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Insuficiencia Venosa

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INSUFICIÊNCIA VENOSA 
PROBLEMA 
“Uma mulher de 45 anos se queixa de sensação de peso e fadiga nas pernas. Ela não apresenta os sintomas ao acordar, 
mas eles se tornam mais perceptíveis e significantes no decorrer do dia e quando ela fica em pé por um tempo 
prolongado. Quando ela fica em pé na maior parte do dia, observa-se edema nas duas pernas. Os sintomas estão 
concentrados na panturrilha medial, área onde há veias tortuosas proeminentes. Ela observou veias dilatadas na perna 
pela primeira vez há 20anos, quando estava grávida. Inicialmente, elas não lhe causaram nenhum desconforto, mas 
aumentaram progressivamente e, nos últimos 10 anos, tornaram-se cada vez mais dolorosos. Ela lembra que sua mae 
tinha veias semelhantes nas pernas”. 
ANATOMIA 
- Para entender a fisiopatologia da doença venosa, o conhecimento da anatomia é essencial. Após determinar a 
localização e o tipo de incompetência venosa, uma abordagem terapêutica pode ser construída. A drenagem venosa 
das pernas é função de dois sistemas paralelos e conectados, os sistemas superficial e profundo. 
Sistema venoso superficial: 
- As veias superficiais formam uma rede que conecta as veias dorsais superficiais do pé e as plantares profundas. O arco 
venoso dorsal, no qual deságuam as veias metatársicas dorsais, se continua com a veia safena magna (interna) 
medialmente, e a veia safena parva (externa) lateralmente. 
- A veia safena interna, com grande proximidade do nervo safeno, ascende anteriormente ao maléolo medial e continua 
ascendendo medialmente ao joelho. Ela ascende no compartimento superficial e deságua na veia femoral comum, após 
entrar na fossa oval. Antes de seu deságue na veia 
femoral comum, recebe as veias safenas acessórias 
medial e lateral, assim como pequenas tributárias da 
região inguinal, da região pudenda e da parede 
abdominal anterior. As veias do arco posterior drenam 
a área ao redor do maléolo medial e, à medida que 
ascendem na face posteromedial da panturrilha, 
recebem veias mediais perfurantes denominadas 
perfurantes de Cockett antes de se unirem à veia 
safena interna na altura do joelho. 
- A veia safena externa surge a partir do arco venoso 
dorsal na face lateral do pé e ascende posteriormente 
ao maléolo lateral, ascendendo em direção cefálica 
pela linha medioposterior da panturrilha. A veia safena 
externa continua a subir, penetra na fáscia superficial 
insuficiencia venosa 
 
OBJETIVOS: 
1. Estudar a etiologia e os fatores de risco da insuficiência venosa crônica; 
2. Compreender a classificação, diagnóstico e tratamento da IVC; 
3. Entender a diferença entre a IVC e a doença varicosa dos MMII. 
da panturrilha e, então, termina na veia poplítea. O exato ponto de entrada da veia safena externa na veia poplítea é 
variável. O nervo sural encontra-se paralelo à veia safena externa. 
 
Sistema venoso profundo: 
- As veias digitais plantares do pé esvaziam-se em uma 
rede de veias metatársicas que compõem o arco venoso 
plantar profundo. Este continua nas veias plantares 
medial e lateral que, então, drenam nas veias tibiais 
posteriores. As veias dorsais do pé formam o par de 
veias tibiais anteriores na altura do tornozelo. 
- O par de veias tibiais posteriores que se localiza ao lado 
da artéria tibial posterior corre internamente à fáscia do 
compartimento posterior profundo. Essas veias 
penetram o músculo solear e juntam-se à veia poplítea, 
após terem se unido aos pares de veias fibulares e tibiais 
anteriores. Existem grandes seios venosos no músculo 
solear — os seios soleares — que drenam nas veias 
tibiais posteriores e fibulares. As veias do gastrocnêmio 
bilateral deságuam na veia poplítea distal no ponto de 
entrada da veia safena externa na veia poplítea. 
