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ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO

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ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO
EPILEPSIA NA INFÂNCIA:
Þ Infância (Período especialmente Dinâmico):
- Mielinização e Associações Sinápticas ocorrem com grande
velocidade.
Þ Crises que ocorrem durante Intercorrências Agudas
do Sistema Nervoso de Etiologias Infecciosas (Meningite),
Metabólicas (Abstinência Alcoólica) ou Traumáticas (Aciden-
tes), não são necessariamente consideradas Epilepsia.
Þ A Doença Epilepsia, é muito Mais Complexa e determina-
da pela Recorrência das Crises sem um Fator Agudo predis-
ponente.
CONVULSÕES:
Þ Resultado da Disfunção Transitória de Todo o Cérebro
ou Parte dele em virtude da Descarga Excessiva de uma po-
pulação de Neurônios Hiperexcitáveis, causando um Fenô-
meno Súbito e Transitório de Natureza Motora, Sensorial,
Autonômica ou Psíquica (Gastaut).
EPILEPSIA:
Þ Um Distúrbio Cerebral caracterizado pela Predisposição
Persistente do Cérebro para gerar Crises Epilépticas e, pe-
las Consequências Neurobiológicas, Cognitivas, Psicológicas
e Sociais dessa condição.
COMISSÃO DE TERMINOLOGIA DA ILAE RECONHECEU
3 TIPOS:
CRISES NEONATAIS:
Þ As Crises Neonatais (Desafio):
- Muitos Movimentos que acontecem em Recém Nascidos
deixam duvidas em relação a sua veracidade.
Þ Hipótese das Crises em Recém Nascidos:
- Geradas tanto no Tronco Cerebral como nos Hemisférios.
- Pobre Mielinização do Cérebro (Propagação Restrita).
- Características Diferentes das observadas em Crianças
Maiores e Adultos.
Þ Manifestação:
- Enrijecimento do Corpo Com ou Sem Apneia.
- Desvio Tônico dos Olhos para Cima ou para os Lados.
- Abalos Mioclônicos, Movimentos Focais de um Segmento
ou de Ambos os Membros de um Mesmo Lado.
- Movimentos Clônicos Multifocais Bilaterais.
Þ Diagnóstico de Certeza:
- Monitoração Eletroencefalográfica (EEG).
CAUSAS DE CRISES NO NEONATO:
Þ Aminoacidopatias.
Þ Encefalopatia Bilirrubínica.
Þ Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica.
Þ Abstinência de Drogas.
Þ Distúrbios Metabólicos.
Þ Distúrbios dos Ácidos Orgânicos.
Þ Doenças Infecciosas.
Þ Traumas Cranianos decorrentes de Complicações no Par-
to.
Þ Dependência de Piridoxina e de Ácido Fólico.
Þ Incontinência Pigmentar.
Þ Doenças Neurocutâneas.
CONVULSÕES NEONATAIS FAMILIARES BENIGNAS:
Þ Caráter Autossômico Dominante, afetam o Canal de Po-
tássio.
Þ As Manifestações param espontaneamente durante os pri-
meiros meses de vida Com ou Sem Tratamento Medicamen-
toso.
Þ O Prognóstico, é bom, mas 1/3 das crianças pode desen-
volver Epilepsia no futuro.
ENCEFALOPATIA MIOCLÔNICA PRECOCE (SÍNDROME
DE AICARDI):
Þ Incide apenas no Sexo Feminino.
Þ É ligada ao Cromossomo X.
Þ Não tem relação com Herança Familiar e está associada a
Várias Malformações do Encéfalo.
Þ Neonatos nas primeiras horas de vida apresentam Mioclo-
nias Erráticas que envolvem Membros ou Face, em território
bem delimitado (Pálpebras, Dedos das Mãos ou Todo um
Membro).
Þ O Prognóstico, é ruim para aqueles que sobrevivem ao
primeiro ano de vida (50%), por causa do Grave Comprometi-
mento Mental e Motor.
SÍNDROME DE OHTAHARA:
Þ Encefalopatia Epiléptica precoce com Surto-Supres-
são ou Síndrome de Ohtahara: Início geralmente no 1 mês
de vida, às vezes antes dos 20 dias.
