar 
a estrutura comprometida. 
1 imagem – temos uma infecção no seio 
nasal, onde essa infecção pode levar a 
um acúmulo de conteúdo seja liquido, 
purulento ou hemorrágico que vai levar 
a uma opacificação do seio nasal. Ele 
tem que ser radiotransparente, porque 
ali tem a presença de entrada de ar, pelo 
nariz. Mas nessa imagem vemos um 
seio nasal mais opacificado significando 
que ele tem um processo inflamatório no 
seio nasal esquerdo. Se ele tivesse com 
inflamação nos dois, os dois estariam 
opacificados. 
 
2 imagem – já consigo associar a clínica 
e ver também, porque essa inflamação 
do seio pode alterar a parte alimentar 
também do animal. Mas a projeção 
lateral não permite mostrar qual seio 
está acometido se é o esquerdo ou 
direito. Agora se fosse uma lesão 
chamada de abscesso peri apical, ele 
forma na região das raízes dentárias 
principalmente no quarto pré molar só 
que o superior forma através de um alo 
uma área radiotrasparente, sendo 
escura caracterizando um abscesso peri 
apical. É muitas das vezes pela 
topográfia do quarto pré molar e esse 
abscesso forma uma fístula 
infraorbitária. Pode acometer qualquer 
dente e ter reabsorção da parte ´óssea 
e ficar uma estrutura bastatnet 
eamolecida e ver edemaciação da 
gengiva, sangramento, cálculos 
dentários, fraturas. 
 
 
 
Aqui eu tenho uma imagem de 
neoplasia, no terço rostral da 
mandíbula, vemos inexistente e um seio 
bonito, cor ar e suas trabéculas. Mas no 
terço final da mandíbula destruído com 
áreas osteolitícas e osteoporóticas com 
ausência dos dentes e aumento de 
volume de partes moles. Caracterizando 
uma neoplasia em mandíbula, então o 
animal vai ter ter muita dificuldade na 
hora da apreensão e mastigação devido 
ao processo básico. 
 
 
 
Imagem maior que mostra que os 
dentes que eram pra estar inseridos na 
mandíbula já estão soltos, fáceis de 
serem arrancados por não tem mais 
tecido ósseo para ser inserido. 
 
 
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Aqui temos uma imagem mostrando 
qual o lado está mais acometido, lado 
direito está mais acometido e um pouco 
no esquerdo, o comprometimento está 
no osso zigomático, onde vemos uma 
neoplasia bastante evoluído na face, 
tudo isso pode dar interferência na hora 
da alimentação desse animal. 
 
Esôfago: 
 
 
 
Ele normalmente não é visível no exame 
radiográfico e o exame 
ultrassonográfico não compõe o exame 
de eleição para avaliar o esôfago. Mas 
o radiográfico é importante na avaliação 
do esôfago. 
A função do esôfago única e exclusiva é 
condução de um conteúdo líquido, 
sólido ou misto da cavidade oral até a 
cavidade gástrica. Ele não tem função 
de trituração, nem absorção. 
Ele é apenas um tubo membranoso, que 
se abre que vai desde a região da 
faringe da epiglote até o estômago e ele 
consegue levar esse conteúdo através 
de movimentos peristálticos que esse 
conteúdo consegue chegar da cavidade 
oral até a cavidade gástrica. Em 
situação normal eu não vejo o esôfago. 
 
 
 
Eu posso dividir o esôfago em 3 partes: 
região cervical, região torácica e região 
abdominal. 
Então na região cervical no pescoço, o 
esôfago passa dorsal a traqueia depois 
que ele vai entrar na saída do cervical 
para a entrada do tórax ele se desloca 
para a esquerda que é onde ele se 
encontra e caminhando próximo a base 
e ao coração ele volta a ser dorsal 
permanecendo dorsal até o hiato 
esofágico, ou seja, a transição ali do 
diafragma do tórax e abdômen e quando 
ele passa para a região abdominal e ele 
volta a ser a esquerda. 
O esôfago apresenta alterações no seu 
trajeto e isso vamos levar em 
consideração principalmente na hora de 
corpos estranhos. 
 
 
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Na radiografia simples, eu sempre tenho 
que fazer as projeções lateral e ventro 
dorsal mas principalmente a lateral e 
não conseguindo um resultado na 
avaliação eu tenho que fazer um exame 
contrastado, esse exame contrastado 
se chama esôfagograma ou 
esôfagografia traz muitas informações 
em relação ao esôfago, eu posso utilizar 
sempre dois meios de contraste: o 
principal deles que é o mais radiopaco e 
é exclusivo para o sistema digestório 
que é o sulfato de bário ou o iodo, é um 
meio de contraste um pouco menos 
radiopaco e que tem maior 
aplicabilidade, não apenas para um 
sistema. E quando eu tenho presença 
de ar dentro do esôfago eu já consigo 
observar e ter algumas informações, 
então nesse caso a presença de ar se 
torna um meio de contraste negativo, 
para que eu possa fazer essa avaliação. 
Essa técnica contrastada se chama 
esôfagograma ou esôfagografia. 
 
 
No cão, a hora que eu administro o 
contraste intraoral pode ficar resquícios 
desse contraste. É muito rápido quando 
eu administro da cerca de 7 ou 8 
segundos esse meio contraste já está 
na cavidade gástrica se tudo ocorrer 
normalmente, mas esse contraste pode 
deixar resquícios dentro do lúmen 
esofágico chamamos de pregas 
esofágicas e esse resquício de meio de 
contrastevai aparecer como linhas 
longitudinais. Isso é um fator normal 
observar no cão. 
No caso do gato, ¾ se a gente pegar 
todo o segmento esofágico nos ¾ 
iniciais as pregas são longitudinais no 
caso do ¼ final essas pregas se 
apresentam oblíquos, dando 
característica de espinha de peixe, 
então quase toda a porção do gato elas 
se apresentam longitudinais e no último 
quarto final elas se apresentam 
obliquadas e com característica de 
espinha de peixe. Isso é normal, para 
que eu posso verificar. Então após o 
esôfagograma pode ficar restos de 
contraste e mostrar essas pregas 
longitudinais e oblíquas. 
 
 
 
Cão: 
Vemos as pregas longitudinais em todo 
o segmento esofágico, isso é normal 
visualizar, ele apresenta mudança no 
seu trajeto de acordo com o que já foi 
falado, ele se apresenta dorsal depois 
ele vem para a esquerda depois volta a 
ser dorsal e por fim a esquerda. 
 
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Felino: 
Vemos as pregas longitudinais e do 
último terço do esôfago começa a ter 
formação das pregas obliquadas, 
caracterizando uma espinha de peixe, 
essa visualização é normal, mas muitas 
das vezes eu tenho que observar essa 
retenção do meio de contraste. 
 
