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CURSO PRÁTICO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO Ivan Kertzman - 2020

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i> I 'i' 1, 
Definiglo de Seguridade Social 
7\ 
) Art. 194 CF/1988 
. A seguridade social foi definida no caput do art. 194 da ~onstituiC2o Federal corno 
*um conjunto integrado de acces de iniciativa dos Poderes Pbblicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar o direito 2 sabde, 5 previdsncia e 2 assistsncia social". 
A definicio constitucional enumera as ireas da seguridade social em: 
Sabde; 
AssistCncia social; 
Previdencia social; 
0 legislador constituinte agregou estas trCs ireas na seguridade social, devido P 
inter-relac20 que pode ser facilrnente observada entre elas. Se investirrnos na sairde 
pbblica, rnenos pessoas ficarn doentes ou o tempo de cura C menor, e, corno conse- 
quCncia direta, menos pessoas requerern beneficios previdenciirios por incapacidade 
de trabalho ou o tempo de percepqio de tais beneficios 6 rnenor. Se investirrnos na 
previdCncia social, mais pessoas estario incluidas no sisterna, de forrna que, ao enve- 
Ihecerern, terzo direito 5 aposentadoria, nHo necessitando de assistencia social. 
A seguridade social esth inserida no Titulo Vlll da Constituiqio Federal, dedicado i 
ordem social. Por isso, os direitos relativos 5 previdencia, saOde e assistencia social 
s io considerados direitos sociais. 
0 Direito ~;evidenciirio estuda apenas um desses rarnos, qua1 seja, o da previdencia 
social. No decorrer desta obra esgotaremos a anilise previdenciiria, focando os pontos 
mais indagados em provas de concursos pbblicos. 
Neste capitulo, entretanto, cornentaremos aspectos iniciais relacionados a esses 
trCs rarnos da seguridade. 
Apesar de essa definicso ser bastante simples, tern sido alvo de cobranca por 
todas as bancas organizadoras de concursos pirblicos. A ESAF, por exemplo, exige a 
rnemorizacio do citado texto do art. igq da CF11988. Vejarnos exernplos de questces: 
Exemplo de questlo da ESAF: 
(~uditor-Fiscal da Receita Federal Area Tributdria e Aduaneira 2w5/2006 - ESAF) 
No irnbito da Seguridade Social, corn sede na Constituiqlo Federa1/1988 (art. 
igq), podemos afirrnar: 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
-. - - -- ---- 
a) A seguridade social cornpreende urn conjunto de a@es de iniciativa dos 
Poderes Pbblicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relativos 
P sabde, h vida, P previdencia e P assistencia social. 
b) A seguridade social cornpreende urn conjunto integrado de a@es dos Po- 
deres Pbblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos 
i sabde, P previdtncia, P vida e P assistencia social. 
c) A seguridade social cornpreende urn conjunto integrado de a@es de ini- 
ciativa dos Poderes Pbblicos e da sociedade, destinadas a assegurar & 
direitos relativos P sabde, P previdencia e P assistencia social. 
d) A seguridade social cornpreende um conjunto de a~6es dos Poderes Pbbli- 
cos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos P sabde, 
P previdCncia e P assisttncia social. 
e) A seguridade social cornpreende urn conjunto integrado de a ~ 6 e s de 
iniciativa dos Poderes Pdblicos constituidos e da sociedade, destinado a 
assegurar os direitos relativos i sabde, P previdCncia e a assistCncia social. 
Resposta: C - Corresponde ao exato texto. 
Vejam a questao cobrada n o dlt imo concurso de TCcnico do Seguro Social sobre 
esse tema: 
(Cespe - Tecnico do Seguro Social - iNSS/2016) A CF define seguridade social 
corno urn conjunto integrado de a~6es de iniciativa dos poderes pdblicos e da 
sociedade destinadas a assegurar direitos relativos P sabde, P previdCncia e 
A assistintia .social. .. - 
A quest20 repete o texto do art. 194 da Constitui~5.0 Federal de 1988, corno 
ocorre em diversas quest6es de concurso pbblico. 
Resposta: Certa 
por exemplo, a educa~ao n o rol da seguridade social. ~ a i s q ~ e s t 6 e s ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ , r , c ~ n ~ i d ~ r ~ d a s ~ 
erradas. .I ; 
O b s e ~ e m que nem todos os direitos sociais enurnerados no art. 60 da C o n s t i t u i ~ i o 
Federal s'ao pertencentes 2 seguridade social. Vejarnos os direitos sociais listados n o 
citado artigo: 
Art. 60 Sa'o dircltos sociais a educajzo, a saride, a alimenta~a'o, o trabalho, a mo- 
radia, o transporte, o lazer, a seguranca, a previdZncla social, a protecio d mater- 
nidade e d infincia, a assistZncla aos desamparados, na forma desta Constitui~a'o. 
DEFlNlChO DE SEGURIDADE SOCIAL - 
/- 
para fixar ainda mais o aprendizado, o gr i f ico a seguir representa as t r i s Areas da 
seguridade social: 
rn j- - SAI~DE 
- ASSIST~NCIA SOCIAL 
- PRNID~NCIA SOCIAL 
b Arts. 196 a 200, CF/1988 
"A sadde C direito de todos e dever do Estado, garantido mediante politicas so- 
ciais e econ6micas que visem P r e d u ~ z o do risco de d o e n ~ a s e de outros agravos, e 
ao acesso universal e igual i t i r io i s a@es e s e ~ i ~ o s para a sua prorno~Zo, proteqzo e 
recupera@o" (art. 196, C R ~ ~ l l 9 8 8 ) . 
0 acesso P sadde independe de pagamento e 6 irrestrito, inclusive para os estran- 
geiros que n'ao residem no pais. At6 as pessoas ricas podern utilizar o s e r v i ~ o pirblico 
de sacde, niio sendo necessirio efetuar quaisquer contr ibu i~8es para ter direito a este 
atendimento. 
Exemplo: 
Mike, arnericano, veio passar suas firias no Brasil, chegando cidade do Rio 
de Janeiro. AO desembarcar no aeroporto do GaleZo, solicitou urn thi, partindo 
em dire~2o P Barra da Tijuca, via Linha Arnarela. Por azar, foi atingido por uma 
"bala perdida". Mike poderi ser atendido na rede pdblica de sairde, indepen- 
denternente de pagamento, embora n b seja brasileiro nem residente neste pais. 
Exemplo d e ques t lo sobre o tema: 
(Ticnico do Seguro Social - INSS 2016 - CESPE) De acordo corn o principio da 
universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil poderiio receber 
atendimento da seguridade social. 
Respos ta: certa 
A saiide C administrada pelo SUS - Sistema ~ n i c o de Sahde, vinculado ao MinistCrio 
da Sadde: Este 6 rg io nao guarda qualquer relac'ao corn o INSS ou corn a previdencia 
social. A confusio C bastante frequente no rneio popular j i que, no passado, a sadde 
e a previdincia fizerarn pane da mesrna estrutura, corno verernos no pr6ximo capitulo. 
0 Sistema h i c o de Sairde C financiado com recursos dos orcamentos da seguri- 
dade social elaborados pela Uniiio, Estados, Distrito Federal e pelos Municipios, alCm 
de outras fontes. 
CURS0 PRATICO DE DlRElTO PREVIDENCIARIO - /van Kertzman 
Siio de relevancia pirblica as aq6es e servi~os de saiide, cabendo ao Poder Pbblico 
dispor sobre 'sua regularnentaqiio, fiscalizaqio e controle, devendo sua execuqio ser 
feita diretarnente ou por rneio de terceiros e tambirn por pessoa fisica ou juridica de 
direito privado. 
A Uniiio aplicari, anualrnente, em aqaes e serviqos pdblicos de sairde, no rninirno, 
15% da receita corrente liquida do respectivo exercicio financeiro (art. 198, 3 20, 1, da 
CF/1988) 
De acordo corn o 3 30 do art. 198 da Constituiqiio Federal, lei cornplementar, que 
seri reavaliada pelo rnenos a cada cinco anos, estabeleceri: 
I - os percentuais rninimos de aplicaqio de recursos nas aq6es e s e ~ i ~ o s pb- 
blicos de sabde dos irnpostos dos Estados, Distrito Federal e Municipios; 
II - os critirios de rateio dos recursos da Uniio vinculados h sabde destinados 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios, e dos Estados destinados 
a seus respectivos Municipios, objetivando a progressiva reduqiio das dis- 
paridades regionais; 
111 - as norrnas de fiscalizaqiio, avaliaqio e controle das despesas corn sabde nas 
esferas federal, estadual, distrital e municipal; 
IV - as norrnas de cilculo do montante a ser aplicado pela Uniiio. 
A assistCncia d saGde 6 livre d iniciativa privada (art. 199, CFIlg88). As instituiqaes 
privadas poderio participar de forrna cornplernentar ao sisterna dnico de sabde, segundo 
diretrizes deste, rnediante contrato de direito pdblico ou convenio, tendo preferencia 
as entidades filantr6picas e as sern fins lucrativos. 
proibida,no entanto, a dest ina~io de recursos. pbblicos para auxilios ou sub- 
venqBes hs instituicBes privadas corn fins lucrativos, ou seja, estas ernpresas podern 
participar do sisterna pdblico de sabde, mas nZo podern receber qualquer espicie de 
incentive corn recursos pdblicos. 
As empresas ou capitais estrangeiros n i o podern participar da assistencia h sadde 
no Pais, salvo nos casos previstos em lei. 0 art. 23 da Lei 8.080/1ggo, alterada pela 
Lei 13.097, de 19/01/2015 disp6e que C perrnitida a participaqio direta ou indireta. 
inclusive controle, de ernpresas ou de capital estrangeiro na assistencia h sairde nos 
seguintes casos: 
I - doaqaes de organisrnos internacionais vinculados h Organizaqio das Naq6es 
Unidas, de entidades de cooperaqiio tkcnica e de financiarnento e ernprCsti- 
rnos; 
II - pessoas juridicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: 
a) hospital geral, inclusive filantrbpico, hospital especializado, policlinica, 
clinica geral e clinica especializada; e 
b) aqaes e pesquisas de planejarnento familiar; 
DEFINICAO DE SEGURIDADE SOCIAL 
~. ~ . . ~ .... . -.. ~ . . . .- . . .. . -..- .. . - ~ ~ 
III - serviqos de sairde mantidos, sern finalidade lucrativa, por empresas, para 
atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer Snus para a 
seguridade social; e 
IV - dernais casos previstos em legis la~io especifica. 
