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Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano PATOLOGIA E ANATOMIA UTERINA E DAS MAMAS Este resumo segue os seguintes livros: Anatomia Orientada Para Clínica, do Moore, 8ª edição; Patologia: bases patológicas das doenças, do Robbins, 9ª edição; e o Microbiologia, do Tortora. ANATOMIA UTERINA Os órgãos genitais internos femininos incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina. 1. OVÁRIOS Os ovários são gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes ao de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os oócitos, que são as células germinativas femininas. Ainda, eles são glândulas produtoras dos hormônios sexuais. Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal ou mesentério, chamado de mesovário, que é uma subdivisão do ligamento largo. A superfície do ovário é revestida pela túnica albugínea do ovário (tecido conjuntivo), que, por sua vez, é revestida pelo mesotélio ovariano, também chamado de epitélio germinativo (epitélio simples cúbico, acinzentado, fosco). Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano O ligamento suspensor do ovário se torna contínuo com o mesovário do ligamento largo. O ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero, unindo a extremidade uterina do ovário ao ângulo lateral do útero, inferior à entrada da tuba uterina. O ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua superfície não é coberta por peritônio. 2. TUBAS UTERINAS As tubas uterinas são responsáveis por conduzir o oócito, que é liberado mensalmente da cavidade peritoneal periovariana para a cavidade uterina, sendo o local de fertilização. Elas se estendem lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários. As tubas estão na mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. Na realidade, confirmada por USG, as tubas estão dispostas assimetricamente e uma delas está em posição superior e possivelmente posterior em relação ao útero. Elas são divididas em 4 partes: • Infundíbulo: a extremidade distal afunilada que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. Há fímbrias em sua extremidade, que se abrem sobre a face medial do ovário. Ainda, uma fímbria ovárica está fixada ao polo superior do ovário. • Ampola: é a parte mais larga e longa da tuba, que tem início na extremidade medial do infundíbulo. Geralmente, é nela que ocorre a fertilização. • Istmo: parte com parede espessa que entra no corno uterino. • Parte uterina: é o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero no corno do útero. IRRIGAÇÃO E DRENAGEM: - Artérias ováricas originam-se da aorta abdominal e descem pela parede abdominal posterior, cruzando sobre os vasos ilíacos externos na pelve e entrando nos ligamentos suspensores, aproximando-se das faces laterais dos ovários e das tubas uterinas. - Os ramos ascendentes das artérias uterinas, que são ramos das artérias ilíacas internas, seguem na lateral do útero e se aproximam das faces mediais dos ovários e tubas uterinas. • Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam se bifurcando em ramos ováricos e tubários, a fim de irrigam os ovários e tubas uterinas das extremidades opostos e anastomosam-se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica. - Plexo venoso pampiniforme (formado pelas veias que drenam o ovário e as tubas): as veias desse plexo se fundem para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica. • Veia ovárica direita: ascende e entra na cava inferior. • Veia ovárica esquerda: drena para a veia renal esquerda. • Veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino (uterovaginal). INERVAÇÃO: - Plexo ovárico: descende com os vasos ováricos. - Plexo uterino (pélvico). As fibras de dor aferentes viscerais vão ascender de maneira retrógrada com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos lombares até os corpos celulares que estão nos gânglios sensitivos dos nervos espinhais T11 até L1. Já as fibras de dor aferentes viscerais vão seguir com as fibras parassimpáticas de maneira retrógrada através do plexo pélvico e hipogástrico inferior e através dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano celulares presentes nos gânglios sensitivos dos nervos espinhais de S2 até S4. 3. ÚTERO Órgão muscular oco, onde geralmente o feto se desenvolve. Ele, quando não grávido, está localizado na pelve menor, entre a bexiga e o reto (por isso na gravidez há compressão dessas duas estruturas e, ainda, é por isso que a posição do útero muda de acordo com o grau de enchimento da bexiga). Na mulher adulta, o útero está antevertido, ou seja, inclinado de maneira anterossuperior em relação à vagina, e, também, antefletido, ou seja, curvado de maneira anterior em relação ao colo (origem do ângulo de flexão). Ele tem cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura, pesando cerca de 90g. O corpo do útero forma os 2/3 superiores do órgão e inclui o fundo do útero, que é a parte arredondada que fica acima dos óstios uterinos. Ele está situado entre as lâminas do ligamento largo. A sua face anterior está voltada para a bexiga e a sua face posterior está voltada para o intestino. • Separado do colo pelo istmo do útero, que é um segmento estreito. Ainda, a parede do corpo é formada por 3 camadas: perimétrico (mais externo – revestimento seroso), miométrio (músculo liso – intermediário) e endométrio (mais interno – revestimento mucoso – descama durante a menstruação). Já o colo do útero é o terço inferior, com apenas 2,5 cm, tendo sua porção supravaginal (entre o istmo e a vagina – separada a bexiga pelo TC frouxo e do reto Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano pela escavação retouterina) e sua porção vaginal (projetada para a parte superior da parede anterior da vagina), sendo que esta última circunda o óstio do útero e é circundada pelo fórnice da vagina. Ele é fibroso, formado por colágeno, com uma pequena quantidade de músculo liso e elastina. A cavidade do útero parece uma fenda e as suas regiões súperolaterais formam os cornos do útero, que são os locais de penetração das tubas uterinas. Ela continua inferiormente, mas passa a ser chamada de canal do colo uterino. • Cavidade do útero + lúmen da vagina = canal de parto. LIGAMENTOS DO ÚTERO: - Ligamento útero-ovárico: se fixa ao útero em sua parte posterior e inferior na junção uterotubária. • Entre as lâminas do ligamento largo de cada lado do útero, ele se situa posteriormente e superiormente. - Ligamento redondo do útero: se fixa anteriormente e inferiormente na junção uterotubária. • Esses dois ligamentos são vestígios do gubernáculo ovárico. • Entre as lâminas do ligamento largo de cada lado do útero, ele se situa antero- inferiormente. - Ligamento largo do útero: é uma dupla lâmina de peritônio que possui uma extensão desde as laterais do útero até as paredes laterais e até o assoalho da pelve. • FUNÇÃO: mantém o útero em posição. • Lateralmente: peritônio do ligamento largo é prolongado na região superior sobre os vasos como o ligamento suspensor do ovário. - Sustentação dinâmica do útero: diafragma da pelve. - Sustentação passiva do útero: posição – anterovertido e antefletido, apoiado sobre o topo da bexiga urinária. - Ligamentos transversos do colo: se estendem da porção supravaginal do colo e das partes laterais do fórnice da vagina até as paredes laterais da pelve. - Ligamentos retouterinos: seguem na direção superior e posteroinferior das laterais do colo até o meio do sacro, são palpáveis ao toque retal. RELAÇÕES DO ÚTERO: - Anteriomente: corpodo útero é separado da bexiga pela escavação vesicouterina, onde o peritônio é refletido do útero sobre a margem posterior da face superior da bexiga. - Posteriormente: corpo do útero e porção supravaginal são separados do colo sigmoide por uma lâmina de peritônio; e são separados da cavidade peritoneal e do reto pela escavação retouterina. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA: - Artérias uterinas, com possível irrigação colateral das artérias ováricas. - Veias uterinas: penetram nos ligamentos largos com as artérias, formando o plexo venoso uterino de cada lado do colo, drenando em direção às veias ilíacas internas. 4. VAGINA Tubo musculomembranoso distensível. Vai do meio do colo do útero até o óstio da vagina, que é a abertura presente na parte inferior. O óstio externo da uretra, o óstio da vagina, os ductos da glândula vestibular maior e as glândulas vestibulares menores se abrem no vestíbulo da vagina. FUNÇÕES: • Canal para o sangue da menstruação • Forma parte do canal de parto • Permite relação sexual e reprodução (entrada do pênis) • Comunicação com o canal do colo e vestíbulo da vagina. Ela esta localizada na região posterior da bexiga e da uretra e se projeta ao longo da linha mediana de sua parede anteroinferior. FÓRNICE DA VAGINA: recesso ao redor do colo. • Parte posterior: mais funda, relação com a escavação retouterina. MÚSCULOS QUE COMPRIMEM A VAGINA, ATUANDO COMO ESFINCTERES: músculo pubovaginal, esfíncter externo da uretra, esfíncter uretrovaginal e bulboesponjoso. IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA DA VAGINA: - Parte superior: artérias uterinas. - Parte média e inferior da vagina: artérias vaginal e pudenda interna. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano - Veias vaginais: formam os plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e na túnica mucosa vaginal, contínuas com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uretovaginal, drenando em direção às veias ilíacas internas por meio da veia uterina. • Esse plexo se comunica com os plexos venosos vesical e retal. INERVAÇÃO DA VAGINA E DO ÚTERO: - Inervação somática: pelo nervo perineal profundo (ramo do nervo pudendo). • Apenas o quinto ao quarto inferior da vagina possui essa inervação, portanto, somente essa parte é sensível ao toque e à temperatura. - Inervação visceral: nervos derivados do plexo nervoso uterovaginal (seguem com a artéria uterina). Este é um plexo pélvico, que se estende desde o plexo hipogástrico inferior até as vísceras pélvicas. • 3/4 a 2/5 superiores. - Inervação simpática: origem nos segmentos torácicos inferiores da medula espinhal, passando os nervos esplâncnicos lombares e os plexos intermesentérico- hipogástrico-pélvicos. - Inervação parassimpática: origem nos segmentos S2- S4 da medula espinhal, passando os nervos esplâncnicos pélvicos até o plexo hipogástrico inferior- uterovaginal. - Inervação aferente visceral: as fibras que conduzem impulsos de dor do fundo e do corpo do útero (acima da linha de dor pélvica) intraperitoneais seguem a inervação simpática retrógrada para chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos de nervos espinhais torácicos inferiores-lombares superiores. Já as fibras que conduzem informações de dor do colo e da vagina (abaixo da linha de dor pélvica) subperitoneais seguem as fibras parassimpáticas retrograda através do plexo uterovaginal e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos, até chegar aos corpos celulares nos gânglios sensitivos S2-S4. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano DRENAGEM LINFÁTICA DAS VÍSCERAS PÉLVICAS FEMININAS: - Vasos linfáticos dos ovários vão seguir as veias ováricas ao mesmo tempo que ascendem para os linfonodos lombares direitos e esquerdos. Os linfonodos lombares drenam o ovário, as tubas e o fundo do útero - Linfonodo ilíaco interno: drenam a base da bexiga, a região inferior da parte pélvica do ureter, o canal anal, a parte inferior do reto, as partes média e superior da vagina, o colo do útero e o corpo do útero. - Linfonodo ilíaco externo: drena a parte superior da bexiga, a parte superior da parte pélvica do ureter, a parte superior da vagina, o colo do útero e a parte inferior do corpo do útero. - Linfonodo inguinal superficial: drena a parte súperolateral do útero (próximo à fixação do ligamento redondo), a pele do períneo incluindo o pudendo, o óstio da vagina, o prepúcio do clitóris, a pele perianal, o canal anal inferior à linha pectinada. - Linfonodo inguinal profundo: drena a glande do clitóris. - Linfonodo sacral: drena as estruturas pélvicas inferiores e posteriores: parte inferior do reto, parte inferior da vagina. - Linfonodo pararretal: drena a parte superior do reto. Portanto, os vasos linfáticos da vagina drenam assim: • Superiores: drenam para os linfonodos ilíacos internos e externos. • Médias: drenam para os linfonodos ilíacos internos. • Inferiores: drenam para os linfonodos ilíacos sacrais e comuns. • Óstio: drenam para os linfonodos inguinais superficiais. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano PATOLOGIA UTERINA EMBRIOLOGIA: • Células germinativas aparecem na parede do saco vitelínico até a 4ª semana gestacional, sendo que, por volta da 5-6ª semana, elas vão migrar para a crista urogenital, induzindo o crescimento do epitélio mesodérmico (gera o epitélio e o estroma ovariano). • Ductos de Muller laterais: formam-se por volta da 6ª semana gestacional através da invaginação e fusão do epitélio do celoma. Eles crescem progressivamente na direção caudal e entram na pelve, onde se curvam medialmente para haver a junção com o seio urogenital no tubérculo de Muller. As porções superiores que não se juntaram vão amadurecer e formar as tubas e a porção inferior que se fundiu forma o útero, o colo e a parte superior da vagina. • Seio urogenital: quando a cloaca é dividida pelo septo urorretal, forma o seio urogenital, formando a parte inferior da vagina e o vestíbulo do órgão feminino externo. • Ductos mesonéfricos: regridem com o tempo e, se persistiram, aparecem como inclusões epiteliais adjacentes aos ovários, tubas e útero, que são císticos e chamados de cistos do Ducto de Gartner. Infecções do trato genital inferior 1. HERPES SIMPLES GENITAL Causada pelo vírus Herpes simples tipo 2 (HSV-2 à há casos as HSV-1 também), a herpes genital é uma IST em que as lesões aparecem após o período de incubação (1 semana), causando uma sensação de queimação, surgindo, em seguidas, vesículas com fluidos infecciosos, que cicatrizam entre 1-3 semanas, geralmente. • Infecção prévia por HSV-1 parece reduzir a suscetibilidade à infecção por HSV-2. Em ordem de frequência, os locais mais acometidos são: colo uterino, vagina e vulva, mas a maioria dos pacientes são assintomáticos. A transmissão, em geral, acaba ocorrendo quando o paciente está sem sintomas e/ou sem lesão aparente, sendo que o sêmen pode conter o vírus, mas, em geral, é quando a doença está ativa e não na fase latente. • Os preservativos e as terapias antivirais são capazes de reduzir o risco de transmissão, mas não previnem. PROBLEMA: transmissão ao recém-nascido durante o parto; infecção por HSV-2 facilita a aquisição e a transmissão do HIV. Assim como no herpes labial, há chances de recorrência, pois o vírus entra em latência nas células nervosas. • Fatores que desencadeiam a reativação: menstruação e alterações hormonais, estresse emocional ou doença (sobretudo se acompanhada por febre), ato de coçar/arranhar área acometida, trauma, radiação ultravioleta, entre outras. • Reincidência comum em imunossuprimidos. DIAGNÓSTICO: achados clínicos e pode ser confirmado por teste PCR. Se não há lesões, uma testagem sorológica pode identificar. • Infecção primária em fase aguda: não há anticorpos séricos anti-HSV. • Infecção latente/recorrente:anticorpos anti- HSV detectados no soro. Nos pacientes sintomáticos, 3-7 dias depois da transmissão, vai haver presença de febre, mal estar e sensibilidade dos linfonodos inguinais. No início, as lesões parecem com pápulas vermelhas que evoluem para vesículas e, então, para úlceras coalescentes e dolorosas, que são facilmente visíveis nas mucosas e na pele da vulva, enquanto as lesões cervicais ou vaginais apresentam uma secreção purulenta intensa e uma dor pélvica. MORFOLOGIA: quando é feita uma biópsia da lesão do HSV, ela tipicamente está na fase de úlcera, de modo que o epitélio permaneça descamado com inflamação presente. • Esfregaço do exsudato inflamatório: alterações citoplasmáticas, com células escamosas Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano multinucleadas contendo inclusões virais eosinófilas a basófilas, com um aspecto de vidro fosco (como pode ser visto na imagem abaixo). 2. MOLUSCO CONTAGIOSO Causada por um poxvirus, ocasiona uma lesão cutânea ou das mucosas. A sua transmissão, em geral, ocorre pelo contato direto (sexual) ou por artigos compartilhados (como toalhas). • Tipos: MCV-1 a 4. O 1 é o mais prevalente e o 2 é o que mais é transmitido sexualmente. • Tempo de incubação: 6 semanas. Pode afetar a pele, sobretudo tronco, braços e pernas. Em adultos, afetam as genitais, o abdômen inferior, as nádegas e a parte interna das coxas. DIAGNÓSTICO: clínica – pápulas peroladas em forma de cúpula com uma depressão central. Na histologia – núcleo ceroso central com células com inclusões virais intracitoplasmáticas. 3. INFECÇÕES FÚNGICAS Principalmente aquelas causadas pela Cândida devido a uma perturbação no ecossistema microbiano vaginal da paciente (DM, antibióticos, gravidez e condições que resultem em comprometimento da função dos neutrófilos ou da célula TTH17). SINTOMAS: prurido vulvovaginal acentuado, eritema, inchaço e secreção vaginal que parece leite coalhado, podendo, até mesmo ter a mucosa ulcerada. DIAGNÓSTICO: pseudoesporos ou hifas filamentosas advindas do Papanicolau. 4. TRICHOMONAS VAGINALIS IST com desenvolvimento entre 4 dias – 4 semanas. SINTOMAS: assintomáticos ou secreção vaginal amarela e espumosa, desconforto vulvovaginal, disúria e dispareúnia. Mucosas vaginais hiperemiadas, com vasodilatação da mucosa cervical à COLO EM MORANGO. 5. GARDNERELLA VAGINALIS BACILO GRAM-NEGATIVO QUE CAUSA VAGINOSE BACTERIANA. SINTOMAS: secreção vaginal fina, verde-acinzentada, com odor fétido. COLPOSCOPIA: células escamosas superficiais e intermediárias recobertas por cocobacilos com aspecto piloso. Pode causar trabalho de parto prematuro em pacientes grávidas. 