 
 
Essa técnica radiográfica, do 
esôfagograma ela é fácil de realizar. 
Primeiramente sempre antes de 
qualquer técnica contrastada eu devo 
fazer as projeções simples (LL – latero-
lateral) e (VD – ventro dorsal) e 
radiografar toda a extensão desde a 
região da epiglote até a região 
chegando na cavidade gástrica (eu não 
posso cortar esse esôfago). Faço a 
radiografia simples e com contraste. 
O sulfato de bário é um líquido gostoso 
de sabor de frutas ele é em forma 
pastosa e pode diluir um pouco em água 
para facilitar a extração e a dosagem é 
em torno de 10 a 30ml de uma forma 
única, via oral e administrar devagar. 
Tenho que ter paciência e administrar 
devagar para o animal não fazer uma 
falsa via por conta do contraste e ter 
pneumonia por aspiração. Eu posso 
utilizar também o iodo ou compostos 
iodados de 10 a 20ml. 
 
Quando eu devo usar um ou outro ? 
- Toda vez que tiver uma suspeita de 
perfuração, ruptura desse esôfago eu 
não devo utilizar o sulfato de bário em 
todo o segmento do trato digestório, 
esôfago, estômago, segmentos 
intestinais porque o extravasamento 
desse sulfato de bário com contato com 
vísceras da cavidade torácica e 
cavidade abdominal ele pode provocar 
processos de aderência dando 
granulomas, então toda vez que tiver 
suspeita de ruptura ou trauma que pode 
levar a uma perfuração do esôfago eu 
devo utilizar os compostos iodados. 
Tirando isso o exame de eleição é o 
sulfato de bário. 
 
 
 
Eu vou suspeitar de uma doença 
esofágica: 
Quando o animal tiver uma 
regurgitação, perda de peso, no qual ele 
 
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tem a vontade de se alimentar mais por 
algum motivo acontece a volta desse 
alimento, tosse, dispneia porque muitas 
vezes nessa regurgitação ele pode fazer 
uma falsa via e o alimento ser aspirado 
e ele tem uma pneumonia por 
aspiração, onde vamos observar uma 
opacificação de padrão alveolar 
principalmente nos lobos craniais 
ventrais, e também de acordo com essa 
pneumonia eu posso ter também 
corrimento nasal. 
Então quando for um animal magro, com 
regurgitação, as vezes vômito, perda de 
peso, tosse eu não posso deixar de 
descartar uma doença esofágica. 
 
Megaesôfago: 
 
 
 
É conhecido como uma dilatação total 
esofágica, o megaesôfago em si, ele 
acomete principalmente pastor alemão, 
dogue alemão, setter irlândes na faixa 
de 2 a 3 anos de idade. Onde eles 
começam os primeiros sintomas de 
regurgitação, tosse, perda de peso, e 
apetite voraz principalmente na 
transição do alimento líquido (leite) e o 
início do alimento mais sólido, isso faz 
com que ele tenha uma perda do 
peristaltismo se tornando um órgão 
flácido, e sem o peristaltismo tem a 
dificuldade da chegada do alimento até 
a cavidade gástrica, então esse 
alimento fica parado dentro do esôfago. 
Isso é de origem congênita, então ele já 
nasce com isso, essas raças tem a 
predisposição de ter esse megaesôfago 
de origem congênita ou ele pode 
adquirir durante sua vida na fase adulta, 
então as causas seriam diferentes como 
uma doença chamada de miastenia 
grave, intoxicação ou envenenamento 
pode levar a uma alteração esofágica eu 
posso ter traumas na região cervical que 
pode levar ao megaesôfago. Além 
disso, posso ter doenças virais como a 
cinomose, como causa adquirida que 
pode levar ao megaesôfago uma 
dilatação total esofágica devido a uma 
falha no peristaltismo. 
Lembrando que a adquirida e a 
congênita pode aparecer em qualquer 
raça. Em felinos são mais raros 
acontecer. 
 
 
 
Vamos observar em uma radiografia 
simples: O esôfago aumentado de 
tamanho, (vai estar aparecendo). Muitas 
vezes com presença de gás, que vai 
ajudar a delimitar o esôfago, então ele 
aparece com facilidade no exame 
radiográfico. E se ele está aumentado 
de tamanho, com presença de gás o 
outro conteúdo vai deslocar a traqueia 
ventralmente e também a silhueta 
cardíaca, em alguns casos mais 
avançado podemos encontrar a 
opacificação pulmonar de padrão 
alveolar nos lobos cranial e ventral que 
 
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caracteriza uma pneumonia por 
aspiração. 
 
E se eu não consigo chegar na 
conclusão que está tendo um 
megaesôfago u faço o exame 
contrastado (esôfagograma) no exame 
eu vou ter principalmente uma retenção 
intra-luminal do meio de contraste então 
todo o contraste oferecido ele não vai 
conseguir chegar na cavidade gástrica 
porque tudo o que foi fornecido está com 
uma diminuição do defleti do 
peristaltismo. É bom fazer para ter um 
complemento dessa avaliação 
esofágica. 
 
 
 
Nós temos uma radiografia simples 
lateral, na primeira imagem vemos a 
traqueia passando, temos a silhueta 
cardíaca, vemos a veia cava e a artéria 
aorta e sabemos que o esôfago passa 
ali, mas eu não estou conseguindo 
observá-lo. Na segunda imagem, 
vemos o diafragma, silhueta cardíaca, 
traqueia, vertebras torácicas e na região 
das setas eu tenho uma área de hiper 
transparência, essa área de hiper 
transparência, significa que tem 
presença de gás nesse esôfago, mas é 
necessário mais informações, que seria 
a realização do esôfagograma. 
 
 
 
1 imagem: radiografia simples, eu 
observo um conteúdo intratorácico, um 
acentuado deslocamento de traqueia e 
um deslocamento ventral da silhueta 
cardíaca. Provavelmente é o esôfago, 
porque é o órgão que mostra esses 
detalhes. 
2 imagem: foi realizado o 
esôfagograma, e podemos ver todo o 
esôfago dilatado, com presença da 
retenção intra-luminal do meio de 
contraste, caracterizando uma dilatação 
total esofágica. 
 
 
 
Outra imagem mostrando a retenção do 
meio de contraste, ao lado 
provavelmente é um material de 
conteúdo alimentar impedindo que o 
líquido preencha totalmente. Mas a 
traqueia está deslocada ventralmente e 
também a silhueta cardíaca esse 
 
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deslocamento da traqueia vai causar 
tosse também no animal. 
 
 
 
Normalmente o tratamento o alimento 
deve ser mais pastoso, para que facilite 
até chegar na cavidade gástrica. 
Existem cirurgias que tentar diminuir e 
corrigir esse lúmen. 
 
Corpos Estranhos: 
 
 
 
Os corpos estranhos é tudo aquilo que 
não é natural na alimentação. (moeda, 
pedaços de ossos, anzol, plástico, etc). 
 