Na qualidade de aq6es e serviqos de sairde, as atividades de apoio h assistencia 2 
sabde siio aquelas desenvolvidas pelos laborat6rios de genitica hurnana, produqIo e 
fornecimento de rnedicarnentos e produtos para sabde, laborat6rios de anilises clinicas, 
anatomia patol6gica e de diagn6stico por irnagern e sHo livres h participaqio direta ou 
indireta de ernpresas ou de capitais estrangeiros (art. 53-A da Lei 8.080/1ggo). 
AS a@es e servi~os piiblicos de sadde integrarn urna rede regionalizada e hierarqui- 
zada e constituern urn sisterna dnico, organizado de acordo corn as seguintes diretrizes: 
I - descentraliza~Zo, corn direqiio bnica em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, corn prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuizo dos servi~os assistenciais; 
111 - participaqio da cornunidade. 
Apesar de o orgio que administra a satide ter o nome "Sistema Onico de Sadde", as ag6es 
nessa irea sio descentralizadas. As bancas examinadoras dos concursos publicos costu- 
mam elaborar proposigi5es mencionando que o SUS -Sistema dnico de Sadde possui ag6es 
centralizadas. 
Outro ponto abordado em concursos e a priorizagio das ag6es de cariter preventivo da 
salide. Questaes tentam confundir o estudante, mencionando que seri priorizado o aten- 
dimento aos enfermos em detriment0 das a@es preventivas. 
Ao sisterna dnico de sabde compete, alkrn de outras atribuiqaes: 
I - controlar e fiscalizar procedirnentos, produtos e substancias de interesse 
para a sadde e participar da produqio de rnedicamentos, equiparnentos, 
imunobiol6gicos, hernoderivados e outros insurnos; 
I1 - executar as aqaes de vigilancia sanitaria e epiderniol6gica, bern como as de 
sairde do trabalhador; 
Ill - ordenar a forrnaqio de recursos hurnanos na i rea de sabde; 
IV - participar da forrnulaqio da politica e da execuqio das aq6es de sanearnento 
bisico; 
V - incrernentar em sua i rea de atuaqzo o desenvolvirnento cientifico e tecno- 
16gico e a inovacio; 
\/I - fiscalizar e inspecionar alirnentos, cornpreendido o controle de seu teor nu- 
tricional, bern ccrno bebidas e 6guas para consurno hurnano; 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzrnan 
- - 
VII -participar do controle e fiscalizacio da producio, transporte, guarda e utili- 
zacio de substSncias e produtos psicoativos, t6xicos e radioativos; 
Vlll - colaborar na proteqio do rneio arnbiente, nele compreendido o do trabalho. 
A lei definir i os critirios de transferencia de recursos para o sisterna hnico de 
sahde e aq6es de assistencia social da Uniio para os Estados, o Distrito Federal e os 
Municipios, e dos Estados para os Municipios, observada a respectiva contrapartida de 
recursos (art. 195, 3 lo, CF/lg88). 
A EC 51/2006 incluiu os 3s 40 a 60 do art. 198, dispondo sobre o trabalho dos agentes 
comunitirios de sairde. 0s gestores locais do sisterna irnico de sairde poderio admitir 
agentes comunitirios de sahde e agentes de cornbate i s endemias por rneio de pro- 
cesso seletivo phblico, de acordo com a natureza e complexidade de suas atr ibui~6es 
e requisitos especificos para sua atuacio, delegando a Lei Federal a regulamentac50 
da matiria. 0s agentes podem perder o cargo em funcio do descumprimento dos re- 
quisitos definidos na lei (regulamentado pela Lei 11 .j50/2006). 
Por irltimo, a Constituiqio determina que a lei deveri dispor sobre as condi~6es 
e os requisitos que facilitem a remocio de brglos, tecidos e substincias hurnanas 
para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem corno a coleta, processamento 
e transfusZo de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tip0 de cornercializa~50. 
1.2. ASSIST~NCIA SOCIAL 
Arts. 203 e 204, CF/1988 
A assisthcia social serd prestada a quern dela necessitar, independentemente de 
contribuiq20 i seguridade social. Aqui, o requisito bisico 6 a necessidade do assistido. 
A assistencia possui os seguintes objetivos: 
I - a proteqio A familia, 2 maternidade, a infincia, h adolesc@ncia e ii velhice; 
II - o amparo i s crianqas e adolescentes carentes; 
111 - a promoq5o da integraqio ao rnercado de trabalho; 
IV - a habilitaqio e reabi l i ta~io das pessoas portadoras de defici6ncia e a pro- 
moqio de sua integraqio vida comunitiria; 
V - a garantia de um salirio minimo de beneficio mensal pessoa portadora de 
deficiEncia e ao idoso que comprovem n i o possuir meios de prover P pr6pria 
manutencZo ou de tE-la provida por sua familia, conforrne dispuser a lei. 
Percebe-se, ao analisar-se os objetivos da assistencia social, que estes englobarn 
serviqos prestados e beneficios concedidos. A assistencia social garante o beneficio 
de um salirio minimo ao idoso e/ou deficiente que comprovem n50 possuir meios de 
prover f prdpria manutenq'io ou de t6-la provida por sua familia. 9s beneficios assis- 
tenciais serio objetos de estudo em capitulo pr6prio. 
DEFINICAO DE SEGURIDADE SOCIAL 
.. -. . . . . . . . .- . . . - . . . - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..-..-..-.-.--.pp.- ............ 
0s beneficios assistenciais pecunidrios s i o devidos somente aos brasileiros e 
estrangeiros naturalizados e domiciliados no Brasil que n i o estejam cobertos pela 
previdCncia social do pais de origern (art. 70, Decreto 6.214/2007). 
salientamos que em posicio oposta h vedacio de concessio de beneficio assis- 
tencial aos estrangeiros, por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a 
condiq5~ de estrangeiro residente no Brasil n i o impede o recebimento do Beneficio de 
prestaqio Continuada @PC), pago pel0 lnstituto Nacional do Seguro Social i s pessoas 
corn deficiencia e aos idosos. 
o recurso extraordinirio RE 587970 teve repercussio geral reconhecida, ou seja, tal 
entendimento deve ser aplicado pelas demais instincias do Poder Judicidrio a processos 
semelhantes. A tese de repercuss50 geral aprovada foi: "0s estrangeiros residentes no 
pais d o beneficidrios da assistencia social prevista no artigo 203, inciso V, da Consti- 
tuiqio Federal, uma vez atendidos 0s requisitos constitucionais e legais". 
Que significa ser necessitado para fazer jus i s prestaq6es assistenciais? 
~epende. Para obter o beneficio de um salirio minimo, o requisitante nZo pode 
ter condicaes financeiras satisfatbias para a sua manutenqio. Por outro lado, para ser 
beneficiado pelos servicos assistenciais, a situacio de necessitado nZo est6 relacionada 
com os rendimentos. Uma mulher rica pode, teoricamente, sentir-se necessitada de 
inforrnacaes a respeito de sua gestaqio. 
A assistCncia social ser i organizada com recursos do orearnento da seguridade 
social, devendo seguir as seguintes diretrizes:I - Descentralizagio politico-administrativa: cabendo a coordena~iio e as normas 
gerais P esfera federal, e a coordenac'io e a execuc'io dos respectivos pro- 
gramas i s esferas estadual e municipal, bem corno a entidades beneficentes 
e de assistencia social; 
I1 - Participaq'io da populagio: por meio de organizac6es representativas, na 
formulac'io das politicas e no controle das aq6es em todos os niveis. 
i facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a um programa de apoio i 
lnclusio e promoc50 social at6 0,5% de sua receita tributiria liquida, vedada a aplicacao 
desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - servico da divida; 
111 - qualquer outra despesa corrente n i o vinculada diretamente aos investimentos 
ou ac6es apoiados. 
Arts. 201 e 202, CFf1988 
A previdencia social serd organizada sob a forma de regime geral, de cariter 
contributivo e de filiag'io obrigatbria, observados critkrios que preservem o equilibrio 
financeiro e atuarial, e atenderi (art. 201, CF, alterado pela EC 103/2019): 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVlDENClARlO - Ivan Kertzman 
- - - _ -- - - - - - - - - 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporiria ou permanente para o 
trabalho e idade avan~ada; 
I1 - proteqzo h maternidade, especialmente h gestante; 
Ill - prote~zo ao trabalhador em situaczo de desemprego involuntirio; 
IV - salirio-familia e auxilio-recluszo para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V - penQo por morte do segurado, homem ou mulher, ao cdnjuge ou ao com- 
panheiro e aos seus dependentes, observado o lirnite minirno de um salirio 
minimo. 
Para atender a estes principios, forarn instituidos os seguintes beneficios: 
Aposentadoria por invalidez (por incapacidade perrnanente); 
Aposentadoria voluntiria (criada pela EC io3/zoig); 
Aposentadoria por idade (extinta pela EC 103/zoig); 
Aposentadoria por tempo de contribuigio (extinta pela EC io3/zolg); 
Aposentadoria especial por exposig'io a agente nocivo; 
Aposentadoria especial da pessoa com deficitncia; 
Salirio-rnaternidade; 
Salirio-farnilia; 
Auxilio-doenqa (por incapacidade ternporiria); 
PensZo por morte; 
Auxilio-reclusio. 
Tais prestaqties sZo gerenciadas pelo MinistCrio da Economia com apoio do INSS - 
lnstituto Nacional do Seguro Social (e nzo da Seguridade Social, como costumam cha- 
mar), autarquia federal responsive1 pela administraqzo dos beneficios previdenciirios. 
AtenqIo! 
Embora no texto constitucional haja prevido expressa de que a previdencia social deve 
proteger o trabalhador em situaqtio de desemprego involuntdrio, o beneficio governamental 
fornecido nesta situa~zo-seguro-desemprego - 15 administrado pelo Ministbrio da Econo- 
mia (salvo o seguro defeso do pescador, conforme Lei 13.134, de 16/06/2015, que 6 pago 
pelo INSS), nZo fazendo parte dos beneficios previdenciirios. Ocorre que este beneficio b 
tipicamente previdenciirio e de fato deveria ser oferecido pela previdCncia social, entre- 
tanto, devido a raztics politicas, sua administraqso passou para o ~ in is ter io do Trabalho, 
atualmente o Ministbrio da Economia. 
Algumas proposi~Bes de concursos pliblicos citam trecho do texto constitucional do qua1 
consta prevlsBo do atendimento i situaqzo do desemprego involuntdrio pela previdCncia 
DEFINICAO DE SEGURIDADE SOCIAL 
/ 
. -- - - . -- -- - -- - - - - . . - 
social. Estas questties obviamente devem ser consideradas corretas. Se, contudo, a pro- 
posiqZo afirmar que o seguro desemprego 6 um beneficio efetivamente oferecido pela 
previdCncia Social, deve ser considerada errada. 
