Buscar

Abdome agudo inflamatório

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Clínica Cirúrgica – Tatiana Morais 
➢ Introdução: 
-Processo inflamatório intra-abdominal, pode ser 
definido como quadro de dor abdominal súbito e 
inesperado. Em algumas situações, o quadro apresenta-
se com peritonite, sendo mandatório o manejo cirúrgico 
nesses casos. 
-Abdome agudo mais comum 
• Tipos mais comuns: 
-Apendicite aguda 
-Colecistite aguda 
-Pancreatite aguda 
-Diverticulite aguda 
➢ Apendicite aguda: 
-É a causa mais comum de abdome agudo 
• Fisiopatologia: Obstrução da luz do apêndice → 
proliferação bacteriana → invasão da mucosa → Infecção 
→ aumento da pressão intra-luminal → trombose e 
isquemia de apêndice. 
-Evolução: Horas ou dias 
• História: 
-Dor abdominal →inicialmente difusa que depois se 
localiza em fossa ilíaca direita ( ponto de McBurney ) / 
intensidade inicialmente leve, com piora progressiva. 
-ATENÇÃO: localização atípicas: 
-Retrocecal 
-Retroperitoneal 
-Em flanco esquerdo 
-Hipocôndrio 
-Pélvico... 
• Sintomas associados: Inapetência, náuseas ,vômitos 
• Exame físico: 
-Dor à palpação abdominal ( sinal de Blumberg/ sinal de 
Rovsing/ Lapinsky,Lenander, etc ...) 
-Defesa do quadrante inferior direito (se encostar já 
incomoda) 
-Febre baixa (<39° C) 
-Toque retal e vaginal – excluir doenças pélvicas 
• Exames laboratoriais (complementares): 
-Hemograma (leucocitose é esperado) 
-Provas de função renal: ureia, creatinina 
-Eletrólitos (principalmente em situações de êmese) 
-Amilase e lipase (excluir pancreatite) 
-Exame de urina (EAS) – cuidado pois pode levar a 
confundir com infecção urinária 
• Exames de imagem: 
✓ Rx de abdome (maioria dos sinais são sutis / 
inespecíficos ) 
-Alça sentinela 
-Fecalito 
-Escoliose antálgica 
-Velamento do Psoas 
-Nível hidroaéreo 
-Pneumoperitônio 
 
• Ultrassonografia: 
-Distensão de apêndice (<6mm) 
-Presença de fecálito 
-Líquido ou massa periapendicular 
-Dor à descompressão com transdutor 
• Tomografia de abdome: 
-É o método com melhor sensibilidade e especificidade 
(padrão ouro) 
-Dilatação do apêndice > 6 mm 
-Inflamação periapendicular 
-Coleção liquida 
-Fecalito 
• Tratamento: 
-Cirurgia (aberta ou laparoscópica) 
➢ Colecistite aguda : 
 -Usualmente decorre devido a complicações de 
colelitíase (90 – 95%) 
 -Outros fatores( 5 – 10%) – doença de base grave = 
paciente mais grave: 
o Isquemia 
o Infecções 
o Doenças do colágeno 
o AIDS 
• Complicações: 
-Perfuração 
-Peritonite biliar 
-Abscesso peri-vesicular 
-Fistula biliar - duodeno 
• História: 
-Dor em hipocôndrio direito 
-Muitas vezes pacientes já tem o diagnóstico de 
colelitíase 
-Febre (nem sempre / baixa) 
-Náuseas e vômitos 
-Icterícia 
• Exame físico: 
-Sinal de Murphy – especificidade 79-96% (paciente para 
de inspirar a compressão) 
• Laboratório: 
- Hemograma 
- Funçao renal 
- Bilirrubina direta (suspeita de obstrução de colédoco) 
- Fosfatase alcalina, gama gt (aparecem em casos de 
distensão/trauma de vias biliares) 
- Tgo, tgp (marcadores de lesão hepática) 
- Amilase e lipase 
• Exame de imagem: 
-Ultrasonografia de abdome: Sensibilidade 85%, 
especificidade 96 % (padrão ouro) 
-Espessamento da parede da vesícula ( > 4 mm) 
- Distensão da vesícula (> 8 cm) 
- Cálculos na vesícula 
 
