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Revisão: Farmacologia Básica

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Revisão de Farmacologia
Farmacocinética
	É o estudo de como o organismo processa o fármaco. A farmacocinética aborda a dinâmica do movimento desse fármaco, desde a entrada até a saída. Assim, quatro fatores são abordados: absorção, distribuição, biotransformação/metabolização, e excreção (ADME).
 ABSORÇÃO
	É a passagem do fármaco de onde ele está para o sangue. Assim, numa administração intravenosa, não há absorção, pois o fármaco já está no sangue.
	Para que esse fármaco possa passar para o sangue, alguns fatores influenciam:
· Polaridade
· Fármacos apolares são mais facilmente absorvidos, e fármacos polares tem maior dificuldade para serem absorvidos.
· Lipossolubilidade/coeficiente de partição óleo-água
· Quanto maior o coeficiente, maior a lipossolubilidade, e consequentemente, mais fácil a absorção.
· Quanto maior o coeficiente, menor a lipossolubilidade, e consequentemente, mais difícil será a absorção.
· Tamanho da molécula/peso molecular
· Indivíduos maiores, de maior peso molecular, têm menor absorção.
· Quanto menor o peso molecular, mais fácil é a absorção.
· Grau de ionização/pH
· O fármaco é mais bem absorvido se estiver na forma molecular, sem carga.
· Fármacos de característica ácida serão mais bem absorvidos em meio ácido, pois estarão na forma molecular. Pacientes com DM descompensada, com acidose metabólica, ao tomar fármacos ácidos, tem maior biodisponibilidade.
· Fármaco de característica básica é mais bem absorvido em meio básico, pois estará na forma molecular.
Além disso, fatores hormonais também podem afetar. O estrogênio retarda o esvaziamento gástrico, e por isso o processo de absorção vai ser maior.
 DISTRIBUIÇÃO
	É a passagem do fármaco do sangue para o tecido. Para que ela aconteça, vai depender da ligação do fármaco a proteínas séricas e teciduais. Somente fármaco livre é capaz de sair do sangue e ir pra o tecido, para o sítio ativo. 
	Ou seja, quanto mais proteína no sangue, mais ligações com o fármaco (forma conjugada), e menor concentração de fármaco na forma livre. O fármaco na forma conjugada não consegue ir para o sítio ativo, apenas na forma livre. Se há perda de proteínas séricas, como na DM descompensada ou em pacientes hepatopatas, há aumento da forma livre e maior concentração de fármaco no sítio ativo, e o efeito do fármaco é maior. A administração da dose deve ser menor. 
	As proteínas séricas de característica ácida se associam a fármacos de característica básica. Assim, a albumina se liga a fármacos de característica ácida, e a alfa1-glicoproteína ácida se liga a fármacos de característica básica. Alguns exemplos de fármacos ácidos são a Varfarina e o Ibuprofeno; e fármacos básicos, que se ligam à alfa1-glicoproteína ácida, são os antidepressivos tricíclicos, o Propranolol e a Lidocaína.
A membrana plasmática representa a barreira comum à distribuição do fármaco. 
	A biodisponibilidade é a concentração total de fármaco que o individuo tem no sangue (forma livre + forma conjugada); quanto maior a absorção, maior a biodisponibilidade, e quanto menor a excreção, maior a biodisponibilidade. As administrações por via parenteral apresentam maior biodisponibilidade do que por via oral.
	Alguns fatores regulam a biodisponibilidade: as vias de administração, absorção e solubilidade, efeito de 1ª passagem e instabilidade química. Isso porque a biodisponibilidade é a fração de droga inalterada que chega a circulação sistêmica após uma via de administração.
	Em regiões menos vascularizadas, o fármaco demora de chegar, mas também demora de sair. Essas regiões funcionam como reservatórios. 
Após a absorção, o fármaco é distribuído para os líquidos intersticiais e intracelulares. A distribuição acontece dependendo de fatores fisiológicos, como débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade capilar e volume tecidual.
	O metabolismo de primeira passagem (antes de chegar à circulação sistêmica, fármaco passa pelo fígado ou outros locais) acontece em todas as formas de administração que se tem absorção. A via oral e a via intestinal têm menor biodisponibilidade devido ao metabolismo de 1ª passagem.
 METABOLIZAÇÃO
	É a transformação que acontece para aumentar a eliminação daquele xenobiótico (transformá-lo para excretá-lo). Esse processo acontece em certa ordem, numa certa direção: um xenobiótico lipossolúvel é convertido em um composto hidrossolúvel, levando ao processo de excreção, pela urina ou por fezes.
	No fígado, ele sofre duas reações: uma para inativa-lo (funcionalização - fase 1) e outra para conjuga-lo (fase 2) para que seja excretado. Esse processo difere da biotransformação do pro-fármaco, pois este só é ativado após a primeira biotransformação no fígado.
	Durante a fase 1, há oxidação, hidrolise e/ou redução. Depois dela, os metabólitos ativos (que a principio eram pro0farmacos) vão para o sangue e os inativos vão para a segunda fase e subsequente excreção de metabólitos inativos. 
	Quanto às enzimas que metabolizam o xenobiótico são da família das CYPS, do citocromo P450.	Sendo três das principais CYP2E1, CYP3A4 e CYP2D6. Elas atuam em ambas as fases, porem principalmente na primeira.
 EXCREÇÃO
	Acontece após a fase 2 da metabolização. Normalmente, compostos mais polares são eliminados na urina e não polares nas fezes.
	Sendo que a excreção = filtração – reabsorção + secreção. Assim, um fármaco de caráter ácido, como a Varfarina, e dentro do túbulo tem uma característica ácida, há maior reabsorção do mesmo; e se dentro do túbulo tem uma característica mais alcalina, a Varfarina será mais excretada e sua concentração sanguínea diminuirá.
FARMACODINÂMICA
	São os mecanismos de ação do fármaco. Essa parte a farmacologia foca na interação fármaco-receptor. Assim, enquanto a farmacocinética aborda o processamento, a farmacodinâmica aborda a ação do fármaco, seu local de ação e mecanismos e seus efeitos.
	Esse efeito depende da concentração do fármaco no local. O período de ação terapêutica, então, é entendido pela farmacocinética + farmacodinâmica. Os fármacos não criam efeitos no organismo, eles modificam uma função já existente.
	Quando a atividade do receptor é a transdução de sinal que gera uma resposta positiva ou negativa, se trata de um agonista (ligação ao receptor gera efeito e atividade). Se há resposta, mas não há transdução de sinal, é antagonista (ligação ao receptor gera efeito, mas não gera atividade/transdução de sinal). Um agonista parcial se liga ao receptor ativo, mas também a um receptor inibitório. Agonista inverso se liga totalmente ao receptor que gera resposta contrária.
	Os alvos de ação do fármaco podem ser o DNA, RNA, proteínas, etc. 
FÁRMACOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR E RENAL
 DIURÉTICOS
	Fármacos que levam ao aumento do fluxo urinário e excreção de sódio. É um grupo farmacológico. São utilizados para ajustar o volume e/ou composição dos líquidos corporais em uma variedade de situações clínicas, como Hipertensão, Insuficiência Cardíaca, Insuficiência Renal, Síndrome Nefrótica, Cirrose, etc.
	Cada diurético atua em um local específico do néfron. Alguns atuam no TCP, alguns atuam na alça de Henle (diuréticos de alça), alguns no TCD e outros atuam no ducto coletor.
	