A organiza~zo da previdCncia social 6 sustentada por dois principios bisicos, con- 
forme definiqao do prbprio texto constitucional: compulsoriedade e contributividade. 
0 principio da cornpulsoriedade 15 o que obriga a filiag'io a regime de previdtncia 
social aos trabalhadores que trabalhern. Se os segurados pudessern optar entre verter 
parte de sua remunera~io para o sisterna de previdhcia social ou utilizar todos os 
ganhos para pagamento das despesas domisticas, certamente a maioria escolheria a 
segunda alternativa. Diversos trabalhadores ficariam, portanto, excluidos do sistema 
protetivo, gerando um completo caos social, pois, quando ficassem impossibilitados 
de exercer suas atividades, n Io teriam como prover o seu sustento. 
A contributividade significa que, para ter direito a qualquer benefkio da previdencia 
social, C necessirio enquadrar-se na condiqzo de segurado, devendo contribuir para 
manutengio do sisterna previdenciirio. At6 rnesmo o aposentado que volta a exercer 
atividade profissional remunerada, i obrigado a contribuir para o sistema. 
AlCm desses dois principios, a Carta Magna incluiu diversos outros, que serso es- 
tudados no Capitulo 3. Antecipamos, no entanto, o principio da solidariedade, pois a 
sua compreenszo 6 fundamental para avancarmos no estudo da rnatiria. 
A solidariedade do sistema previdenciirio, em sintese, 6 o principio que acarreta 
a contribui~zo dos segurados para o sistema, corn a finalidade de rnante-lo, sern que 
necessariamente usufrua dos seus beneficios. Uma vez nos cofres da previdencia social, 
os recursos serzo destinados a quem realrnente deles necessitar. 
A solidariedade justifica a situagao do segurado que recolheu contribuiqzo durante 
muitos anos sem jamais ter-se beneficiado. A previdtncia atende, por outro lado, aos 
dependentes do segurado falecido, no inicio de sua vida profissional, concedendo-lhes 
o beneficio da pensHo por morte. 
Note que a previdtncia social objetiva a cobertura dos riscos sociais. A cornpreens20 
deste fundamento previdenciirio C indispenshvel para o estudo deste ram0 do Direito. 
Riscos sociais szo os inforthnios que causam perda da capacidade para o trabalho e, 
consequentemente, para a manutenqio do sustento. SZo exemplos de riscos sociais a 
idade avanqada, a doenqa permanente ou temporiria, a invalidez, o parto etc. 
Vejamos o grifico esquemitico: 
COMPULSORIEDADE CONTRIBUTIVIDADE SOLIDARIEDADE 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
~- ~ ~ ~ 
1.3.1. Regimes de PrevidBncia Social 
Considera-se regime de previdencia social aquele que ofereqa aos segurados, no 
minimo, os beneficios de aposentadoria e pens20 por morte. 
Do ponto de vista financeiro, os regimes de previdCncia social podem ser financiados 
de duas formas: reparti~ao simples ou capitalizag20. 
No regime de repartic30 simples, as contribui~aes d o depositadas em um fundo 
hnico. 0s recursos s20, entao, distribuidos a quem deles necessitar. Esti alinhado corn 
o principio da solidariedade. 0s regimes previdenciirios pirblicos do Brasil sao organi- 
zados com base na reparticao simples. 
0 regime de capitaliza~20 6 aquele em que as contribui~Bes sao investidas pelos 
administradores, sendo os rendimentos utilizados para concessao de futuros beneficios 
aos segurados, de acordo corn a contribui~20 feita por cada um. A previdencia privada 
se utiliza desta ticnica de custeio. 
0s beneficios previdencidrios podem ser de natureza programada, como os que 
buscam cobrir o risco de idade avan~ada, ou ngo programada como, por exemplo, a 
aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho e o auxilio por incapacidade 
temporiria para o trabalho (aposentadoria por invalidez e auxilio-doen~a). 
0s regimes podem ainda ser classificados como regimes de beneficio definido ou 
de contribui~ao definida. 
No regime de beneficio definido, as regras para o cilculo do valor dos beneficios 
sZo previamente estabelecidas. i o que ocorre com a previdencia pdblica brasileira, 
que tem suas regras definidas por f o r ~ a de lei. 
0 sistema de contr ibui~io definida e s d vinculado ao regime de capitalizaC20. Nele, 
as contribui~aes s2o definidas e o valor dos beneficios varia em fun~2o dos rendimentos 
das aplica~aes. 6 utilizado pela previdencia privada. 
No Brasil existem tr ts tipos de regimes previdenciirios bbicos: 
Regime Geral da PrevidCncia Social - RGPS;Regimes Prbprios de ~revidtncia Social - RPPS; 
Regime de ~revidCncia Complementar. 
Neste capitulo, forneceremos no~aes bisicas sobre os trCs regimes. No decorrer 
da obra, entretanto, estudaremos detalhadamente a organiza~20 e funcionamento 
do RGPS, regime previdenciirio gerenciado pelo lnstituto Nacional do Seguro Social - 
INSS, sendo as contribui~aes para ele arrecadadas fiscalizadas pela Receita Federal 
do Brasil. Apresentaremos informa~6es sobre o Regime de Previdencia Complementar 
no Capitulo 25. 0s regimes pr6prios tambCm serZo analisados em capitulo especifico. 
Note que s2o regimes pdblicos de previdsncia social tanto o RGPS quanto os RPPS, 
pois ambos s3o administrados pel0 ~ o d e r Pdblico. 
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1 DEFINl(;AO DE SEGURIDADE SOCIAL ~.. - -.. ~ 
o grifico a seguir ilustra a divisao de regimes na previdencia social: 
REGIME PR~PRIO 
DE PREVID~NCIA 
SOCIAL - RPPS 
REGIME GERAL 
DE PREVID~NCIA 
SOCIAL - RGPS 
REGIME DE PREVID~NCIA 
COMPLEMENTAR 
I 
PRNID~NCIA OFlClAL 
DO SERVIDOR 
I 
PREVID~NCIA PRIVADA 
1.3.7.1. Regime Geral de Previdgncia Social - RGPS 
0 RGPS 4 regime de previdCncia social de organizaq20 estatal, contributivo e 
compuls6ri0, adrninistrado pelo INSS - lnstituto Nacional do Seguro Social, sendo as 
contribui~tjes para ele arrecadadas, fiscalizadas e normatizadas pela Receita Federal 
do Brasil. regime de reparti~ao simples e de beneficio definido. 
A t i outubro de 2004, o lnstituto Nacional do Seguro Social - INSS, autarquia fede- 
ral, era responsive1 pela administra~io de todo o sistema previdenciirio, incluindo as 
atividades de arrecada~zo de tributos e concessao de beneficios. 
A Medida Provis6ria 222, de oq/io/zooq, convertida na Lei 11.098/2005, atribuiu ao 
extinto MinistCrio da Previdencia Social as competCncias tributirias do INSS, corn a 
c r i a ~ i o da Secretaria da Receita Previdenciiria - SRP, no imbi to da administra~Zo direta. 
A intenq50 da c r i a ~ I o da SRP foi preparar o 6rgao para a fusIo do Fisco Previdenci- 
i r i o com a Receita Federal no intuit0 de dar mais efetividade h fiscaliza<$o dos tributos 
federais. A fus3o ocorreu corn a ediqio da MP 25812005, de 21/07/2005, que criou a 
Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRFB, transferindo o quadro de Auditores-Fiscais 
da PrevidCncia Social para estrutura do MinistCrio da Fazenda e unificando o cargo 
dos auditores da revi id en cia e da Receita, corn a c r i a ~ i o do cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil. 
Ocorre que a MP 25812005 930 foi apreciada pelo Congresso Nacional no prazo cons- 
titucionalmente estabelecido, tendo perdido a efidcia a partir de 19/11/zoog. Corn isso, 
voltaram a existir as duas Secretarias anteriores 2 e d i ~ i o da MP 258/2005: a Secretaria 
da Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciiria. 
0 Governo, inconformado com a derrota, enviou ao Congresso Nacional projeto de 
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lei, versando sobre o mesmo tema: a un i f i ca~ io da Secretaria da Receita Federal com 
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CURSO PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - /van Kertman . . . . . . . . . . . . . . .. ,~ . . . . . . I .. DEFINICAO DE SEGURIDADE SOCIAL .................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... . -. . . . . 1 _ . . - 
! 
Veremos, no decorrer desta obra, que o RCPS 6 financiado por trCs entidades man- 
tenedoras: Governo, empresas e segurados. 
A contribui~ao da empresa C calculada mediante um percentual sobre o total da 
remunera~Po paga aos trabalhadores que lhes prestem serviqos. A contr ibui~io dos 
segurados incide sobre a remuneracio recebida, entretanto esta base es t i sujeita a 
urn teto, reajustado, em regra, anualmente. Atualmente, o teto das contribui~ijes dos 
segurados estd fixado em R$ 5.839,45 (Portaria ME 09, de 15/01/2019). 
Um empregado que recebe R$ io.ooo,oo da empresa para qua1 trabalha contribuiri 
para o RGPS com uma aliquota incidente sobre RB 5.839,45, pois esta C a maior base 
de contribuiq30 aplicivel aos segurados. A empresa, por sua vez, recolheri suas con- 
tr ibui~i jes sobre o total da remunera~Po paga ao empregado, ou seja, R$ io.ooo,oo. 
0s beneficios concedidos por este regime, em regra, limitam-se ao mesmo teto. 
De certa forma, os beneficios concedidos pelos regimes previdenciirios estao sempre 
atrelados i s contribui~ijes vertidas. 
Veremos,com profundidade, em capitulos prbprios, as contribui~ijes das empresas 
e dos trabalhadores e os beneficios concedidos. 0 objetivo aqui 6 apenas fornecer 
ao leitor subsidios bdsicos para o melhor entendimento dos temas apresentados nos 
pr6ximos capitulos. 
1.3.1.2. Regimes Pr6prios de Previdincia Social 
Fazem parte destes regimes os servidores piblicos da UniZo, dos Estados e dos 
~un ic ip ios que preferiram organizar o seu pessoal segundo um estatuto pr6prio. Dai 
afirmar-se que estes servidores s i o estatut5rios, ou seja, obedecem a normas especiais, 
s i o por isso diferentes daqueles aplicados aos trabalhadores da iniciativa privada. 0s 
militares tambem t@m o seu regime pr6prio segundo normas igualmente diferenciadas. 
Todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal instituiram os seus pr6prios regi- 
mes, com contribuiq6es e beneficios especificos, sempre regidos por leis. A maioria dos 
municipios brasileiros, entretanto, nPo possui regimes pr6prios de previdcncia. Neste 
caso, os seus servidores participam obrigatoriamente do RGPS. 
Diferentemente do que acontece corn os trabalhadores filiados ao RGPS, a base de . 
contribuiqPo dos servidores pdblicos filiados a regimes pr6prios nXo tinha limite mdxi- 
mo de contribuiqHo, sendo tributados at6 o valor da remuneraQo integral. Assim, um 
servidor que recebesse R$ io.ooo,oo, contribuiria corn urn percentual sobre o total da 
sua remuneraqZo. Obviamente, poderia tambem receber beneficios ate o valor integral 
da sua remuneraqPo. 
Essa sistematica de contribui~Po, apesar de estar sendo alterada, ainda 6 vil ida 
para a maioria dos servidores pdblicos, como veremos a seguir. 
A Reforma cia PrevidCncia efetivada pela Emenda Constitutional (EC) 41/2003 fez 
previsPo de mudanca nas regras de contribiliqio dos servidores pirblicos. i que esta EC 
possibilitou a l i m i t a ~ i o da base de contribuiq30 a mesma utilizada pelo RGPS, porCm 
condicionou a vigcncia da nova regra i instituiqzo de uma previdtncia complementar 
oficial para os servdores piblicos (art. 40, S S 14 a 16, ~~11988) . 
Em 30/04/2012, foi publicada a Lei 11.618, que previu a cr ia~zo da previdtncia com- 
plementar para os servidores phblicos federais - FUNPRESP, que logo foi regulamentada 
pelo Decreto 7.808/2012. Para a efetiva instituiCZo das regras do FUNPRESP, entretanto, 
fazia-se necessiria a aprovaqPo de um Plano de Beneficios. 
0 Plano de Beneficios do FUNPRESP-EXE, plano direcionado aos servidores pdblicos 
do Poder Executivo, somente foi publicado pela Portaria 44, em oq/ozl.2oij, da Superin- 
tendtncia Nacional de Previdencia Complementar - SNPC. EntZo, a panir desta data, os 
novos servidores federais que ingressaram ou venham a ingressar no serviqo pdblico 
executivo federal n i o contribuirio mais para o RPPS sobre o valor total da remunerado, 
ficando a sua contribui~ao sujeita ao mesmo limite mixirno do saldrio de contribuiqio 
do RCPS. Estes servidores, no entanto, podem contribuir para o FUNPRESP-EXE sobre a 
di feren~a entre a remunera~30 do cargo e o teto contributivo. 
Exemplo: 
Thiago tornou posse em cargo pbblico do Poder Executivo federal em rnaio de 
2013, corn rernuneraqso de R$ io.ooo,oo. Ele deve contribuir para o RPPS sobre 
a base de R$ 5.839,45, teto atual. Sobre a diferen~a entre os seus vencirnentos 
e o teto contributivo, ou seja, sobre R$ 4.160,55 (io.ooo,oo - 5.839,45), ele po- 
deri contribuir para o FUNPRESP, se optar pela adesso a este plano, em busca 
de urn beneficio da previdtncia complernentar. 
0 Plano de Beneficios dos Servidores do Poder Legislative Federal somente foi 
publicado pela Portaria 239, da SNPC, em 07/05/2013, e somente ap6s esta data os 
servidores que ingressam no legislativo federal passaram a contribuir obrigatoriamente 
com a nova sisternitica. 
Ji o Plano de Beneficios dos servidores phblicos do Poder Judicidrio foi aprovado 
pela Portaria 559, da SNPC, publicada em 14/10/201j, devendo, a partir de entio, os 
novos servidores do judiciario federal, contribuir para o RPPS, valendo-se do mesmo 
teto aplicivel a0 RGPS. 
Em resumo: 
I) 0s servidores pdblicos federais que entraram no servi~o pdblico antes da insti- 
t u i ~ i o dos respectivos Planos de Beneficio n3o est2o obrigados a contribuir at6 
o limite miximo do RCPS (RB 5.839,45), mas podem optar por esta nova regra, 
aderindo ao FUNPRESP. Se optarem, no entanto, os seus beneficios do RPPS 
ficario limitados pelo mesmo teto; 
2) 0s sewidores que estPo incluidos na nova sistemdtica de contr ibui~io e opta- 
rem por fazer parte do Regime de Previdencia Complementar (FUNPRESP), alCm 
de terem direito a gozar de beneficios do RPPS limitados ao teto contributivo, 
gozar%o, ainda, de beneficios da previdtncia'complementar; 
- - 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVlDENClARlO - Ivan Kertzman 
3) 0s servidores pdblicos dos Estados e Municipios continuam contribuindo sobre 
o valor de suas remunerac6es integrais, possuindo beneficios que podem atingir 
at6 este valor. 
A Emenda Constitutional 47/05 (PEC Paralela) alterou algumas regras de transi~Zo 
da aposentadoria do servidor pliblico proposta pela Reforma da Previdencia. 
k irnportante ressaltar que a "previdCnciaU dos militares das foreas armadas segue 
urn regramento especifico (art. 142, X, da CF/ig88), nZo se sujeitando i s regras do 
regime previdencidrio dos servidores phblicos estatutirios. 
De fato, o an. 142, X, da ConstituicZo vigente estabelece que a lei dispord sobre 
o ingress0 nas For~as Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condicaes 
de transferencia do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remunera~io, 
as prerrogativas e outras situac6es especiais dos militares, consideradas as peculia- 
ridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por forca de compromissos 
internacionais e de guerra. 
0 estudo mais aprofundado dos Regimes PrBprios de Previdencia Social sera efe- 
tuado no Capitulo 26 desta obra. 
1.3.1.3. Regimes de Previdsncia Complementar 
0 regime de previdgncia complementar pode ser de dois tipos: 
a) Regime de PrevidCncia Complementar dos Servidores Pliblicos; 
b) Regime de Previdencia Privada Complementar. 
0 Regime de Previd6ncia Complementar dos Servidores Pliblicos es t i previsto na 
Constitui~20 Federal (art. 40, 45 14 a 16, ~~11988). Corno rnencionado, a UniZo, os Es- 
tados, o Distrito Federal e os Municipios, desde que instituam regime de previdencia 
complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo poderio 
fixar, para o valor das aposentadorias e pens6es a serem concedidas por seus regimes, 
o limite mdximo estabelecido para os beneficios do Regime Geral de Previdencia Social. 
A previdincia complementar dos servidores pliblicos federais - FUNPRESP - foi . 
aprovada pela Lei 12.618, de 30/04/2012. 16 vimos que o Plano de Beneficios dos ser- 
vidores federais dos poderes Executivo, Legislativo e judicidrio jd foram aprovados, 
estando as novas regras em vigor. Obviamente, a criaqzo da previdencia complernentar 
dos demais entes federativos depende de lei ordiniria de iniciativa dos respectivos 
Poderes Executives. Alguns Estados j i criararn as juas previdcncias complementares 
oficiais (Sio Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais, Espirito Santo, Ceari, Pernambuco e 
Rond6nia) e outros jd enviaram ao Poder Lcgislativo proposta de lei prevendo a sua 
cria~2o em pro1 de seus servidores. 
0 regime de pre?lid&ncia complernentar oficizl dos servidores pSlblicos ofereceri 
plano l ie beneficios somente na modalidade contribuiC20 definida e ser6 efetivado por 
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j intermedio de entidade fechada de previdincia cornplementar ou de entidade aberta 
de previdCncia cornplernentar (art. 40, 3 15, da CF11988, alterado pela EC ioj/2019). 
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Somente rnediante a prkvia e expressa opgZo do servidor, este regime poder6 ser 
i aplicaao iquele que tiver ingressado no servico pdblico at6 a data da publicacZo do 
j ato de instituiczo do correspondente regimede previdencia complementar (art. 40, 
i 3 16, da CF/i988). 
Assim, rnesrno os antigos servidores podem, se assirn desejarem, fazer parte do 
FUNPRESP, optando pela nova sistemitica de contr ibui~io e de recebimento de bene- 
ficios, ambos limitados ao teto do RGPS. 
Este terna foi alvo de questionamento no concurso para o cargo de Advogado da 
Uniio, realizado em 201 2. Vejamos: 
Exemplo de questso sobre o tema: 
(Advogado da UniZo - AGU 2012 - CESPE) 0s servidores pirblicos aposentados 
devem ser autornaticamente inseridos no novo regime de previdhcia com- 
plementar. 
Resposta: errado 
Obviamente, n i o se pode aplicar o regime de previdencia complementar ao servidor 
pliblico j i aposentado, pois feriria o ato juridic0 perfeito. 
Corno mencionado, a Lei 12.618/2072 criou o FUNPRESP, PrevidCncia Cornplementar 
Oficial dos servidores pliblicos federais, tendo como patrocinadora a Uniio e como 
participante os servidores pliblicos federais. 0 participante pode contribuir com o per- 
centual mdximo de 8,5% sobre a parte de sua remunera~Zo que ultrapassar o teto do 
RGPS (incluindo o cargo em comissZo ou funcso de confianca), definindo, anualmente, 
o percentual que deseja contribuir, e o patrocinador contribuiri corn o mesmo valor do 
participante. 0 servidor pode, ainda, fazer aportes suplementares, sem a contrapartida 
do patrocinador (art. 16 da Lei 12.618/2012). 
Assim, um servidor que receba RB i5.000,oo pode contribuir corn at6 8,5% sobre 
R$ 9.160,55 (R$ 15.000 - R$ 5.839.45). totalizando R$ 778.65 A uniPo deve patrocinar a 
previdtncia do servidor com este mesmo valor. Deve ser lembrado que o servidor pode 
ainda efetuar aportes cornplementares, excedendo o limite de 8,5%, sendo que, nesta 
hipbtese, nZo haverd patrocinio da UniZo. 
0s servidores que recebam menos que o teto do RCPS podem tamb6rn participar 
do FUNPRESP, mas n i o terlao o patrocinio da Unilao (art. 13, parigrafo Cnico, da Lei 
12.61812012). 
Quem ja era servidor antes da vigCncia do FUNPRESP teve o prazo de 24 meses para 
optar por fazer parte da previdCncia complementar oficial, passando a contribuir corn as 
novas regras. Esse prazo foi reaberto pela MP 85912018, convertida na Lei 13.809/2019, 
possibilitando a opcfo pela migra~Zo para o Funpresp at6 29/03./2019. Nesse caso, Ihe 6 
assegurado urn beneficio especial quando da sua aposentadoria, que busca compensi-lo 
CURSO PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
da contribuiqio que ele efetuou sem o limite mdximo do RGPS, antes da opqio pela 
previdtncia complementar oficial (art. 30 da Lei 12.618/2012). 