Então a gente divide os corpos 
estranhos em radiopacos que a 
radiação tem dificuldade de ultrapassar, 
eles aparecem muito bem dentro do 
esôfago, pode ser moeda, metal, osso, 
brinquedo. Tudo isso tem uma 
radiopacidade elevada. 
Os radiotransparentes é aqueles que 
não aparecem, elesnão barram a 
radiação. Podemos citar: plástico, 
pedaços de carne, esponja, tecidos, 
meia calça. E com eles temos mais 
dificuldade em chegar a uma conclusão. 
Esses corpos estranhos, devido a 
anatomia topográfica do esôfago e 
apresentar mudanças no seu trajeto, 
existem alguns pontos que eles podem 
parar o corpo estranho: 
- Esfíncter esofágico cranial, ali no inicio 
do esôfago. 
- Na entrada do tórax, onde tem as 
mudanças de trajeto. 
- Base do coração 
- Hiato esofágico, ou seja, na transição 
do tórax e abdômen. 
Então devido ao tamanho do corpo 
estranho, eles podem parar 
principalmente nessas regiões. Por isso 
é importante avaliar toda a extensão do 
esôfago, sem pular nenhuma parte. 
São chamados de pontos de parada, 
porque há mudança no seu trajeto. 
 
 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
Vamos observar na radiografia simples: 
se ele for um corpo estranho radiopaco 
vai ter uma estrutura de densidade 
aumentada dentro do lúmen esofágico, 
e também posso observar que vai ter 
graus diferentes de aumento desse 
esôfago, principalmente cranial próximo 
ao ponto de obstrução, tudo que está 
para trás sendo cranial a ele, ou seja, 
todo esse segmento esofágico vai 
dilatar. E com aumento do lúmen 
esofágico eu vou ter um desvio da 
traqueia também. 
Se caso não observar essa densidade 
elevada eu devo fazer um exame 
contrastado. 
Temos os corpos estranhos 
radiotransparentes, e utilizamos a 
técnica contrastada que é 
esôfagograma. Vamos observar falha 
de preenchimento (são casos bem 
comum), porque o contraste deveria 
passar pelo esôfago, e ele passa 
desviando dessa estrutura, considerado 
um corpo estranho radiotransparente e 
também vai ter uma dilatação cranial ou 
proximal ao corpo estranho. 
Dependendo do corpo estranho é 
necessário fazer a endoscopia para 
realizar o fechamento do diagnóstico. 
 
 
 
1 imagem: temos um acentuado 
deslocamento da traqueia, vemos uma 
imagem intra-luminal com a densidade 
um pouco elevada compatível com 
corpo estranho, chegando próximo a 
base do coração. 
2 imagem: vemos uma estrutura 
radiopaca, parece ser osso entre o 
coração e o diafragma, ou seja, próximo 
ao esfíncter esofágico caudal ou hiato 
esofágico. 
 
 
 
Nesse caso eu tenho um corpo estranho 
pontiagudo “geralmente a gente 
observa a linha de anzol abaixo da 
língua, não devemos puxá-la”, outra 
coisa nesse caso não devo utilizar o 
sulfato de bário por ser um corpo 
estranho perfurante, mas podemos 
utilizar os compostos iodados, se ele 
extravasar não tem problema. Nas setas 
pretas apontam para gás que nos indica 
um processo infeccioso e inflamatório, 
devido a perfuração do corpo estranho. 
 
 
 
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1 imagem: temos outra imagem de 
anzol, ele fica parado, mas não dá pra 
saber se tem um comprometimento de 
ruptura, então nesse caso tem a 
necessidade de fazer o esôfagograma 
para observar se tem uma ruptura ou 
não. 
2 imagem: temos a imagem do tórax, 
uma estrutura radiopaca no esôfago, 
demostrando um corpo estranho, então 
os corpos estranhos podem parar 
principalmente nos quatro pontos 
citados na onde tem uma mudança n 
seu trajeto. 
 
Dilatação Segmentar: 
 
 
 
Dilatação parcial do esôfago 
principalmente pela anomalia dos anéis 
vasculares. 
São as vascularizações que o feto 
apresenta e uma delas pode deixar um 
resquício no tecido. Que é a persistência 
do quarto arco aórtico direito. Ele vai 
passar por cima abraçando o segmento 
esofágico, causando alterações 
esofágicas. O problema não está no 
esôfago em si, e sim na persistência 
desse quarto arco aórtico direito. Temos 
também a subclávia aberrante são 
vasos que são malformados que ficam 
grandes e que também podem levar a 
um ponto de constrição levando a uma 
obliteração do esôfago. 
A partir do momento que descobriu é 
necessário fazer a correção cirúrgica. É 
mais comum em pastores e setters e 
costuma aparecer com 3 meses. 
 
 
 
Na radiografia simples principalmente 
do quarto arco aórtico direito, acontece 
a dilatação esofágica por conteúdo, vai 
comendo. Comendo e não passa pela 
constrição é uma dilatação esofágica 
até a base do coração, o restante do 
segmento esofágico continua 
normalmente. Posso ter também nesses 
casos a pneumonia por aspiração e 
desvio da traqueia a direita na projeção 
ventro dorsal. 
E se for necessário o exame 
contrastado vemos um esôfago dilatado 
cranialmente a estenose provocada 
pela persistência do quarto arco aórtico 
direito que vai se localizar até a base do 
coração, a imagem é clássica formando 
uma saculação, muitas vezes com 
conteúdo alimentar. 
 
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Nessa imagem vemos um desvio ventral 
da traqueia e conteúdo alimentar um 
pouco mais denso. Temos conteúdo 
gasoso e toda essa saculação até a 
base do coração. Não vemos nada na 
parte caudal que mostre que é uma 
lesão esofágica. Só vemos a parede 
ventral e dorsal do esôfago formando 
uma saculação e presença de conteúdo 
intra-luminal e um pouco do 
deslocamento da traqueia na região 
cervical. Pode ser uma persistência do 
quarto arco aórtico direito, então devo 
realizar o esôfagograma para ter 
certeza. 
 
 
 
No esôfagograma vamos ter essa 
imagem, uma retenção do meio de 
contraste formando uma saculação até 
próxima a base do coração, vemos o 
esôfago muito dilatado e observamos 
pelas estruturas ósseas que é um 
animal pequeno, ou seja jovem, e ele 
apresenta uma dilatação parcial porque 
ele consegue passar uma pequena 
quantidade de conteúdo mais líquido, 
ele apresenta uma estenose num grau 
mais fechado e quando se passa essa 
pequena quantidade de contraste 
chamamos de aspecto de filete, 
caracterizando através dessa imagem 
uma dilatação parcial esofágica, levada 
pela persistência do quarto arco aórtico 
direito. 
Então quando temos esse tipo de 
imagem no esôfago com retenção intra-
luminal, aspecto filete, passagem de 
pouco contraste formando uma 
saculação no animal jovem, caracteriza 
uma persistência do quarto arco aórtico 
direito. 
 