- A veia poplítea penetra no canal dos adutores, a partir 
da qual é denominada veia femoral, anteriormente 
conhecida como veia femoral superficial. A veia femoral 
ascende e recebe a drenagem da veia femoral profunda 
e, após essa união, passa a chamar-se veia femoral 
comum. Ao cruzar o ligamento inguinal, novamente 
troca de nome, passando a chamar-se veia ilíaca 
externa. 
Sistema venoso perfurante: 
- Veias perfurantes conectam o sistema venoso superficial ao sistema venoso profundo, penetrando as camadas fasciais 
da extremidade inferior. Essas perfurantes correm de maneira perpendicular para as veias axiais descritas 
anteriormente. 
- Embora o número total de veias perfurantes seja variável, foi documentado um número máximo de 100. As perfurantes 
entram em vários pontos na perna —pé, panturrilha medial e lateral, coxa média e distal. Algumas foram nomeadas 
perfurantes de Cockett, conectando o arco posterior e as veias tibiais posteriores, perfurantes de Boyd, que conectam 
a safena e as veias do gastrocnêmio, e perfurantes hunterianas e Dodd, que conectam as veias femorais, safenas magnas 
e superficiais. 
- As veias perfurantes têm uma função importante. Seu sistema de válvulas ajuda a impedir o refluxo do sistema 
profundo para o sistema superficial, particularmente durante os períodos de pé e de ambulação. 
HISTOLOGIA E FUNÇÃO VENOSA NORMAL 
- A parede venosa é composta de três camadas: a íntima, a média e a adventícia. A veia é mais fina e possui menos 
musculatura lisa e elastina do que a artéria. A íntima das veias possui uma camada celular endotelial sobre uma 
membrana basal. A média é formada por células musculares lisas e elastina/tecido conjuntivo. A adventícia da parede 
venosa contém fibras adrenérgicas, particularmente nas veias cutâneas. Descargas simpáticas centrais e o centro 
termorregulador do tronco cerebral podem alterar o tônus venoso, assim como outros estímulos, como alterações de 
temperatura, dor, estímulos emocionais e alterações de volume. 
- As características histológicas das veias variam dependendo do seu calibre. As vênulas, as menores veias, variam de 
0,1-1 mm e contêm principalmente células musculares lisas, enquanto as veias calibrosas dos membros contêm 
relativamente poucas células musculares lisas. Essas veias de calibre maior têm capacidade contrátil limitada, quando 
comparadas com a veia safena interna, que possui parede espessa. As válvulas venosas evitam o fluxo retrógrado, e é 
sua falência que leva ao refluxo e aos sintomas associados a ele. As válvulas venosas são em maior número no segmento 
distal do sistema venoso no membro inferior, enquanto, conforme progride proximalmente, ocorre diminuição do 
número de válvulas até o ponto em que deixam de existir, como nas veias cavas inferior e superior. 
- No sistema venoso encontra-se a maior parte da volemia. Devido às paredes finas, relativamente desprovidas de 
elastina, o sistema venoso é capaz de acomodar grandes variações de volume, com pequenos aumentos da pressão. As 
veias têm forma normalmente elíptica até que o limite de sua distensibilidade seja alcançado; a partir daí, assumem 
forma cilíndrica. 
- Os músculos da panturrilha aumentam o retorno venoso, funcionando como uma bomba. Na posição supina, a pressão 
venosa em repouso nos pés é o resultado da energia cinética residual, menos a resistência das arteríolas e esfíncteres 
pré-capilares. Assim, um gradiente de pressão de aproximadamente 10-12 mm Hg é gerado para o átrio direito. Na 
posição ortostática, a pressão venosa em repouso nos pés reflete a pressão hidrostática de uma coluna de sangue desde 
o átrio até o pé. 
- O retorno venoso é facilitado pela ação da bomba muscular da panturrilha — um mecanismo pelo qual a musculatura 
da panturrilha funciona como um fole durante o exercício, comprimindo o gastrocnêmio e os seios soleares, e 
impulsionando o sangue em direção ao coração. As válvulas do sistema venoso, com funcionamento normal, impedem 
o refluxo de sangue; no entanto, quando uma ou mais dessas válvulas se tornam incompetentes, os sintomas de 
insuficiência venosa podem-se desenvolver. Durante a contração da musculatura da panturrilha,as pressões venosas 
do pé e do tornozelo caem drasticamente. As pressões que se desenvolvem no compartimento muscular, durante o 
exercício, variam de 150-200 mmHg e, quando há falência das veias perfurantes, essas altas pressões são transmitidas 
para o sistema superficial. 