A Lei 13.183, de 0411 1/2015, alterou a sistemdtica de adesio ao FUNPRESP. Antes, os 
servidores que ingressassem no serviqo pdblico federal deveriam optar se desejavam 
fazer parte do regime complementar, se inscrevendo ou nHo. 
Depois da referida alteraqio, os novos servidores passam a ser automaticamente 
inscritos no respectivo plano de previdencia complementar desde a data de entrada em 
exercicio, ficando assegurado ao participante o direito de requerer, a qualquer tempo, 
o cancelamento de sua inscriqio. Se o requerimento de cancelamento for efetuado no 
prazo de ate 90 dias da data da inscriqZo, fica assegurado o direito ii restituiqio inte- 
gral das contribuiqaes vertidas, a ser paga em ate 60 dias do pedido de cancelamento, 
corrigidas monetariamente. Neste caso, a contribuiqio aportada pelo patrocinador ser i 
devolvida ii respectiva fonte pagadora no mesmo prazo da devoluqio da contribuiqio 
aportada pelo participante. 
AlCm da aposentadoria, o plano de beneficios do FUNPRESP deve prever, ao menos, 
os beneficios nHo programados de aposentadoria por invalidez e pensio por morte. 
0 FUNPRESP sera fiscalizado pelo 6rgFio fiscalizador das entidades fechadas de 
previdtncia complementar, ou seja, pela PREVIC. 
Observe-se que, ap6s a efetiva regulamentaqio do Regime de Previdencia Com- 
plementar oficial, contaremos corn trCs regimes pdblicos de previdtncia: RGPS, RPPS e 
Regime Complementar dos Servidores. 
0 Decreto 7.808/2012 criou a Fundaqio de Previdencia Complementar do Servidor 
Pdblico Federal do Poder Executivo - Funpresp-Exe, mas a nova sistemitica somente 
pode entrar em vigor ap6s a publicaqZo do Plano de Beneficios, o que ji ocorreu, como 
visto, para os servidores federais dos poderes Executivo e Legislative. 
0 Regime de Previdtncia Privada Complementar 6 facuitativo e, obviamente, de 
natureza privada. organizado de forma aut6noma em relaqio ao Regime Geral de 
Previdencia Social e baseia-se na constituiqio de reservas que garantam o beneficio 
contratado. 
Ernbora o seu norne induza que este regime cornplernenta os beneficios do RGPS, isso em 
realidade n%o ocorre. N l o hi4 nern mesrno a obrigatoriedade de serfiliado ao Regime Geral 
de Previddncia Social para se eontratar urn plano de previddncia privada. 
0 Regime de Previd6ncia Privada pode ser dividido em duas categorias: Previdtncia 
Cornplementar Fechada e PrevidCncia Cornpiernentar Abena. 
. ............ ..-........ . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . . 
DEFINIQ~O DE SEGURIDADE SOCIAL 
-~ 
I 
L 0s planos de previdtncia complementar aberta s i o os organizados por instituiqaes 
financeiras e disponibilizados para quem deles tiver interesse em participar, por exem- 
I plo, Brasilprev, Flexprev itad, Bradesco PrevidEncia, HSBC Previdencia etc. 
L 
! 0 Regime de PlevidEncia Privada Complementar deve ser regulado por lei comple- 
f mentar que assegure ao participante o pleno acesso i s informaqaes relativas ii gestio 
k de seus respectivos planos. Atualmente, as leis que regulam a materia s i o as Leis 
L 
Complementares io8/2ooi e a 109/2001. 
As contribuiq6es do empregador, os beneficios e as condiqaes contratuais previs- 
tas nos estatutos, regu!amentos e planos de beneficios das entidades de previdencia 
privada n i o integram o contrato de trabalho dos participantes nem a sua remuneraqHo 
(art. 202;s 20, CF/1988). 
De acordo com o art. 202, 3 30, da Constituiqio Federal, C vedado o aporte de re- 
ctirsos entidade de previdencia privada pela Uniio, Estados, Distrito Federal e Muni- 
cipios, suas autarquias, fundaqGes, empresas pdblicas, sociedades de economia mista 
e outras entidades pdblicas, salvo na qualidade de patrocinador, situaqio na qual, em 
hip6tese nenhuma, sua contribuiqio normal poderd exceder a do segurado. 6 muito 
comum que as grandes empresas estatais patrocinem a previdencia complementar de 
seus servidores, como ocorre, por exemplo, corn a Petros (da Petrobris) e a Previ (do 
Banco do ~rasi l ) . Nesse caso, o patrocinio da empresa n i o pode exceder a contribuiqio 
dos participantes. 
0s planos de previdtncia fechada s io os aplicdveis a grupos fechados que contri- 
buem para obter os respectivos beneficios. As empresas costumam aderir a planos de 
previdencia cohplementar fechada, em beneficio de seus empregados. 
Historic0 da Seguridade Social 
0 objetivo deste capitulo 6 fornecer ao estudante informaq6es sobre a evoluqio 
hist6rica da seguridade social, no Brasil e no mundo, focando para as quest6es mais 
recorrentes em concursos phblicos. 
A seguridade social, como regime protetivo, surgiu a partir da luta dos trabalhadores 
por melhores condiqaes de vida. 
As primeiras normas protetivas editadas tiveram cariter eminentemente assisten- 
cial. Em 1601, foi editado na lnglaterra o Poor Relief Act (Lei dos Pobres), que instituiu 
auxilios e socorros pdblicos aos necessitados. 
Sob a 6tica previdenciiria, o primeiro ordenamento legal foi editado na Alemanha, 
por Otto Von Bismarck, em 1883, com a instituiqio do seguro-doenqa. No ano seguinte, 
foi criada a cobertura compuls6ria para os acidentes de trabalho. Neste mesmo pais, 
em 1889, foi criado o seguro de invalidez e velhice. 
Foi a primeira vez que o Estado ficou responsivel pela organizaqio e gestio de um 
beneficio custeado por contribuigties recolhidas compulsoriamente das empresas. Este 
sistema de organizaqio previdenciiria, conhecido comoSistema Bismarckiano, traz as 
duas principais caracteristicas dos sistemas previdenciirios modernos: a contributivi- 
dade e a compulsoriedade, que, como vimos, estrutura a previdtncia social brasileira. 
No Sistema Bismarckiano, pela primeira vez o Estado passa a ser responsivel pela 
arrecadaqio de tributos para o financiamento da previdCncia social. 
Em seguida, outros paises da Europa editaram suas primeiras leis de proteqio 
social. A lnglaterra publicou o Workmen's Compensation Act, estabelecendo seguro 
obrigat6rio contra acidente de trabalho. 
A primeira ConstituigSo a incluir o tema previdenciirio foi a do Mexico em 1917, 
seguida pela Constituiqio Alemi de Weimar, em 1919. 
Aten~lo! 
As primeiras leis previdenciirias surgiram na Alemanha, entretanto a primeira ConstituigBo 
a tratar do tema foi a Carta Mexicana. 
Ap6s a crise de 1929, os Estados Unidos adotaram o New Deal, inspirado pelo Welfare 
State (Estado do bem-estar social). Esta politica determinava u n a maior intervenqio do 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
Estado na econornia, inclusive corn a responsabilidade de organizar os setores sociais 
corn investirnentos na sa6de pdblica, na assistencia social e na previdencia social. Em 
1935, este pais editou o Social Security Act, criando a previdencia social corno forrna 
de p r o t e ~ i o social. 
Ponto chave do estudo da evoluqio histbrica rnundial 6 o charnado Plano Beveridge, 
construido na Inglaterra, em 1942, por William Beveridge. Este plano C o que marca 
a estrutura da seguridade social rnoderna, corn a participa~20 universal de todas as 
categorias de trabalhadores nas tres ireas da seguridade: sahde, previdtncia social e 
assistgncia social. Para isso, a seguridade det~eria ser financiada por meio da arreca- 
d a ~ 2 o tributiria, n2o necessariarnente vinculada a esta finalidade especifica. 0 Estado 
6 responsivel por arrecadar tributos de toda a sociedade e por oferecer os servi~os da 
seguridade social para todos os adrninistrados. 
0 Plano Beveridge apresentou criticas ao rnodelo bisrnarckiano. Nele, a p ro te~ io social 
tern cariter universal, sendo destinada a todos os cidadzos, garantindo minirnos sociais. 
Atualrnente, o rnodelo de prote~2o estatal que vigora, desde o New Deal, es t i 
sendo substiruido, em alguns paises da America Latina, por politicas previdenciirias 
organizadas sem a participa~2o estatal ou corn a redu~zo desta. Foi o que ocorreu no 
Chile (prirneiro a utilizar este rnodelo), ColGrnbia, Uruguai, Peru etc. 
0 seguro social brasileiro iniciou-se corn a organiza~io privada, sendo que, aos 
poucos, o Estado foi apropriando-se do sisterna por rneio de politicas intervencionistas. 
Nesse sentido, as prirneiras entidades a atuarern na seguridade social forarn as 
santas casas da rniseric6rdia, corno a de Santos, que, em 1543, prestava servi~os no 
ramo da assistencia social. 
Ainda corn cariter rnutualista, foi criado em 1835 o Montepio Geral dos Servidores 
do Estado - Mongeral -, prirneira entidade de previdencia privada no pais. 
A Constitui~Zo de 1824 tratou, em seu art; 179, inciso 1031, dos socorros phblicos, 
sendo este o prirneiro ato securitirio corn previs2o constitucional. Este artigo, inclusive, 
j i foi alvo de questionarnento pelo CESPElUNB em duas oportunidades (vide questces. 
do tbpico 27.1). 
A Constitui~Zo de 1891 estabeleceu a aposentadoria por invalidez para os servidores 
phblicos, custeada pela na~Zo. Percebe-se que esta regra foi incipiente (devida apenas 
a servidores pdblicos, em caso de invalidez permanente), nZo podendo ser considerada 
corno urn rnarco previdenciirio rnundial. Corno rnencionado, a prirneira Coiistitui~ao a 
tratar do terna previdenciirio, levando-se em conta regramentos rninirnos que estru- 
turanl esta i r ea social, foi a Mexkana, de 19 17. 
Em 1919 foi instituido o seguro obrigatbrio de acidente de trabalho pela Lei 3.724 e, 
tarnbem, urna indeniza~20 a ser paga obrigatoriarnente pelos ernpregadores aos seus 
empregados acidentados. 
