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MICOSES SUPERFICIAIS

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MICOSES SUPERFICIAIS 
 
CLASSIFICAÇÃO 
→ DERMATOFITOSES 
- esses fungos utilizam queratina como 
fonte de sobrevivência - pele, pêlo, 
unha, cabelo 
 
- Tinea capitis (tinha do couro 
cabeludo) 
- Tinea pedis (tinha dos pés) 
- Tinea manun (tinha das mãos) 
- Tinea cruris (tinha inguinal) 
- Tinea barbae (tinha da barba) 
- Tinea corporis (tinha do corpo) 
- Tinea unguium (tinha das unhas) 
 
→ CERATOFITOSES 
- são causadas por fungos sem 
atividade queratolítica, que vivem sobre 
a pele ou ao redor dos pêlos e utilizam 
restos epiteliais (céls mortas 
descamadas) ou produtos de excreção 
como fonte de sobrevivência 
 
MALASSEZIA FURFUR - Pitiríase 
Versicolor 
- coloniza as camadas queratinizadas 
da pele, dos pelos e das unhas 
- as infecções causadas por estes 
organismos induzem pouca ou 
nenhuma resposta imune do 
hospedeiro, não são destrutivas e, em 
consequência, são assintomáticas 
- são, em geral, somente de interesse 
estético e fáceis de diagnosticar e tratar 
- pode estar presente na microbiota 
normal da pele 
 
→ PITIRÍASE (Tinea) VERSICOLOR 
- infecção fúngica superficial comum 
que ocorre em todo o mundo 
- em certos ambientes tropicais, ela 
pode afetar até 60% da população 
- é causada pela levedura Malassezia 
spp 
- atividade lipofílica - áreas seborreicas 
- interfere na melanogênese 
- nome famoso: pano branco 
 
 
 
- lesões hipo ou hiperpigmentadas 
- bordas delimitadas 
- tórax, abdômen, pescoço, face, 
membros, axilas, virilhas e coxas 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico baseia-se no aspecto 
clínico das lesões - lâmpada de Wood 
- visualização direta dos elementos 
fúngicos (hifas curtas e curvas e 
blastoconídios em cachos) no exame 
microscópico das escamas epidérmicas 
em KOH a 10% a 20% 
 
 
 
- os organismos são usualmente 
numerosos e podem ser visualizados 
por coloração com HE ou PAS 
- as lesões também fluorecem com 
uma cor amarelada em exposição à 
lâmpada de Wood 
 
 
 
→ estruturas fúngicas refletem 
 
TRATAMENTO 
- variável 
- uso tópico: hipossulfito de sódio 40% 
ou derivados de imidazólicos - agem 
impedindo a formação do ergosterol 
(parede celular do fungo) 
- uso oral: cetoconazol, itraconazol, 
fluconazol - com a eliminação do fungo 
→ repigmentação normal da pele 
 
HORTAEA WERNECKII - Tinea Negra 
- o fungo já foi isolado (está presente) 
no solo, na areia da praia 
- mais prevalente em áreas tropicais - 
temperaturas mais elevadas 
- assintomática - não “desperta” grande 
resposta imunológica 
- palmas das mãos, plantas dos pés e 
outras partes do corpo 
- mancha escura, marrom ou negra de 
aspecto fuliginoso (como se fosse uma 
fuligem) 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Pode-se realizar diagnóstico diferencial 
com melanoma, nevus e fitomelanose 
(fitomelanoma) 
 
 
 
 
1. Tinea negra - lesão espalhada, 
de aspecto mais fuliginoso 
 biópsia: fungo na 
camada mais 
queratinizada da pele 
2. Melanoma - aspecto de 
queimadura, borda mais elevada 
 biópsia: acúmulo de 
melanina em algumas 
áreas específicas 
(interferência na 
melanogênese) 
3. nevus - coloração 
acastanhada/negra 
 biópsia: várias áreas 
com depósito de 
melanina no tecido 
epitelial 
 
Hortaea werneckii - hiifa demácea, 
septada, frequentemente ramificada, 
com artroconídios (desmembramentos) 
e céls alongadas com brotamento, com 
septos irregularmente distribuídos 
 
TRATAMENTO 
- agentes queratolíticos (ceratinolíticos) 
- ácido retinóico, tintura de iodo 1 a 2%, 
soluções de ácido salicílico 2%, 
tiabendazol 10% ou imidazóis tópicos 
→ quebra da queratina - retirada do 
alimento do fungo 
 
DERMATOMICOSES 
- complexo de doenças causadas por 
quaisquer das várias espécies de 
fungos filamentosos dos gêneros 
Tricophyton, Microsporum e 
Epidermophyton 
- estes fungos são conhecidos 
coletivamente como DERMATÓFITOS 
e possuem habilidade em causar 
doenças em humanos e/ou animais 
- todos têm em comum a habilidade de 
invadir a pele, pelos ou unhas 
 
 
 
