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LEGISLACAO TRABALHISTA E PREVIDENCIARIA

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LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 
Algumas definições são fundamentais para o entendimento desta matéria. Assim, definiremos 
Trabalho, Seguridade Social e Direito. 
Trabalho é todo esforço físico ou mental para obter um resultado, em benefício próprio ou de 
terceiro. Com base nesta definição, indagamos: o ser humano sempre trabalhou? 
Direito é o conjunto de princípios e normas e Instituição que regula alguma coisa no convívio 
social. E o ser humano é um animal racional e gregário, que, por segurança e instinto de 
preservação, vive em grupo ou em sociedade. 
Assim, se o ser humano sempre trabalhou, esforçando-se ao menos para se alimentar, 
podemos concluir que sempre existiu o Direito do Trabalho? 
Se a resposta for não, indagamos: por que? A solução está no fato econômico, isto é, se todos 
os insumos forem abundantes, se derem para contemplar todos do grupo, não haverá conflito, 
não havendo necessidade de regulamentação através do Direito. 
Todavia, se os fatores forem raros ou insuficientes para atender a todos, haverá necessidade 
de regular o seu uso pela sociedade ou pelos grupos através do Direito. 
Assim, temos os três elementos necessários ao Direito do Trabalho, isto é: existia a vida em 
grupo, existia algum fator raro e existia a necessidade de um esforço para obtê-lo. 
As Relações do Trabalho tiveram suas raízes em três etapas antecedentes. Clique em cada um 
dos botões para conhecê-las. 
Escravidão – Havendo abundância de fatores econômicos e compatibilidade social, não há 
conflito e prevalece a paz social, o trabalho é comunitário e seus frutos são partilhados. No 
entanto, havendo algum fator raro, incompatibilidade social ou noção de propriedade, surge o 
conflito. Mental ou numericamente, os mais fortes e organizados tendem a dominar e 
subjugar os mais fracos ou dispersos. Em um primeiro momento, os vencedores sacrificavam 
os vencidos. Posteriormente, os vencedores passaram a escravizar os vencidos para usufruir de 
seu trabalho em serviços exaustivos e sem nenhum tipo de remuneração. Assim, como 
estavam subjugados, os escravos passaram a ser tratados juridicamente como bens de 
produção, sendo objeto de compra e venda, hipoteca, etc. A escravidão era considerada justa 
e ética na Grécia, no Egito e em Roma. Na Idade Média, eram escravizados os bárbaros e 
infiéis. Mais tarde, nas Américas, no período colonial, índios e negros. Somente a Revolução 
Francesa proclamou a escravidão indigna, e em 1857 ela foi banida dos territórios dominados 
pela Inglaterra. Obs.: Escravos libertos alugavam seus serviços, surgindo assim os primeiros 
assalariados. 
Servidão – Foi um tipo de Relação de Trabalho muito generalizado até a Idade Média, em que 
o indivíduo, embora não tivesse a condição jurídica de escravo, não tinha liberdade, sendo 
uma característica das sociedades feudais. Sua base legal estava na posse da terra pelos 
senhores, que se tornavam possuidores de todos os direitos, inclusive sobre seus habitantes, 
numa economia baseada na agricultura e pecuária. Embora não fossem escravos, os servos 
estavam sujeitos a severas restrições, inclusive de deslocamento. A eles eram assegurados os 
direitos de herança de animais, objetos pessoais e o uso de pastos, mas o imposto sobre a 
herança cobrado pelos senhores absorvia de forma abusiva os bens dos herdeiros. Abaixo dos 
servos, haviam aqueles que haviam perdido o arado os animais e o direito do uso do posto, e 
trocavam seus serviços por alimentação e habitação. A Servidão começa a desaparecer no final 
da Idade Média. 
Corporações de Ofício – Iniciam a transição da economia doméstica para a economia de 
consumo primário. A fuga do homem do campo, onde o poder dos nobres era quase absoluto, 
concentrou as populações nas cidades, principalmente os que conseguiam se manter livres. A 
identidade de profissão aproximou alguns homens, dando origem às Corporações de Ofício. 
Revolução Industrial 
Vários acontecimentos ou fatos tecnológicos, econômicos, jurídicos, políticos e sociais 
ocorreram na Europa – principalmente na Inglaterra e na França - no espaço aproximado de 
cem anos, entre o início dos séculos XVIII e XIX. Clique nas setas para conhecer esses fatos. 
• Fatos tecnológicos - Destacam-se as invenções ou o desenvolvimeto da máquina de 