INSUFICIÊNCIA VENOSA 
- Existem três categorias de insuficiência venosa: congênita, primária e secundária: 
 A insuficiência venosa congênita é composta de variantes anatômicas predominantes que estão presentes ao 
nascimento. Exemplos de anomalias congênitas venosas incluem ectasias venosas, ausência de válvulas 
venosas e síndromes, como a síndrome de Klippel-Trenaunay. 
 A insuficiência venosa primária é uma entidade idiopática adquirida. É a maior categoria clínica e representa a 
maioria das insuficiências venosas superficiais encontradas no consultório. 
 A insuficiência venosa secundária surge de um estado pós-trombótico ou obstrutivo e é causada por um 
trombo de veia profunda ou por um processo obstrutivo crônico primário. 
INSUFICIÊNCIA VENOSA PRIMÁRIA: 
- Há três categorias principais de insuficiência venosa primária: as telangiectasias, as veias reticulares e as veias varicosas 
→ Telangiectasias, varicosidades reticulares e veias varicosas são semelhantes, mas apresentam variações distintas de 
calibre: 
 As telangiectasias são vênulas intradérmicas muito pequenas, muito diminutas para demonstrar o refluxo. 
 Veias reticulares são ramificações de veias que entram nas tributárias das principais veias axiais, perfurantes 
ou profundas. 
 As veias axiais, as veias safenas magnas ou parvas representam as veias de maiores calibres do sistema venoso 
superficial. 
- Sua fisiopatologia ainda precisa ser esclarecida, mas estudos revelam uma gênese multifatorial que inclui 
anormalidades mecânicas, celulares e moleculares. 
1. Anormalidade anatômicas: 
- Diferenças anatômicas na localização das veias superficiais dos membros inferiores podem contribuir para a 
patogênese. A insuficiência venosa primária pode envolver ambas as veias axiais (safenas magna e parva), apenas uma 
delas ou nenhuma. Veias perfurantes podem ser a única fonte de fisiopatologia venosa, talvez porque a veia safena 
magna seja constituída por uma camada fibromuscular média bem desenvolvida e tecido conjuntivo fibroso que a ligam 
à fáscia profunda. Por outro lado, as tributárias da veia safena parva recebem menos suporte do tecido celular 
subcutâneo e são superficiais à camada membranosa da fáscia superficial. Essas tributárias também contêm menos 
massa muscular em suas paredes. Por isso, elas, e não o tronco principal, podem tornar-se seletivamente varicosas. 
- Quando as peculiaridades anatômicas fundamentais são reconhecidas, a competência intrínseca ou a incompetência 
do sistema valvular torna-se importante. Por exemplo, a falência da válvula, permitindo que uma veia tributária sofra 
as pressões da veia safena parva levando ao desenvolvimento de um grupo de varicosidades. Além disso, as veias 
perfurantes que comunicam o compartimento profundo com o superficial podem ter falência valvular. 
- Estudos de pressão mostraram que existem duas fontes de hipertensão venosa. A primeira é gravitacional e resultante 
do fluxo do sangue venoso em direção distal, através dos segmentos venosos axiais lineares. Trata-se da pressão 
hidrostática, que é o peso da coluna de sangue desde o átrio direito. As maiores pressões geradas por esse mecanismo 
são evidenciadas no pé e no tornozelo, onde as medidas são expressas em centímetros de água ou milímetros de 
mercúrio. A segunda fonte de hipertensão venosa é dinâmica. Ela é a força da contração muscular, normalmente contida 
dentro dos compartimentos da perna. Se uma veia perfurante falha, altas pressões (variando de 150-200 mmHg) 
desenvolvem-se dentro do compartimento muscular, durante o exercício, sendo transmitidas diretamente ao sistema 
venoso superficial. Aqui, a súbita transmissão de pressão causa dilatação e alongamento das veias superficiais. Pode 
ocorrer incompetência valvular distal progressiva. Caso as válvulas proximais, como a válvula safenofemoral, estejam 
incompetentes, a pressão da contração muscular sistólica fica complementada pelo peso da coluna de sangue desde o 
coração. Além disso, essa coluna se transforma em uma barreira. O fluxo proximal de sangue através da veia femoral 
extravasa para a veia safena e flui distalmente. Conforme ocorre refluxo distal através de válvulas progressivamente 
incompetentes, o sangue volta através das veias perfurantes para as veias profundas. Aqui, novamente, volta para a 
veia femoral somente para ser reciclado distalmente. 