HIST6RICO DA SEGURIDADE SOCIAL 
- . - 
A doutrina rnajoritiria considera o marco da previdtncia social brasileira a publica- 
da Lei Eloy Chaves, Decreto-Legislativo 4.682, de 24/01/23, que criou as Caixas de 
Aposentadoria e Pens20 - CAP's - para 0s ernpregados das empresas ferroviirias. De 
acordo corn o art, 30 da Lei Eloy Chaves, os fundos das caixas seriarn constituidos por: 
a) urna contribui~Zo rnensal dos ernpregados, correspondente a 3% dos respectivos 
vencirnentos; 
b) urna cont r ibu i~ io anual da ernpresa, correspondente a 1% de sua renda bruta; 
c) a soma que produzir urn aumento de 1,5% sobre as tarifas da estrada de ferro; 
d) as irnportincias das joias pagas pelos ernpregados na data da cr ia~2o da caixa 
e pelos adrnitidos posteriorrnente, equivalentes a urn rnts de vencimentos e 
pagas em 24 presta~aes rnensais; 
e) as irnportdncias pagas pelos ernpregados correspondentes diferen~a no prirnei- 
ro rnts de vencirnentos, quando prornovidos ou aurnentados de vencimentos, 
pagas tambkrn em 24 presta~aes mensais; 
f) o irnporte das somas pagas a rnaior e nZo reclarnadas pelo phblico dentro do 
prazo de urn ano; 
g) as rnultas que atinjarn o pGblico ou o pessoal; 
h) as verbas sob rubrica de venda de papel velho e varreduras; 
i) os donativos e legados feitos P Caixa; 
j) os juros dos fundos acurnulados. 
Atualrnente o pr6prio lnstituto Nacional do Seguro Social cornemora o aniversirio 
da previdtncia, no dia 24 de janeiro, em alus2o A Lei Eloy Chaves. 
Exemplo de questlo sobre o tema: 
(T6cnico do Seguro Social - INSS 2016 - CESPE) A Lei Eloy Chaves, que criou em 
cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no pais uma caixa de 
aposenradoria e pensdes para os respectivos empregados, foi o primeiro ato 
normarivo a tratar de seguridade social no Brasil. 
Resposta: errada 
Veja que apesar de a Lei Eloy Chaves ser considerada o rnarco da previdtncia social 
brasileira, ela n2o foi o prirneiro ato norrnativo a tratar de seguridade social no Brasil. 
Antes dela j i existiarn atos de rnenor expresszo, a exernplo da j i citada Lei 3.724 de 1919. 
Durante a dCcada de 1920, foi arnpliado o sisterna de Caixas de Aposentadoria e 
Pens20 - CAP's, sendo instituidas em diversas outras ernpresas, inclusive de outros 
rarnos, corno, por exernplo, as dos portuirios, dos rnaritirnos etc. Note que as CAP's 
eram organizadas por empresas. Cada ernpresa possuia sua Caixa. 
Em 1930, no inicio da Era Vargas (1930-1945), foi criado o MinistCrio do Trabalho, 
lndirstria e CornCrcio - responsivel pela organizaqao da previdencia social brasileira. 
Cabe salientar que o principal Ministro do Trabalho de Getdlio Vargas foi Lindolfo Collor, 
av6 do Ex-presidente Fernando Collor. 
Na decada de 1930, as 183 CAP'S existentes forarn reunidas, corn a forrnacZo de lns- 
titutos de Aposentadoria e PensZo - IAP's. Tais lnstitutos eram organizados por categoria 
profissional, dando rnais solidez ao sisterna previdenciirio, j i que os IAP's contavarn corn 
urn ndrnero de segurados superior i s CAP's, tornando o novo sisterna rnais consistente. 
A partir da fusio das CAP's das ernpresas das diversas categorias profissionais 
surgirarn, entZo, os lnstitutos de Aposentadoria e Pens20 das seguintes categorias: 
IAPM - lnstituto de Aposentadoria e Pensio dosMaritimos - 1933 
IAPC - lnstituto de Aposentadoria e Pensio dos Cornerciirios - 1934 
IAPB - lnstituto de Aposentadoria e PensZo dos Bancdrios - 1934 
IAPl - lnstituto de Aposentadoria e PensZo dos Industriirios - 1936 
IAPTEC - lnstituto de Aposentadoria e Pens50 dos Ernpregados em Transporte de 
Carga - 1 938 
0 process0 de unificacio das CAP's perdurou ate a decada de 1950, corn a criaclo 
de institutos de diversas outras categorias profissionais. 
A ConstituiqZo Federal de 1934 foi a prirneira a estabelecer a triplice forma de 
custeio, corn contribuicZo do Governo, dos ernpregadores e dos trabalhadores. A Carta 
de -1937 utilizou, pela primeira vez,o termo "seguro social" sem, no entanto, trazer 
grandes evoluc6es securitirias. 
Em se tratando de assistencia social, em 1942, foi criada a LBA - LegiZo Brasileira 
da Assist6ncia Social pelo Decreto-Lei 4.89011942. 
A ConstituiqZo de 1946 utilizou, de forrna inovadora, a expressZo "previdencia 
social". Foi garantida pelo constituinte a proteqZo aos eventos de doenca, invalidez, 
velhice e rnorte. Esta Carta marcou a prirneira tentativa de sisternatizar as norrnas de 
proteclZo social. 
Em 1949, foi editado o Regularnento Geral das CAP's, padronizando a concessZo de 
beneficios das CAP's remanescentes. Em 1953, todas as Caixas ainda existentes foram 
unificadas (Decreto 34.586/1953), surgindo assim a Caixa Nacional. 
0 Ministerio do Trabalho e da PrevidCncia Social foi criado em 1960. Neste mesmo 
ano, foi aprovada a Lei OrgSnica da Previdtncia Social - LOPS, que rnarca a unificaq'io 
dos criterios estabelecidos nos diversos IAP's ate entZo existentes para concessZo de 
be~aeficios dos diversos Institutos, persistindo ainda a estrutura dos IAP's. 0s trabalha- 
dores rurais e os dornCsticos continuavarn excluidos da previdencia social. 
Somente em 1967 foram unificados todos os IAP's, com a criaqio do INPS - lnstituto 
rJacional da Previdtncia Social (Decrero-Lei 7211966, que entrou em vigor apenas em 
1967), consolidando-se o sisterna previdenciirio brasileiro. Nesse ano, a Constitui~io 
de 1967 criou o auxilio-desemprego. 
HIST6RICO DA SEGURIDADE SOCIAL 
0s trabalhadores rurais sornente passararn a gozar de direitos previdenciirios, a 
partir de 1971, corn a criacZo pela Lei Cornplementar 11/197i do PRORURAL, dando efeti- 
vidade ao FUNRURAL, criado pela Lei 4.21411963, que nZo se efetivou anteriormente por 
falta de garantia de recursos. 0s empregados domesticos forarn incluidos no sisterna 
protetivo, no ano seguinte, em funqZo da Lei 5.85911972. 
Em 1977, foi instituido o SINPAS - Sisterna Nacional de Previdtncia e Assistencia 
Social, responsivel pela integra~Zo das areas de assistencia social, previdCncia social, 
assistencia medica e gestiio das entidades ligadas ao Ministerio da Previdencia e As- 
sistCncia Social. 0 SINPAS contava corn os seguintes 6rgZos: 
INPS - lnstituto Nacional de Previdtncia Social - autarquia responsPvel pe!a 
adrninistraciio dos beneficios; 
IAPAS - lnstituto de AdrninistraqZo Financeira da Previdtncia e ~ssist tncia Social - 
autarquia responsivel pela arrecadacio, fiscalizacio e cobranca de contribui~aes 
e dernais recursos; 
INAMPS - lnstituto Nacional de ~ssist tncia MCdica da Previdencia Social - autar- 
quia responsdvel pela sadde; 
LBA - FundaqZo LegiZo Brasileira de Assistencia - fundaciio responsdvel pela 
assistencia social; 
FUNABEM - FundacZo Nacional do Bern-Estar do Menor - fundacio responsivel 
pela p r o m o ~ i o de politica social em relacPo ao menor; 
CEME- Central de Medicarnentos- 6rgZo ministerial que distribuia rnedicarnentos; 
DATAPREV - Ernpresa de Processarnento de Dados da Previdtncia Social - ernpresa 
pdblica que gerencia os sisternas de inforrnitica previdenciirios. 
Todas estas entidades forarn posteriorrnente extintas, exceto a DATAPREV que existe 
ate hoje com a fun~Po de gerenciar os sisternas inforrnatizados do INSS. Note-se que a 
Lei 1 1.45712007, que criou a Receita Federal do Brasil, autorizou a Empresa de Tecno- 
logia e Inforrnac6es da Previdencia Social - DATAPREV a prestar servi~os de tecnologia 
da informacZo ao Ministerio da Economia. 
A Constitui~Zo de 1988 foi a que reuniu as t r ts atividades da seguridade social: 
sadde, previdtncia social e assisttncia social. 
Em 1990, a Lei 8.02g/iggo criou o INSS - lnstituto Nacional do SegUrO Social com 
a junqio do lnstituto Nacional de PrevidCncia Social - INPS corn o IAPAS - lnstituto de 
AdrninistracZo Financeira da Previdgncia e ~ssist tncia Social. 
Atenglo! 
A criafio do INSS deu-se corn a fuslo do INPS corn o IAPAS. Lernbre-se de que o INPS 
era a autarquia responsive1 pela adrninistratSo dos beneficios previdencidrios, enquanto 
o IAPAS era o 6rgZo voltado para o custeio da previdencia social, contendo a estrutura de 
arrecadaq30, fiscaliza~50 e cobranta. 
CURS0 PRATlCO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzmon 
Questees de concursos pliblicos frequentemente contCm proposi~6es, sugerindo que o 
INSS surgiu da fusa'o d o INPS corn o INAMPS, j6 que estas duas autarquias sa'o as mais lem- 
bradas pela popu la~Zo. Note-se que o papel d o INAMPS era o de pres ta~Zo de assistencia 
medica que, como j6 visto n o capitulo 1, atualmente, 6 de cornpetencia d o SUS - Sistema 
Unicode Salide. 
Sobre o terna, vejarnos a quest20 do concurso para Tkcnico d o Seguro Social d e 2012: 
Exemplo de questio sobre o tema: 
(Ticnico do Seguro Social - INSS 2012 - Carlos Chagas) 0 INSS, autarquia federal, 
resultou da fusao das seguintes autarquias: 
a) INAMPS e SINPAS. 
b) IAPAS e INPS. 
