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Contexto europeu, com 15 séculos de feudalismo dentro de uma organização social baseada em: nobreza, clero e plebe dentro de uma estrutura estamental de sociedade (ou seja, não havia mobilidade social). O feudalismo esteve presente e muito bem estabelecido até o século XV, até que, em dado momento, alguns fluxos começaram a “escapar”, como o comércio, as rotas de comercialização e de especiarias (marítimas)... Dessa forma, um novo modo econômico começa a aparecer, surgindo uma outra forma de se produzir riqueza e um novo grupo de pessoas começa a se valer disso, o capitalismo. Com isso, nasceu uma classe de comerciantes e uma estruturação desses comerciantes nas rotas de comércio. Lembrando: no feudalismo, as pessoas eram “presas” à terra (não havia mobilidade social, as pessoas nasciam e morriam no mesmo lugar, só saindo para guerrear, defender território ou o pensamento cristão), então o surgimento das rotas de comércio é algo inovador e não vai parar de crescer até a reestruturação completa da sociedade (ou seja, até o fim do regime feudal). Ao longo do feudalismo até o séc. XV, havia um determinado modo de enxergar o mundo, a partir do séc. XVI, uma nova forma de enxergar o mundo surge, e assim se iniciam os movimentos de resistência à ordem vigente - é nesse momento que o Iluminismo aparece (séc. XVII = séc. das luzes). Contextualização histórica - Contexto no qual vai emergir o positivismo e os saberes científicos no séc. XIX e XX Resumo feito por Giovanna Gebrim Uma das vertentes do Iluminismo é o Liberalismo (teve início no século XVII e destaque no século XVIII), conhecido como um movimento de libertação, caracterizado pela livre iniciativa dos sujeitos em produzir e em serem agentes sociais, culminando no Liberalismo Econômico, ou seja, a consolidação no modo de produção capitalista. Dessa forma, houve também uma limitação do estado e, para que os estados não fossem regidos a partir da vontade do soberano, inicia-se a construção de um estado baseado em uma constituição, que delimitaria os poderes. Todo esse empreendimento humano vai fazer com que o modo de produção se transforme, “desandando o feudalismo”, já que a Revolução Industrial (período de grande desenvolvimento tecnológico que garantiu o surgimento da indústria, consolidando o processo de formação do capitalismo e causando grandes transformações) vai marcar uma mudança de concepção na produção de riqueza. A riqueza antes da Revolução Industrial era baseada no que era extraído da terra através da agricultura, no que se explorava no subsolo através dos metais preciosos e na quantidade de território que se tinha sob domínio, por isso se caracterizava como uma sociedade agrícola e territorialista. A Revolução Industrial, fruto do avanço dos capitalistas e burgueses, produziu novas formas de gerar riqueza, como as fábricas (movidas à máquinas à vapor). Resumo feito por Giovanna Gebrim Surgimento dos Cercamentos: Fruto do contexto comercial do século XVIII, consistia em cercar as terras rurais que pertenciam à camponeses (privando-os do próprio sustento) para a produção da lã (favorecendo a indústria têxtil, que teve grande destaque durante a primeira revolução industrial, na Inglaterra). Esse acontecimento gerou uma migração das pessoas do campo para as cidades. No entanto, essas cidades levam um “susto”, pois são pequenos povoados que, de uma hora para outra, vão aumentar grandemente a sua população em um pequeno espaço de tempo. Então essas cidades começam a produzir um processo de urbanização para conseguir absorver toda a população. No campo, se as pessoas estiverem com fome, elas plantam. Na cidade, se as pessoas estiverem com fome, elas precisam comprar. Essa situação gera a formação das cidades no êxodo rural e a chegada e expansão da Revolução Industrial, em 1760. Com isso, os camponeses ficam sem alternativa, a não ser se dobrar ao trabalho industrial, mas eles resistem, o que resulta na formação do movimento proletário no séc. XIX. Observação: Para aqueles que resistem ao trabalho industrial, recebem como punição o trabalho forçado nas casas de trabalho. A riqueza está saindo das mãos da monarquia e se concentrando nas mãos dos burgueses e dos capitalistas. Nesse momento, é iniciado uma rota de colisão (o capitalismo que se portou como um fluxo que “escapou” no século XV e causou perturbação no regime feudal, chega nesse momento em rota de colisão com a monarquia), pois a monarquia