Þ As Crises são Generalizadas, geralmente com Flexão e
Extensão dos Membros, eventualmente associadas com Es-
pasmos Assimétricos, ou Crise Tônico-Clônica Unilateral.
Þ Com a evolução, observam-se Comprometimento Motor
Variável (Diplegia, Hemiplegia, Quadriplegia, Ataxia ou Disto-
nia) e Retardo Mental Progressivo.
Þ A Etiologia, pode ser Lesional ou Metabólica.
Þ O Prognóstico, é muito reservado, em função do Com-
prometimento Neurológico e da Dificuldade de resposta às
Drogas Antiepilépticas (DAE).
EPILEPSIAS E SÍNDROMES EPILÉPTICAS DO LACTEN-
TE:
SEGUNDO A ILAE, SETE EPILEPSIAS SÃO CLASSIFICA-
DAS NESSA FAIXA ETÁRIA:
EPILEPSIA MIOCLÔNICA DO LACTENTE:
Þ Início: Entre 4 e 24 meses em uma Criança Normal.
Þ Crises: Breves e Generalizadas, com Abalos Mioclônico
que variam de intensidade tanto entre os Eventos como de
Uma Criança para a Outra.
Þ DNPM: Não existe Interferência quando o Diagnóstico e o
Tratamento são Precoces.
Þ Diagnóstico: EEG.
Þ Prognóstico: Bom, mas alguns pacientes desenvolvem,
na Idade escolar e/ou Adolescência, Convulsões Tônico Clô-
nicas Generalizadas (TCG), Controladas com a Reintrodução
das DAE e, às vezes, Distúrbio de Aprendizado, e Compro-
metimento Cognitivo.
SÍNDROME DE WEST:
Þ Característica: Tríade (Crises em Espasmos, Deteriora-
ção Mental e Atraso Neuropsicomotor).
Þ EEG: Alterações tão Específicas que recebe o nome de
Hipsarritmia.
Þ Causa: Pode Não ter uma Causa Determinante ou Etiolo-
gia Variável (Erros Inatos de Metabolismo, Lesões Cerebrais
Hemorrágicas, Insulto Hipóxico Isquêmico, Distúrbios da Mi-
gração Neuronal, Esclerose Tuberosa).
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO
Þ Crises (Espasmos):
- Divididos em Três Tipos: Flexor, Extensor e Mistos. Espas-
mos Flexores envolvem Pescoço, Tronco e Membros, com
Adução ou Abdução dos Braços. São descritos como “jack-
knife”, quando os braços são jogados para fora, e como “sa-
laam”, quando a Flexão é muito marcada com as Pernas Esti-
radas para Cima.
- Manifestam-se de Forma Agrupada (Repetitiva), podem
ocorrer tanto em Sono como na Vigília, mas são mais co-
muns logo ao Despertar ou Durante a Sonolência, duram em
média 2 a 3 segundos e podem guardar Intervalos Variáveis
de 5 a 15 segundos.
- Geralmente são Simétricos.
Þ Tratamento:
- Emergencial logo após a determinação do Diagnóstico, que
é feito pela Anamnese, Quadro Clínico e EEG com Hipsarrit-
mia.
- ACTH (Hormônio) mostra Resposta Positiva no Controle
dos Espasmos em 59 a 100% dos casos.
- Para os casos cuja Patologia de Base é a EscleroseTtube-
rosa, a Medicação de Escolha é a Vigabatrina.
Þ Prognóstico: A demora em fazer o Diagnóstico Correto e
Iniciar a Intervenção Terapêutica Específica pode determinar
Piora no Prognóstico, que já́ é Bastante Reservado. Somente
5% das Crianças afetadas evoluem Sem Retardo Mental.
Þ EEG com Padrão de Hipsarritmia:
- Desorganização Marcante e Constante da Atividade Basal.
- Elevada Amplitude dos Potenciais.
- Ondas Lentas Delta Irregulares de Voltagem Muito Elevada.
- Períodos, Habitualmente Breves, de Poli Ondas e Poliponta-
sonda.