	Os tipos de transporte realizados em determinado segmento do néfron dependem principalmente dos transportadores existentes e de estarem imersos na membrana luminal ou basolateral.
Quanto ao processamento renal de ânions e cátions específicos, é preciso saber que em geral a reabsorção de cloreto acompanha a do sódio. Nos segmentos do túbulo com junções firmes de baixa resistência (epitélio que vasa), como o TCP e o ramo ascendente espesso, pode ocorrer o movimento paracelular de cloreto.INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA
	A inibição da anidrase carbônica aumenta a excreção Urinária do HCO3 para cerca de 35% de carga filtrada. A anidrase, por ser encontrada em diversos tecidos extra-renais pode gerar toxicidade, efeitos adversos e interações medicamentosas.
	Dentre os efeitos adversos, há hipertensão compensatória, pois se muito sódio passa no túbulo, a mácula densa aciona o sistema RAA. Além disso, pode ocorrer cefaleia e hiponatremia (baixo sódio).
	São contraindicados para pacientes anúricos, com função hepática reduzida, com hiperglicemia ou sangramento craniano grave.	
 DIURÉTICOS OSMOTICOS INERTES
	Aumento na excreção de água ao inibir a reabsorção da água por aumento da concentração na alça de Henle. São fisiologicamente inertes, pois somente aumentam a concentração na alça de Henle, levando ao aumento da diurese.
 DIURÉTICOS DE ALÇA DE ALTO LIMIAR
	Na alça de Henle existe um canal simporte na região apical que permite a reabsorção de sódio, potássio e cloro. Com a bomba de sódio potássio ativa, o sódio que entrou sai e o potássio entra. Essa energia da bomba é usada para o simporte, que captura mais sódio, mais cloro e mais potássio. Assim, cálcio e magnésio saem da luz do túbulo e ficam no sangue. A alça de Henle consegue reabsorver sódio, potássio, cloro, sódio e magnésio. 
	O bloqueio desse canal simporte por esses fármacos (furosemida, bumetamida, ácido etacrínico, torsemida) faz com que não haja reabsorção desses sais, e todos são excretados (sódio, cloro, potássio e magnésio). Com a perda deles, pode haver hiponatremia, 
	Não se junta furosemida com diboxina, pois pode levar à intoxicação digitálica. 
Esses diuréticos causam também, venodilatação. A furosemida inibe a anidrase carbônica, pois contem enxofre, e por isso pode levar à acidose metabólica.
	Síndrome de Barttner: mutação nos genes que codificam o simportador de Na+, K+, 2Cl-.
 TIAZÍDICOS
	Também chamados de inibidores do simporter de Na+Cl-. Atuam no túbulo contorcido distal e bloqueiam o canal simporte de cloro.
	Esse simporter é regulado pela Aldosterona, e quando a bomba de sódio e potássio é inibida, nem o sódio nem o cloro (que entraria pelo simporte) são reabsorvidos, e há pequena perda de potássio. Portanto tiazidicos também podem potencializar intoxicação digitálica.
Como diminuem reabsorção de sódio e cloro são usados para hipertensão.
 POUPADORES DE POTÁSSIO
 ANTAGONISTAS DA ALDOSERONA
	Inibe a ligação da Aldosterona com o receptor; sem essa ligação, a aldosterona não consegue permitir a produção de canais de sódio e também não vai haver bomba de spodio potássio. Portanto são poupadores de potássio e podem causar a hiperpotassemia.
	Pode causar ginecomastia.
Usado em tratamentos de hipertensão secundaria para indivíduos que apresentam tumores (felconacitromas).

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