 
 
Nessa imagem vemos uma subclávia 
berrante, tem o coração e um grande 
vaso muito aumentado que é a aorta, e 
no abdômen ela tem um aumento de 
volume e ela tem uma comunicação. 
Isso são vasos aberrantes ou mal 
formados, e ela tem um vaso que liga a 
região do arco aórtico com a região dos 
vasos abdominais. São formações 
anômalas que podem comprometer o 
esôfago. Observamos que ele tem uma 
hepatomegalia, vemos segmentos 
intestinais, a bexiga. 
 
Massas: 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
São formações esofágicas conhecida 
como massa ou crescimento de tecido. 
Pode estar associado a esse parasita 
chamado de SpirocercaLupi, então 
através do esôfago passando pela 
traqueia, próximo ao vaso ele consegue 
encistar na parede desse esôfago e 
formar uma massa. 
Acomete principalmente pastores, 
setters, hounds, pointers com idade 
entre 6 a 8 meses. 
Essa maça ela pode se localizar intra-
luminal ela invade o lúmen provocando 
um processo parcial ou total obstrutivo 
ou intra-mural ele sai apenas da parede 
e vai levar a uma diminuição do lúmen 
esofágico. E também podemos ter 
massas de origem neoplásicas ou 
inflamatória, se for de origem neoplásica 
podemos citar o firossarcoma ou 
osteossarcoma com metástases. Essas 
massas tem uma característica de se 
formar em determinada região. 
 
 
 
Na radiografia simples, eu vou observar 
uma imagem com uma estrutura de 
conteúdo delineado principalmente 
entre a base do coração e o diafragma, 
na região caudal dorsal, vou ter uma 
estrutura de densidade elevada 
semelhante a tecidos moles mais que 
tem essa localização entre o coração e 
o diafragma, podendo ser uma massade spirocercalupi, pode ser uma 
neoplasia ou um processo inflamatório 
infeccioso, quando também se tem uma 
infecção dessa massa concomitante eu 
posso ter infecções nas margens 
ventrais dos corpos vertebrais ou eu 
posso encontrar as últimas vértebras 
torácicas com formato irregular e muitas 
vezes áreas osteolíticas, proveniente de 
uma infecção que se acende dessa 
massa intra esofágica chamada de 
espondilite. Então na radiografia 
simples eu vou ter uma densidade 
aumentada entre a base do coração e o 
diafragma e em alguns casos que 
observarmos infecção pode estar ligada 
a essa massa causada por uma 
espondilite nas margens ventrais das 
últimas vértebras torácicas. 
 
O exame contrastado eu vou ter uma 
falha de preenchimento luminal, ou seja, 
o contraste ele vai passar ao lado, 
desviar o seu trajeto onde essa massa 
está invadindo, por isso a gente está 
radiografando um animal com 
 
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dificuldade na sua alimentação, 
regurgitação, ou seja, sintomas 
esofágicos. Vamos ter alterações no 
trajeto esofágico onde ele muda o trajeto 
principalmente onde passa o contraste e 
teremos também irregularidade no 
diâmetro, podendo ter diâmetros 
uniformes no segmento esofágico. O 
exame contrastado é super importante. 
 
 
 
Imagem A: desenho esquemático, 
mostrando uma lesão intra-mural e 
intra-luminal. Ele começa no muro, ou 
seja, mural é parede aí ele invade a 
região do lúmen esofágico, observamos 
que ele muda o trajeto, as vezes é uma 
estrutura de contorno irregular, podendo 
levar a uma alteração do tamanho do 
esôfago dependendo do grau de 
obliteração. 
Imagem B: desenho esquemático de 
uma formação de uma estrutura que 
invade o lúmen, mas a parede é 
delicada, mas tem a formação intra-
luminal. Os dois casos acima vão 
obliterar a passagem parcialmente do 
conteúdo alimentar. 
O esôfagograma é muito importante 
nesse caso e depois pode 
complementar com uma endoscopia 
para a coleta de material e chegar à 
conclusão do que está acontecendo 
antes de partir para um processo 
cirúrgico. 
 
Perfuração: 
 
 
 
Devemos tomar muito cuidado com as 
perfurações, tem que ser uma 
anamnese rápida e exame clínico 
rápido, para chegar a conclusão do que 
está acontecendo. 
Essas perfurações todo o conteúdo que 
passa no esôfago pode levar a um 
processo infeccioso no mediastino, na 
pleura e também acúmulo de gás dentro 
do tórax chamado de pneumotórax. 
 
 
 
Então nos exames de aspectos 
radiográficos simples, ele pode ter a 
presença de gás em tecidos moles 
saindo do esôfago, isso é mais 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
observado na região cervical, se 
observar ruptura pode ser esse gás 
saindo do esôfago. Vamos observar 
também na radiografia simples, 
pneumomediastino, pneumotórax no 
local e ter uma efusão pleural, mão é 
fácil chegar a esse diagnóstico. Ainda 
na radiografia simples para que eu 
possa concluir tudo isso, eu vou 
observar um corpo estranho, na maioria 
das vezes ele fica perfurado, não deve 
usar o sulfato de bário nos casos de 
perfuração, consequentemente para ter 
uma melhor resolução, fazemos o 
exame contrastado utilizando o 
contraste iodado, oque eu espero se ele 
tiver uma perfuração ou laceração 
mediante a movimentação desse corpo 
estranho, eu vou observar o 
extravasamento do meio de contraste. 
Não tem problema o animal ingerir 
esses compostos iodados eles serão 
absorvidos e secretados pelos rins. 
Muito importante quando você tem a 
suspeita de um corpo estranho 
pontiagudo, é correto realizar o 
esôfagograma e observar se tem 
extravasamento do meio de contraste. 
 
Estômago: 
 
 
 
Quando eu não devo utilizar o ultrassom 
para avaliar a cavidade gástrica? 
Principalmente quando estiver repleto 
de conteúdo alimentar e gasoso, com 
isso temos o impedimento da avaliação 
do estômago. Esse conteúdo vai 
provocar artefatos, mas o exame 
radiográfico é muito bom e indicado na 
avaliação da cavidade gástrica. 
Na radiografia simples, ele pode 
aparecer ou não dependendo do que 
tiver dentro do lúmen, aí a gente 
consegue observar com facilidade. 
O estômago possui sua divisão: temos a 
porção do fundo, corpo e pilório e por fim 
o antro e o canal. O pilório é um local 
muito importante para avaliarmos 
principalmente quando o animal 
apresenta suspeita de corpos 
estranhos. 
 
