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Ação dos Sistemas Nervosos Simpático e Parassimpático

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AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
 
06/05/2021 
Parassimpaticomimeticos 
Ação 
Sistema simpático: fibras pré-ganglionares curtas e 
pós-ganglionares longas. As fibras pré-ganglionares 
liberam acetilcolina que se acoplam a receptores 
nicotínicos, ativando as fibras pós-ganglionares. As 
fibras pós-ganglionares quando ativadas liberam 
noradrenalina na placa motora. Este neutransmissor se 
relaciona com os receptores adrenérgicos acoplados a 
proteína G. 
Sistema parassimpático: fibras pré-ganglionares longas 
e pós-ganglionares curtas. As fibras pré-ganglionares 
liberam acetilcolina que se acoplam a receptores 
nicotínicos, ativando as fibras pós-ganglionares. As 
fibras pós-ganglionares quando ativadas liberam 
acetilcolina na placa motora. Este neutransmissor se 
relaciona com os receptores muscarínicos. 
 
Colinérgico é o que imita o parassimpático, e o que 
bloqueia o parassimpático será chamado de 
anticolinérgico ou antimuscarínico. 
Lembrar que, normalmente, as atividades simpáticas e 
parassimpáticas são opostas. Como se uma regulasse a 
outra em uma balança, mantendo o funcionamento do 
corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
No coração, o simpático ativa um receptor acoplado a 
proteína Gs, enquanto o parassimpático ativa um 
receptor acoplado a proteína Gi. Assim, no coração, o 
parassimpático faz efeito contrário ao simpático, e 
vice-versa. 
Note: 
Glândula salivar tanto o simpático quanto o 
parassimpático estimulam a glândula 
O volume da glândula é diminuído pelo simpático, 
porque além de estimular a glândula o simpático faz 
vasoconstrição, assim a saliva fica mais concentrada, 
diminuindo a produção global de saliva. Enquanto o 
parassimpático aumenta a produção de saliva. 
Vasos sanguíneos são inervados pelo sistema nervoso 
autônomo simpático apenas. Já que o parassimpático 
não tem fibra que chega até o vaso para inervá-lo, 
exceto nos vasos sanguíneos do pênis!! 
A rinite é causada pela alteração simpática apenas! 
Não tem relação com o parassimpático. 
Quando ocorre aumento do tônus parassimpático no 
gânglio, há entrada de sódio e saída de potássio, o 
neurônio terminal despolariza e libera vesículas de 
acetilcolina na fenda sináptica. 
Nos gânglios, a acetilcolina atua em receptor nicotínico 
neuronal (NN) acoplado a canais de sódio. A 
acetilcolina ao se ligar ao receptor abrem-se canais de 
sódio. O sódio ao entrar no neurônio pós sináptico a 
célula despolariza. O excesso de acetilcolina é 
destruído pela acetilcolinesterase em acetato e colina. 
A colina é reciclada para o neurônio pré-sináptico para 
a síntese de mais acetilcolina. 
Nos órgãos efetores clássicos como o coração, 
glândulas salivares, músculo liso brônquico, músculo 
liso da região das glândulas salivares, músculo ciliar do 
olho há receptores muscarínicos (receptores M). Os 
receptores M são estimulados pela acetilcolina, e 
dependendo do subtipo de receptor vai haver um 
efeito específico. 
Receptores muscarínicos M1 e M3 estão acoplados a 
proteína Gq, enquanto receptores muscarínicos M2 e 
M4 estão acoplados a proteína Gi. 
Simpático
Colinérgico 
em nível 
ganglionar
Adrenérgico 
em nível pós 
ganglionar
Parassimpático
Colinérgico 
em nível 
ganglionar
Colinérgico 
em nível pós 
ganglionar
Parassimpaticomiméticos 
 