2. Anormalidades celulares: 
- Alterações também ocorrem no nível celular. A observação angioscópica demonstra infiltração monocítica e macrófaga 
nas válvulas das veias afetadas por insuficiência venosa. Em regiões de insuficiência venosa avançada crônica, como 
lipodermatoesclerose avançada, observa-se proliferação capilar e ocorre permeabilidade capilar extensa como 
resultado do alargamento dos poros interendoteliais das células. Ocorre extravasamento transcapilar de partículas 
osmoticamente ativas, principalmente do fibrinogênio. 
- Na insuficiência venosa crônica (IVC), a capacidade fibrinolítica venosa é diminuída e a fibrina extravascular permanece 
para evitar a troca normal de oxigênio e nutrientes nas células circundantes. No entanto, existem poucas provas para 
anormalidade real na entrega de oxigênio aos tecidos. 
3. Anormalidades moleculares: 
- Em nível molecular, foram identificadas diversas anormalidades nas extremidades que manifestam hipertensão 
venosa. Foram identificados defeitos fundamentais na força e características da parede venosa. Veias varicosas 
demonstram quantidades menores de elastina e colágeno, sugerindo um papel contribuinte em direção à fisiopatologia 
venosa. 
Fatores de risco: 
- Fatores de risco para o desenvolvimento de veias varicosas incluem idade avançada, sexo feminino, hereditariedade e 
histórico de trauma na extremidade. 
- A função venosa é, sem dúvida, influenciada por alterações hormonais. Particularmente a progesterona liberada pelo 
corpo lúteo que estabiliza o útero e causa o relaxamento das fibras da musculatura lisa. Isso influencia diretamente a 
função venosa. O resultado é a dilatação venosa passiva, que, em muitos casos, é a causa da disfunção valvular. Embora 
a progesterona esteja implicada na primeira manifestação de varicosidades em mulheres grávidas, o estrogênio também 
exerce efeitos consideráveis. Esse hormônio produz o relaxamento dos músculos lisos e o enfraquecimento das fibras 
de colágeno. Além disso, a relação estrogênio/progesterona influencia a distensibilidade venosa. Essa relação pode 
explicar a predominância de sintomas de insuficiência venosa no primeiro dia do período menstrual, quando ocorre 
uma mudança profunda da fase da progesterona do ciclo menstrual para a fase do estrogênio. 
- Embora já se reconheça que a hereditariedade é um fator de risco para o desenvolvimento de veias varicosas, o 
mecanismo genético preciso ainda precisa ser esclarecido. 
Clínica: 
- A disfunção valvular venosa causa hipertensão venosa e, como tal, os sintomas dos pacientes são atribuídos a essa 
associação. 
 O paciente com veias varicosas sintomáticas geralmente informa sensação de peso, desconforto e fadiga nos 
membros. 
 A dor é caracteristicamente “surda”, não ocorrendo durante o repouso ou pela manhã, e é exacerbada ao final 
da tarde, especialmente após longo período em posição ortostática. O edema é comumente descrito. 
 As sensações desconfortáveis de dor, peso, cansaço ou queimação são aliviadas por meio de elevação dos 
membros ou compressão elástica. 
 Queimação cutânea, chamada neuropatia venosa, também pode ocorrer em pacientes com insuficiência 
venosa avançada. 
 O prurido ocorre por causa da deposição excessiva de hemossiderina e tendea ser localizado na panturrilha 
distal ou em áreas de segmentos de ramificações varicosas flebíticas. 
- Um exame completo inclui a avaliação da circulação arterial. Resumidamente, realiza-se a palpação dos pulsos femoral, 
poplíteo, dorsal do pé e tibial posterior. Pulsos não palpáveis necessitam de avaliação adicional. A ausculta do fluxo de 
pulso é indicada quando um frêmito ou pulso muito amplo é observado. Demonstração de diminuição de pelos, rubor 
quando o membro está pendente ou palidez quando em elevação e atrofia de tecidos são indicações de isquemia arterial 
avançada. 