- Períodos de Atenuação da Voltagem que, em alguns casos,
parece chegar ao "silêncio" elétrico.
SÍNDROME DE DRAVET:
Þ Na Síndrome de Dravet (Epilepsia Mioclônica Grave da In-
fância), as Crianças são Normais Antes das Crises, que co-
meçam durante o 1 ano de vida e são Febris.
Þ Etiologia: Mutação Neuronal nos Canais de Cálcio do Ge-
ne SCN1A.
Þ Crises:
- Início: Crises Febris são Rápidas, Unilaterais e ocorrem
durante a Subida da Temperatura. Com a Evolução, tendem
a ser Progressivamente Mais Longas, Resistentes ao Trata-
mento e podem determinar Status Epiléptico.
- Durante a Fase Inicial: São predominantemente Clônicas;
a partir do 2 ano de vida, passam a ser Generalizadas, com
Ataques Mioclônicos Maciços, ocorrendo varias vezes duran-
te o dia, Sem Associação com Estado Febril, provocando
Quedas ao Solo e Evoluindo para Crises Tônico Crônica Ge-
neralizada (TCG). Crises Focais também ocorrem, associa-
das a Fenômenos Autonômicos (Palidez, Cianose Labial) e
Fenômenos Atônicos e/ou Automatismos.
Þ Prognóstico: Observa-se Lento e Progressivo Retardo
Psicomotor e Cognitivo, além de Comprometimento Motor, da
Linguagem e da Marcha, caracterizando uma Síndrome Cere-
belar e Piramidal.
Þ Diagnóstico de Certeza: Aparecimento dos Ataques Mio-
clônicos.
EPILEPSIAS DA INFÂNCIA:
DURANTE AS IDADES PRÉ ESCOLAR E ESCOLAR, EN-
CONTRA-SE O MAIOR NÚMERO DE EPILEPSIAS CLASSI-
FICADAS, LISTADAS A SEGUIR:
Þ Epilepsia Benigna com Pontas Centrotemporais.
Þ Epilepsias com Ausências Mioclônicas.
Þ Síndrome de Panayiotopoulos;.
Þ Epilepsia Occipital de Início na Infância Tardia (Tipo Gas-
taut).
Þ Encefalopatia com Descargas de Ponta Onda Contínua
durante o Sono.
Þ Epilepsia com Crises Mioclônico Atônicas (Anteriormente
Astáticas).
Þ Epilepsia Frontal Noturna Autossômica Dominante.
Þ Crises Febris (que PodemTer Início No Lactente).
EPILEPSIA AUSÊNCIA NA INFÂNCIA:
Þ É uma Epilepsia Generalizada Primaria, com Incidência
entre 6 e 7 anos de idade, em uma Criança previamente Nor-
mal, e outro pico, mais raro, entre 11 e 12 anos.
Þ Etiologia Genética e os Antecedentes de Epilepsia estão
presentes em até 44% dos casos.
Þ Crises:
- Iniciam de Forma Abrupta, duram, em media, 15 segundos
e podem ocorrer varias vezes ao dia.
- Frequentemente, na fase inicial, as Crianças são chamadas
de Desatentas ou Descuidadas, porque parece que não es-
tão escutando e deixam cair objetos das mãos.
Þ Diagnóstico: EEG Típico com Descargas de Espicula On-
da Lenta a 3 Hz (Variações de 2,5 a 4 Hz podem ocorrer) de
Projeção Difusa, Bilateral, que Não se Fragmentam e se
Acentuam durante a Hiperventilação.
Þ Tratamento: A Resposta é Eficiente em 80% dos casos, e
as Crises são Bem Controladas com Ácido Valproico, Etos-
suximida e/ou Lamotrigina.
SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT:
Þ Tem prevalência no Sexo Masculino e Início entre 3 e 5
anos de idade.
Þ É considerada uma Encefalopatia Epiléptica Grave da In-
fância, pois 60% dos pacientes têm como Causa Etiológica
uma Lesão Cerebral, determinando Comprometimento no De-
senvolvimento Neuropsicomotor e Cognitivo.