 
 
Pelo/cabelo: sem brilho, quebradiço, 
alopecia - diminuição (ausência) do 
crescimento 
Pele: lesões descamativas, circulares, 
bordas eritematosas (elevadas) - 
lesões úmidas, esbranquiçadas ou 
avermelhadas 
Unhas: branco-amareladas, porosas 
(por conta da alimentação da 
queratina) e quebradiças - sem brilho, 
espessada, endurecida, escura 
 
→ TRICOPHYTON RUBRUM 
- responsável por quase todos os tipos 
de infecções dermatofíticas humanas 
- facilidade em evadir as defesas inatas 
do hospedeiro 
- transmissão: inter-humana ou por 
fômites contaminados (toalhas, 
talheres, objetos pessoais…) 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- escamas de unha 
- microscopia óptica: hifas septadas, 
hialinas, microconídeos delicados, 
regulares e piriformes 
→ macroconídeos (quando presentes) 
como clavas alongadas e com 2 a 9 
septações 
 
 
 
→ microconídios: isolados 
→ macroconídio: “bastão” 
 
 
 
→ TRICOPHYTON VERRUCOSUM 
- é causadora da TRICOFITOSE 
BOVINA - parasita de bovinos 
 
 
 
- homem pode adquirir o fungo pelo 
contato com o animal infectado 
- lesões inflamatórias que afetam couro 
cabeludo, pele, barba e bigode - lesões 
secas 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- escamas de pele e cabelo 
- microscopia óptica: fungo filamentoso, 
septado, hialino, com escasso número 
de microconídeos (piriformes ou 
ovoides) 
→ os macroconídeos são ainda mais 
raros 
→ é comum a presença de 
clamidósporos (hifas com vesículas 
terminais) 
- é muito típico da espécie a presença 
de clamidioconídia ou “cadeias de 
pérolas” 
 
 
 
 
 
→ MICROSPORUM GYPSEUM 
- fungos geofílicos - isolados 
normalmente em solo 
- podem provocar doença no homem e 
no animal 
- se diferem do M. canis por 
apresentarem parede mais fina (tanto 
externa quanto a dos septos), bem 
como uma extremidade menos 
pontiaguda 
- produz poucos esporos 
- lesões clínicas: geralmente 
encontradas em partes descobertas do 
corpo - ex. couro cabeludo 
→ lesões úmidas 
→ borda eritematosa (elevada) 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- escamas de pele e cabelo 
- microscopia óptica: fungo filamentoso, 
dermatófito, numerosos macroconídeos 
simétricos, de paredes finas e rugosas, 
com até 6 céls 
→ a extremidade proximal é truncada 
(afilada) e a distal é arredondada 
 
 
 
 
 
→ MICROSPORUM CANIS 
- é um dermatófito zoofílico transmitido 
ao homem por diversos animais 
domésticos - cães e gatos 
- principal reservatório: felinos jovens 
- clinicamente é responsável por lesões 
do couro cabeludo 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- escamas de pele e cabelo 
- microscopia óptica: macroconídios 
fusiformes, de paredes grossas e com 
numerosas septações, que variam de 5 
a 7 - em algumas ocasiões, podem ser 
observadas até 15 septações 
→ raros microconídeos 
 
 
 
 
 
→ EPIDERMOPHYTON FLOCCOSUM 
- dermatófito antropofílico 
- responsável por Tinea da região 
inguinal, da pele do pé e, raramente, 
por onicomicoses (infecções em unhas) 
- não afeta o couro cabeludo, afeta 
mais a pele (mais úmida) 
- as lesões podem ser descamativas e 
como se fossem manifestações 
alérgicas 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- escamas de pele e cabelo 
- microscopia óptica: presença de 
numerosos macroconídios de parede 
fina e lisa, com 2 a 5 septos e 
agrupados em cachos 
→ os agrupamentos crescem 
diretamente das hifas 
→ não há produção de microconídeos 
 
 
 
 
 
→ CANDIDA ALBICANS 
- Candida é uma levedura com cerca 
de 5 um que se multiplica 
assexuadamente por germinação 
→ dimórfica 
 
 
 
- faz parte da microbiota humana 
normal - oral, vaginal e TGI 
- pode desencadear doenças em 
indivíduos normais e em paciente 
imunocomprometidos 
- a micose causada por essa levedura 
é denominada CANDIDÍASE (região 
vaginal/oral) e vários fatores podem 
provocar o surgimento dessa doença, 
como antibióticos (diminuição da 
microbiota bacteriana - abre espaço 
para a proliferação fúngica), gravidez 
(hormônios), diabetes, infecções, 
deficiência imunológica e 
medicamentos (anticoncepcionais, 
corticóides) 
 
TRATAMENTO 
- corrigir os fatores predisponentes 
antes do uso do antifúngico (para o 
fungo não voltar a se proliferar apóso 
tratamento) 
- compostos de iodo, nistatina, 
derivados azólicos

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