6. UREAPLASMA UREALYTICUM E MYCOPLASMA HOMINIS Causam vaginite e cervicite, estando associadas com a corioamniotite e ao parto prematuro. 7. CHLAMYDIA TRACHOMATIS Causa cervicite, pode ascender para o útero e para as tubas uterinas, causando endometrite e salpingite, podendo causar DIP. Infecções Envolvendo os Tratos Genitais inferior e superior 1. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Infecção com início na vulva ou vagina, que se espalha envolvendo as demais esturturas do sistema genital feminino, causando febre, secreção vaginal, dor pélvica e secreção vaginal. CAUSAS: gonorreia, clamídia, infecções puerperais (tipicamente são infecções polimicrobianas) Inicialmente, acomete a mucosa endocervical, podendo ter início na glândula de Bartholin e em outras glândulas vestibulares ou periuretrais, podendo envolver as tubas e a região tubo-ovariana. • Inflamação nas camadas mais profundas. INFECÇÃO GONOCÓCICA: inflamação aguda acentuada das superfícies das mucosas envolvidas, revelando, no esfregado do exsudato, diplococos gram-negativos fagocitados por neutrófilos. Com a evolução, em geral, o endométrio é poupado, mas as tubas não, ocorrendo uma salpingite supurativa aguda. Nesta, a mucosa se torna congestionada e infiltrada por neutrófilos, plasmócitos e linfócitos, e, consequentemente, ocorre lesão epitelial e descamação das pregas, de modo que a luz das tubas fique preenchidas por exsudato purulento que pode vazar. • Salpingite supurativa aguda que chega aos ovários = SALPINGO-OOFORITE. Se forma um acúmulo de pus dentro das tubas e dos ovários, formam-se os abscessos tubo-ovarianos. • Acúmulo de pus no lúmen da tuba = PIOSSALPINGE. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano • Quando ocorre cicatrização com fibrose das tubas = salpingite crônica à formação de bolsas cegas, o que pode impedir a passagem dos ovócitos, podendo levar à gravidez ectópica ou infertilidade. • Fusão das fímbrias com acúmulo de secreção tubária e distensão tubária = HIDROSSALPINGE. INFECÇÕES NÃO GONOCÓCICAS: causadas por estafilococos, estreptococos e outros invasores puerperais. Há um menor envolvimento da mucosa e da luz das tubas, porém, pode envolver a serosa, os ligamentos largos, as estruturas pélvicas e o peritônio. CONSEQUÊNCIAS DA DIP: infertilidade, obstrução linfática, endocardite, meningite, artrite supurativa, septicemia, gravidez ectópica, dor pélvica, obstrução intestinal. Pode ser necessário remover os órgãos. TRATAMENTO: os estágios iniciais podem ser tratados com penicilina. Vulva 1. CISTO DE BARTHOLIN O cisto de Bartholin são ocasionados por uma obstrução do ducto da glândula de Bartholin devido a uma inflamação. Eles são revestidos por epitélio de transição ou escamoso, podendo ser excisados ou abertos permanentemente. 2. LÍQUEN ESCLEROSO Comum em mulheres pós-menopausa, são placas ou máculas lisas, que, com o tempo, aumentam e coalescem, tendo uma superfície parecida com porcelana ou pergaminho. Não é uma lesão pré-maligna, mas quem possui tem uma possibilidade maior de ter carcinoma de células escamosas da vulva. HISTOLOGIA – adelgaçamento acentuado da epiderme, com degeneração das células basais, hiperqueratose, mudanças escleróticas da derme superficial e presença de infiltrado linfocitário em faixa na derme. 3. HIPERPLASIA DE CÉLULAS ESCAMOSAS Também conhecida como distrofia hiperplásica ou líquen simples crônico, é uma condição inespecífica resultante da fricção da pele para aliviar o prurido. CLÍNICA – leucoplasia. HISTOLOGIA – espessamento da epiderme (que recebe o nome de acantose) e hiperqueratose. Pode ter infiltração linfocitária na derme. Ainda, o epitélio com hiperplasia pode ter uma atividade mitótica, carecendo de atipia. Não é pré-maligno, podem, pode aumentar a chance de cânceres vulvares. 4. CONDILOMA ACUMINADO São verrugas genitais benignas causadas por HPVs de baixo risco de ocasionar o câncer, como o tipo 6 e o tipo 11. Em geral, são multifocais e podem estar na vulva, no períneo ou no ânus, além da vagina e do colo. HISTOLOGIA – eixo conjuntivo arborescente, exofítico, papilar, coberto por epitélio escamoso espessado. No epitélio superficial, há atipia coilocitótica (aumento nuclear, hipercromasia e halo plasmático perinuclear à IMAGEM ABAIXO). NÃO SÃO PRÉ-MALIGNOS. 5. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VULVAR E CARCINOMA VULVAR O carcinoma vulvar é uma neoplasia maligna incomum e representa cerca de 3% dos canceres genitais femininos, sendo que 2/3 disto ocorre em mulheres acima de 60 anos. Na histologia, o tipo de carcinoma mais comum é o carcinoma de células escamosas, que é dividido em carcinomas basaloides/verrucosos e carcinomas queratinizantes de células escamosas • Basaloide: associado ao HPV de alto risco, sobretudo o 16, e ocorre em pacientes jovens. • Queratinizantes: não associados ao HPV e ocorrem em mulheres mais idosas. O basaloide se desenvolve a partir de uma lesão in situ, que recebe o nome de neoplasia intraepitelial vulvar (NIV clássica ou VIN – em inglês). Essa forma é comum em mulheres em idade reprodutiva, incluindo os carcinomas em situ ou doença de Bowen (forma inicial do carcinoma de células escamosas, sendo limitado à epiderme).• Fatores de risco para NIV: idade jovem na primeira relação sexual, múltiplos parceiros sexuais, parceiro do sexo masculino com múltiplas parceiras sexuais. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano • Risco de progressão para carcinoma invasor: idade acima de 45 anos (pico na 6ª década) e imunossuprimidos. MORFOLOGIA – A NIV clássica é uma lesão branca discreta ou levemente elevada e pigmentada. Na microscopia, há espessamento da epiderme, atipia nuclear, aumento das figuras de mitose e falta de maturação celular. Os carcinomas invasores decorrentes da NIV clássica, como a imagem abaixo, podem ser exofíticos ou endurecidos, podendo ter ulceração/necrose central, como é o caso da imagem. Já o queratinizante de células escamosas surge de uma lesão intraepitelial vulvar diferenciada (NIV diferenciada ou NIV simples) e ocorre em indivíduos com líquen escleroso ou hiperplasia das células escamosas de longa data, com pico em mulheres na 8ª década. MORFOLOGIA – há uma atipia acentuada da camada basal do epitélio escamoso e há uma diferenciação de aparência normal das camadas mais superficiais. Os carcinomas invasores que surgem do NIV diferenciado possuem ninhos e línguas de epitélio escamoso maligno, com pérolas de queratina centrais proeminentes, como pode ser visto na imagem abaixo. Os carcinomas invasores que resultam do líquen escleroso, da hiperplasia das células escamosas e da NIV diferenciada podem ser diagnosticados de maneira errada como uma dermatite ou como uma leucoplasia por longos períodos. Isso é prejudicial, pois, uma vez que esse carcinoma invasor se desenvolve, o risco de metástases é maior, variando de acordo com o tamanho e profundidade do tumor, além dos casos que envolvem os vasos linfáticos. Primeiramente, o carcinoma invasor vai em direção aos linfonodos inguinais, pélvicos, ilíacos e periaórticos, chegando a via linfo-hematogênica, indo logo para os principais órgãos: pulmões e fígado, entre outros. 6. HIDRADENOMA PAPILÍFERO É um nódulo bem circunscrito, sobretudo nos lábios maiores e nas pregas interlabias, sendo que, na clínica, pode ser confundido com o carcinoma por conta da sua tendência à ulceração. HISTOLOGIA – semelhante ao papiloma intraductal da mama, sendo projeções papilares cobertas por uma camada de células secretoras colunares, na parte superior, e uma camada de células mioepiteliais aplanadas, mais profunda, como mostrado na imagem abaixo. • Lembre-se, os elementos mioepiteliais são característicos de glândulas sudoríparas e seus tumores. 7. DOENÇA DE PAGET EXTRAMAMÁRIA É semelhante à doença de Paget (proliferação intraepitelial de células malignas) da mama, apresentando-se como um traçado geográfico, pruriginoso, vermelho, crostoso nos lábios maiores. MORFOLOGIA – maiores que os queratinócitos ao redor, com citoplasma pálido com mucopolissacarídeo, como mostrado na imagem abaixo. Ainda, as células expressam citoqueratina 7. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Porém, ao contrário da mama, não é associado ao câncer subjacente, ficando confinada à epiderme. Vagina 1. MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS - Vagina septada ou dupla: falha na fusão total dos ductos de Muller e acompanha um útero duplo (útero didelfo). • Esses ductos são estruturas presentes no embrião, que originam os órgãos internos femininos. A vagina septada e outras anormalidades da genitália externa podem ser manifestações de síndromes genéticas, exposição intra-uterina ao dietilestilbestrol (DES), que era utilizado para prevenir o aborto, entre outros. - Adenose vaginal: é quando o epitélio colunar endocervical não é totalmente substituído por epitélio escamoso, sobrando algumas glândulas. Sua clínica se apresenta como áreas vermelhas, granulares, contrastando com a mucosa rosa clara da vagina normal. - Cistos do ducto de Gartner: ficam nas paredes laterais da vagina e eles advêm dos vestígios dos ductos de Wolff (mesonéfricos), sendo preenchidos por fluido mucoso. • Os ductos de Wolff são encontrados durante a embriogênese e são estruturas urogenitais. 2. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VAGINAL E CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS A maioria dos carcinomas primários (raros) da vagina está relacionada com os HPVs de alto risco. FATOR DE RISCO – carcinoma prévio de colo ou de vulva. O carcinoma de células escamosas da vagina surge de uma lesão pré-maligna, conhecida como neoplasia intraepitelial vaginal (NIVA ou VAIN). LOCALIZAÇÃO – em geral, afeta a porção posterior da vagina (sobretudo a parede posterior na junção com a ectocérvice). Agora, aquelas que ocorrem nos 2/3 inferiores da vagina são capazes de metastatizar para os linfonodos inguinais, enquanto as da parte superior envolvem os linfonodos ilíacos regionais. 3. RABDOMIOSSARCOMA EMBRIONÁRIO OU SARCOMA BOTRIOIDE Tumor incomum composto de rabdomioblastos embrionários malignos, ocorrendo em bebês e crianças menores que 5 anos. Esse tumor cresce como uma massa polipoide, arredondada e volumosa, com consistência de cachos de uva. Frequentemente, são confundidos como os pólipos inflamatórios benignos, o que é prejudicial para o paciente, pois, esses tumores são capazes de invadir e causar a morte por penetração na cavidade peritoneal ou por obstrução do trato urinário. Colo Uterino O colo uterino é composto pela ectocérvice, ou seja, pela porção vaginal externa, e pelo canal endocervical. • Ectocérvice: visível e coberta por um epitélio escamoso contínuo com a parede vaginal. Esse epitélio vai convergir no orifício externo, que se continua com o canal endocervical à ESTRATIFICADO • Endocérvice: coberta por um epitélio colunar glandular mucosecretor à SIMPLES • Junção Escamo-colunar (JEC): ponto de encontro entre a endocérvice e a ectocérvice. Sua posição varia com idade e hormônios. A ectocérvice normal é revestida por epitélio plano estratificado não corneificado, com estratificação regular. As células da superfície possuem glicogênio, que são vacúolos claros no citoplasma. NÃO HÁ GLÂNDULAS NA ECTOCÉRVICE. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Já a endocérvice normal é revestida por epitélio cilíndrico simples mucoso. HÁ GLÂNDULAS NA ENDOCÉRVICE. METAPLASIA ESCAMOSA = substituição do epitélio glandular por epitélio escamoso. ZONA DE TRANSFORMAÇÃO = onde os epitélios se tocam. Note que, como a endocérvice possui apenas uma camada de células, ela está mais susceptível às infecções com o HPV do que a ectocérvice, sobretudo na região em que os epitélios se tocam. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano 1. CERVICITES AGUDA E CRÔNICA No início da menarca, a produção dos estrogênios vai estimular a maturação da mucosa escamosa cervical e vaginal, além da formação dos vacúolos de glicogênio intracelular nas células escamosas. Quando ocorre a descamação, o glicogênio vira um substrato para microrganismos, sobretudo os lactobacilos normais do corpo, mantendo o pH baixo, o que impede o crescimento de microrganismos patogênicos. PORÉM, caso o pH se torne alcalino (sangramento, relação sexual ou uso de ducha vaginal), os lactobacilos não produzem tanto peróxido, permitindo o crescimento de microrganismos invasores, ocasionando a cervicite ou a vaginite. CAUSAS DAS CERVICITES – infecções por gonococos, clamídia, micoplasma ou herpes. CONSEQUÊNCIAS – ALTERAÇÕES REPARADORAS E REATIVAS NO EPITÉLIO E DESCAMAÇÃO DAS CÉLULAS ESCAMOSAS DE APARÊNCIA ATÍPICA – Papanicolau alterado. COMPLICAÇÕES – Doenças do trato genital superior, complicações na gravidez, IST. Em áreas com cervicite crônica, há um infiltrado inflamatório inespecífico, com linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. Se ela for intensa, o epitélio de revestimento pode sofrer erosão (cervicite crônica erosiva). Ainda, quando há, além de linfócitos e plasmócitos,neutrófilos, recebe o nome de cervicite crônica ativa. 2. PÓLIPOS ENDOCERVICAIS São crescimentos exofíticos benignos no canal endocervical, podendo ser apenas pequenas elevações sésseis até grandes massas, podendo chegar ao orifício externo cervical. Eles são fontes de sangramentos de escape e, as vezes, sangramentos maiores. HISTOLOGIA – estroma fibromixomatoso frouxo coberto por glândulas endocervicais secretoras de muco, sendo acompanhadas por inflamação. 3. NEOPLASIAS PRÉ-MALIGNAS E MALIGNAS DO COLO UTERINO Os HPVs de alto risco são as causas mais importantes do desenvolvimento do câncer de colo uterino, sobretudo aquelas infecções recorrentes, pois vão aumentar o risco de desenvolvimento de lesões precursoras do colo e do carcinoma subsequente. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Esse vírus vai infectar as células basais imaturas do epitélio escamoso quando há ruptura epitelial ou células escamosas metaplásicas imaturas na JEC. ENTRETANTO, a capacidade do HPV de ser um agente carcinogênico vai depender das proteínas virais E6 e E7, que vão interferir na atividade das proteínas supressoras tumorais (reguladoras do crescimento e sobrevivência das células). Com a ação dessas proteínas, ao invés do ciclo celular ser interrompido em G1 pela invasão viral, ele vai continuar, permitindo a replicação viral. QUADRO INFORMATIVO Os HPVs são vírus de DNA, agrupados de acordo com o risco oncogênico. O HPV-16 sozinho representa cerca de 60% dos casos de câncer de colo e o HPV-18 representa cerca de 10%. Ainda, os HPVs de alto risco estão associados aos carcinomas de células escamosas da vagina, vulva, pênis, ânus, tonsilas palatinas e orofaringe. Os HPVs de baixo risco são as causas dos condilomas acuminados. As infecções são, em sua maioria, assintomáticas e não detectados no Papanicolau e, por isso, há muitas mulheres com 20-24 anos que possuem o vírus, mas que possuem resultados normais no exame. Entretanto, 50% das infecções por hpv são eliminadas pelo sistema imune dentro de 8 meses (em geral, os de baixo risco) e 90% dentro de 2 anos (em geral, os de alto risco). 3.1. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL (LESÕES INTRAEPITELIAIS ESCAMOSAS) A neoplasia intraepitelial cervical tem uma classificação específica, que recebe o nome de NIC, porém, atualmente sofreu uma modificação de nomenclatura. LESÃO ANTIGA NOMENCLATURA NOVA NOMENCLATURA Displasia leve NIC I LSIL – Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau Displasia moderada NIC II HSIL – lesão intraepitelial escamosa de alto grau Displasia grave NIC III HSIL - lesão intraepitelial escamosa de alto grau Carcinoma in situ NIC III HSIL - lesão intraepitelial escamosa de alto grau LSIL = associada à infecção produtiva de HPV, com alto nível de replicação viral, mas pequenas alterações no crescimento das células hospedeiras. Ela não tem progressão direta para o carcinoma invasivo, poucos casos evoluem para HSIL, OU SEJA, NÃO É UMA LESÃO PRÉ-MALIGNA. HSIL = desregulação progressiva do ciclo celular pelo vírus, aumentando a proliferação celular, diminuindo ou parando a maturação epitelial, com pequena taxa de replicação viral. O desarranjo é irreversível, na maioria dos casos, podendo resultar em um fenótipo maligno. ALTO RISCO DE CARCINOMA INVASOR. O diagnóstico da lesão intraepitelial de células escamosas é feito pela identificação da atipia nuclear (aumento da relação núcleo-citoplasma, hipercromasia (coloração escura), variação de tamanhos e formas nucleares, cromatina mais evidente). Essas mudanças, em geral, são acompanhadas por halos citoplasmáticos, que são vacúolos perinucleares e essa associação dos halos e mudanças é chamada de atipia coilocitótica. 