Þ Crises (Resistentes ao tratamento com as DAE. Manifes-
tam-se 3 tipos):
- Tônicas: Envolvendo sobretudo a Musculatura Axial e
Membros. Ocorrem durante Sono e Vigília. Geralmente são
Simétricas, Com ou Sem Perda da Consciência, Com Altera-
cão do Ritmo Respiratório e Desvio Ocular e, às vezes, Auto-
matismo Gestual.
- Ausências Atípicas: Têm um Começo e um Fim Progressi-
vos, a Perda de Consciência é Incompleta, permitindo de
alguma forma a Manutenção Parcial da Atividade que vinha
sendo desenvolvida.
- Mioclonias Maciças: Anteriormente classificadas como Cri-
ses Atônicas, provocam Queda Abrupta da Cabeça ou do
Corpo (Head Atack/Drop Atack). A Indicação de Usar Capa-
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO
cete pode ser sugerida, objetivando Evitar Traumatismos Gra-
ves.
Þ Prognóstico: O Comprometimento Cognitivo pode ser Le-
ve ou Ausente na Fase Inicial, mas, com a Evolução, em ra-
zão da Recorrência de Crises e da Dificuldade no Controle,
passa a ser Gradativamente mais Acentuado.
Þ Diagnóstico: O EEG é Significativamente Alterado.
Þ Tratamento: Exige Politerapia com DAE, o que também
contribui para Acentuar o Quadro de Sonolência, Dificuldade
de Aprendizagem e Lentidão Psicomotora.
SÍNDROME DE LANDAU-KLEFFNER:
Þ A Síndrome de Landau-Kleffner, Não tem Associação com
Doença de Base, Nem Historia Familiar de Epilepsia.
Þ Crises:
- Afasia Adquirida Associada a uma Alteracão importante do
Comportamento e a Crises Epilépticas Generalizadas Raras
que Remitem Rapidamente após Terapêutica Medicamento-
sa.
- As Alterações Psicocomportamentais Associadas à Afasia
frequentemente levam à Suspeita Diagnóstica de Mutismo,
Surdez e Autismo.
Þ Prognóstico: As crises ocorrem em 70% dos pacientes,
muitas vezes são Únicas e Controláveis com Monoterapia
Anti-Convulsivante. A Linguagem pode ser Readquirida pelo
menos Parcialmente, Dependendo do Início (Antes dos 5
anos), e desde que haja Intervenção Precoce com Fonotera-
pia. A Capacidade Intelectual Operacional geralmente está
Preservada, mesmo durante a Evolução Clínica.
Þ Diagnóstico: Achados do EEG não são Típicos e podem
mostrar Descargas Focais, Multifocais ou Generalizadas, Re-
petitivas.
EPILEPSIAS DA ADOLESCÊNCIA:
AS EPILEPSIAS RELACIONADAS A SEGUIR COMEÇAM
NA INFÂNCIA, PERSISTEM AO LONGO DA ADOLESCÊN-
CIA E CONTINUAM DURANTE A VIDA ADULTA:
EPILEPSIA AUSÊNCIA JUVENIL:
Þ Tem Inicio na Puberdade, entre 10 e 17 anos, Não tem
Cura.
Þ Compromete Igualmente os Dois Sexos, e os Pacientes
Não apresentam Alterações Neurológicas.
Þ Crises:
- As Crises se manifestam logo ao Despertar, de forma Repe-
titiva, com Perda Abrupta da Consciência.
- São Mais Leves do que as observadas na Epilepsia Ausên-
cia Infantil, Menos Frequentes e Mais Longas.
- Podem ocorrer Mioclonias e Crises TCG
Þ Tratamento: A Terapêutica com DAE é Imperativa, princi-
palmente para Controlar as Crises de Ausência pela forma
como se manifestam (Em Salvas), Interferindo no Desempe-
nho Acadêmico e na Cognição.
Þ Prognóstico: Essa Epilepsia não apresenta Remissão
(Melhora das Crises com Períodos de Exacerbação).
EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL (SÍNDROME DE
JANZ):
Þ Epilepsia Generalizada Idiopática, de Etiologia Genética,
com Vários Genes Suscetíveis.