quer sobretaxar a burguesia e tudo o que é possível para constituir a sua riqueza, mas os burgueses não vão aceitar isso, gerando a Revolução Francesa. A Revolução Francesa, também conhecida como uma revolução burguesa, ocorreu em 1789 e é oriunda de um contexto de fome, miséria e guerras sucessivas. Foi inspirada na Guerra de Independência dos Estados Unidos. Nesta revolução aconteceu a Tomada da Bastilha, a instauração dos tribunais de inquisição, a decapitação da nobreza e, depois de 10 anos de revolução, haverá a saída com Bonaparte consolidando a burguesia como a classe social dominante. O fim do absolutismo feudal se encontra aqui com a Revolução Francesa pois aqui nascerá uma outra forma de pensar o Estado: o estado-nação. Resumo feito por Giovanna Gebrim A burguesia, nesse momento, produziu uma cisão com o que a França começará a chamar de Antigo Regime (depois da revolução, tudo aquilo que veio antes de 1789 é considerado Antigo Regime). A partir disso, muitos costumes serão modificados, uma nova cultura, fruto do liberalismo e do iluminismo, começará a surgir. A burguesia vai se firmar não só como uma classe social dominante, mas também como referência de como o mundo deve ser visto. Observação: O Estado só deve servir para legitimar as instituições jurídicas e assegurar os direitos civis e políticos, sem intervir na economia (estado liberal). Em dado momento, acontece um choque de classes entre os proletários e a burguesia (conhecido como Ludismo), já que os proletários gostariam da reivindicação das condições de trabalho, e a burguesia não vai apenas resistir como também vai usar o Estado para reprimir violentamente as manifestações da classe proletária. Isso acontece até que a burguesia começa a perceber que se ela fustigar o proletário e reprimir as manifestações dos mesmos, o proletário vai fazer sua própria revolução. Então eles precisam criar uma outra estratégia para lidar com essa situação: A burguesia vai começar a intervir nas condições de vida do proletariado, nascendo uma estrutura filantrópica que vai produzir conhecimento sobre a população e intervir na transformação social. E assim começa a penetração dos agentes filantrópicos para estudar quem são essas pessoas, onde moram, como vivem, como se organizam… Resumo feito por Giovanna Gebrim Saindo de um paradigma religioso (caridade) para um paradigma científico (filantropia). Essas filantropias vão fornecer os conhecimentos necessários para que os estados possam ter governamentalidade. E, posteriormente, serão criadas instituições que vão organizar a sociedade a partir desse conjunto de saberes. Essa é uma tentativa de desarticular as resistências dos proletários através da ciência. O positivismo - Ponto de partida para a psicologia social O ponto de partida para se pensar em uma psicologia social é o positivismo, um movimento filosófico francês construído por Augusto Comte no início do século XIX O positivismo é entendido como uma expressão do iluminismo que quer colocar um fim em todo obscurantismo, em toda metafísica. Para Augusto Comte, a psicologia não é ciência (e sim um saber menor). Ele afirma que o funcionamento do sujeito deve ser objeto da sociologia, da biologia ou da fisiologia, já que a mente não é algo palpável, e ele só considerava o que era tangível. Ele compreende que a ciência precisa ser baseada apenas naquilo que pode ser observado. Augusto Comte (1798 - 1857) Resumo feito por Giovanna Gebrim Ao analisar o desenvolvimento histórico das ciências, Comte concluiu que elas tinham evoluído em 3 estágios: Comte criará um conjuntode princípios: - Estágio teológico: A explicação da realidade é realizada a partir de agentes sobrenaturais (o mundo é explicado por Deus). - Estágio metafísico: Agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, como a natureza. (também intangível). - Estágio positivo: Explicações partem das experiências observáveis, possíveis de serem mensuradas, havendo a capacidade de serem criadas leis sobre seu funcionamento (estabelecendo as leis da natureza). - Observação: Todas as ciências deveriam evoluir para o estágio positivo, ou seja, para a busca de leis que pudessem ser utilizadas para explicar a realidade. - Princípio do fenomenalismo: Só aquilo que é diretamente acessível através da experiência sensorial pode ser objeto de conhecimento científico. - Princípio do nominalismo: A ciência precisa criar uma linguagem própria para nomear os objetos externos que são estudados. A linguagem