- O exame venoso inclui a avaliação do paciente nas posições ortostática (em pé) e supina (deitado). Ficar em pé 
aumenta a hipertensão venosa e dilata as veias, facilitando o exame. 
 Pacientes com incompetência superficial axial comumente exibem veias safenas magnas palpáveis. Cordões 
venosos palpáveis podem estar presentes. 
 A inspeção visual é fundamental. Sinais de insuficiência venosa avançada incluem hiperpigmentação distal 
secundária à deposição de hemossiderina e lipodermatoesclerose. 
o A lipodermatoesclerose se desenvolve ao longo do tempo devido à hipertensão venosa ortostática 
prolongada e à inflamação crônica. 
o Achados de exame físico que refletem lipodermatoesclerose são: edema duro da panturrilha distal, 
“perna em garrafa de champanhe”, pele fibrótica, hipertrófica e hiperpigmentação. 
Lipodermatoesclerose avançada pode provocar a fibrose do tendão de Aquiles, prejudicando a função 
motora da extremidade. 
 Atrofia branca (atrophie blanche) é uma área de cor pálida, visualizada ao redor do maléolo medial; é 
comumente confundida com uma úlcera cicatrizada por causa de sua pigmentação mais clara. 
 Corona phlebectica é o nome usado para descrever um acúmulo de telangiectasias minúsculas ou dilatação 
venosa, geralmente localizado ao redor do maléolo medial. 
 Úlceras de estase venosa exibem características patognomônicas que as distinguem de suas contrapartes 
arteriais ou neuropáticas. Úlceras venosas geralmente não são dolorosas e aparecem no maléolo medial, e não 
no pé médio ou distal. Ausência de pulsos arteriais em pacientes com úlcera venosa é incomum. 
 A dermatite de estase venosa é observada no tornozelo distal e pode parecer um eczema ou dermatite por 
outra causa. Essas características físicas são importantes quando aliadas ao histórico do paciente, bem como a 
confirmação diagnóstica do refluxo com exame de ecocolor Doppler, cujas alterações dermatológicas 
caracterizam doença com avançada estase venosa. 
Avaliação diagnóstica de disfunção venosa: 
 USG Doppler: é sem dúvida a mais útil ferramenta diagnóstica inicial na abordagem de doenças venosas 
crônicas. Suas vantagens incluem ser um exame não-invasivo, poder ser repetido tantas vezes quanto 
necessário, reprodutível, permitindo tanto a avaliação anatômica do sistema vascular venoso, quanto sua 
fisiologia pela avaliação hemodinâmica do fluxo. 
 Fotopletismografia: o principio da fotopletismografia reside no reflexo luminoso desencadeado pelos vasos 
subdérmicos e sua variação de acordo com volume de sangue no vaso. Inicialmente desenvolvido para estudar 
a doença arterial, o método foi adaptado para o território venoso onde leva em consideração o tempo de 
reenchimento local. 
 Flebografia: a indicação para o uso da flebografia em pacientes com varizes diminuiu significativamente com o 
advento da USD. Na avaliação das veias superficial, perfurantes e profundas, DUS é pelo menos tão confiável 
quanto a flebografia. 
 Angiotomografia venosa (TCV) e angiorressonancia venosa (RMV): apesar dos grandes avanços nas técnicas de 
obtenção e reconstrução das imagens do sistema venoso com a utilização de ambos exames, seu emprego na 
doença venosa permanece restrito. Suas principais indicações ainda residem nos casos onde o USD não é 
conclusivo, em especial nos casos de estenose ou obstrução do segmento venoso iliacocava e insuficiência de 
veias gonadais em associação com varizes pélvicas. 
Sistemas de classificação: 
- Em 1994, o American Venous Forum elaborou o sistema de classificação CEAP, que é um sistema de pontuação que 
estratifica a doença venosa com base na apresentação clínica, na etiologia, na anatomia e na fisiopatologia. É útil para 
auxiliar o médico a avaliar um membro acometido por insuficiência venosa e, então, chegar a um plano de tratamento 
adequado. Uma CEAP revisada foi introduzida, a qual incluía uma pontuação de deficiência venosa (VDS) para 
documentar a capacidade do paciente de realizar as atividades do dia a dia. 