Þ A Idade de Inicio distribui-se entre Pré e Pós-Puberdade,
com Pico de Incidência dos 12 aos 17 anos, e Acometimento
igual em ambos os Sexos.
Þ Crises:
- Mioclônica, Irregulares, Simples ou Repetitivas, Arrítmicas,
predominantemente nos Membros Superiores, em geral ao
Despertar ou Após Privação de Sono.
- Fatores precipitantes Privação de Sono, Exposição a Foto-
ssensibilidade (Luz Estroboscópica, Jogos de Videogame) e
Uso de Álcool.
Þ Diagnóstico: EEG mostra um Padrão Típico de Espícula-
onda Bilateral Rápido, que em 30% é Desencadeado pela Fo-
toestimulação.
 ESTADO DE MAL EPILÉPTICO
Þ Entidade Nosológica caracterizada por: Uma Crise Epilép-
tica Única ou por Crises Epilépticas Subintrantes e Sem Re-
cuperação da Consciência entre os Eventos com duração
igual ou superior a 30 minutos.
Þ Há diversas propostas de Alteracão para que o EME pas-
se a incluir Crises Epilépticas com duração superior a 5 ou 10
minutos.
Þ A maior parte das Crises Epilépticas tem duração inferior a
1 minuto, e que uma parcela considerável das Crises que
atingirem 5 minutos de duração persistirão por mais de 30 mi-
nutos.
ETIOLOGIA:
Þ As Etiologias do EME são Extremamente Variáveis, já́ que
qualquer Doença Neurológica Aguda, Subaguda ou Crônica
pode, teoricamente, evoluir com Crises Convulsivas prolonga-
das e, consequentemente, EME.
Þ Causas Sintomáticas Agudas:
- Traumatismo Cranioencefálico, Tumores Cerebrais, Hipóxia
Cerebral recente, AVC Isquêmico ou Hemorrágico, Meningi-
tes Bacterianas, Encefalites Virais, Intoxicações Exógenas,
Abstinência a Drogas e Distúrbios Metabólicos Agudos.
Þ Causas Sintomáticas Crônicas ou Remotas:
- Pacientes Epilépticos ou Com Lesões Cerebrais Estruturais
Previas correspondem a um grupo especialmente de Risco
para EME, seja por Descompensação das Crises, seja por In-
terrupção dos Fármacos Antiepilépticos.
Þ Causas Progressivas ou Degenerativas:
- Embora sejam Menos Frequentes, Doenças Neurológicas
Progressivas ou Degenerativas também podem ser causas
de EME (Descompensações Agudas de Erros Inatos do Me-
tabolismo).
FISIOLOGIA NEURONAL / FISIOPATOLOGIA:
EME NÃO CONVULSIVOS:
- Sem Manifestações Motoras ou Com Manifestações Moto-
ras Discretas.
- O Fenômeno Ictal tem Inicio com a Liberação de Neuro-
transmissores Predominantemente Inibitórios, sobretudo o
GABA-B, na Fenda Sináptica.
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO
- O GABA é o Principal Neurotransmissor Inibidor no Sistema
Nervoso Central.
EME CONVULSIVO:
- Com Manifestações Motoras Evidentes e Exuberantes.
TRATAMENTO:
Þ EME (Emergência Pediátrica):
- Precocidade no Diagnóstico e no Tratamento à melhora do
Prognóstico à Reduzindo a Morbidade Neurológica e a Morta-
lidade.
- Toda Criança que chega a um setor de Pronto Atendimento
em Crise Convulsiva deve ser abordada, do ponto de vista
Terapêutico, como um caso de EME.
ABORDAGEM CLÍNICA PARA UM ATENDIMENTO PADRO-
NIZADO E PFICIENTE:
1 PASSO - DETERMINAÇÃO DA ETIOLOGIA E MEDIDAS
GERAIS:
Þ Anamnese + Exame Físico:
- Realização de um Exame Neurológico Sucinto e a Coleta
de Dados Clínicos Relevantes, como Histórico de Epilepsia,
Interrupção Recente de Fármacos Antiepilépticos, Histórico
de Traumatismo Craniano ou Quadro Clínico Compatível com
Alterações Metabólicas Agudas, Infecção do Sistema Nervo-
so Central ou Intoxicações Medicamentosas.