científica deve fazer referência a objetos externos, individuais e particulares, e não a entidades abstratas e universais. - Princípio da não valoração (neutralidade): O cientista deve ser neutro em relação ao mundo que ele observa. Negava toda forma de atribuição de valor a partir da cognição do cientista. - Princípio da unidade da ciência: Todas as ciências devem evoluir para o conhecimento científico positivo. Prega a existência de um único método de conhecimento científico. Destaque para a obra "Curso de Filosofia Positiva" do Augusto Comte publicada em 6 volumes entre 1830 e 1842 Resumo feito por Giovanna Gebrim Émile Durkheim construiu a sociologia dentro dos princípios positivistas, isso influenciou muito na psicologia social. Em 1893, Émile Durkheim começou a teorizar sobre a sociedade, criando a sua primeira obra chamada “Da Divisão do Trabalho Social”, com o tema “A evolução da sociedade”. A sociedade era vista como uma entidade supra orgânica, sua evolução parte de um estado de homogeneidade para um estado de heterogeneidade. Émile Durkheim estudou a Morfologia Social, ou seja, ele realizou o estudo das formas que as sociedades adotam, indo da mais simples, como a horda, à mais complexa. Na Horda, não se vivem processos de segmentação e diferenciação, por isso, Durkheim as toma como base natural de toda sociedade. Já em sociedades complexas, como a moderna, encontramos tal diferenciação graças à divisão social do trabalho e à progressiva coesão social. O nascimento da Sociologia - Émile Durkheim (1858-1917) Émile Durkheim é considerado um dos fundadores da sociologia, tendo publicado várias obras nas quais aborda a evolução da sociedade, os métodos da sociologia e a vida religiosa. Émile Durkheim (1858-1917) Da Divisão do Trabalho Social (1893) Resumo feito por Giovanna Gebrim Em resumo, a sociedade para Émile Durkheim é uma entidade supra orgânica que se transforma no tempo, por isso é considerada uma morfologia social, indo dos estágios menos desenvolvidos e mais simples (como a horda), aos mais complexos e diferenciados (como a moderna). Émile Durkheim compreendeu a evolução da sociedade (morfologia social) dividindo a sociedade em 2 momentos: Em resumo, a Solidariedade Mecânica era primitiva, primária, rural e limitada à realidade da época, já a Solidariedade Orgânica é urbana, complexa, diversificada e portanto, exigiu novos saberes para que a vida social fluísse. Em sua obra "As Regras do Método Sociológico", Émile Durkheim definiu o "fato social" como o objeto de estudo da sociologia. Os fatos sociais são definidos como as formas de pensar, sentir e agir que acontecem de forma generalizada. Ou seja, os fatos sociais se repetem entre sociedades e indivíduos estudados. Ele afirma que o fato social deveria ser tratado como algo observável, assegurando o princípio do fenomenalismo. Essa obra é a aplicação da metodologia positiva do estudo da sociedade, que inclusive, é pensada como independente dos sujeitos que a constituem. A relação entre o indivíduo e a sociedade se baseia em mecanismos de "coerção". Solidariedade Mecânica - Característica de sociedades pré-capitalistas (sociedades primitivas). - As funções sociais dos sujeitos são semelhantes (todos fazem tudo). - Não há divisão social do trabalho. - Predomínio de mecanismos de coerção imediata, violenta e punitiva. - Predomínio do direito punitivo (punição). Solidariedade Orgânica - Característica de sociedades complexas. - As funções sociais dos indivíduos são especializadas e interdependentes. - A divisão social do trabalho é bastante complexa. - Predomínio de mecanismos de coerção formais, exercidos de forma mediada. - Predomínio do direito restitutivo (reparação do dano causado). Resumo feito por Giovanna Gebrim Fato social e coerção: Caracterizado pela coercitividade, exterioridade e generalidade. A partir da coerção social, os indivíduos e grupos são levados a se conformarem com as regras sociais, com ou sem sua percepção consciente, inclusive por meio das forças de sanção e punição. São exteriores por terem uma existência que antecede o indivíduo, como a linguagem ou os hábitos a mesa. Por fim, devem ter um grau de generalidade, se estender a grupos de indivíduos ou a totalidade da sociedade. Fenômenos normais e patológicos: Durkheim distingue fenômenos/fatos sociais como normais e patológicos, ou seja, os que são como deveriam ser e os que são diferentes. Critério utilizados: Os mesmos utilizados pela biologia para a