fiar, a fundição do ferro em aço, o tear mecânico, a máquina a vapor e dos navios. 
Primeiro houve a retração dos empregos depois a expansão, porém com salários 
baixos, como ocorre na robotização, nos dias de hoje. 
• Fatos Econômicos: Transformação da economia de consumo primário para a economia 
de consumo de massa, com um vasto mercado necessitando de bens. 
• Fatos Jurídicos: Surgimento de contrato de trabalho subordinado: o homem livre do 
campo, fugindo do absolutismo dos senhores feudais, só possuía para sobreviver e se 
alimentar a sua força de trabalho; então, a vendia a quem se dispusesse a pagar por 
ela, que adquiria o direito de determinar o que e como fazer. Esta condição, bem 
como a natureza alimentar do salário e o poder de comando do empregador, foram 
fatos básicos na formação do Direito do Trabalho e das Modernas Relações do 
Trabalho. 
• Fatos Políticos: A classe capitalista almeja o poder na sociedade e dentro da Doutrina 
Liberal, se contrapondo ao absolutismo dos senhores feudais, prega que a liberdade 
com fraternidade geraria a igualdade e que todos, através do voto, poderiam exercer o 
poder. 
• Fatos Sociais: Os trabalhadores vindos do campo se aglomeram em favelas em torno 
das fábricas; o sistema liberal e a grande exploração dos trabalhadores em um 
capitalismo selvagem, sem qualquer visão social, os levava a condições de vida sub-
humanas. 
Ocorrendo cada vez mais oferta de mão de obra do que de emprego, os salários diminuem e as 
condições de trabalho se precarizam. 
Os trabalhadores, suas mulheres e filhos se dedicam a jornadas de até 12 horas diárias, mas 
não conseguem condições dignas de sobrevivência. Neste momento percebem que há algo 
injusto e iniciam a tomar. A consciência e o espírito de classe surgindo, o capitalismo e 
proletariado como classes antagônicas e rivais. 
A decadência do Sistema Liberal se inicia com a percepção de que o choque entre o individual 
e o coletivo punha em perigo a estabilidade social, gerando uma compensação jurídica com 
um sentido mais justo de equilíbrio, deixando o individualismo em plano secundário e 
prevalecendo o interesse social. 
Como vimos, na Escravidão, em que os trabalhadores eram subjugados e tratados como 
objetos ou bens de produção, e durante a Servidão, em que a liberdade oferece sérias 
restrições e nem os direitos individuais como a propriedade eram respeitados, não havia 
condições para existir o Direito do Trabalho. 
Já nas Corporações de Ofício, originadas pelo instinto gregário do ser humano e do fato de que 
todos os que exercem um mesmo ofício, instintivamente, não havendo concorrência, tendem 
a se reunir, surge um novo espírito de classe e uma forte solidariedade do grupo. 
Esta solidariedade do grupo para com seus integrantes são os fundamentos para o surgimento 
da Previdência Social. 
As Corporações de Ofício eram compostas por três classes: 
- Os Mestres, que detinham todo o conhecimento. 
- Os Companheiros, que faziam as obras, mas não tinham o conhecimento total. 
- Os Aprendizes (ajudantes, hoje os estagiários). 
Por trabalharem juntos, e pelo fato de que, em casos de acidentes ou doenças, quem não 
produzia não recebia e não tinha como se manter e a seus familiares, os que produziam, 
solidários com os que estavam doentes, separavam espontaneamente parte de seus 
rendimentos para ajudar no socorros aos desvalidos, surgindo as caixas de socorro mútuo ou 
Mútuas, que foram o embrião da futura Seguridade e Previdência Social. E o Direito do 
Trabalho? 
Ele se origina com vários fatos a seguir informados, mas chamamos a atenção para os fatos 
jurídicos, sociais e tecnológicos.As informações a seguir servem de base para estudarmos os fundamentos ou princípios do 
Direito do Trabalho e do Direito Previdenciário. 
Princípios ou Fundamentos do Direito do Trabalho e Previdenciário. Conceitualmente, 
princípios são as ideias fundamentais e estruturais que servem para informar, normatizar e 
interpretar o Direito. Assim, os princípios do Direto Trabalhista, que estudaremos primeiro, e 
do Previdenciário, que veremos depois, servirão de base para tomada de decisões e 
planejamento, pois a legislação segue esses princípios. 
Os princípios do Direito do Trabalho se dividem em 1- Primários e 2 – Derivados. 
1 – O princípio primário é a Proteção do Economicamente mais Fraco, que é básico e para que 
o Direito do Trabalho foi criado. 
A proteção ao economicamente mais fraco se ... e se objetiva através das seguintes três regras: 
 