Þ Exames:
- Coleta de Hemograma, Glicemia, Sódio, Potássio, Cálcio e
Gasometria Arterial. Para Crises com Duração Superior a 15
minutos, devem-se Coletar as Enzimas TGO, TGP e Amilase,
além de Ureia e Creatinina.
- Caso haja Sinais de Infecção do Sistema Nervoso Central,após a Estabilização e o Controle Inicial do Evento Ictal, de-
ve-se Coletar LCR.
- Nos Casos de Suspeita de Lesão Cerebral Aguda ou Suba-
guda etiologicamente relacionada à Crise atual, o paciente
deve ser o mais brevemente possível submetido a Exame de
Neuroimagem.
- Em Casos Específicos, dirigidos pela Suspeita Clínica, de-
vem-se Solicitar Exame Toxicológico e Nível Sérico de Fár-
macos Antiepilépticos.
Þ Conduta Inicial:
- Transporte para uma Maca ou Leito com Grades de Prote-
ção Lateral (Evitando Quedas), deve-se Introduzir Cânula de
Guedel entre os Dentes (Nos Casos de Crises Convulsivas
Generalizadas com Risco de Laceração da Língua) e Reali-
zar Aspiração frequente da Boca.
- Monitorar os Sinais Vitais (Frequência Cardíaca, Respirat-
ória, Temperatura e Pressão Arterial).
- As Vias Aéreas devem ser mantidas Desobstruídas e, em
Casos de Crises com Cianose e Insaturação, deve-se Admi-
nistrar Oxigênio.
- Acesso Venoso deve ser obtido o mais precocemente possí-
vel.
2 PASSO - MEDIDAS FARMACOLÓGICAS:
Þ Os Benzodiazepínicos (BZP), são considerados as Dro-
gas de Primeira Linha, podendo ser indicado Diazepam (EV
ou Via Retal) ou Midazolam (EV ou Via Nasal).
Þ O BZP possuem Efeito Fugaz torna necessária a Adminis-
tração de uma Droga de Segunda Linha com Efeito Antiepi-
léptico mais duradouro à Fenitoína (EV).
Þ Se o EME segue Sem Controle Clínico e/ou Eletrográfi-
co à Fenobarbital (EV).
Þ A partir desse momento, a maior parte dos autores consi-
dera que o EME tornou-se Refratário e o Tratamento deveria
ser realizado, preferencialmente, em Ambiente de Terapia
Intensiva, com a Administração de Midazolam em Infusão
Endovenosa Continua.
Þ O Tiopental Sódico é uma alternativa ao Midazolam
Continuo.
3 PASSO - ALTERNATIVAS FARMACOLÓGICAS:
Þ Nos Casos em que ocorre Falha do Controle Clinico e/o
Eletrográfico do EME com os Fármacos Anteriores, está
Indicado Uso de Infusão Endovenosa Continua de Propo-
fol, ou lidocaína em Infusão Contínua.
Þ Sempre que se Utilizar Drogas Anestésicas no Tratamento
do EME Refratário, as Doses devem ser Tituladas por Meio
da Realização Continua de EEG.
Þ A partir desse momento, há Esquemas de Tratamento pa-
ra o EME com Pouca Documentação Cientifica, como a Indi-
cação de Topiramato em Altas Doses, Levetiracetam, Pulso-
terapia com Corticosteroides, Implante de Estimulador do
Nervo Vago, entre Outros menos Comuns.
4 PASSO - COMPLICAÇÕES DO EME:
Þ Acidose Metabólica Grave, Hipoglicemia (Pode Perpetuar
a Crise), Hipotensão Arterial, Arritmia Cardíaca, Hipertermia
(Acelera o Dano Neuronal), Pneumonia Aspirativa, Insuficiên-
cia Renal por Necrose Tubular Aguda e Edema Cerebral.