classificação das espécies. São normais fatos que aparecem com maior incidência em uma população ou fase de desenvolvimento, enquanto são patológicas as exceções. Tais características podem ser colocadas a prova, comparadas a formas passadas, etc. As Regras do Método Sociológico (1895) Resumo feito por Giovanna Gebrim Em sua obra "As Formas Elementares da Vida Religiosa", Durkheim analisa a religião sob o prisma sociológico, em suas primeiras formas de manifestação. Para ele, o estudo das representações coletivas que incluem a religião, os mitos, a filosofia e a ciência (todas formas de conhecimento) deve ser objeto da sociologia, já que não são fenômenos individuais, tampouco resultado de uma mente individual, mas produção da idealização coletiva. Isso quer dizer que não podem ser reduzidas a consciência individual, pois não dependem do indivíduo, além do que sua duração no tempo é maior que a duração da vida individual. As Formas Elementares da Vida Religiosa (1912) Gabriel Tarde (1843-1904) Gabriel Tarde também produziu sobre sociologia, mas esteve um pouco distante do modo de pensamento de Durkheim. Gabriel Tarde acreditava numa interpsicologia, ou seja, negava veementemente a existência de uma consciência coletiva independente dos indivíduos (como Durkheim pensava). Para ele, os efeitos da sociedade sobre o comportamento individual não são o produto de processos psicológicos independentes e situados fora dos indivíduos, mas reações recíprocas entre as consciências (o encontro entre as pessoas produziria a configuração da sociedade). Resumo feito por Giovanna Gebrim Diferente de Durkheim, o que explicava a conduta social não era a coerção, mas sim a imitação (as pessoas agem como agem porque imitam o comportamento de outras pessoas). Ele definiu algumas leis da imitação: - Lei do descender: Tendências no comportamento são iniciadas pelas pessoas de status superior e imitadas pelas de menor status. - Lei da progressão geométrica: O processo de imitação começa lentamente e com o tempo se acelera. - Lei do próprio antes do estranho: A cultura nacional é imitada antes da estrangeira. Gabriel Tarde (1843-1904) Gustavo Lebon (1841-1931) A ideia central na obra de LeBon é o reconhecimento da massa como uma entidade psicológica independente daquela de seus membros. Para ele, quando o indivíduo toma parte de uma multidão, surgem determinados processos psicológicos que não estão presentes no indivíduo isolado. Quer dizer, existem entidades psicológicas supra individuais que surgem como consequência da união de indivíduos(ou seja, isoladamente, esses indivíduos não teriam esse comportamento), algo que o autor expressa em uma lei psicológica da unidade mental das massas. As Leis da Imitação (1890) Resumo feito por Giovanna Gebrim Quanto aos princípios psicológicos envolvidos no processo de irracionalidade do comportamento dos indivíduos na massa, foram a sugestão e o contágio, práticas presentes na psicologia clínica da época, como a sugestão hipnótica, bem como nas investigações médicas sobre o contágio bacteriológico de Louis Pasteur (1822-1895) Segundo Le Bon, ao se encontrar em uma multidão, o indivíduo sufoca sua personalidade consciente e passa a ser dominado pela mente coletiva da multidão, que é capaz de levar seus membros a apresentar comportamentos unânimes, emocionais e desprovidos de racionalidade. Gustavo Lebon (1841-1931) O nascimento da psicologia como ciência Ocorreu na passagem do séc. XVIII para o séc. XIX. A psicologia nasceu como uma ciência através dos estudos da psicofísica em tentar estabelecer o objeto de estudo, na Alemanha. Os maiores representantes são: - Ernst Heinrich Weber (1795 - 1878) - Gustav Fechner (1801 - 1887) - Wilheim Wundt (1832 - 1920) Resumo feito por Giovanna Gebrim São características desse surgimento: - Utilização de metodologia científica oriunda das ciências naturais, em especial da fisiologia e da psicofísica. - Tentavam superar a dificuldade de se medir ou quantificar o conteúdo da mente. - O objeto de estudo deixa de ser a alma e passa a ser a mente. - Mente como processo, não como subjetividade. - Perspectiva analítica igual a utilizada pela química; descoberta dos elementos básicos da mente. - Metodologia: Introspecção Surgiu na esteira do movimento de reunificação da Alemanha e tinha como foco o estudo dos principais atributos em comum que definiam o caráter nacional ou o pensamento coletivo do povo alemão. Wundt costumava estudar os processos mentais básicos, até