 
 
Olhando o desenho esquemático vemos 
que é como se fosse o jogo dos 7 erros. 
Então do lado esquerdo eu tenho cão e 
do lado direito eu tenho o gato. 
Cão: Na projeção lateral temos o F 
fundo, B corpo, A canal do antro e pilório 
um pouco mais a frente, e depois o início 
do duodeno. Então se eu fizer um 
exame contrastado um exame 
preenchido por contraste vai ficar neste 
formato. 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
Felino: Na projeção lateral temos o F 
fundo, B corpo, A canal do antro e P 
pilório que fica numa região mais central 
do que no cão que é mais alongado, 
sendo a única diferença e também 
temos a região do início do duodeno. 
 
Cão: Agora na ventro dorsal, temos o C 
cárdia, esse local existe receptores pro 
décimo par dos nervos cranianos 
chamado de nervo vago, onde tem 
estimulação vagal, e onde está o C se 
chama ângulo de hiss, continuando 
temos o F fundo, B corpo, A canal do 
antro, P pilório mas o pilório na projeção 
ventro dorsal ele se encontra a direita e 
por fim o início do duodeno. 
Felino: Temos C cárdia, F fundo, B 
corpo, A canal do antro e o P pilório 
sobrepõe as vértebras do animal e por 
fim o duodeno. Essas são as pequenas 
diferenças de topográfia em relação ao 
exame radiográfico. 
 
 
 
Aqui temos uma imagem mostrando o 
estomago na sua projeção ventro 
dorsal, não muito repleto, sabemos que 
tem o fundo, corpo, canal do antro, 
pilório e o início do duodeno. 
Na onde está a seta chamamos de 
pseudoulceras, normalmente 
encontrado no exame contrastado. 
 
 
Muitas vezes eu tenho a necessidade de 
fazer uma técnica radiológica chamada 
de transitogastrointestinal para avaliar o 
trato gástrico intestinal, no qual eu vou 
ter que administrar o sulfato de bário na 
quantidade de 7 a 12ml/kg, então animal 
grande vamos ter dificuldade na hora da 
administração. O iodo vai ser utilizado 
quando tiver suspeita de ruptura da 
cavidade gástrica ou segmentos 
intestinais. Então antes de qualquer 
técnica radiográfica, devemos fazer 
uma radiografia simples, porque muitas 
vezes na simples na aparece estruturas 
como corpos estranhos e aí não há 
necessidade da técnica contrastada. O 
problema da técnica contrastada do TGI 
é que pode levar a um processo 
obstrutivo e isso que queremos 
descobrir se tem ou não um processo 
obstrutivo seja qual for a causa. Então 
antes de qualquer exame contrastado 
eu faço uma radiografia na projeção (LL) 
e (VD), aí mediante ao preparo o animal 
tem que estar em jejum se não pode ter 
uma falha na interpretação dessa 
técnica, o animal não pode ter gases, 
fezes e nem alimento mediante a isto vai 
administrar o sulfato de bário ou iodo se 
tiver perfuração, faço com muito 
cuidado para o animal não aspirar, mas 
depois que administra não pode 
demorar muito tempo se não vai perder 
a primeira fase do exame conhecida 
como gastrograma, nem muito rápido e 
nem muito lento e depois que fez a 
administração devemos fazer 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
radiografias como se fosse uma 
sequência de um filme: 5 min, 30 min, 1 
hora e depois de hora em hora nas 
projeções (LL e VD) fazer as duas 
projeções em todas as sequencias. O 
exame do TGI o próprio nome fala se for 
um trânsito normal ele tem que andar, 
agora se ele não anda tem algo levando 
a parada desse trânsito. 
A primeira fase é o gastrograma, leva 
uns 40 minutos que chamamosde 
tempo de esvaziamento gástrico, então 
todo esse líquido tem que sair em 40 
minutos se ele não sair devemos ver a 
retenção e analisar de forma diferente. 
Em cães grandes há situações de TGI 
demorar até 24 horas. Deixar sempre o 
tutor ciente que vai demorar. 
Tem outra forma de administrar o 
contraste, vamos supor que este animal 
está com dificuldade na defecação ou 
sangramento anal, eu posso fazer uma 
radiografia via retrógrada ao invés de eu 
oferecer o contraste via oral e esperar 
ele chegar na porção do colón 
transverso, descente e reto eu posso 
através uma sonda injetar diretamente 
no anus do animal e tentar observar se 
ele tem falha de preenchimento, parede 
espessa, áreas de estenose, áreas de 
intussuscepção. Então o exame 
contrastado é muito importante. 
Dependendo do que a radiografia 
mostrar posso partir para uma 
colonoscopia para retirada de material 
já observado no exame radiográfico. 
 
 
As principais alterações são corpos 
estranhos muito comum no dia a dia. 
São considerados radiopacos e 
radiotransparentes, os radiopacos são 
mais fáceis de serem visualizados. Os 
corpos estranhos a gente também pode 
utilizar o ultrassom na tentativa de 
observar e vão formar aquele artefato 
conhecido como sombreamento 
acústico. No radio-x sempre faço a 
radiografia simples para observar o 
corpo estranho radiopaco se ele não 
estiver vou fazer o contrastado que é 
transitogastrointestinal para observar 
principalmente os corpos estranhos 
radiotransparentes no qual ele vai 
formar um artefato chamado de falha de 
preenchimento, o ultrassom também 
pode ajudar a observar a parede do 
estomago pra ver se tem espessamento 
da parede estomacal como o caso de 
gastrites e úlceras. 
Posso ter também processos de 
dilatação e também torção, quando a 
pessoa não faz o que foi recomendado. 
 
Corpos estranhos: 
 
 
 
Os corpos estranhos podem ser 
radiopacos ou radiotransparentes. O 
raio-x vai mostrar onde está, vai 
demostrar o tamanho e superfície e ver 
se é necessária uma endoscopia. 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
Os radiotransparentes é pano, saquinho 
plástico, espuma é tudo o que não 
aparece no exame radiográfico simples. 
Os principais aspectos radiográficos, se 
for corpo estranho ele vai ter uma falha 
de preenchimento ou seja, onde ele está 
o contraste não consegue adentrar e ele 
impede a passagem do meio de 
contraste então o tempo de 
esvaziamento gástrico vai ser maior que 
40 minutos ou ausente, então muitas 
das vezes o contraste não sai do 
estomago e o animal já tem um vômito 
automático, porque a gente dilata esse 
estômago com líquido de contraste e 
esse líquido não consegue sair e o 
animal tem a regurgitação. 
Essa falha de preenchimento também 
vai ser encontrada nos tumores 
gástricos. 
Se for um corpo estranho como pedaço 
de meia ou espuma espera-se um corpo 
estranho que vai absorver o meio de 
contraste, ele absorvendo o meio de 
contraste vai deixar esse local 
impregnado, ou seja, retido esse 
contraste. E esperamos que todo o 
excedente de contraste saia e fique 
apenas o corpo estranho 
radiotransparente e fique apenas a 
espuma contendo o meio de contraste. 
 