1.1 – INDUBIO PRO-OPERARIUM – ou seja, havendo dúvida e cabendo mais de uma 
interpretação para uma norma, deve-se decidir pelo que for mais favorável ao 
trabalhador. 
1.2 – APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL – Isto é, havendo duas normas regulando a 
mesma matéria, deverá se decidir pela que for mais favorável ao trabalhador. Assim, se 
uma Lei estabelece o Salário Mínimo de R$415,00 e uma Convenção Coletiva estabelece 
um piso salarial para a categoria de R$ 600,00 valerá a Convenção. 
1.3 - APLICAÇÃO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA - Existindo duas Leis para regular uma 
matéria, ou havendo uma ou duas condições para se fazer uma tarefa, deve-se optar pela 
que menos transtornos trouxer ao trabalhador. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO: 
Os Princípios do Direito Previdenciário estão vinculados aos Princípios da Seguridade Social, da 
qual faz parte, pois a Seguridade Social engloba a Assistência Social. 
1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE: Pequenas contribuições de todos geram cobertura 
para muitos (Art.3º CF 88). 
2. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTOS: Todos que 
exerçam atividade ou contribuam no território nacional têm direito à cobertura 
previdenciária e atendimento (Art .194 CF 88). 
3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE PRESTAÇÕES ENTRE POPULAÇÃO URBANA E 
RURAL: Mesmas prestações previdenciárias para trabalhadores urbanos e rurais. 
4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: O Estado seleciona os 
benefícios conforme suas possibilidades e distribui para os mais necessitados. Ex.: 
Salário-Família. 
5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: Os Benefícios devem ter os seus 
valores corrigidos pela inflação. 
6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO: Todos devem participar 
conforme sua possibilidade, de forma direta - contribuições ou indireta – impostos. 
(Art.194, § Único - CF). 
7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: A base de financiamento da Previdência 
deve ser a mais variável possível para que uma dificuldade salarial momentânea não 
prejudique todo o conjunto. 
8. ADMINISTRAÇÃO DEMOCRÁTICA E DESCENTRALIZADA: Participação da sociedade na 
organização e gerenciamento da Seguridade Social através de gestão Quadripartite 
com a participação do Governo – Empregador – Empregadores e Aposentados. 
9. TRÍPLICE FORMA DE CUSTEIO: Empresas, Trabalhadores e Governo. 
10. PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS /SERVIÇOS: Não pode ser 
criado um benefício ou serviço sem fonte para custeá-lo ou receita. 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO APLICÁVEIS AO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO 
1. Razoabilidade da Conduta Jurídica 
2. Boa fé nos contratos 
3. Intransferibilidade de direito maior que o possuído 
4. Não beneficiamento com a própria malícia 
5. Pactua Sunt Servanda – cumprir os contratos 
6. Não prejudicar a outrem pelo exercício do próprio direito 
7. Não há condenação sem defesa. 
Vejamos as origens do Direito Previdenciário: 
A proteção social teve seu embrião na assistência familiar mútua ou recíproca. O Clã – Pais, 
Filhos, Irmão e Parentes, por instinto de solidariedade e preservação do grupo familiar, 
providenciava assistência para os desvalidos ou para aqueles que não pudessem mais 
trabalhar. 
Com a evolução da sociedade, os grupos passaram a se agrupar em função do trabalho, como 
nas Corporações de Ofício. As pessoas tendem, por um Instinto natural, a se agrupar, 
principalmente se exercerem um mesmo ofício ou profissão, e este convívio desenvolve um 
espírito de solidariedade no grupo. 
Como exemplo, podemos citar uma sala de aula, que é um dos grupos sociais em que 
desenvolvemos esta solidariedade de nos preocupar uns com os outros. 
Nas Corporações de Ofício as condições de trabalho eram adversas e os integrantes 
trabalhavam para se alimentar e sobreviver com suas famílias. Assim, a relação de trabalho, 
desde aquela época, gera atividades e importunos que mereciam atenção especial dos 
trabalhadores. 
Os trabalhadores, por temor ou prevenção, de forma espontânea desenvolveram um sistema 
de assistência mútua ou recíproca, isto é, todos contribuíam com certa importância para um 
fundo de reserva ou caixa que poderia ser usada por cada integrante do grupo que estivesse 
impossibilitado de trabalhar e ... seu sustento e de sua família. 
Assim, surgem as caixas de socorro mútuo ou as mutuas ou o mutualismo. A Igreja e o Estado 
só passam a intervir para organizar e ajudar mais... 
FONTES E NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO 
A natureza jurídica de um direito determina a qual dos dois grandes ramos do Direito - Público 
ou Privado - ele pertence, e é de grande importância para entendermos a aplicação do direito, 
iniciando pelas fontes. Passe o mouse nas áreas em destaque da imagem abaixo. 
A definição básica do Direito Público é: ramo do Direito em que a intervenção do Estado na 
relação jurídica e na elaboração da norma é total. Ex.: Direito Penal, Direito Constitucional, 
Direito Tributário e Direito Previdenciário. 
Direito Privado: é aquele em que a autonomia das partes na relação jurídica é grande ou total, 
embora sempre exista alguma intervenção do Estado para proteger a sociedade ou o grupo 
abrangido. Ex.: Direito Civil, Direito Comercial e Direito Trabalhista. 
Concluindo, temos que a natureza jurídica do Direito Previdenciário é de Direito Público, pois 
os particulares não podem, por si próprios, criar benefícios ou contribuições com os quais a 
sociedade deve arcar. 
Já o Direito Trabalhista é um ramo do Direito Privado, pois, uma vez respeitados os direitos 
mínimos estabelecidos em Lei para proteger os trabalhadores de forma individual, as partes 
(empregado e empregador) são livres para estabelecer ou contratar o que quiserem. 
De forma coletiva, envolvendo o Sindicato Laboral, a autonomia é muito maior, como veremos 
ao tratar do Direito Coletivo. 
Feitas estas explicações, passamos ao estudo das Fontes, abordando inicialmente as Fontes 
gerais, em seguida as peculiaridades do Direito do Trabalho e posteriormente do 
Previdenciário. 
FONTES 
A palavra Fonte significa origem, local onde nasce. Assim, neste contexto, Fonte é a força 
criadora que dá origem ao Direito. Para conhecer mais detalhes, passe o mouse nos boxes 
destacados do diagrama a seguir. 
 