3.2 CARCINOMA CERVICAL IDADE MÉDIA = 45 ANOS O subtipo de carcinoma cervical mais comum é o carcinoma de células escamosas (80%), seguido pelo adenocarcinoma (15%). Este último se desenvolve a partir do adenocarcinoma in situ. CAUSA – HPV de alto risco. MORFOLOGIA – pode ser uma massa vegetante/exofítico ou infiltrativa. O carcinoma de células escamosas (imagem abaixo) é composto por ninhos e projeções de epitélio escamoso maligno Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano (queratinizado ou não queratinizado), que invade o estroma cervical subjacente. Já os adenocarcinomas são caracterizados pela proliferação do epitélio glandular, que é composto por células endocervicais (lembre-se: ectocérvice não tem glândulas) malignas, com atipia, como é mostrado na imagem abaixo. ESTADIAMENTO – • Estádio 0 = carcinoma in situ • Estádio I = carcinoma confinado ao colo uterino o Ia = carcinoma pré-clínico, diagnosticado apenas por microscopia. o Ia1 = invasão do estroma não mais profunda que 3 mm e não mais larga que 7 mm. o Ia2 = profundidade máxima de invasão do estroma acima de 3mm, mas não mais profundo que 5mm. o Ib = carcinoma histologicamente invasivo, confinado no colo uterino. • Estádio II- carcinoma ultrapassa o colo, mas não chega até a parede pélvica. O carcinoma envolve a vagina, mas não o terço inferior. • Estádio III: carcinoma se estende para a parede pélvica e pode envolver o terço inferior da vagina. • Estádio IV: carcinoma além da pelve verdadeira ou envolve a mucosa da bexiga ou do reto. Inclui câncer metastático. Corpo do útero e Endométrio 1. DISTÚRBIOS ENDOMETRIAIS FUNCIONAIS Durante o ciclo, o endométrio passa por mudanças morfológicas e fisiológicas por conta dos esteroides produzidos nos ovários. Os ovários são influenciados pelos hormônios do eixo hipotálamo-hipófise, permitindo a maturação dos folículos, a ovulação e a menstruação. Por mais que o sangramento anormal possa ser causado por condições patológicas bem definidas (endometrite crônica, pólipos endometriais, leiomiomas submucosos ou neoplasias endometriais), geradas por perturbações hormonais que produzem sangramentos uterinos disfuncionais. 1.1. CICLO ANOVULATÓRIO ANOVULAÇÃO = falha na ovulação CAUSAS DA ANOVULAÇÃO: distúrbios endócrinos, como doença da tireoide; lesões ovarianas, como os ovários policísticos; e distúrbios metabólicos generalizados, como a obesidade. CAUSAS DO CICLO ANOVULATÓRIO: desequilíbrios hormonais sutis, mais comuns na menarca e no período perimenopausa. CONSEQUÊNCIAS: estimulação excessiva do endométrio pelos estrogênios que não é equilibrada pela progesterona. Assim, há alterações estruturais das glândulas endometriais, como a dilatação cística, o que é solucionado no ciclo seguinte. • Recorrência = sangramento que leva, na biópsia, ao desaparecimento de características morfológicas vindas da progesterona, como alterações secretoras das glândulas. Isso ocorre porque o corpo lúteo, que é a fonte da progesterona, não se desenvolve sem a ovulação. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano 1.2. FASE LÚTEA INADEQUADA Condição que se apresenta, na clínica, como infertilidade + aumento de sangramento ou amenorreia. CAUSA: indefinida. Acredita-se na produção inadequada de progesterona no período após a ovulação. Na morfologia, há um endométrio secretor com características anormais. 2. ENDOMETRITE AGUDA CAUSA: infecções bacterianas (Streptococos beta hemolítico do grupo A) após parto ou aborto. A inflamação se restringe ao estroma e é inespecífica. TRATAMENTO: retirada dos fragmentos gestacionais retidos por curetagem + antibioticoterapia. 3. ENDOMETRITE CRÔNICA Ocorre associada à (ao): DIP, tecido gestacional retido pós-parto ou pós-aborto; DIU; tuberculose. DIAGNÓSTICO: identificação de plasmócitos no estroma. SINTOMAS: sangramento anormal, dor, secreção e infertilidade. 4. ENDOMETRIOSE E ADENOMIOSE 4.1. ENDOMETRIOSE É a presença de tecido endometrial (em geral são glândulas + estroma, mas pode ser apenas estroma) fora do útero. Ocorre, sobretudo, nos ovários,mas pode atingir outros locais, como intestino grosso e apêndice. SINTOMAS: infertilidade, dismenorreia, dor pélvica, entre outros. PATOGENIA: • TEORIA REGURGITANTE: tecido endometrial se implanta ectopicamente, via fluxo retrógrado do endométrio menstrual, uma vez que a menstruação retrógrada acontece mesmo em mulheres normais. • TEORIA DAS METÁSTASES BENIGNAS: endométrio uterino se espalha para locais mais distantes através de vasos sanguíneos e linfáticos. • TEORIA METAPLÁSICA: endométrio surge diretamente do epitélio celômico, que é o mesotélio da pelve ou do abdômen, que origina os ductos de Muller e o próprio endométrio na embriogênese. • TEROIA DAS CÉLULAS- TRONCO/PROGENITORAS EXTRAUTERINAS: células tronco da medula se diferenciando em tecido endometrial. O endométrio implantado libera fatores pró- inflamatórios, como prostaglandina, TNF, Interleucinas, VEGF, entre outros; e, também, aumenta a produção de estrogênio pelas células endometrióticas, pois há altos níveis de aromatase, que está ausente no estroma endometrial normal. Esse é um ponto chave, pois, como o estrogênio aumenta a persistência e a vida útil do endométrio, os inibidores da aromatase são usados para o tratamento da endometriose. Esses fatores pró-inflamatórios permitem que o endométrio ectópico cresça e invada, estabelecendo redes neurovasculares e diminuindo a remoção pelo sistema imune. Acredita-se na influência de alterações epigenéticas. MORFOLOGIA – o sangramento das lesões produz nódulos com coloração vermelho-azulada ou amarelo- acastanhado sobre ou sob a superfície mucosa e/ou serosa dos locais acometidos. Nas hemorragias extensas, há aderências fibrosas entre as tubas, ovários e outras, obliterando o saco de Douglas. Os ovários podem estar distorcidos por massas císticas preenchidas com hemossiderina, chamados de cistos de chocolate ou endometriomas. As formas mais agressivas causam fibrose e aderências nos tecidos. A endometriose atípica tem duas aparências morfológicas: atipia na citologia do revestimento do epitélio que recobre o cisto, mas sem alterações estruturais; e aglomeração de glândulas pela proliferação epitelial excessiva, associada à atipia citológica, lembrando uma hiperplasia endometrial atípica complexa. 4.2. ADENOMIOSE Presença de tecido endometrial no miométrio, permanecendo em continuidade com o endométrio. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano MICROSCOPIA – ninhos irregulares de estroma endometrial, podendo ter ou não glândulas, separados da membrana basal. SINTOMAS – menometrorragia, dismenorreia em cólica, dispareúnia e dor pélvica. Pode ocorrer em conjunto com a endometriose. 5. PÓLIPOS ENDOMETRIAIS Massas exofíticas que se projetam para a cavidade endometrial, podendo ser únicos ou múltiplos, sésseis ou pediculados. Podem ser assintomáticos ou causar sangramentos caso ocorra ulceração ou necrose. As glândulas nos pólipos podem estar hiperplásicas ou atróficas, podendo demonstrar alterações secretoras, sendo chamados, no caso, de pólipos funcionais. Quando esses pólipos estão associados com a hiperplasia endometrial generalizada, eles têm a capacidade de se tornarem hiperplásicos. É raro, mas adenocarcinomas podem surgir no interior de pólipos endometriais. OBS: tem sido observado que, na administração e tamoxifeno, utilizado para o câncer de mama, podem surgir pólipos endometriais. 6. HIPERPLASIA ENDOMETRIAL É o aumento da proliferação das glândulas endometriais relativas ao estroma (aumento da relação glândula/estroma). CAUSA: estimulação estrogênica prolongada do endométrio por anovulação, aumento da produção de estrogênio ou estrogênio exógeno. Inclui: obesidade, menopausa, síndrome do ovário policístico, tumores de células granulosas funcionais do ovário; função cortical ovariana excessiva (hiperplasia estromal cortical); e administração prolongada de substâncias estrogênicas. CONSEQUÊNCIA: Causa importante de sangramento anormal, sendo um precursor de carcinoma endometrial, portanto, tem potencial maligno. • A inativação do gene supressor de tumores PTEN é uma alteração genética comum entre a hiperplasia e o carcinoma endometrial. QUADRO INFORMATIVO Quando se perde a função do PTEN, a via PI3/Akt é ativada em excesso. Essa via melhora a capacidade do receptor de estrogênio de ativar a expressão de seus genes-alvo. Desse modo, quando o PTEN não exerce a sua função, vai ocorrer a estimulação da expressão de genes que dependem do estrogênio, permitindo o crescimento de células epiteliais endometriais e mamárias. Isso se relaciona pelo fato de pacientes com a síndrome de Cowden (mutações na linhagem germinativa do PTEN) terem um alto índice de desenvolvimento de carcinoma endometrial e câncer de mama. MORFOLOGIA – A hiperplasia típica possui um aumento na relação glândula/estroma, sendo que essas glândulas podem ser de tamanhos e forma, podendo, até mesmo, estar dilatadas. Ela pode evoluir para atrofia cística nos casos em que o estrogênio é retirado. A hiperplasia atípica (neoplasia intraepitelial endometrial), apresenta atipia nuclear, glândulas justapostas e perda da orientação perpendicular em relação à lâmina basal. As cromatinas ficam abertas e os nucléolos evidentes. Em geral, ela vai ser tratada com histerectomia em mulheres mais velhas e terapia com progestina e acompanhamento cuidadoso. 7. CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO É o câncer invasor mais comum do trato genital feminino, tomando o lugar do câncer de colo por conta do rastreamento feito para este último. CARACTERÍSTICAS TIPO I TIPO II IDADE 55-65 anos 65-75 anos SITUAÇÃO CLÍNICA Estrogênio sem oposição; obesidade; hipertensão; diabetes Atrofia, biótipo magro MORFOLOGIA Endometrioide Seroso, célula clara, tumores mullerianos mistos PRECURSOR Hiperplasia Carcinoma intraepitelial endometrial seroso GENÉTICA PTEN; ARID1A (regulador de cromatina); PIK3CA (PI3K); KRAS; FGF2 (fator de crescimento; IM (instabilidade de microssatélites); CTNNB1 (sinalização de Wnt); TP53 TP53, aneuploidia, PIK3CA (PI3K), FBXW7 (regulador de ciclina E, MYC), CHD4 (regulador de cromatina), PPP2R1A (PP2A) Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano COMPORTAMENTO Indolente, disseminação através dos vasos linfáticos Agressivo, disseminação intraperitoneal e linfática ESQUEMA DE DESENVOLVIMENTO DO CARCINOMA TIPO I: ESQUEMA DE DESENVOLVIMENTO DO CARCINOMA TIPO II: 8. TUMORES MULLERIANOS MISTOS MALIGNOS (CARCINOSSARCOMAS) São adenocarcinomas endometriais com um componente mesenquimal maligno. Alguns vão conter elementos que lembram sarcomas estromais e leiomiossarcomas e outros possuem tipos celulares malignos heterólogos (rabdomiossarcoma, condrossarcoma). MUTAÇÕES GENÉTICAS – PTEN, TP53, PIK3CA. MORFOLOGIA – em geral, são volumosos e polipoides, podendo ser salientes no óstio cervical. HISTOLOGIA – adenocarcinomas + elementos mesenquimais malignos. CLÍNICA – em mulheres na pós menopausa, pode ter sangramento. 9. TUMORES DO ESTROMA ENDOMETRIAL 9.1. ADENOSSARCOMAS São crescimentos polipoides endometriais, com a base mais larga e mais ampla, que podem sofrer prolapso pelo óstio cervical. DIAGNÓSTICO: estroma com malignidade + glândulas endometriais anormais benignas. MALIGNIDADE: baixo grau 9.2. TUMORES ESTROMAIS São divididos em nódulos estromais benignos e sarcomas de estroma endometrial (de baixo ou alto grau). Os sarcomas se associam às translocações cromossômicas, que criam fusão de genes. 10. TUMORES DO MIOMÉTRIO 10.1. LEIOMIOMAS (fibroides) São neoplasias benignas de músculo liso, em geral, múltiplas e com cariótipo normal, mas pode haver anormalidade cromossômica. MORFOLOGIA – tumores circunscritos, nítidos, arredondados, firmes, cinza-esbranquiçados, podendo ser pequenos ou volumosos. Raramente são encontrados no miométrio e raramenteenvolvem os ligamentos uterinos, o colo ou o segmento uterino inferior. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano HISTOLOGIA – células musculares lisas que lembram o miométrio não envolvido. VARIANTE RARA – leiomioma metastatizante benigno, que é um leiomioma que se estende para vasos, chegando, sobretudo, aos pulmões. Outra variante é a leiomiomatose peritoneal disseminada, que forma vários nódulos pequenos no peritônio. SINTOMAS – sangramento anormal, aumento da frequência urinária, dor súbita, problemas na fertilidade, abortos espontâneos, má apresentação fetal, inércia uterina e hemorragia pós-parto. 10.2 LEIOMIOSSARCOMAS São neoplasias malignas raras, que surgem do miométrio ou de células precursoras do estroma endometrial (não de leiomiomas). Há alterações genéticas, incluindo deleções. MORFOLOGIA – crescem como massas volumosas escamosas que invadem a parede do útero ou como massas polipoides projetadas para a luz da cavidade uterina. Há atipias citológicas bem diferenciadas – presença de figuras de mitose, acompanhadas de necrose. Tubas Uterinas 1. INFLAMAÇÕES - Salpingite supurativa: causada por organismos piogênicos, sobretudo os Gonococcus (com ênfase para as clamídias). Fazem parte da DIP. - Salpingite tuberculosa: rara. Causa importante de infertilidade 2. TUMORES E CISTOS As lesões que são primárias das tubas aarecem como cistos mínimos e translúcidos, preenchidos por líquido seroso claro (cistos paratubários). TUMORES BENIGNOS – adenomatoides (na subserosa ou na mesossalpinge). TUMORES MALIGNOS – adenocarcinoma primário (massa tubária ominante). Ovários 1. CISTOS FOLICULARES E LUTEÍNICOS Os foliculares são comuns nos ovários, com origem nos folículos graafianos que não se romperam ou nos folículos que se romperam, mas foram imediatamente fechados. MORGOLOGIA – os foliculares são múltiplos, preenchidos por líquido seroso claro e revestido por membrana cinza-brilhante. Os luteínicos são revestidos por borda de tecido amarelo-brilhante contendo células da granulosa luteinizadas. 2. OVÁRIOS POLICÍSTICOS E HIPERTECOSE ESTROMAL A síndrome do ovário policístico (SOP) ou síndrome de Stein-Leventhal, é um distúrbio endócrino, em que há hiperandrogenismo, anormalidades menstruais, ovários policísticos, anovulação crônica e diminuição de fertilidade. FATORES DE RISCO – obesidade, DM II e aterosclerose prematura. PATOGENIA – desregulação das enzimas que fazem a biossíntese de andrógenos e estão envolvidas na produção excessiva de andrógenos. Assim, há formação de cistos foliculares que aumentam os ovários, deixando a mulher com risco de hiperplasia endometrial e carcinoma. Já a hipertecose estromal ou hiperplasia estromal cortical, é um distúrbio do estroma ovariano que pode se sobrepor à SOP, causando o aumento uniforme do ovário e uma coloração branco ou marrom-claro. HISTOLOGIA – estroma hipercelular, ninhos nítidos de células com citoplasma vacuolado. ANATOMIA MAMÁRIA As mamas são estruturas proeminentes na parede anterior do tórax, na tela subcutânea, sobre os músculos peitorais (maior e menor), formadas por glândulas e tecidos fibrosos de sustentação, por matriz adiposa, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. • PARTE MAIS PROEMINENTE: papila mamária, que é circundada pela aréola, que é uma área cutânea pigmentada. Mamas Femininas É a gordura ao redor das glândulas que vai determinar o tamanho das mamas em uma mulher não lactente. O corpo da mama fica apoiado sobre um leito, que vai se estender transversalmente desde a lateral do esterno até a linha média axilar e vai se estender verticalmente da costela II a VI. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Esse leito é 2/3 formado pela fáscia peitoral sobre o músculo peitoral maior e o 1/3 restante é formado pela fáscia peitoral que cobre o músculo serrátil anterior. • Entre a mama e a fáscia peitoral: espaço retro mamário. Uma porção da glândula mamária pode se estender pela margem inferior e lateral do músculo peitoral maior, em direção à fossa axilar = PROCESSO AXILAR OU CAUDA DE SPENCE. As glândulas mamárias ficam ficadas à derme pelos ligamentos suspensores da mama (de Cooper), que ajudam a sustentar os lobos e lóbulos de glândula mamária. Os ductos lactíferos dão origem a brotos que formam de 15 a 20 lóbulos da glândula mamária, que vão constituir o parênquima. Cada lóbulo é drenando por um ducto lactífero, sendo que esses ductos vão convergir e ter aberturas independentes. Cada um desses ductos possui um seio lactífero, que é uma parte mais dilatada, situada profundamente à aréola, em que uma gota de leite permanece na lactante e é expelido quando o neonato suga. • Note: o leite é secretado na boca do nenê e não sugado. Ainda, nas aréolas, existem glândulas sebáceas, que vão aumentar durante a gravidez para a secreção de uma substância lubrificante, protetora da aréola e da papila, que estão sujeitas às fissuras e à irritação no início da amamentação. PAPILAS MAMÁRIAS = proeminências cilíndricas ou cônicas no centro das aréolas à não possuem glândulas sudoríparas, gordura e nem pelos. As extremidades são fissuradas, pois é onde os ductos lactíferos se abrem. Elas são formadas por musculo liso que comprime os ductos lactíferos durante a lactação e causam a ereção das papilas quando o nenê suga. As glândulas mamárias não possuem capsula e nem bainha. Os ácinos que secretam leite vão se organizar como cachos de uva, assim como os alvéolos pulmonares. VASCULARIZAÇÃO DA MAMA - ARTERIAL: • Ramos mamários mediais de ramos perfurantes e ramos intercostais anteriores da artéria torácica interna à origem da subclávia • Artérias torácica lateral e toracoacromial à origem da artéria axilar • Artérias intercostais posteriores à origem da aorta torácica no 2º, 3º e 4º espaços intercostais. - VENOSA: veia axilar (principalmente) e veia torácica interna. - LINFÁTICA: plexo linfático subareolar à importante devido às metástases de célula cancerosa. • 75%, sobretudo dos quadrantes laterais da mama, drena para os linfonodos axilares, linfonodos anteriores ou peitorais • 25%, sobretudo dos quadrantes mediais da mama, drena para os linfonodos paraesternais, e dos quadrantes inferiores drena para os linfonodos abdominais. A linfa dos linfonodos axilares drena para os linfonodos claviculares e depois para o tronco linfático subclávio, que também drena a linfa do membro superior. NERVOS DA MAMA: os nervos da mama derivam dos ramos cutâneos anteriores e laterais do 4º - 6º nervos intercostais PATOLOGIA MAMÁRIA Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano O sistema de ductos principais vai terminar nos ductos terminais, como dito anteriormente. Além disso, as mamas aumentam e diminuem a cada ciclo, assim como o endométrio, e é somente na gravidez que a mama se torna madura e funcional, aumentando em número e tamanho de células. Após o parto, os lóbulos vão produzir o colostro, que é rico em proteínas e vai se transformar em leite, que é rico em gorduras e calorias. Depois da lactação, as células epiteliais sofrem apoptose e há diminuição dos lóbulos. MAMA NORMAL: Portanto, em resumo: • Mama ativa: relação glândulas/estroma = 50/50 • Lactação: mais glândulas do que estroma • Atrofia da mama: mais estroma do que glândulas. Distúrbios do Desenvolvimento 1. Remanescentes da linha mamária São consequência do espessamento epidérmico que persiste ao longo da linha mamária, estendendo-se desde a axila até o períneo. Em geral, as doenças que atingem a mama normal, não atingem essa mama ectópica. 