 
 
Imagem 1 – é cavidade gástrica pouco 
visível, porque ela não tem conteúdo 
delimitando ela “alimento”, mas eu vejo 
uma estrutura compatível com corpo 
estranho (setas apontando) em 
topográfia de antro pilório, que é o local 
onde é mais comum ter o processo 
obstrutivo por causa do esfíncter do 
pilório, nesse caso devemos fazer uma 
gastrografia, para melhor visualização e 
ter a certeza que está dentro do 
estômago. 
Imagem 2 – é um felino, vemos uma 
agulha em topografia de estômago, 
nesse caso já é indicado a laparotomia 
para a retirada desse corpo estranho. É 
um corpo estranho radiopaco 
perfurante. 
 
 
 
Imagem radiográfica no qual eu tenho a 
presença de gás lacrimogênio no 
estômago e presença de corpos 
estranhos radiopacos “ossos do 
churrasco”, nesse caso eu passo 
diagnóstico. 
 
Dilatação/Torção: 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
O processo de dilatação e torção, 
muitas vezes acontece em cães de 
grande porte, decorrente de uma 
alimentação única “de frequência única 
em grande quantidade”. Esse cão na 
idade de 8 a 9 anos ele apresenta 
relaxamento dos ligamentos gástricos, 
ele pode terminar a sua alimentação e 
correr para algum local e esse estômago 
faz um giro sobre seu próprio eixo 
podendo ser de 90º, 180º, 360º.... Com 
esse giro ele vai impedir o 
funcionamento desse estômago, não sai 
e não entra nada. E devido a topográfia 
desses ligamentos ele vai levar o baço 
junto, tendo a torção dos vasos e 
levando a uma esplenomegalia. 
Geralmente quando o animal sofre uma 
torção é necessário tirar o baço 
também. E se deixar o baço pode ter a 
síndrome da reperfusão. 
Costuma acontecer em animais de sitio, 
logo após comer e correr por volta de 
21:00 ou 22:00 da noite. 
No caso da dilatação eu vou ter um 
estômago muito repleto de gás, quando 
o estômago está totalmente retido de 
gás o animal perde a estimulação vagal 
porque muda o ângulo de hiss, com isso 
ele não consegue ter uma eructação e o 
gás vai acumulando até dilatar, porque 
ele não e também não volta. Na 
radiografia eu consigo identificar e 
passar uma sonda para retirar toda essa 
ingesta para que ele volte ao normal. 
Mas se ele tiver processo de dilatação 
com torção essa lavagem não é 
suficiente. 
 
 
O animal vai ter uma acentuada 
dilatação por gás, líquido ou sólido. Ou 
seja, um conteúdo heterogêneo, e esse 
estômago muito dilatado desloca todos 
os órgãos da cavidade abdominal 
principalmente no sentido caudal. E se 
ele tiver o processo de torção vai 
apresentar a característica que se 
chama linha de compartimentalização, 
esses animais com essa característica é 
como você imaginar uma bexiga de 
aniversário que você gira e ele forma 
duas bexigas, ou seja, dois 
compartimentos e no local onde eu girei 
vai formar uma área mais espessa da 
parede. Essa linha mais espessa onde 
ele girou, vai aparecer como uma linha 
mais radiopaca, chamada de 
compartimentalização. Quando forma 
os dois compartimentos tudo o que está 
ali não consegue sair e começa a 
fermentação e ter acúmulo de gás. 
Além disso, vamos ter um deslocamento 
do pilório para a esquerda, mas sua 
localização normal é na direita. E 
também ter a esplenomegalia. 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
 Nessa imagem esquemática vemos 
uma acentuada dilatação gástrica, se o 
animal tem só a dilatação eu posso 
passar uma sonda gástrica ou entrar 
com um trocânter e perfurar para ajudar 
e amenizar a dor que o animal está 
sentindo. 
 
 
 
Se ele tiver um processo de dilatação 
torção, ele vai ter um estômago muito 
aumentado de tamanho, na percussão 
um processo timpânico intenso e 
apresenta a linha de 
compartimentalização. Se estiver em 
dúvida da torção oferecer o sulfato de 
bário. 
 
 
 
Imagem 1 – desenho esquemático 
mostrando o estômago dilatado e 
torcido. Na onde tem a torção a parede 
vai se tornar um pouco mais espessa e 
vemos a linha de compartimentalização. 
Nessa imagem vemos os dois 
compartimentos. Se eu der contraste, 
fica apenas em um compartimento não 
vai para o outro. 
Imagem 2 – Mostra a dilatação do 
estômago e o pilório deslocado para a 
esquerda devido a torção. 
 
 
 
Imagem 1 – radiográfica mostrando o 
processo da linha de 
compartimentalização e estômago 
muito dilatado, (projeção lateral, eu vejo 
a linha de compartimentalização). 
Imagem 2 – mostra o estômago dilatado 
e o pilório deslocado a esquerda, 
(projeção ventro dorsal eu vejo o 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
deslocamento do pilório para o lado 
esquerdo). 
 
Intestinos:O intestino no exame radiográfico ele 
normalmente vai estra preenchido por 
conteúdo gasoso e fecal. Localizado na 
região mesogástrica e podemos dividir o 
intestino em algumas partes anatômicas 
já conhecidas: 
Intestino delgado: 
- duodeno 
- jejuno 
- ílio 
Intestino grosso: 
- ceco 
- colón (temos o ascendente, transverso 
e descendente) 
- reto 
Sabemos que o intestino ao longo da 
sua extensão, apresenta diversas 
funções: o intestino delgado é absorção 
de nutrientes provenientes da quebra do 
estômago e também de enzimas do 
suco gástrico depois vai para o 
duodeno, jejuno e ílio para ser 
reabsorvido e depois na forma que não 
vai ser absorvido é formado o bolo fecal 
passado pelo ceco, colón ascendente, 
transverso, descendente e reto e por fim 
sua excreção, através de movimentos 
peristálticos. 
No exame radiográfico a presença de 
conteúdo gasoso e fecal até ajuda em 
algumas situações as interpretações. Já 
no exame ultrassonográfico quando eu 
quero avaliar os intestinos tanto a 
presença de gás quanto a presença de 
fezes atrapalham e muito a 
interpretação. Então eu tenho a 
necessidade de ter um intestino vazio e 
limpo para que eu possa avaliar. 
 