C) FUNABEM e CEME. 
d) DATAPREV e LBA. 
e) IAPAS e INAMPS. 
Resposta: 6 
Instituiu, a cargo das empresas, a contribuigio sobre a remuneragio dos contribuin- 
tes individuais e a contribuicio das cooperativas de trabalho sobre o valor pago aos 
cooperados. 
As dlt irnas alteraqaes legislativas que rnodif icararn disposi t ivos signif icativos d a 
Ieg i s l a~Zo prev idenc i i r ia estZo dispostas n o quadro abaixo: 
I 9.711h998 I Criou a retengio dos 11% dos prestadores de sewigos pessoas juridicas, elidindo a solidariedade. 
Norma 
lei 9.03211995 
Destinagio especifica ii previdtncia e assistencia do produto arrecadado pelo INSS; 
reestruturagio da previdtncia do servidor pGblico; execugio e cobranga das con- 
tribuig6es previdenciirias pela Justiga do Trabalho, em relac20 i s suas sentengas; 
extingio da aposentadoria por tempo de servigo e da redugio de cinco anos para, 
o professor universitirio. 
Criagio do fator previdenciirio; alteragio das regras de cilculo para o valor dos 
beneficios; alteragzo da contribuiqio das empresas sobre os sewigos prestados por 
Principals alteraqces efetuadas 
Passou a ser exigido, para concessio de aposentadoria especial, a comprovagio de 
exposigio habitual e continua ao agente nocivo. 
contribuintes individuais e por cooperativas de trabalho; criagio da categoria do 
contribuinte individual e extingio da rabela de classes para os novos segurados 
contribuintes individuais. 
Obrigatoriedade de as empresas efetuarem retengio da contribuigio dos contri- 
buintes individuais que Ihes prestem sewigos; criagio de beneficio de aposen- 
tadoria especial para os contribuintes individuais filiados a cooperativas; criagio 
de contribuigso para financiar a aposentadoria especial dos trabalhadores filiados 
a cooperativas; extingSo por definitivo da tabela de classes para contribuigio do 
contribuinte individual; 
HIST~RICO DA SEGURIDADE SOCIAL 
. --. . .- - -. . - - -. 
- 
Norma 1 Principais alterac6es efetuadas I - 
AS empresas passaram a pagar o beneficio de salirio-maternidade i s suas empre- 
Lei 10.710/2~3 aadas, reembolsando os valores despendidos na guia de recolhimento. - 
EC 41/2003 1 Reestruturou novamente a previdencia do sewidor pbblico. i 
- 
MP 22212004 
convertida na 
Lei 11.098/2005 
EC 4712005 
Foi atribuida ao MPS compettncia relativa i arrecadagio, fiscalizagio, langamento 
e normatizacLo de receitas previdenciirias, autorizando a criacao da Secretaria da 
Receita Previdenciiria - SRP. 
Complementou a EC 41/2003, reestruturando mais uma vez a previdtncia do sewidor 
DbbliCO. 
25812005 
a efi- 
cicia em 
10111l0~ 
Cornentarernos, no decorrer desta obra, cada urna destas al tera~aes, ao tratarrnos 
dos assuntos especificos q u e forarn modificados. Frisarnos, pe la impor t i nc ia da altera- 
$20, neste rnornento, apenas a c r i a~Ho da Secretaria da Receita Federal do Brasil- SRFB, 
concebida pe la Lei i i.457/2007, corn a fus20 da Secretaria da Receita Federal - SRF corn 
a Secretaria da Receita Previdencidria - SRP. 
Devido a n io apreciagio pelo Congresso National, a MP 258/200;perdeu a eficicia 
em ig/i1/2oog, voltando a existir as Secretarias da Receita Federal e da Receita Pre- 
videnciiria. 
.,, - -, - - 
7 
Lei 11.457/2007 
As leis q u e regularn, atualrnente, as rnatkrias securitdrias s2o: 
Lei 8.21211991 - Plano d e Organ iza~Zo e Custeio da Seguridade Social - PCSS; 
Lei 12.618/2012 - Previs30 legal para cr iac io da prev id tnc ia cornplernentar dos 
servidores pdbl icos federais - FUNPRESP. 
Lei 8.21311991 - Plano d e Beneficios da Seguridade Social - PBSS; 
Lei 8.74211993 - Lei Orginica d a AssistCncia Social - LOAS 
Ternos, ainda, o Decreto 3.04811999, que aprovou o Regularnento da revi id en cia Social. 
Em 16/03/2007 foi criada a Secretaria da Receita Federal do Brasil, a partir da jungio 
da Secretaria da Receita Federal corn a Secretaria da Receita Previdenciiria, originando 
o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
2.3. QUADRO RESUMO DA EVOLUCAO HIsT~RICA 
Para facil i tar o aprendizado, disponibil izarnos o seguinte quadro resurno: 
Ano 
1601 
1883 
1884 
1889 
1917 
Fato ocorrido 
Lei dos Pobres, na Inglaterra, com cariter assistencial. 
Criagao do auxilio-doenga na Alemanha. 
CriagSo da cobertura para acidentes de trabalho na Alemanha. -- 
CriagZo do seguro de invalidez e velhice na Alemanha. -- 
Constituicao Mexicans, considerada a primeira a estruturar uma previdencia -- social. 
CURS0 PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
.~ - . .- ~ -- 
1919 Constituicio AlemI de Weimar. - 
1935 Social Security Act, criando a previdencia dos Estados Unidos. 
Plano Beveridge, na lnglaterra, que uniu os tr is ramos da seguridade: sabde, assistencia 
1942 social e revi id en cia social. 
Ano Fato ocorrido 
1543 Santa Casa de Santos prestava sewicos assistenciais. 
1835 Montepio Geral, prirneira entidade de previdcncia privada. 
1891 Constituicio estabeleceu aposentadoria por invalidez para os sewidores pcblicos. 
1919 Seguro obrigat6rio de acidentes de trabalho. 
Lei Eloy Chaves, criando as CAP's das empresas ferroviirias. Marco da previdencia 
1923 brasileira. 
DCcada de 20 Ampliacio das CAP'S para virias outras empresas. 
A Seguridade Social 
na Constituiq50 Federal 
DCcada de 30 
1942 
3.1. APRESENTA~AO 
A seguridade social mereceu especial destaque, constando no texto constitucional 
uma serie d e disposi t ivos q u e regulam o funcionamento e estrutura da p r o t e ~ % o social 
no pais. Alguns destes disposi t ivos j i fo ram mencionados ao tratarmos da d e f i n i ~ f o 
da seguridade social, n o pr imeiro capitulo desta obra. 
Neste capitulo, estudaremos os disposit ivos trazidos pela Carta Maior sem perder- 
mos o foco no direcionamento desta obra para concursos pbblicos. 
Fuss0 das CAP's por empresas em IAP's por categorias profissionais. 
Criac2o da Leg120 Brasileira da Assistincia Social - LEA. 
Dividimos, en t i o , c o m f ins merarnente diddticos, o estudo constitucional da segu- 
r idade social em duas partes: pr incipios constitucionais e disposi t ivos constitucionais. 
0 s principios constitucionais s i o ideias matr izes orientadoras d e todo o conjunto 
t de normas e versam, basicamente, sobre a essencia e estrutura da p r o t e ~ i o social. S i o 
i normas programi t icas que devem orientar o poder legislative, quando da e l a b o r a ~ f o 
das le is q u e tratam sobre o regime protetivo, assim como o executivo e o judicidrio, 
I na a p l i c a ~ i o destas. 
I 
t 0 s disposit ivos constitucionais s i o regras que o const i tu inte achou por b e m inser i r 
I 
n o tex to const i tucional para dar fo rma A seguridade social brasileira. , 
. < 
Ano 
1946 
1949 
1960 
1967 
1971 
1972 
1988 
1990 
2004 
zoo5 
- 
19'11'2005 
2007 
2012 
, 
i 
3.2. PRINC(PIOS CONSTlTUClONAlS 
Ao estudar os principios constitucionais da seguridade social, percebe-se q u e 
n e m todos os pr incipios sEo ap l ic ive is aos seus trCs ramos: sabde, previdencia social 
e assist tncia social. Determinados pr incipios podem melhor se adequar a a lguma Prea 
j especif ica da seguridade, como demonstrarernos ao tratar d e cada um deles. 
I 
A dout r ina tradicionalista classifica a prev id inc ia social como um direi to hurnano d e / r g e r a ~ 1 , devido B proteq2io individual gue proporciona aos beneficiirios, atendendo 
i s c o n d i ~ 8 e s minimas d e igualdade. 
Na e v o l u ~ i o dos direi tos sociais, ao longo dos anos, novos direitos vZo se agregan- 
i do ao rol das garantias existentes. A dout r ina moderna, entiio, vem classif icando os 
\ direi tos sociais na categoria de direitos fundamentais d e 3. gerag io o u d e j a dimens io , 
i como hoje se prefere chamar. De fato, o foco dos direitos sociais nSo estd na proteqfo 
t; 
\ - 
Hist6rico brasileiro - - 
Fato ocorrido 
Constituic20 utiliza a express20 "previdencia social", garantindo a protecio aos eventos 
de doenca, invalidez, velhice e morte. 
Regularnento Geral das CAP's remanescentes. 
CriaGo do Ministerio do Trabalho e da PrevidCncia Social e aprova~io da LOPS - Lei 
Orginica da Previdincia Social. 
Criacio do INPS com a unifica$%o dos IAP's. 
FUNRURAL, estendendo os direitos previdenciirios aos rurais. 
Direitos previdenciirios dos empregados dom6sticos. 
Constituicio utilizou, pela prirneira vez, a expressao seguridade social abrangendo as 
ireas de sabde, assistCncia social e previdencia social. 
Criacio do INSS, a partir da fusio do INPS corn o IAPAS. 
Criaqio da Secretaria da Receita Previdenciiria - SRP, brgao responsive1 pela arrecadacio, 
cobranca e fiscalizacio das contribuic6es previdenciirias, vinculado ao extinto Ministerio 
da Previdincia Social. 
Criacio da Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRFB vinculada ao Ministerio da 
Fazenda, resultado da fusio da SRP com a Secretaria da Receita Federal. 
A MP 258/2005 perdeu a eficicia, j i que n io foi apreciada pelo Congress0 Nacional no 
prazo constitucionaln~ente estabelecido, voltando a existir a SRP e a SRF. 
Em 16/03/2007 foi criada a Secretaria da Receita Federal do Brasil, a partir da j u n ~ i o da 
Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciiria, originando o 
cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (Lei 11.457/2007). ----- 
PrevisHo legal para criacio da previdencia complementar dos sewidores pbblicos fede- 
rais - FUNPRESP (Lei 12.618/2012). I 
-. 