2. Tecido mamário axilar acessório Ocorre devido ao sistema ductal se estender para o tecido subcutâneo da parede torácica ou para a fossa axilar, fora da área mamária verdadeira. Esse tecido aumenta o risco de câncer de mama. 3. Mamilo invertido Ocorre,em geral, quando, durante o desenvolvimento, não há eversão do mamilo, não apresentando importância clínica. Agora, quando ocorre de maneira adquirida, é clinicamente importante porque pode ser indício de neoplasia invasiva ou doença inflamatória. Apresentações Clínicas Das Doenças Mamárias SINTOMAS DE DOENÇAS MAMÁRIAS: • Dor (mastalgia ou mastodinia): pode ser devido ao ciclo, aos cistos rompidos, às lesões físicas e às infecções. • Massas palpáveis: são os cistos, os fibroadenomas e os carcinomas invasivos. Na pré-menopausa, as benignas são as mais comuns, e, conforme a idade aumenta, a chance das malignas aumenta. • Descarga papilar: quando espontânea e unilateral, é a que mais indica carcinoma. As descargas hemorrágicas ou serosas são causadas por papilomas ductais ou cistos. A Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano malignidade aumenta a sua chance com a idade. o A galactorreia (descarga láctea) não está associada à malignidade. OS PRINCIPAIS SINAIS MAMOGRÁFICOS DE CARCINOMA MAMÁRIO SÃO DENSIDADES E CALCIFICAÇÕES DENSIDADES – ocorrem quando há substituição do estroma adiposo por tecido radiodenso. Quando elas são mais arredondadas, em geral, são benignas. Agora, quando elas são irregulares, em geral, são carcinomas invasivos. CALCIFICAÇÕES – ocorrem em secreções, restos necróticos e estroma hialinizado, estando associadas às lesões benignas. Porém, quando pequenas, irregulares, numerosas e agrupadas, são associadas às lesões malignas. Distúrbios inflamatórios 1. Mastite aguda Em geral, acontece no primeiro mês da amamentação, sendo causada por uma infecção bacteriana (Streptococcus aureus ou estreptococos) local quando a mama está vulnerável por rachaduras e fissuras. SINTOMAS – eritema e dor na mama, associado com febre. Celulites na mama, que é a forma como a doença se manifesta. Pode haver formação de abcessos. 2. Metaplasia escamosa dos ductos galactíferos Também chamada de abcesso subareolar recorrente, mastite periductal ou doença de Zuska. SINTOMAS – massa subareolar eritematosa e dolorosa. Pode ser que forme um trajeto de fístula abaixo da musculatura lisa do mamilo, que vai se abrir na pele, no topo da aréola. FATOR DE RISCO – tabagismo. MORFOLOGIA – presença de metaplasia escamosa com queratinização dos ductos mamilares, sendo que essa queratina vai obstruir os ductos, causando uma dilatação e ruptura do ducto, o que causa uma resposta inflamatória crônica quando a queratina extravasa. 3. Ectasia Ductal É uma massa palpável periareolar, associada com a descarga papilar espessa, esbranquiçada e com possível retração da pele, mas sem dor e vermelhidão. FATORES DE RISCO – 5ª-6ª década de vida, multíparas. MORFOLOGIA – ductos dilatados preenchidos por secreção espessa e macrófagos com lipídios. Quando esses dutos se rompem, há inflamação crônica intersticial e periductal, caracterizada por linfócitos, macrófagos e plasmócitos. Pode haver formação de granulomas, com consequente fibrose. Ela simula um carcinoma invasivo. 4. Necrose Gordurosa Pode simular câncer com massas palpáveis indolores, espessamento ou retração da pele, densidades ou calcificações. FATOR DE RISCO – história prévia de trauma mamário ou cirurgia. MORFOLOGIA – aspecto hemorrágico, com áreas centrais de necrose gordurosa liquefativa com neutrófilos e macrófagos. MACROSCOPIA – nódulos firmes e mal delimitados branco-acinzentados, com focos de calcificação. 5. Mastopatia Linfocítica (Lobulite Linfocítica Esclerosante). São nódulos únicos ou múltiplos, endurecidos e palpáveis, podendo aparecer como densidades. FATORES DE RISCO – DM tipo I e doença tireoidiana autoimune. 6. Mastite granulomatosa Pode ser por uma doença granulomatosa sistêmica, como a sarcoidose, ou por doenças localizadas. A mastite lobular granulomatosa é rara e acomete mulheres que amamentaram, com causa possível em uma hipersensibilidade aos antígenos durante a lactação. O tratamento é via corticoterapia. A mastite granulomatosa neutrofílica cística apresenta uma histologia semelhante e é causada por Corynebacterium. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Ainda, existem as mastites relacionadas as micobactérias, aos fungos e aos corpos estranhos, como as próteses mamilares e os piercings mamilares. Lesões Epiteliais Benignas 1. Alterações Fibrocísticas/não proliferativas CARACTERÍSTICAS – Nódulos irregulares à palpação, mama densa com cistos na radiografia, histologia com achados benignos. Não associadas ao câncer de mama. Podem aparecer como cistos, como fibrose ou como adenose. CISTOS – formados pela dilatação dos lóbulos e podem coalescer, formando cistos maiores. Eles ontem líquido turvo de coloração marrom ou azul, sendo recobertos por epitélio atrófico plano ou por células apócrinas metaplásicas. Esta última contém citoplasma granular, eosinofílico e núcleo arredondado, parecendo o das glândulas sudoríparas. Eles são preocupantes apenas quando são solitários e firmes à palpação. FIBROSE – quando os cistos se rompem e liberam o conteúdo no estroma, formando fibrose e contribuindo para o aspecto nodular. ADENOSE – aumento no número de ácinos por lóbulo, sendo comum na gravidez. Esses ácinos sao revestidos por células colunares que podem parecer benignas ou ter atipia nuclear (atipia epitelial plana). A atipia epitelial plana é uma proliferação clonal associada à perda do cromossomo 16q, sendo uma lesão precursora para o carcinoma de baixo grau. ADENOMAS DA LACTAÇÃO – nódulos palpáveis em grávidas ou que amamentam, formados por tecido mamária com alteração de lactação. 2. Doenças mamárias proliferativas sem atipia 2.1. HIPERPLASIA EPITELIAL NORMAL (imagem A) - Ductos e lóbulos mamários revestidos por 2 camadas de mioepitélio e células luminares. HIPERPLÁSICO (imagem B) – mais células luminais e mioepiteliais, preenchendo e distendendo os ductos e lóbulos, deixando luzes irregulares. 2.2. ADENOSE ESCLEROSANTE Aumento do número de ácinos, que ficam comprimidos e distorcidos no centro. A fibrose estromática é capaz de comprimir a luz completamente, parecendo cordões sólidos ou uma camada de células dupla sobre um estroma denso, simulando um carcinoma invasivo. A adenose esclerosante aparece como um nódulo palpável, como densidade ou como calcificação. 2.3. LESÃO ESCLEROSANTE COMPLEXA É a adenose esclerosante + papilomas + hiperplasia epitelial. Quando radial, há formato irregular, podendo simular um carcinoma invasivo, além de parecer um ninho central de glândulas em um estroma hialino, sendo circundado por projeções radiais dessas glândulas. 2.4. PAPILOMA Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano São múltiplas ramificações com eixos fibrovasculares dentro de um ducto dilatado, com presença de hiperplasia epitelial e metaplasia apócrina. 80% produzem descarga papilar, possivelmente hemorrágicas, podendo causar infarto da célula. 2.5. GINECOMASTIA Aumento das mamas MASCULINAS, que se apresenta como um aumento subareolar como um botão. MICROSCOPIA – deposição de colágeno e hiperplasia do epitélio de revestimento ductal. CAUSA – desequilíbrio entre estrogênio e andrógeno. FATORES DE RISCO – álcool, maconha, heroína, terapias antirretrovirais, anabolizantes esteroides. Pode estar associada à síndrome de Klinefelter (cariótipo XXY) ou às neoplasias testiculares. 