que, com o passar do tempo, sentiu necessidade de estudar os processos mentais mais complexos ou superiores, como a memória e o pensamento, tendo constatado que o método experimental não era adequado a tal estudo. Dessa forma, ele propôs uma distinção entre a psicologia experimental (que estuda os processos mentais básicos) e a Völkerpsychologie (que estuda os processos mentais superiores por meio do método histórico- comparativo). Para Wundt, os processos mentais superiores são o resultado da história de desenvolvimento da espécie e, portanto, para a sua adequada compreensão é necessário que a psicologia individual seja completada por Völkerpsychologie, cujo método deve ser a pesquisa histórica e etnográfica. Völkerpsychologie - Wilheim Wundt Völkerpsychologie é um método de psicologia que foi fundado no século XIX pelo psicólogo Wilhelm Wundt, trata-se de um domínio de investigação psicológica de psicologia dos povos que complementa a psicologia individual ou experimental na busca de uma compreensão das leis gerais da vida psíquica. Resumo feito por Giovanna Gebrim Na visão da Völkerpsychologie, personalidade individual era como um produto cultural (constituíamos a nossa personalidade com base na nossa cultura). Ele propunha comparar a vida mental de diferentes culturas (com o objetivo de identificar traços da personalidade que são marcados por determinadas culturas). Wundt toma a mente como um fenômeno histórico, um produto da cultura e da linguagem de um determinado povo, que não poderia ser explicada em termos individuais, mas sim em termos coletivos. A psicologia dos povos (Völkerpsychologie) encontrava-se dividida em duas áreas: Segundo a psicologia dos povos, o homem não é nada sem a sociedade. A única coisa que sabemos com certeza do indivíduo completamente isolado é que não teria humanidade. A psicologia dos povos de Wundt exerceu influência principalmente sobre a psicologia social sociológica, por conta da ênfase atribuída à questão da determinação sócio-histórica do indivíduo ao uso da metodologia não experimental. - Uma voltada para o estudo da linguagem, dos costumes e dos mitos, como produtos do contexto cultural e histórico. - Uma voltada para a elaboração de uma psicologia diferencial dos diferentes povos, raças e nações. Max Weber investigou os processos sociais a partir da compreensão das intencionalidades e ações dos sujeitos. O pensamento de Weber influenciou muitos outros psicólogos sociais no séc. XX (outros psicólogos sociais também começaram a se preocupar em explicar as questões sociais através das intenções dos indivíduos). “Por que determinado sujeito faz o que faz ou vive como vive? Qual a sua intenção com aquilo?”: Isso passa a ser um objeto de investigação. Max Weber se opôs ao Karl Marx em relação ao determinismo econômico (Marx colocou as relações materiais baseadas na economia como explicação das relações sociais, o Weber trouxe a cultura). A influência do idealismo de Max Weber Resumo feito por Giovanna Gebrim O tipo ideal não é o das ciências naturais ou de Durkheim que observa as características generalizadas e que se repetem em uma espécie (com uniformidade e regularidade). De acordo com Weber, o “tipo ideal” não é o tipo que se repete, o tipo ideal descreve: O tipo ideal não existe na realidade, justamente por ser uma formulação, é uma ideia, não é algo que você está observando a partir de um sujeito concreto, e sim a forma como você deseja que esse sujeito seja. Um grande exemplo disso são aquelas pessoas que passam mais tempo idealizando a vida delas do que olhando como a vida realmente é. Outro exemplo: Idealizar seu parceiro romântico e não reconhecer quem está do seu lado. - O movimento normativo ideal de uma ação racionalmente dirigida a um fim, com valores claros e coerência lógica entre meios e fins (ou seja, é aquilo que se deseja como um ideal e que pode ser perseguido dentro de uma relação com valores claros sobre o que se quer). - É contrastado com a realidade, permitindo situar os fenômenos sociais em relação ao tipo ideal (por exemplo, eu idealizo um indivíduo e as formas que eu considero adequado de relacionamento e depois posso contrastar isso com a realidade para entender a distância que existe entre as formas como as coisas acontecem concretamente e aquilo que imagino como deva ser as formas de se relacionar, podendo estabelecer metodologicamente como trazer o ponto A ao ponto B, ou seja, como desenvolver as relações concretas até que atinjam aquilo