 
HIERARQUIA DAS FONTES ESTATAIS OU IMPERATIVAS 
O conhecimento da hierarquia das Fontes Imperativas ou Estatais é muito importante para 
decidirmos, entre várias normas ou leis, qual delas seguir. Assim, tanto no Direito do Trabalho 
quanto no Direito Previdenciário, a seguinte ordem hierárquica Estatal deve ser observada: 
Nota: Para o Direito de 
Trabalho, após as Fontes 
Estatais, a seguinte hierarquia 
de Fontes Imperativas deve 
ser observada: 7. FONTES 
MISTAS: Sentenças 
Normativas do TRT ou TST em 
Dissídios Coletivos. 
8. FONTES PROFISSIONAIS: 
Acordos ou Convenções 
Coletivas de trabalho e 
Regulamento de Empresas. 
A Fonte Primária – a vontade 
das partes - fica como última 
fonte, porque uma das partes (o empregado) é mais fraca que a outra (o empregador)e sua 
vontade pode ser contaminada, coagida ou distorcida (Princípios da Proteção ao 
Economicamente mais Fraco). 
O Direito do Trabalho, dentro do Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco, tem a 
peculiaridade de, quando a norma for mais favorável no trabalhador, permitir a total inversão 
da hierarquia das Leis. Assim, se um empregador quiser conceder um adicional de 200% para a 
hora extra aos trabalhadores da empresa, embora a Constituição Federal em seu artigo 7º 
determine 50% valerá o estipulado pelas partes, que é mais favorável ao trabalhador. 
PRESCRIÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS 
A Prescrição tem por base a segurança jurídica, ou seja, uma ação para postular um direito não 
pode ficar pendente para sempre. Assim, a Lei estabelece prazos para que as partes envolvidas 
postulem seus direitos. 
Direito Trabalhista 
• Prescreve em 5 anos a ação para postular os créditos resultantes da relação de 
emprego até o limite de 2 anos após a extinção do contrato. 
• Assim, um trabalhador que tenha uma diferença salarial poderá postular os 5 últimos 
anos. 
• Se sair da empresa ele terá até 2 anos para ir a Justiça; se não o fizer, não poderá mais 
fazê-lo. 
Direito Previdenciário 
• Prescreve em 10 anos a possibilidade da Receita cobrar as Contribuições 
Previdenciárias e da Seguridade postular um benefício em juízo. 
• Assim, as relações de trabalho, desde aquela época, gera atividades e infortunos que 
mereciam atenção especial dos trabalhadores. 
AULA 02 
Empregado 
Trabalhador é o gênero do qual empregado ou trabalhador empregado é um dos quatro tipos: 
 