3. Doença mamária proliferativa com atipia É uma proliferação clonal com algumas características histológicas para o diagnóstico do carcinoma in situ. Pode ser de duas formas: hiperplasia ductal atípica e hiperplasia lobular atípica. HIPERPLASIA DUCTAL ATÍPICA – semelhança com o carcinoma ductal in situ na histologia. Proliferação monomórfica de células espaçadas regularmente, as vezes em padrão cribiforme. HIPERPLASIA LOBULAR ATÍPICA – células idênticas às do carcinoma lobular insitu, mas não preenchem e nem distendem mais de 50% dos ácinos em um lóbulo. Carcinoma da Mama Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano FATORES DE RISCO: mutações hereditárias; parentes em primeiro grau com câncer de mama; raça/etnia; idade; idade da menarca; idade no nascimento do primeiro filho; doença mamária benigna; exposição estrogênica; densidade mamária; exposição à radiação; carcinoma da mama contralateral ou de endométrio; dieta; obesidade; tóxicos ambientais. CANCER DE MAMA HEREDITÁRIO: genes envolvidos são o BRCA1, BRCA2, TP53, CHEK2. CANCER DE MAMA ESPORÁDICO: os fatores de risco são aqueles relacionados à exposição hormonal, como o gênero, a idade da menarca e menopausa, amamentação e estrogênios exógenos. MECANISMOS DA CARCINOGÊNESE: 1. Carcinoma in Situ 1.1. Carcinoma ductal in situ (CDIS) É a proliferação clonal de células epiteliais malignas limitadas aos ductos e lóbulos devido a presença da membrana basal. Há presença de células mioepiteliais, mas em número reduzido. Esse carcinoma pode se disseminar pelo sistema ductal e lesionar o setor inteiro da mama. Raramente produz descarga papilar. MORFOLOGIA – Pode ser de dois tipos: comedocarcinoma e não comedocarcinoma, sendo o grau nuclear e a necrose os melhores preditores de recorrência e progressão para invasão. COMEDOCARCINOMA – pode ter nódulos, mas, em geral, são áreas calcificas agrupadas, lineares e ramificadas, possuindo células neoplásicas com núcleo pleomórfico de alto grau e áreas de necrose central. NÃO COMEDOCARCINOMA – não há núcleo de alto grau e nem necrose central. O cribiforme, mostrado na imagem abaixo, tem espaços arredondados em meio de ductos ou um padrão sólido. Já o papilífero possui protusões bulbares sem eixos fibrvasculares, arranjadas em padrões intraductais. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano DOENÇA DE PAGET DO MAMILO – manifestação rara do câncer de mama, aparecendo como erupção eritematosa unilateral com uma crosta escamosa, podendo ter prurido e podendo ser confundida com eczema. As células neoplásicas vão se disseminar pelos ductos até a pele, mas sem infiltras a membrana basal. Entretanto, há rompimento da barreira epitelial, fazendo com que vaze fluido extracelular para a superfície do mamilo. 1.2. Carcinoma Lobular in situ Proliferação clonal de células dentro de ductos e líbulos que crescem de maneira não coesa pela perda da E- caderina, que é uma proteína de adesão tumoral. MORFOLOGIA – células com núcleos ovais ou arredondados e pequenos nucléolos, envolvendo ductos e lóbulos. Há células mucoprodutoras em forma de anel de sinete. A falta da E-caderina causa a forma arredondada e sem coesão das células adjacentes, de modo que não formem espaços cribiformes ou papilares. Não envolve a pele dos mamilos. É UM FATOR DE RISCO PARA CARCINOMAS INVASIVOS. 2. Carcinoma invasivo 2.1. RE POSITIVO, HER2 NEGATIVO, BAIXA PROLIFERAÇÃO É o mais frequente em mulheres e homens idosos, sendo comum em mulheres submetidas à reposição hormonal na menopausa. QUAIS GENES? Aqueles que são regulados diretamente pelo receptor de estrogênio. CAUSAM METÁSTASES? Em geral, não, mas se sim, é para ossos. PADRÕES? Mucinoso, papilar, cribriforme ou lobular. 2.2. RE POSITIVO, HER2 NEGATIVO, ALTA PROLIFERAÇÃO Os níveis de RE podem ser baixos e a expressão do receptor de progesterona pode ser baixo ou ausente. QUAIS GENES? BRCA2. PADRÕES? Mucinoso, papilar, cribriforme ou lobular. 2.3. HER2 POSITIVO É o segundo mais comum, sobretudo em mulheres jovens e não caucasianas. QUAIS GENES? TP53 (síndrome de Li-Fraumeni). CAUSAM METÁSTASES? Sim, para órgãos e cérebros. PADRÕES? Apócrinos ou micropapilíferos. 2.4. HER2 NEGATIVAS E RE NEGATIVAS É o terceiro mais comum em mulheres jovens, antes da menopausa e em afro-americanas e hispânicas. QUAIS GENES? BRCA1. Alta proliferação e rápido crescimento. PADRÕES? Características medulares. 2.5. ESTADIAMENTO GRAU I: bem diferenciado, cresce em padrão tubular com pequenos núcleos arredondados e tem baixo índice proliferativo. GRAU II: podem ter formações tubulares, mas há grupamentos sólidos ou células infiltrantes isoladas. Há maior grau de pleomorfismo nuclear e há figuras mitóticas. GRAU III: invadem na forma de ninhos desorganizados ou lâminas sólidas de células com núcleo aumentado e irregular, com alto índice proliferativo e áreas de necrose tumoral. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano A imagem abaixo está na ordem do menor para o maior grau: 2.6. PADRÕES HISTOLÓGICOS LOBULAR – massa irregular, podendo ser infiltrativo difuso, com desmoplasia mínima. Presença de células tumorais infiltrativas não coesas, em forma de anel de sinete, com mucina intracitoplasmática. MUCINOSO (COLOIDE) – macio ou elástico, com consistência e aspecto de gelatina azul-acinzentada, com bordas abauladas ou circunscritas. Disposição em ninhos e em pequenas ilhas dentro de lagos de mucina. TUBULARES – túbulos bem formados, podendo ser confundidos com lesões esclerosantes benignas. Há focos apócrinos típicos e calcificações luminais nas luzes. Associados à atipia epitelial plana, à hiperplasia lobular atipia, à CLIS ou à CDIS de baixo grau. PAPILÍFERO – presença de papilas reais, com eixos de tecido fibrovascular recoberto por células tumorais. APÓCRINO – células parecidas com as que revestem as glândulas sudoríparas. O núcleo é arredondado e maior, com nucléolo proeminente e citoplasma eosinofílico abundante, podendo ser granular. MICROPAPILÍFERO – tem bolas ocas com células flutuantes no fluido intercelular, parecendo uma papila real. MEDULAR – mais macio que outros carcinomas devido a uma desmoplasia mínima, se apresentando como um nódulo bem circunscrito. Possui um ninho sólido, sincicial, composto por células grandes com núcleo pleomórfico e nucléolo proeminente; figuras mitóticas; infiltrado linfoplasmocitário de moderado a intenso ao redor e dentro do tumor; borda abaulada. 4. Fatores prognósticos e preditivos - CARCINOMA INVASIVO X IN SITU: in situ possui um prognóstico melhor. - METÁSTASES A DISTÂNCIA: prognóstico ruim, em geral, parte-se para cuidados paliativos. - METÁSTASES LINFONODAIS: ver acometimento de linfonodo sentinela e os seus arredores. Dependendo do resultado, o prognóstico pode mudar. Se acometer apenas o sentinela, o prognóstico é melhor. - TAMANHO DO TUMOR: depende do tipo de tumor. - DOENÇA LOCAL AVANÇADA: carcinomas que invadem a pele ou a musculatura esquelética tem pior prognóstico. - CARCINOMA INFLAMATÓRIO: prognóstico ruim. - INVASÃO LINFÁTICA OU VASCULAR: prognóstico ruim, metástases. - SUBTIPO MOLECULAR: define prognóstico. - TIPOS HISTOLÓGICOS ESPECIAIS: taxa de sobrevida maior do que aquelas sem os tipos especiais. - GRAUS HISTOLÓGICOS: quanto maior a atipia, pior o prognóstico. - ÍNDICE DE PROLIFERAÇÀO: quanto maior o número de figuras mitóticas, pior é o prognóstico. - RECEPTORES DE ESTROGÊNIO (RE) E PROGESTERONA: pior prognóstico. - HER2 POSITIVO: pior prognóstico. 5. Tumores estromáticos 5.1. Fibroadenoma Tumor benigno mais comum. Nas mulheres jovens, aparece como massa palpável e, nas mulheres idosas, aparece como densidade mamográfica ou como calcificações agrupadas. São hiperplasias policlonais do estroma lobular. O seu componente epitelial responde aos hormônios, havendo um aumento do tamanho durante a gravidez. MORFOLOGIA – são tumores bem circunscritos, elásticos, na forma de nódulos branco-acinzentados que abaúlam o tecido circunjacente, contendo fendas. O estroma é delicado e mixoide, parecendo o estroma intralobular normal. O epitélio pode ser envolvido pelo estroma ou pode ser comprimido e distorcido por ele. Em idosas, o estroma fica hialino e o epitélio atrófico. 5.2. Tumor filoide Originam-se do estroma intralobular, sendo comum depoisdos 60. Aparecem como uma massa palpável e podem ser referidos como cistossarcomas filoides, porém, o comportamento não é cístico. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano MORFOLOGIA – protusões bulbosas que se alargam em espaços císticos. Possuem uma grande celularidade e um grande índice mitótico, pleomorfismo nuclear, crescimento excessivo do estroma e limites infiltrativos. 5.3. Lesão do estroma interlobular Compostos de células estromáticas sem acompanhamento do componente epitelial, podendo ser maligno ou benigno. MIOFIBROBLASTOMA: proliferação de miofibroblastos, comum em homens e mulheres. LIPOMAS: palpáveis, lesões que contêm gordura. FIBROMATOSE: proliferação clonal de fibroblastos e miofibroblastos, sendo uma massa irregular, infiltrativa, que pode envolver pele e músculo. É localmente agressiva, mas não metastática. 5.4. Tumores malignos do estroma interlobular ANGIOSSARCOMAS: esporádicos ou originados de complicações de tratamentos. Os esporádicos ocorrem no parênquima mamário de mulheres jovens, sendo de alto grau e com prognóstico ruim. RABDOMIOSSARCOMA, LIPOSSARCOMA, LEIOMIOSSARCOMA, CONDROSSARCOMA E OSTEOSSARCOMA. 6. Outros tumores malignos da mama LINFOMAS NÃO HODGKIN – podem ser primários da mama ou as mamas podem ter envolvimento secundário. A maioria dos linfomas da mama é de células B, enquanto raros linfomas de células T podem originar cicatriz capsular associada ao implante mamário (provavelmente por inflamação crônica). LINFOMA DE BURKITT – envolvimento mamário bilateral maciço e frequente em mulheres gravidas ou amamentando. METASTASES PARA MAMA – melanomas e tumores ovarianos.
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