 
(Obstrução) 
As principais alterações que eu vou 
observar no intestino são corpos 
estranhos que podem ser ingeridos e 
podem parar tanto no segmento 
esofágico, cavidade gástrica ou alguma 
parte do intestino. Principalmente o 
intestino delgado que se apresenta de 
uma forma tubular, fina e pequeno em 
relação ao intestino grosso. 
Podemos ter corpos estranhos 
radiopacos como pedra, metal, ossos, 
brinquedos, sendo todos corpos 
estranhos que podem obstruir. Temos 
também os corpos estranhos 
radiotransparentes como pano, 
saquinho, espuma, plástico. 
Além disso, temos outra classificação 
de corpos estranhos que são lineares ou 
não lineares. Que são presenças de 
linhas, barbantes esses corpos 
estranhos normalmente provocam um 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
tipo de reação no intestino chamado de 
pregueamento, ou seja, o intestino fica 
preguiado, muito fácil de ser enxergado 
no exame radiográfico esse aspecto de 
preguiamento. Eles são 
radiotransparentes o que torna difícil a 
avaliação se o tutor não souber o que o 
animal ingeriu. E após o meio de 
contraste ele não absorve por ser 
estruturas muito pequenas. 
Intussuscepção, uma alça entra dentro 
de outro segmento e vai provocar 
processos obstrutivos. Dependo da 
obstrução sendo um processo parcial ou 
total. 
Aderências pós cirúrgicas, 
principalmente as castrações, ali nos 
cotos ovarianos pode desenvolver 
aderências que vão atingir 
principalmente segmentos intestinais, 
podendo levar também aos processos 
obstrutivos. E temos aumento de 
volumes abdominais ou as hérnias 
inguinais, no qual tem a abertura e pode 
ter a passagem de um segmento, e esse 
segmento vazio penetra dentro do saco 
herniário e depois com a chegada de 
conteúdo vai ocupando e não consegue 
sair e esse encarceramento pode levar 
a alterações como uma necrose da 
parede devido a uma falha na 
vascularização. 
 
 
 
 
Quando eu tenho um problema no 
intestino de modo geral eu vou ter 
sempre esses aspectos. 
 
 
 
Aqui eu vejo segmentos intestinais 
dilatados e desproporcionais, nesse 
caso por conteúdo gasoso. Vemos uma 
desproporção nas alças intestinais e 
ocupa um grande espaço na cavidade 
abdominal, deslocando órgãos e 
contendo muita presença de gás. 
Quando eu tenho uma imagem com 
muita presença de gás isso é anormal, 
porque o gás tem que ser eliminado de 
duas formas, na eructação (arroto) ou 
na flatulência (pum). Quando eu vejo 
essa imagem radiográfica sabemos que 
indica um processo obstrutivo, não 
sendo normal porque o animal não está 
evacuando. O trânsito está sendo 
obliterado, tem segmentos de 
propensão maior e menor, muito 
conteúdo gasoso. Indicativo de um 
processo obstrutivo. 
Eu posso fazer o exame 
transitogastrointestinal, e vou encontrar 
dilatação desproporcional do lúmen as 
alças vão se encontrar mal distribuídas, 
não vão estar uniformes e eu também 
posso ter alterações na radiopacidade 
desse lúmen o que significa que são 
variados conteúdos gasoso, fecal e até 
mesmo corpos estranhos dentro do 
segmento intestinal. 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
 
Quando eu pego a alça intestinal eu 
observo que após o contraste, ele não 
vai sair, ele não consegue progredir 
porque o trânsito está parado, então se 
esse gás não consegue sair o meio de 
contraste. Nessa imagem observamos 
uma retenção no meio de contraste. 
Então aquele transito que a gente 
espera de uma ou três horas não vai 
acontecer aqui, porque observamos 
gás, contraste, as alças muito dilatada já 
ocupando uma grande área, segmentos 
intestinais mal distribuído. 
 
 
 
Aqui temos uma alça de um tamanho 
aceitável, mas o segmento intestinal 
está muito dilatado e isso é um 
indicativo muito grande de um processo 
obstrutivo. Muitas vezes não chegamos 
a uma conclusão se é aderência, tumor 
ou corpo estranho. A partir do momento 
que observou essas alterações das 
imagens acima, sugerir fazer uma 
laparotomia exploratória. 
 
 
Imagem ventro dorsal, com segmentos 
intestinais muito dilatado, vemos o 
delgado preenchido por conteúdo misto, 
radiopaco e o contraste. Quando vemos 
essa imagem temos certeza que se trata 
de um processo obstrutivo. Só que é 
difícil descobrir a causa do que está 
levando, muitas vezes não 
conseguimos chegar. 
 
 
 
Agora no exame contrastado 
observamos alteração na progressão do 
meio de contraste, ele não progride 
porque tem algo parando no sistema 
digestório, podemos ter falha de 
preenchimento luminal e principalmente 
de corpos estranhos 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
radiotransparentes, ele passa e acaba 
formando essa falha de preenchimento, 
sendo difíceis de ser detectados. Nos 
casos de intussuscepção o exame 
radiográfico não é tão simples de se 
chegar à uma conclusão. E vamos ter 
alteração na coluna de contraste, tendo 
áreas com mais contraste e outras áreas 
com menos contraste por causa da 
diferença do lúmen e pode estar 
ocorrendo o processo obstrutivo. 
Nessa primeira imagem observamos 
áreas dilatadas com conteúdo gasoso 
de tamanho desproporcional, não sendo 
uma alça normal. 
Na segunda imagem vemos um 
estômago com presença de gás, vamos 
a parede estomacal o duodeno e seus 
segmentos intestinais dilatados, por 
causa de uma estrutura de contorno 
regular radiopaca aparentemente 
lembra uma bolinha ou moeda que está 
obstruindo esse intestino. Não havendo 
necessidade de um exame contrastado, 
porque já vemos no abdômen esquerdo 
na região mesogástrica uma estrutura 
fazendo uma radiopacidade aumentada 
compatível com um corpo estranho. 
Impedindo o trânsito. 
Se eu quisesse fazer exame 
ultrassonográfico nesse caso de um 
corpo estranho radiotransparente, 
vamos ter segmentos intestinais 
dilatados com conteúdo misto, não vai 
haver um peristaltismo, as alças vão 
estar parada sem sair do local “como 
uma máquina de lavar com roupa de 
molho”, e desproporcionalidade de 
tamanho, então se eu encontrar o corpo 
estranho vou ver um sombreamento 
acústico, sendo válido para o estômago 
e para o intestino. O ultrassom é 
complicado por causa de muita 
presença de gás sendo muito ruim por 
causa das ondas ultrassónicas. O 
ultrassom é um método mais rápido, 
pode ser feito de uma maneira mais 
tranquila, mas ele tem detalhes que 
podem prejudicar por exemplo, se ele 
tiver um conteúdo fecal muito denso e 
seco ele pode imitar um corpo estranho, 
sendo uma pegadinha. Devemos ficar 
muito atento então e utilizar os 2 
métodos se for necessário, para 
confirmar o diagnóstico “radiografia e 
ultrassom”. 
 
 
 
Nessa imagemvemos desproporção, 
muito conteúdo gasoso nesse 
segmento. Então o raio-x já mostra que 
pode ter um processo obstrutivo, se eu 
tentar fazer um ultrassom aqui vamos 
ter muita dificuldade na avaliação desse 
órgão, sendo o menos indicado nesse 
caso, por causa da acentuada presença 
de conteúdo gasoso. 
 