Existem alguns fatos que, em conjunto, como veremos na definição, caracterizam o vínculo de 
emprego e assim o trabalhador será empregado. Se eles não existirem, não haverá vínculo 
empregatício. Esses fatos são de fundamental importância para a administração, sem riscos do 
capital humano de empresa. 
A definição legal de empregado prevista em Art. 3º da CLT, na qual estão presentes os 
elementos que caracterizam o vínculo de emprego, é assinalada da seguinte forma: 
“Considera-se empregado, TODA PESSOA FÍSICA, que prestar serviços de natureza NÃO 
EVENTUAL a empregador, sob DEPENDÊNCIA DESTE, e MEDIANTE SÁLARIO”. 
O empregado trabalha essencialmente para receber o seu salário, principal obrigação do 
empregador, e manter a si e a sua família. 
Assim, se o trabalho for GRATUITO, se caracterizará por uma doação ou voluntariosidade, não 
por um vínculo empregatício, como se dá, por exemplo, no trabalho comunitário ou religioso, 
etc. 
Os cinco elementos necessários para que o prestador de serviço seja considerado empregado 
são: 
Somente pessoas físicas ou naturais podem ser empregadas, 
e nunca pessoas jurídicas. Além disso, deve-se observar o 
princípio da primazia da realidade, segundo a qual não 
poderá haver fraude. 
Quanto ao quesito Pessoalidade ou Prestação Pessoal do 
Serviço, é necessário não só que o trabalho seja prestado por 
uma pessoa física, mas por uma pessoa escolhida pelo 
empregador, com todas as suas qualidades e defeitos, não 
podendo haver substituição, salvo alguns casos, na relação 
de emprego. Se houver sempre a substituição ou a prestação 
de serviço de qualquer pessoa, não estará caracterizado o 
vínculo de emprego. Desta forma, pode-se concluir que o 
empregado não é qualquer pessoa. A Pessoalidade se 
caracteriza por um processo de seleção na admissão do 
empregador, que determina qual pessoa física será admitida. 
É um elemento essencial que tem por base o princípio da “Continuidade do vínculo de 
emprego”. O empregador contrata o empregado para trabalhar permanentemente para ele, 
pois necessitará de seus serviços para que a empresa alcance seus objetivos. Se a prestação 
dos serviços for eventual ou esporádica, não haverá vínculo de emprego. 
 
 
 
 
 
 
Existindo em conjunto estes cinco elementos, e não ocorrendo fraude, o trabalhador será 
empregado; sem a presença de algum deles, não haverá emprego. 
 
Outros Trabalhadores 
Os Avulsos são trabalhadores do Cais do Porto ou os Chapas, que carregam e descarregam 
caminhões. São incluídos como empregados por equiparação constitucional (Art. 7º XXXIV CF 
88). 
Os Temporários são empregados das agências que fornecem mão de obra temporária às 
empresas, de acordo com a Lei 6.019/74. 
 