 CRISE FEBRIL:
Þ Uma Crise Epiléptica, que ocorre entre 6 meses e 6 anos
de idade, Associada à Doença Febril, não causada por uma
Infecção do Sistema Nervoso Central (SNC), sendo excluídas
as Crianças que apresentaram Crise Neonatais ou Crises não
provocadas ou, que se encaixam nos Critérios de outra Crise
Sintomática Aguda.
Þ Corresponde a um dos Problemas Neurológicos mais fre-
quentemente observados na População Pediátrica.
Þ A Crise Epiléptica, é mais comum em Lactentes e Pré-
Escolares, de Baixa Morbidade, Recorrência Pouco Frequen-
te e Não Requer Tratamento Contínuo Com Drogas Antiepi-
lépticas.
Þ A Profilaxia Secundaria, não é indicada no caso de Crise
Febril Simples, mas no caso de Crise Febril Complexa, Pro-
longada ou Focal, a Profilaxia Secundária Intermitente pode
ser considerada.
Þ A Opção ou Não pelo Tratamento Profilático, e qual a me-
lhor forma de fazê-lo envolve não apenas o conhecimento so-
bre a Crise Febril, mas também Aspectos Individuais, Familia-
res e a Estrutura Social em que a Criança está inserida.
Þ Crise Febril ocorre:
- Em Associação com Infecções Virais das Vias Aéreas Supe-
riores, Pulmonares, Intestinais e do Trato Urinário, assim co-
mo Associada à Febre Decorrente de Vacinação.
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO COM CONVULSÃO
- Geralmente nas primeiras 24 horas do Episódio Febril, no
Período de Ascensão Rápida da Temperatura.
Þ Classificação:
- Crise Febril Simples: Tem Apresentação Generalizada, Du-
ração inferior a 15 minutos e Não Recorre em menos de 24
horas, com Exame Neurológico Pós-Ictal Normal.
- Crise Febril Complexa: Tem duração superior a 15 minutos
e/ou apresenta uma ou mais recorrências nas primeiras 24
horas, podendo iniciar-se como Focal e/ ou apresentar Exa-
me Neurológico Pós-Ictal Alterado.
Þ Diagnóstico (Essencialmente Clínico):
- Tornam-se fundamentais a Anamnese Detalhada e o Exame
Físico Minucioso, com o objetivo de Afastar Intoxicações Exó-
genas, Trauma, Focos Infecciosos e Avaliar as Característi-
cas da Crise e a História Familiar.
Þ Cérebro Imaturo da Criança: Maior Suscetibilidade a
Convulsões, provavelmente por conta da Combinação de Ex-
citação Aumentada e Inibição Diminuída, além de Diferenças
Maturacionais nos Circuitos Subcorticais.
EPIDEMIOLOGIA:
Þ 2 a 5% das Crianças Menores de 5 anos apresentarão pe-
lo menos um Episodio de Crise Febril.
Þ Fatores de Risco:
- História de Crise Febril em Parentes de 1 e 2 graus, Interna-
ção Hospitalar no período.
neonatal, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor
Þ Após a primeira Crise Febril, o Risco de Recorrência é Bai-
xo, pois apenas 30% das Crianças até os 6 anos terão uma
Segunda Crise e Metade delas terá́ uma Terceira Crise Febril.
Þ Os fatores mais importantes para Recorrência:
- Idade Precoce da Primeira Crise Febril, História Familiar de
Crise Febril, Grau de Elevação da Temperatura (O Risco de
Recorrência é Inversamente Proporcional ao Grau da Tempe-
ratura) e Duração do Período Febril (Quanto menor a Dura-
ção da Febre, Maior a Chance de Recorrência).
Þ O Risco de a Criança com Crise Febril desenvolver Epilep-
sia é de 2 a 7%, maior que na População em Geral.
DIAGNÓSTICO:
Þ Predominantemente Clínico.
Þ Os demais Exames Laboratoriais são direcionados para a
Investigação do Foco Infeccioso, não fazendo parte da In-
vestigação Rotineira da Crise Febril Simples ou Complexa.