 
 
Aqui eu tenho uma imagem onde o 
paciente tinha um vômito anterógrado 
com aspecto de fezes, muito fétido 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
“aparentemente com coloração e odor 
de fezes”, estava emagrecendo e não se 
alimentava direito. Observamos nessa 
imagem das alças intestinais 
distribuídas de uma maneira uniforme 
com discreta presença de gás e 
conteúdo, e aqui eu vejo uma estrutura 
de contorno regular levemente 
radiopaca e região mesogástrica, 
caracteriza como uma massa, aí 
fizemos uma outra radiografia. 
 
 
 
Observamos alguns segmentos 
intestinais com gás e um pouco de fezes 
e vemos a estrutura de contorno regular 
levemente radiopaca em região 
mesogástrica direita, novamente não 
conseguimos ter certeza do que era 
então realizamos o ultrassom e foi 
observado mas não dava para ver 
muitas características e foi sugerido 
uma laparotomia exploratória e na 
laparotomia foi retirado um pedaço de 
grande parte de um tecido (pano) por 
volta de 5 meses já ali. 
 
Intussuscepção: 
 
 
 
É um processo que ocorre 
principalmente nas enterites ou 
gastroenterites que podem levar ao 
aumento do peristaltismo que faz com 
que o segmento intestinal penetre outro 
segmento intestinal e com isso 
acontecerá um processo obstrutivo. 
Pode ser provocado em animais jovens 
por uma verminose “ascaridiose” e os 
animais mais idosos são os casos de 
neoplasias intestinais que também 
levam a processos obstrutivos. 
Frequentemente esse problema está na 
região íliocecocólica sendo a região 
mais fácil de acontecer, mas devemos 
estar sempre atendo em qualquer parte. 
No exame radiográfico simples, é difícil 
e no contrastado também, ele apresenta 
um aspecto chamado de aspecto de 
dedo “como se enfiasse um plástico no 
dedão”, além de ser conhecido também 
como aspecto de salsicha. O ultrassom 
é mais fidedigno que a radiografia nos 
casos de intussuscepção. 
 
 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
 
Nessa imagem vemos uma enterite, 
temos preguiamento da peça e áreas de 
intussuscepção, além disso, temos 
áreas mais escuras com vasos bem 
engorgitados. 
 
 
 
Nesta primeira imagem eu vejo uma 
área mais opaca e ao redor dela um 
pouco de gás sendo característico de 
um aspecto de intussuscepção “vemos 
pelas setas” parece como se fosse um 
dedo dentro de um recipiente. Vemos 
que não está normal e há segmentos 
intestinais de uma forma 
desproporcional, ou seja, com dilatação 
desproporcional e radiopacidade no 
caso por conteúdo gasoso. 
 
 
 
Aí eu faço o exame ultrassonográfico e 
muitas vezes dependendo do tamanho 
do animal eu consigo sentir uma massa 
e no ultrassom através de um corte 
transversal. Temos que imaginar que 
um intestino normal apresenta 
estratificação ou camadas intestinais 
(então eu tenho a mucosa, submucosa, 
lúmen, muscular) e elas aparecem 
muito bem. Então no exame 
ultrassonográfico ela aparece hiper e 
hipo bem divididas. 
Nesse caso vemos essas camadas de 
hiper e hipo, O hipo sempre vai ser a 
mucosa intestinal. Observamos essa 
estrutura que apresenta camadas 
multicêntricas lembrando um alvo, ou 
também chamado de aspecto de 
cebola. No raio-x é difícil observar. O 
aspecto de cebola é devido ele entrar 
dentro de outro segmento e 
conseguimos ver as camadas 
multicêntricas de forma clara e escura. 
Sendo compatível com uma 
intussuscepção, e se tem uma 
intussuscepção tem um processo 
obstrutivo (sendo indicado cirurgia). 
 
 
 
Novamente o aspecto de cebola, nessa 
imagem, onde vemos várias camadas 
caracterizando um processo de 
obstrução por intussuscepção. 
 
Os tumores intestinais não são tão 
comuns, mas os felinos podem levar a 
linfoma intestinais, no qual ele vai ter um 
processo obstrutivo devido ao 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
espessamento da parede intestinal. Eu 
posso ter um aumento apenas por um 
processo inflamatório como enterites e 
gastroenterites, mas muitas vezes eu 
tenho o espessamento exagerado que 
pode ser de origem tumoral. Aí o exame 
ultrassonográfico após um jejum prévio 
consigo analisar muitíssimo bem. 
 
 
 
O abdômen ele pode ficar homogêneo 
quando ele apresenta liquido livre, mais 
conhecido como ascite, podemos 
encontrar em animais traumatizados e 
politraumatizados que tenham 
hemorragias, insuficiências cardíacas 
congestivas direita, em tumores. 
Basicamente vamos ter o 
extravasamento do líquido dos vasos 
para fora e esse líquido vai aparecer 
muito bem no raio-x. Então o animal 
chega com o abdômen abaulado e 
observa-se uma homogeneidade, ou 
seja, uma dificuldade na visualização de 
todos os órgãos, porque o líquido 
também é de densidade homogênea, 
sendo a mesma coisa que o baço, o 
fígado, rins e bexiga e tendo essa 
homogeneidade não conseguimos 
observar absolutamente nada, chamado 
de efeito de somação, só iremos 
observar algumas alças flutuando se 
tiver presença de gás vamos ter o efeito 
da subtração, então identificamos se 
tiver uma quantidade moderada. 
No ultrassom é muito mais rápido e 
sensível, existem pontos importantes 
para observar se tem presença de 
líquidos livres, principalmente próximo a 
bexiga sendo o local ideal, os rins e 
fígado também. 
 
O ultrassom também consegue 
observar o aspecto desse líquido, se ele 
é ecoico ou anecoico, ou muitos pontos 
brilhantes podendo caracterizar uma 
peritonite. O ultrassom é muito 
importante se tem um abdômen 
abaulado e suspeita de líquido livre 
conhecido como ascite, e além disso, o 
ultrassom vai guiar para o local correto 
para fazer a punção sem lesionar 
nenhum tipo de órgão e ter certeza que 
é líquido livre. Já no raio-x podemos ter 
uma homogeneidade, como um 
processo que o animal está passando 
por uma diarreia com conteúdo líquido. 
 
 
 
Nesta imagem observamos uma 
radiografia com um abdômen muito 
abaulado e pouca observação de 
órgãos (vemos só algumas alças 
intestinais e estômago), nesse caso 
temos a necessidade de fazer a punção 
para que os órgãos voltem para a sua 
topográfia normal, tendo a necessidade 
do esvaziamento dessa cavidade 
gástrica para que se possa observar 
cada órgão de maneira correta, sem 
nenhum artefato que possa atrapalhar. 
Assim podemos concluir se há uma 
patologia no fígado, baço, intestino que 
 
 Naara Caneschi Zeferino – Medicina Veterinária 
pode estar levando ao acúmulo de 
líquido livre na cavidade abdominal.

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