No artigo 2º da CLT a definição legal de empregador se ajusta perfeitamente à definição de 
empregado, que está no artigo 3º da CLT. Posteriormente, analisaremos o Poder de Direção ou 
de Comando do empregador e sua Legitimação. 
Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da 
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço. 
O Fato de a Definição de empregador – Art 2º anteceder a de empregado no Art 3º da CLT, 
tem uma lógica: para existir o emprego e o empregado, primeiramente, tem que existir 
alguém que se disponha a empregá-lo. Portanto, sem a empresa não há emprego. 
DEFINIÇÕES 
 
Uma empresa é uma organização e toda organização pressupõe uma hierarquia para atingir 
seus objetivos econômicos ( dar lucro ) ou não. Assumindo o risco da atividade econômica: 
 
 
PODER DE DIREÇÃO OU DE COMANDO DO EMPREGADOR 
Toda organização pressupõe uma hierarquia que por sua vez pressupõe o poder de organizar 
e definir o quê, como e quando realizar determinada tarefa. Isso ocorre mais quando se 
assume o risco do empreendimento. 
Para que esse poder seja exercido, é necessário que exista o poder disciplinar. O empregado, 
ao aceitar as condições do contrato de trabalho, concorda em aceitar as determinações ou 
ordens do empregador mediante o recebimento do salário. 
Aula 03 
O Contrato de Trabalho é o gênero do qual a 
relação de emprego ou Contrato de Emprego é 
espécie. Cabe ressaltar que a CLT em seu artigo 
442 não se refere a Contrato do Individual ou 
Trabalho, está considerado a Relação de 
Emprego ou Contrato de Trabalho Subordinado. 
Contrato Individual de Trabalho é o Acordo 
Tácito ou Expresso correspondendo a Relação de 
Emprego, e pode ser: 
TÁCITO: decorre de situação de fato, sem o 
formalismo jurídico, sendo presumido diante das 
circunstâncias que envolvem o caso concreto. 
Como exemplo, podemos citar: 
• Uma pessoa procura uma loja e se oferece para fazer entregas com sua bicicleta, 
passando a fazê-lo diariamente, no horário de funcionamento da loja. 
• O gerente por “liberalidade” lhe dá uma gratificação semanal e lhe passa instruções... 
• chama sua atenção quando demora a fazer a entrega... 
• após algum tempo, a fiscalização trabalhista e previdenciária inspecionam a loja e o 
multam, pois está caracterizado tacitamente o vínculo de emprego. 
PRAZO INDETERMINADO: É contrato que não tem prazo para terminar, podendo durar 
indefinidamente. É a regra geral dos contratos individuais do emprego. 
PRAZO DETERMINADO: As partes sabem o dia exato ou aproximado, neste caso dependendo 
de algum fato ou circunstância, em que o contrato terminará. É exceção à regra no Direito do 
Trabalho e somente pode ser usado em determinadas condições e situações específicas. 
EXPRESSO: Quando os contratantes manifestam sua vontade de forma expressa, afirmada 
através de um documento (forma escrita) ou verbalmente, com testemunha. Assim, o 
Contrato Tácito pode ser verbal. 
 
 
 
• Pessoalidade: É aquela pessoa física ou Contrato Personalíssimo. 
• Contrato Continuo – Contrato sucessivo. 
• Onerosidade – Obrigação contratual do Empregador de pagar o salário. 
• Subordinação – O Empregado se obriga a respeitar e aceitar as ordens e 
determinações do empregador. 
• Alteridade – O Empregador assume todos os riscos do contrato. 
DURAÇAO DO CONTRATO DE TRABALHO 
O Contrato de Trabalho pode ser por prazo indeterminado, o que é a regra, ou por prazo 
determinado, que só pode ser adotado em determinadas situações ou hipóteses. 
O contrato por prazo determinadosó pode ser usado em três hipóteses: 
1. Para serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. 
Ex.: Contratar um auditor para uma análise ou um operário para fazer uma obra. 
2. Atividades empresariais de caráter transitório. Ex.: Contratar para o Natal ou Carnaval, 
a participação em uma Feira ou Evento. 
3. Contrato de Experiência: Feito para verificar, mutuamente, se a empresa e o 
trabalhador correspondem às expectativas. 
São considerados como contratos por prazo determinado os contratos de Artista; de Atleta 
Profissional; de Aprendizagem; de Técnico Estrangeiro; de Safra, da Lei 9.607/98, e de Obra 
Certa, que possuem dispositivos legais próprios para regulamentá-los. 
DURAÇÃO DOS CONTRATOS A PRAZO 
 