CURS0 PRATICO DE DlRElTO PREVlDENClARlO - Ivan Kertzrnan 
.- - -- - - - 
individual, mas na solidariedade. A previdtncia, por exemplo, tem corno razio de existir 
a proteqio da sociedade, garantida por meio de urn sisterna solidirio, sendo, entio, 
melhor classificada corno direito de ga geraqio. 
0 texto constitucional define os principios constitucionais corno objetivos da segu- 
ridade social que devern ser observados pelo Poder Pljblico na organizaqio do sisterna. 
Obviarnente, alCrn dos principios especificos da seguridade social, previstos no 
art. 194, parigrafo ljnico, da Constituiqio Federal, diversos outros principios gerais sfo 
apliciveis i seguridade social. 
0 principio da solidariedade (art. 30, I, CF/1988), apesar de n5.o ser especifico da 
seguridade, rnerece destaque por estruturar todo o sisterna nacional de seguridade 
social, por isso ser i estudado, em seguida, em tdpico especifico. 
A "dignidade da pessoa humana" (art. 10, 111, CF/i988) tambCm 6 bastante relacio- 
nada a seguridade social, principalmente nas decis6es de nossos tribunais. De fato, ao 
analisar um litigio em que o segurado busca um beneficio assistencial ou previdenciirio 
minirno para a sua sobrevivtncia ou urn serviqo de saljde que vai Ihe dar uma vida 
digna, o Judiciirio deve ponderar este principio com os demais dispositivos especificos. 
Outro principio geral que deve sempre ser analisado em materias relacionadas i 
seguridade social C o "principio do n i o retrocesso social". Veja que o prbprio texto 
constitucional veda a reforrna constitucional tendente a aboliros direitos e garantias 
individuais (art. 60, 5 40, IV, CFt1988). Apesar de poltrnico, parte considerivel da dou- 
trina entende que tat vedaqio C extensiva aos direitos sociais, n i o sendo possivel a 
apreciaqio de Emendas Constitucionais redutoras dos direitos sociais. 
De fato, ao garantir o n i o retrocesso da dignidade da pessoa hurnana, sern dljvida, 
a ConstituiqZo eleva ao "status" de cliusula pCtrea tarnbern os direitos sociais garan- 
tidores do bern-estar individual. 
Em mat i r ia previdenciiria, no entanto, entendemos que C possivel a reforrna 
que venha a alterar a regra de um beneficio, sem que represente, necessariamente, 
retrocesso social, mas ajuste dos riscos sociais ao tempo presente. Explico: se urna 
emenda constitucional pretende fixar a idade minima para a aposentadoria em 62 
anos, ela n i o fe r i r i o principio do n i o retrocesso, se ficar demonstrado que, ao. 
longo dos anos, houve um envelhecimento da populaqio que alterou o risco social 
da idade avanqada. 
3.2.1. Solidariedade 
Art. 30,1, CFl1988 
0 principio da solidariedade C o pilar de sustentagZo do regime previdencihrio. 
N io C possivel a compreensio do sisterna sem que o conceit0 de solidariedade esteja 
consolidado. Observe-se, contudo, que este pr inc ip i~ n i o C especifico da seguridade 
social, n5.o estando esculpido do parigrafo h i c o do art. 194 da Constituiqio, no qua\ 
- 
A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTlTUlCAO FEDERAL 
estio todos os outros principios aqui estudados. Trata-se de objetivo fundamental da 
~epfibl ica Federativa do Brasil (art. 30, I, CF11988). 
pode-se defini-lo corno o espirito que deve orientar a seguridade social de forma 
que n i o haja, necessariamente, paridade entre contribuiqties e contraprestaqBes se- 
curitirias. Por rneio dele, tern-se em vista 1-60 a proteq5.o de individuos isolados, mas 
de toda a coletividade. 
Esse principio pode ser analisado sob a dtica horizontal ou vertical. Horizontalmen- 
te, representa a redistribuiqio de renda entre as popula~ties (pacto intra-geracional) e 
verticalrnente significa que uma geraqio deve trabalhar para pagar os beneficios das 
geraqties passadas (pacto intergeracional). Este sisterna sornente C possivel nos regimes 
previdenciirios de repartiqio simples. 
A solidariedade do sisterna previdenciirio obriga contribuintes a verterem parte 
de seu patrim8nio para o sustento do regime protetivo, rnesrno que nunca tenharn a 
oportunidade de usufruir dos beneficios e servicos oferecidos. i o que ocorre com o 
aposentado do RCPS que retorna ao trabalho, contribuindo da rnesma forrna que qual- 
quer segurado, sem ter, entretanto, direito aos rnesrnos beneficios. 
A solidariedade justifica tarnbCrn a situaqPo do segurado que recolheu durante 25 
anos suas contribuiqBes previdenciirias, tendo falecido sem deixar dependente e sern 
jarnais ter se beneficiado de qualquer das prestaqces disponibilizadas. 
Por outro lado, este principio atende tarnbCrn ao segurado que, incapacitado perma- 
nenternente para o trabalho no segundo rn&s de atividade, aos 18 anos de idade, tern 
direito a beneficio pecuniirio at6 o final da sua vida, desde que a incapacidade perdure. 
Percebe-se que a solidariedade C mais aplichvel h previdtncia social, pois 6 o ljnico 
dos ramos da seguridade que C essencialmente contributivo. 
3.2.2. Universalidade da cobertura e do atendimento 
Art. 194, pardgrafo unico, I, CFl1988 
0 principio da universalidade do atendimento prega que todos devern estar cober- 
tos pela proteqio social. A sadde e a assistencia social estio disponiveis a todos que 
necessitem dos seus serviqos. A previdtncia C regime contributivo de filiaqio obrigatbria 
para os que exercern atividade remunerada licita. 
A universalidade do atendimento C a universalidade subjetiva, j6 que se refere ao 
stljeito da relaqio juridica previdenciiria, seja ele o segurado ou o seu dependente. 
Para atender ao principio constitucional da universalidade do atendimerito a le- 
gislaqio previdenciiria facultou a filiaqio mesrno iqueles que n i o exercern atividade 
remunerada abrangida pelo sisterna. Foi entPo criada a categoria de segurado facultative, 
que pode filiar-se ao sisterna se assim desejar. 
Por outro lado, universalidade da cobertura significa que a prote~30 da seguridade 
deve abranger todos os riscos sociais. 0s beneficios, entlao, devem ser instituidos corn 
DlRElTO PREVIDENCIARIO - Ivan Kertzman 
.. . . -- . ...~ ~. ~ ~~. . - 
este objetivo. Esta universalidade 6 a objetiva, pois se refere ao objeto da relacio ju- 
ridica previdencihria que 6 a prestacio de beneficios e servicos. 
Em prova de concurso para o cargo de Advogado do NCADE, elaborada pela Fun- 
da@o Carlos Chagas em 2011, foi questionado sobre a abranghcia da universalidade 
da cobertura. Vejarnos: 
Exemplo de quest50 sobre o tema: 
(~dvogado do NCADE2011 - FundagZo Carlos Chagas) 0 principio da universa- 
lidade da cobertura prevt 
a) que os beneficios sZo concedidos a quem deles efetivamente necessite, 
razio pela qua1 a Seguridade Social deve apontar os requisitos para a 
concessZo dos beneficios e servi~os. 
b) que a protecso social deve alcan~ar todos os eventos cuja repara~so seja 
premer~te, a fim de manter a subsist6ncia de quem dela necessite. 
c) que o beneficio legalmente concedido pela PrevidPncia Social n lo pode ter 
o seu valor nominal reduzido. 
d) a participa~zo equitativa de trabalhadores, empregadores e Poder Pfiblico 
no custeio da seguridade social. 
e) que nio hb um h i c o beneficio ou servi~o, mas vbrios, que sera0 conce- 
didos e mantidos de forma seletiva, conforme a necessidade da pessoa. 
Resposta: A irnica proposi~cio que trata da essencia da universalidade da cobertura 
6 a letra 8. As dernais tratarn dos outros principios constitucionais que sercio estu- 
dados na sequ&ncia. 
Saliente-se que rnuitas ac6es judiciais no irnbito da safide s io ajuizadas corn fun- 
damento no principio da universalidade da cobertura, tendo em vista que, se todos os 
riscos sociais devem ser cobertos pela seguridade, o SUS nZo pode deixar de prestar 
um atendirnento sob o argurnento de falta de recursos. Obviarnente, essa l6gica pode 
ser perfeitarnente ponderada corn o principio da reserva do possivel e da seletividade, 
como verernos logo h frenre. 
Esse principio 6 perfeitarnente aplicivel a todos os rarnos da seguridade social. 
Em relac20 a gratuidade do servico p6blico de sacde, por unanimidade, o Plenirio 
do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a possibilidade de urn 
paciente do Sisterna h i c o de Sairde (SUS) pagar para ter acornoda~iies superiores ou ser 
atendido por medico de sua prefertncia, a chamada diferen~a de classes. 0s rninistros 
negararn provimento ao Recurso Extraordinhrio (RE) 581488, sob a fundarnentaBo de 
que esse tipo de pagarnento contraria o art. 196 da Constitui~30 Federal, que garante 
a todos os cidadios acesso universal e igualitirio i s a@es e servi~os de sadde. 
0 RE 581488 tern repercussio geral e a decisio vale para todos os processos seme- 
lhantes sobrestados em outras insttncias. A tese firmada foi a de que: "6 constitucior~al 
a regra que veda, no irnbito do SUS, a interna~ao em ~ C G I X O ~ ~ ~ ~ ~ S superiores, bem 
A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUICAO FEDERAL - -. - -_ -. --_ ---__p-- -. 
,orno 0 atendirnento diferenciado por rnkdico do prbprio SUS ou por rnkdico conveniado, 
rnediante o pagarnento da diferenga ~ O S valores correspondentes". 
32.3. Uniformidade e equivai6ncia dos beneficios e servips entre as popuia- 
~6es urbanas e rurais 
F. Art. 194, par6grafo hnico, II, CF/1988 
A Constituiqiio Federal de 1988 igualou os direitos das populaqBes urbanas e rurais. 
NO passado, a popu la~ io rural obtinha beneficios de valor inferior ao salirio rninirno, 
pois contribuiam sobre bases infirnas. A partir da nova Carta, os beneficios recebidos 
pelor rurais forarn elevados ao patarnar do salirio rninirno, rnesmo que inferiores a 
este valor. lsso fez corn

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