2 Clínica Cirúrgica – Tatiana Morais 
- Líquido peri-vesicular (complicação -abscesso) 
- Murphy ultra-sonográfico (especificidade > 90%) 
 
 
 
 
 
 
 
-
Tomografia de abdome: 
-Não apresenta muitas vantagens em relação ao USG; 
-Importante na identificação de complicações 
• Tratamento: 
-Cirúrgica (aberta ou laparoscópica) 
-Tratamento clínico (quando tem outras complicações 
clínicas que necessitam de tratamento/controle antes da 
cirurgia ) 
 
➢ Pancreatite aguda: 
-Definição: processo inflamatório agudo decorrente da 
autodigestão do pâncreas causado pelas próprias 
enzimas pancreáticas, podendo envolver órgãos a 
distância. 
• Causas: 
-Biliar (principal) 
-Alcoólica 
-Indeterminada 
• História: 
- Dor abdominal em andar superior do abdome ( dor em 
barra não acontece em todos os pacientes) 
- Vômitos 
- Parada da eliminação de gases e fezes (nem sempre) 
• Exame físico: 
-Dor abdominal à palpação, sem sinais de irritação 
peritoneal 
-Distensão abdominal 
-Diminuição da peristalse 
-Formas graves: sinais de falência orgânica, manchas 
esverdeadas ou arroxeadas em região lombar ( sinal de 
Grey- Turner) ou periumbilical ( Sinal de Cullen) 
• Complicações: 
-Coleções fluidas abdominais 
-Pseudocistos 
-Sepse 
-Ascite pancreática 
-Sangramentos, perfurações 
-Hipoxemia 
-Insuficiência renal aguda 
-CIVD 
-Insuficiência de múltiplos órgãos 
• Diagnóstico: 
-Laboratorial: 
- Amilase e lipase 
- Hemograma 
- função renal 
- Eletrolitos 
- LDH (mais elevado = pancreatite mais grave) 
- APACHE II e Ranson- avaliação da gravidade 
Apache II: Mortalidade 
 
 
 
 
 
 
Ranson: 
 
 
 
 
 
 
 
• Exames de imagem: 
-Principalmente se há dúvida no diagnostico ou para 
pesquisar complicações (não é de rotina) 
-Tc de abdome com contraste IV 
• Tratamento: 
-Cirurgia 
-Clínico (em princípio): 
-Jejum 
-Hidratação 
-Analgesia 
-Sempre internar (pelo menos 48hrs) 
-UTI em casos graves 
-CPRE 
-Cirurgia é exceção 
 
3 Clínica Cirúrgica – Tatiana Morais 
➢ Diverticulite aguda: 
• Fisiopatologia : 
-Oclusão da luz de divertículos 
-Presença de doença diverticular → erosão da parede 
dos divertículos → perfuração 
-Pode se comportar semelhante a apendicite, porém do 
lado esquerdo do abdome 
-95% no sigmoide 
• História: 
-Doença diverticular 
-Idoso 
-Dor em flanco ou fossa ilíaca esquerda 
-Febre (mais alta) 
-Massa abdominal palpável 
-Constipação, diarreia 
• Exame físico: 
-Dor a palpação de flanco esquerdo/ FIE 
-Sinais de irritação peritoneal 
-Massa palpável (não é comum em apendicite) 
-Constipação ou diarreia 
-Febre 
-Disuria 
- Distensão abdominal 
- Toque retal pode demonstrar sangue ou ausência de 
fezes 
• Laboratório: 
-Hemograma, fç renal, eletrólitos 
• Exames de imagem: 
-Rx de abdome (exame de triagem): 
-Distensão de alças 
-Pneumoperitôneo 
-Tc de abdome com triplo contraste (padrão ouro): 
-Espessamento parietal do sigmoide 
-Divertículos 
-Densificação da gordura regional 
-Pneumoperitônio 
• Tratamento: 
- Não complicada ( 75-85%): 
- Conservador- antibióticoterapia, dieta liquida, 
hidratação oral 
-Considerar tratamento domiciliar (sem comorbidades / 
estável/ estiver se alimentando e evacuando) 
-Complicada: 
-Hospitalar 
-Tratamento das complicações (abcesso, obstrução, 
fístula, perfuração (com peritonite) 
-Antibioticoterapia venosa 
-Cirúrgico / clínico (geralmente uma associação)

Outros materiais