 
 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM SUBORDINAÇÃO 
 
• EMPREITADA: Regida pelo Direito Civil, não há subordinação nem pessoalidade: o que 
se contrata é o resultado do serviço pelo qual o prestador é pago. Ex. Pintar uma 
parede ou reformar o estabelecimento. 
• MANDATO E REPRESENTAÇÃO: Contrato de Direito Civil, não há subordinação; o 
Mandato – Procuração é gratuito, o Representante ou Procurador ganha pelos 
negócios intermediados. 
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Aula 04 
Nesta aula estudaremos o Salário e a Remuneração: Definições, Conceitos, Formas de 
Remuneração, Tipos de Salário, Adicionais, Proteção Salarial e Equiparação Salarial. Veremos 
também a aplicação prática dos Princípios do Direito do Trabalho, da Igualdade Salarial e de 
sua Força Atrativa. 
Inicialmente devemos ressaltar que o pagamento do trabalho está ligado à subsistência do 
empregado (natureza alimentar) e de sua família, e é uma das partes mais importantes e 
delicadas do Contrato de Trabalho. 
E consequência do Direito Previdenciário , por ser base da Incidência das Contribuições à 
Previdência Social. Por ter natureza alimentar, o salário tem uma série de proteções para 
resguardá-lo. 
Remuneração é o gênero do qual o Salário é espécie. Assim, todo salário é remuneração, mas 
nem toda remuneração é salário. Observe a diferença: 
• SALARIO: É todo pagamento feito diretamente pelo empregador ao empregado, como 
contraprestação do serviço feito ou da mão de obra colocada à disposição. 
• REMUNARAÇAO: É tudo o que for pago pelo empregador, ou até por terceiros, ao 
empregado, mas sempre em virtude do contrato de emprego. Assim, como veremos, 
existem parcelas pagas pelo empregador ao empregado, mas que não integram ou 
fazem parte do salário como, por exemplo, as parcelas indenizatórias e os adicionais, 
em princípio. 
TIPOS DE SALÁRIO 
O Salário pode ser fixo, variável ou misto, e ser pago em dinheiro ou em bens (utilidades) São 3 
as formas de pagamento de salário: 
• Por unidade de tempo: considera o tempo que o empregado fica à disposição do 
empregador, não ligado diretamente ao resultado. 
• Por unidade da obra: considera o resultado do trabalho ou a produção do empregado. 
• Misto: considera os dois fatores, isto é, tempo e produtividade. Ex.: Salário por tarefa. 
 