Þ EEG, Mapeamento Cerebral, Tomografia Computorizada
de Crânio e RM Cerebral também Não devem ser Realiza-
dos Rotineiramente, uma vez que não contribuem para o
Diagnóstico nem para o tratamento.
O EXAME DO LCR, DIANTE DE UMA PRIMEIRA CONVUL-
SÃO FEBRIL, ESTÁ INDICADO NAS SEGUINTES CONDI-
ÇÕES:
Þ Menos de 6 meses de vida.
Þ Sintomatologia de Infecção do SNC.
Þ Recuperação Lenta ou Alteracão Neurológica Pós-Ictal.
Þ Uso de Antibióticos (Lembrar que os Sintomas de Me-
ningite podem ser Mascarados).
TRATAMENTO:
Þ Baseado em três Aspectos Fundamentais:
- Tratamento da Fase Aguda.
- Profilaxia da Recorrência das Crises.
- Orientação Familiar.
Þ A maioria das Crianças já́ chega ao Pronto-Socorro no Pe-
ríodo Pós-Ictal.
Þ Nos casos em que a Criança está em Convulsão, o Trata-
mento Agudo é igual a Qualquer Crise Epiléptica, indepen-
dentemente de sua Etiologia, inclusive no que se refere a me-
didas gerais.
Þ No Momento da Admissão no Setor do Pronto-Socorro, a
Temperatura deve ser imediatamente aferida, sendo indicado
Controle da Febre por Meios Físicos (Compressas Frias) e
Antitérmicos.
Þ Recorrência da Crise Febril: Pode-se recomendar o uso
de Benzodiazepínicos (Diazepam, Clonazepam e Nitraze-
pam) durante o Episódio Febril.
Þ Academia Americana de Pediatria (AAP):
- Com base nos Riscos e Benefícios das Terapêuticas Efica-
zes, Não Recomenda o Uso Contínuo ou Profilático de
Anticonvulsivantes na Crise Febril Simples.
Þ Na Crise Febril Complexa e com Alta Recorrência, po-
dem-se utilizar Benzodiazepínicos durante os Episódios Fe-
bris.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Þ Meningite.
É IMPORTANTE INFORMAR A FAMÍLIA QUE:
Þ A Crise Febril tem um Caráter Benigno.
Þ O Controle Rigoroso da Febre, é o aspecto mais importan-
te do Tratamento.
Þ O Risco de um Novo Episodio Convulsivo durante o mes-
mo Quadro Febril é Raro, embora possa ocorrer.
Þ Uma vez que as Convulsões Febris são Associadas a Ele-
vações Rápidas de Temperatura Corporal acima de 38°C, a
Crise pode ser o Primeiro Sinal de um Processo Infeccioso,
Não havendo tempo paraa Administração de Antitérmicos
antes que ela ocorra.
Þ É importante Proteger a Criança durante a Crise; porém,
Sem Restringir seus Movimentos.
Þ Não se deve Introduzir nada em sua Boca.
Þ Não se deve Tentar Respiração Boca a Boca ou Massa-
gem Cardíaca em Casa.
Þ Se a Criança tiver Nova Crise, os pais devem Manter a
Calma, Posicionar a Criança em uma Superfície Confortável,
em Decúbito Lateral Direito, para Evitar o Acúmulo de Saliva
na Cavidade Oral e Prevenir a Broncoaspiração no Caso de
Vômitos.
Þ Após o Término das Crises, Não se deve Administrar Qual-
quer Medicação ou Líquidos por Via Oral até que a Criança
esteja Bem Desperta.
Þ É necessário prestar Atenção à Duração da Convulsão. No
caso de tempo maior que 5 minutos, deve-se dirigir à Emer-
gência mais próxima ou Chamar uma Ambulância.
Þ É preciso Avaliar a Temperatura com Termômetro e Não
Agasalhar demais a Criança.
PROGNÓSTICO:
Þ Não se encontrou diferença significativa entre a Média de
QI das Crianças que tiveram CF e seus Irmãos.
Þ Não se descrevem Mortes, Estado de Mal Convulsivo ou
Déficits Neurológicos permanentes após Crises Febris.

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