- Embora a classificação CEAP seja uma ferramenta valiosa para definir o grau da doença venosa, a avaliação dos 
resultados após a intervenção não pode ser realizada. Como resultado, dois sistemas de pontuação adicionais, o sistema 
de pontuação de severidade clínica venosa (VCSS) e pontuação de doença segmentar venosa (CIVS), aumentam a 
pontuação CEAP, ampliando a capacidade para traçar o resultado. Essas três modalidades de classificação agora 
fornecem aos pesquisadores clínicos ferramentas muito úteis para estudar os resultados do tratamento. 
C Sinais clínicos (grau 0-6), suplementados por “A” para apresentação assintomática e “S” para sintomática 
E Classificação pela causa (etiológica) – congênita, primária, secundária 
A Distribuição anatômica – superficial, profunda ou perfurante, isoladamente ou em combinação 
P Disfunção fisiopatológica – de refluxo ou de obstrução, isoladamente ou em combinação 
 
Distribuição anatômica 
Nº (segmento) Veia 
Veias superficiais 
1 Veias reticulares/teleangiectasias 
2 Veia safena maior (acima do joelho) 
3 Veia safena maior (abaixo do joelho) 
4 Veia safena menor 
5 Não safena 
Veias profundas 
6 Veia cava inferior 
7 Ilíaca comum 
8 Ilíaca interna 
9 Ilíaca externa 
10 Pélvica: ligamento largo, gonadal 
11 Femoral comum 
12 Femoral profunda 
13 Femoral superficial 
14 Poplítea 
15 Tíbia (anterior, posterior ou peroneal) 
16 Muscular (gastrointestinal, solear, outro) 
17 Coxa 
18 Panturrilha 
Tratamento: 
1. Insuficiência venosa superficial: 
 Tratamento não cirúrgico: 
o Como observado, sintomas de insuficiência venosa primária são manifestações da incompetência 
valvular. Portanto, o objetivo do tratamento conservador é melhorar os sintomas causados pela 
hipertensão venosa. A primeira medida é a compressão externa com meias elásticas, de 20-30 mmHg, 
para serem usadas durante o dia. Embora o mecanismo exato pelo qual a compressão é benéfica não 
seja totalmente conhecido, uma série de alterações fisiológicas foi observada com compressão. Elas 
incluem redução na pressão venosa ambulatorial, melhora na microcirculação da pele e aumento na 
pressão subcutânea, que se opõe ao extravasamento do fluido transcapilar → Os pacientes devem 
Classificação clínica 
Classe Características 
0 Sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa 
1 Teleangiectasias, veias reticulares, dilatação maleolar 
2 Varizes 
3 Edema sem alteração de pele 
4 Alterações cutâneas atribuídas à doença venosa (p. ex. hiperpigmentação, eczema venoso...) 
5 Alterações de pele, conforme definido acima, com ulceração cicatrizada 
6 Alterações de pele, conforme definido acima, com ulceração ativa 
Classificação por etiologia: 
Congênita Causa da doença venosa crônica presente desde o nascimento 
Primária Doença venosa crônica de causa indeterminada 
Secundária Doença venosa crônica com causa conhecida associada 
ser instruídos a utilizar a meia no período diurno, ao acordar, uma vez que o edema que se forma ao 
longo do dia dificulta a ação de vestilas mais tarde. Muito cuidado deve ser tomado com pacientes 
portadores de insuficiência arterial concomitante, pois as meias de compressão podem exacerbar a 
isquemia dos membros. Portanto, esses pacientes exigem menos compressão ou nenhuma 
compressão em alguns casos, dependendo da intensidade da doençaarterial. 
o O segundo aspecto da terapia conservadora é a prática da elevação do membro inferior durante dois 
períodos curtos durante o dia, instruindo-se o paciente a manter os pés acima do nível do coração ou 
os “dedos acima do nariz”. Se praticadas adequadamente, essas medidas podem melhorar os 
sintomas, e os pacientes podem não precisar de intervenção posterior. Terceiro, os pacientes são 
encorajados a participar de atividades que ativam a bomba musculovenosa da panturrilha, diminuindo 
a hipertensão venosa ambulatorial. Essas atividades incluem ambulação frequente e exercício. 