O Salário pode ser 1) Fixo 2) Variável 3) Misto. 
Pago por unidade de tempo, por tarefa e por unidade de obra, em dinheiro ou em utilidades 
(bens com significado econômico – casa, carro, alimentação - desde que não sejam para uso 
exclusivamente em serviço). 
PARCELAS QUE INTEGRAM O SALÁRIO DIRETAMENTE: 
a) Gratificações ajustadas 
b) Diárias para viagem ou que exceda a 50% do salário 
c) Abonos 
REMUNERAÇÃO CONCEITOS 
Remuneração é tudo o que é pago pelo empregador ao empregado, até o que é pago por 
terceiros, desde que seja em virtude do contrato de trabalho. Clique nos botões abaixo para 
conhecer as parcelas que integram a remuneração: 
1. Salário - de todo tipo e forma - pagos pelo empregador 
2. Gratificações 
3. Gorjetas – pagas por terceiros em virtude do Contrato de Trabalho 
4. ADICIONAIS: 4.1– Adicional Noturno: 20% sobre o Salário Diurno, no horário de 22:00h 
às 5:00h para os trabalhadores urbanos, e a hora neste período terá 52 ½ minutos. 
4.2– Adicional de Horas Extras: 50% sobre a hora normal (CF 88 Art 7º XVI). 4.3– 
Adicional de Insalubridade: Grau Mínimo – 10% , Grau Médio – 20% e Grau Máximo - 
40% do Salário mínimo, dependendo dos agentes que sejam prejudiciais à saúde do 
trabalhador e se gera para a Previdência a Aposentadoria Especial do trabalhador com 
25, ou menos, anos de serviço. 4.4– Adicional de Periculosidade: 40% do Salário Básico 
do trabalhador que tenha contato permanente com inflamáveis, explosivos e energia 
elétrica de alta tensão, que acarretam risco de vida. 4.5– Adicional de Transferência: 
25% do Salário, somente nas transferências provisórias. 
5. AJUDAS DE CUSTO: Pagamento para Despesas ou Transferências 
6. DIÁRIAS: Pagamento para Despesas ou Viagem sem precisar comprovar. 
7. PRÊMIOS 
Todas as verbas não salariais que sejam pagas com habitualidade, face ao princípio da 
Força Atrativa do Salário passarão a integrá-lo, não podendo ser mais retiradas, salvo se 
indenizados. 
PROTEÇÃO DO SALÁRIO 
O Salário, face à sua natureza alimentar, (isto é, sua principal função é servir 
de base a subsistência do trabalhador é de sua família) é objeto de várias proteções. 
Ele é protegido: 
a) contra abusos do empregador, 
b) contra credores do empregado e 
c) credores do empregador, como veremos. 
1. Proteção contra abusos do empregador 
1.1 Proteção do valor, que se dá através do: 
1.1.1 Salário Mínimo 
1.1.2 Irredutibilidade do salário, salvo acordo ou convenção coletiva 
em situações excepcionais. 
1.1.3 Proibição de coação para que os empregados só comprem bens 
(utilidades) e serviços nos armazéns da empresa ou fornecidos por 
ela a preços elevados (Truck System) 
1.2 Proteção da forma de pagamento, isto é, não é permitido passar de fixa para variável e 
vice-versa, principalmente se causar qualquer prejuízo ao trabalhador. 
1.3 Proteção da época e lugar do pagamento – Ver Artigo 459 da CLT 
1.4 Certeza do Recebimento – Pagamento contra Recibo 
2. Proteção contra credores do empregado 
2.1 Proibição de ceder o crédito salarial ao credor. 
2.2 Impenhorabilidade do Salário. 
3. Proteção contra credores do empregador 
Em caso de falência, o salário é crédito privilegiado, ou seja, os salários dos trabalhadores são 
pagos antes de qualquer outra dívida do empregador – Ver artigo 449 da CLT. 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL OU ISONOMIA SALARIAL 
Esta matéria está totalmente prevista no artigo 461 da CLT, que iremos transcrever e ressaltar 
seus requisitos. Entender os preceitos da Isonomia Salarial é de grande importância para o 
gestor, pois a distorção salarial de um paradigma (pessoa com o qual os outros se comparam) 
poderá gerar a equiparação de todos os outros empregados que exerçam a mesma função e 
preencham os requisitos necessários. 
ARTIGO 461 
Este Artigo faz parte do Capítulo II – Da Remuneração 
Art. 461 – Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo 
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, 
nacionalidade ou idade. 
§ 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual 
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de 
serviço não for superior a 2 (dois) anos. 
§ 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal 
organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos 
critérios de antiguidade e merecimento. 
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por 
merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional. 
§ 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental 
atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de 
equiparação salarial. 
REQUISITOS 
Dentro do Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco,de que falamos no início, 
cabe ao empregado somente PROVAR QUE EXERCIA A MESMA FUNÇÃO DO PARADIGMA, 
cabendo ao empregador provar que não existiam os outros requisitos. 
• IDENTIDADE DE FUNÇÃO: A atividade exercida tem de ser absolutamente igual. Não se 
considera o cargo, mas a função ou o conteúdo do cargo. 
• TRABALHO DE IGUAL VALOR: É o que é feito com igual produtividade (quantidade) e 
preparação técnica (qualidade). 
• MESMO EMPREGADOR: O empregador (a fonte pagadora) tem de ser o mesmo. 
• MESMA LOCALIDADE: Mesmo município ou região metropolitana. 
• DIFERENÇA DE TEMPO DE SERVIÇO (na função):A diferença não pode ultrapassar 2 
anos na função. 
• INEXISTÊNCIA DE QUADRO DE CARREIRA REGISTRADO EM SRT. 
AULA 05

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