que eu idealizei como sociedade). - Um sistema compreensivo de conceitos que permitem formular as hipóteses explicativas. Metodologia do tipo ideal - Max Weber Max WeberResumo feito por Giovanna Gebrim Diferentemente da filosofia idealista alemã que estabelecia uma independência entre os processos mentais e o mundo físico e real (ou seja, os processos mentais eram considerados superiores em relação ao mundo físico), um mundo de ideias com sua própria dinâmica de evolução, Marx fará depender esses processos mentais do mundo material (ou seja, o que um sujeito pensa é fruto do mundo material). Dessa forma, até a própria consciência é produto da práxis social. No idealismo, o sujeito idealiza o mundo e leva o real até ele. No materialismo, o que o sujeito pensa já é consequência do mundo real e físico. Seguem algumas ideias psicossociológicas do Marx: - A atividade humana, por ser social, define a consciência. - A linguagem é tomada como consciência prática: a) Linguagem como produto social. b) Só na condição de membro da sociedade o ser humano adquire os códigos linguísticos necessários para sua interação social. c) A linguagem adquirida estabelece os limites e parâmetros de sua consciência. - Adoção da metodologia dialética como instrumento de análise social: a) Pseudoconcretude do real. b) Realidade fetichizada; fetiche da mercadoria. - Alienação: a) Relação que se estabelece entre o trabalhador e o sistema de produção capitalista. b) O trabalhador não reconhece a estrutura de dominaçãoque o impede de participar do produto final de seu trabalho. Ideias psicossociológicas no pensamento de Karl Marx Resumo feito por Giovanna Gebrim Estabeleceu que as espécies evoluem pelo uso das suas faculdades; Criador da lei do uso e desuso e da lei da herança de características adquiridas. Obra - Philosophie Zoologique (1808): Trata-se de um livro onde Lamarke esboça sua teoria pré-darwiniana da evolução, hoje conhecida como lamarckismo. Nele, é abordado o Princípio da hereditariedade dos caracteres adquiridos (permitiu abandonar a ideia de instinto e influenciou as teorias da aprendizagem). Obra - A Origem das Espécies (1859): É uma obra de literatura científica que é considerada a base da biologia evolutiva. Nela, Darwin desenvolveu a tese da seleção natural, que afirma que somente as espécies com maior capacidade de adaptação às variações da natureza conseguiram sobreviver e se reproduzir. Obra - Ensaio sobre o princípio da população (1789): Ele afirma que, em todas as espécies, nascem mais indivíduos do que podem sobreviver. Malthus estudou possibilidades de restringir esse crescimento, pois os meios de subsistência poderiam crescer somente em progressão aritmética. Segundo ele, esse crescimento populacional é limitado pelo aumento da mortalidade e por todas as restrições ao nascimento, decorrentes da miséria e do vício. Essa ideia inspirou Darwin a cunhar o conceito de seleção natural. Primeiro a introduzir na psicologia os princípios derivados das teorias evolucionistas. Jan-Baptiste Lamarke (1744-1829): Charles Darwin (1809-1882): Thomas Malthus (1766-1834): Herbert Spencer (1820-1903): O desenvolvimento das ciências sociais na Grã-Bretanha É marcado por alguns pensadores evolucionistas: Resumo feito por Giovanna Gebrim “A evolução da mente é o resultado de um desenvolvimento do estado indiferenciado dos órgãos primitivos até a estrutura complexa do cérebro humano. Como resultado da interação entre o organismo e o meio, a mente humana foi evoluindo para uma complexidade crescente das reações diante dos acontecimentos externos, passando dos reflexos aos instintos, depois à memórias e, finalmente, ao raciocínio”. (2003, p. 28). O desenvolvimento das ciências sociais nos Estados Unidos A influência do pensamento evolucionista de Herbert Spencer coincidiu com as características da sociedade americana, principalmente quanto ao individualismo. Seus argumentos acerca da sobrevivência do mais apto foram aceitos como uma legitimação científica para as práticas do capitalismo e sobre o papel do Estado na organização social. Jan-Baptiste Lamarke (1744-1829) Charles Darwin (1809-1882) Thomas Malthus (1766-1834) Herbert Spencer (1820-1903) Resumo feito por Giovanna Gebrim Referências para a construção do resumo: TORRES, Cláudio Vaz; NEIVA, Elaine Rabelo. Psicologia Social: principais temas e vertentes. Porto Alegre: Artmed, 2011. Aula do professor Diego Toloy (UNIFACS)
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