o Pacientes que apresentam ulceração pela estase venosa requerem cuidados locais da ferida. Um 
curativo montado com atadura inelástica, empastada com óxido de zinco e que ficará em contato com 
a pele, é utilizado desde a base dos dedos até a tuberosidade tibial anterior, com compressão firme e 
graduada. Esse é um exemplo de curativo conhecido como bota de Unna. 
o Para a maioria dos pacientes, a compressão bem aplicada e mantida oferece tratamento com menor 
custo e maior eficiência para a cicatrização das úlceras venosas. Após a cicatrização, a maioria dos 
casos de IVC é controlada com meias elásticas, usadas durante o período de deambulação. 
Ocasionalmente, pacientes muito idosos ou com problemas de artrose não podem usar as meias 
elásticas, e o controle deverá ser mantido com botas de Unna, as quais podem ser aplicadas nos 
membros e trocadas uma vez por semana. 
- Indicações para tratamento intervencionista são sintomas refratários à terapia conservadora, tromboflebite superficial 
recorrente, sangramento de varizes e úlcera de estase venosa. Uma vez estabelecida a presença de veias varicosas 
sintomáticas por meio de critérios clínicos e objetivos, a próxima etapa é planejar o tratamento. 
 Ablação venosa de teleangiectasias: Venectasia cutânea com vasos menores que 1 mm de diâmetro não se 
presta a tratamento cirúrgico. No entanto, todas as fontes de alimentação que dão origem às telangiectasias 
(teias de aranhas) devem ser tratadas primeiro; caso contrário, ocorrerá a recorrência insatisfatória das 
telangiectasias tratadas. A incompetência venosa axial é abordada e tratada. Varicosidades de ramificações 
secundárias também são abordadas. Finalmente, as opções de tratamento para as veias em teias de aranha 
são consideradas. Elas incluem a escleroterapia por injeção, tratamento com laser e radioablação. 
 Escleroterapia: A venectasia pode ser eliminada com sucesso usando a técnica de escleroterapia por injeção. 
Soluções diluídas de esclerosante (p. ex., solução de 1-3% de sódio sotradecol) podem ser injetadas 
diretamente nas vênulas. Cuidados devem ser tomados para garantir que nenhuma dose no ponto de injeção 
exceda 0,1 mL, mas múltiplas injeções em múltiplos pontos são realizadas para que preencham completamente 
todos os vasos de alimentação. Quando a sessão está completa, é aplicado um curativo de pressão, consistindo 
em bolas de algodão em cada local de injeção, coberto com um curativo de pressão utilizando ataduras 
elásticas ou meias de baixa compressão. Os pacientes são aconselhados a deambular durante as primeiras 24 
horas e a se absterem de exposição ao sol e viagens de avião por duas semanas. 
 Escleroterapia com espuma: Escleroterapia com espuma é uma modalidade que foi introduzida na Europa e 
tem obtido grande sucesso, não só com as veias em teias de aranha, mas também como opção de tratamento 
para a ablação de veia perfurante. No entanto, pode ocorrer embolia paradoxal, que é a principal razão pela 
qual a terapia com esclerosante em espuma não tem sido utilizada amplamente nos Estados Unidos. A 
padronização da técnica e estudos mais detalhados provavelmente demonstrarão a segurança apropriada da 
escleroterapia com espuma para a terapia venosa. 
 Tratamento com laser: O tratamento com laser de telangiectasias aracneiformes é realizado usando uma 
coagulação a laser de vários comprimentos de onda e técnicas variadas, como luz pulsada de alta intensidade 
(IPL), coagulação a laser guiado por fibra e laser 
 Tratamento cirúrgico: 
o Flebectomia: Existem duas técnicas para tratar varicosidades de ramificações secundárias: a 
flebectomia por incisão convencional e a flebectomia estimulada pelo sistema Trivex → A flebectomia 
ambulatorial é realizada usando a técnica de avulsão de incisão. A recuperação do curso pós-
operatório é rápida, e raramente os pacientes necessitam mais do que acetaminofeno ou anti-

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