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AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Pensar... se você ativou um receptor acoplado a 
proteína Gq ocorre uma resposta excitatória, enquanto 
se é ativado um receptor acoplado a proteína Gi é 
ativada uma resposta inibitória. 
No músculo esquelético há receptores nicotínicos 
musculares acoplados a canais iônicos. Quando esse 
receptor é ativado ocorre a contração muscular. A 
contração da musculatura esquelética também é 
provocada pela acetilcolina, mas essa acetilcolina é 
liberada pelo sistema somático e não pelo sistema 
autônomo parassimpático. 
No coração, o sistema simpático ativa β1 e β2 acoplado 
a proteína Gs e isso vai gerar uma resposta excitatória, 
inotropismo, cronotropismo, batmotropismo, 
dromotropismo positivos. Já o parassimpático no 
coração vai ativar os receptores M2 acoplados a 
proteína Gi, o que vai gerar a diminuição do AMPc, 
abertura do canal de potássio, hiperpolarizando a 
célula. Assim, o coração terá inotropismo, 
cronotropismo, batmotropismo, dromotropismo 
negativos. 
O parassimpático na glândula salivar tem atividade 
excitatória. 
Nos músculos lisos brônquicos o parassimpático 
promove uma atividade excitatória, pois nesse 
músculo há receptores M1 e M3 acoplados a proteína 
Gq, gerando broncoconstrição. Já o simpático no 
brônquio possui receptores β2 no músculo liso, 
aumenta Adenil ciclase, abre canal de potássio e o 
músculo hiperpolariza, levando a broncodilatação. 
No olho o simpático causa midríase. Já o 
parassimpático miose atua em M1 e M3 no músculo 
ciliar da íris, fazendo a íris retrair. 
Os efeitos do parassimpáticos podem ser imitados por 
medicamentos colinérgicos 
 
Resumo sobre os sistemas 
Sistema nervoso somático: acetilcolina + receptor 
nicotínico → contração musculo esquelético 
Sistema nervoso autônomo 
 Simpático → gânglio: acetilcolina + receptor 
nicotínico = entrada de sódio despolarizando o 
neurônio pós ganglionar → libera noraepinefrina e se 
relaciona a receptores adrenérgicos α e β. 
 Parassimpático → gânglio: acetilcolina + 
receptor nicotínico = entrada de sódio despolarizando 
o neurônio pós ganglionar → libera acetilcolina e se 
relaciona a receptores muscarínicos 
 Inervação simpática da medula adrenal → 
gânglio: acetilcolina + receptor nicotínico = entrada de 
sódio despolarizando a medula adrenal → libera 
adrenalina no sangue que se relaciona a receptores 
adrenérgicos α e β. 
Situação hipotética 
Acetilcolina se fosse injetada na veia e alguém ela 
atuaria em todos os gânglios. Então a acetilcolina 
provocaria a liberação de adrenalina pela medula 
adrenal, liberação de noradrenalina pelos neurônios do 
sistema simpático, liberação de acetilcolina pelos 
neurônios do sistema parassimpático e se acoplaria aos 
receptores nicotínicos musculares promovendo a 
contração muscular. Assim, é lógico que a acetilcolina 
não é usada em nenhuma terapia porque ela não é 
nem um pouco especifica, podendo atuar em 
diferentes sistemas 
Parassimpaticomiméticos 
Coração 
 
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Diminui frequência e diminui o débito 
Vasodilatação: embora, o parassimpático não inerve 
vasos. Existe receptores M2 nos vasos sanguíneos. 
Fisiologicamente, o sistema parassimpático não causa 
vasodilatação, no entanto, os 
parassimpaticomimeticos atuam sobre receptores 
muscarínicos presentes no vaso. 
Assim, pode-se perceber que um 
parassimáticomimético não é uma decoreba dos 
efeitos parassimpáticos, uma vez que o medicamento 
parassimpaticomimético pode ter efeitos que o 
sistema parassimpático (fisiológico) não possui. 
Quais são os receptores presentes nos vasos 
sanguíneos?? Receptor muscarínico M2, α1 e β2. 
Inotropismo negativo, cronotropismo negativo, 
dromotropismo negativo e batmotropismo negativo. 
Musculo liso 
O sistema parassimpático aumenta a contração. Assim, 
ocorre aumento do peristaltismo, abertura dos 
esfíncteres, contração da bexiga, broncoconstrição 
Glândulas exócrinas 
O parassimpático aumenta a sudorese, 
lacrimejamento, salivação (sialorreia) e secreção 
brônquica. 
Ocular 
O sistema parassimpático em termos oculares contrai 
musculatura circunferencial da íris e contrai 
musculatura ciliar (visão para perto). Então o 
parassimpático diminui a pressão intraocular, drogas 
parassimpaticomiméticas são drogas usadas para o 
tratamento do glaucoma. 
Agonistas muscarínicos 
São os medicamentos que vão imitar o sistema 
parassimpático nos receptores muscarínicos, inclusive 
atuandoem receptores muscarínicos onde o 
parassimpático não inerva (vasos sanguíneos, por 
exemplo). 
São droga que produzem efeito muscarínico com uma 
dosagem inferior a necessária para a produção de 
efeitos nicotínicos. 
 
Fármacos 
1. Derivado da colina, grupo sintético. 
a. Acetilcolina (mesma que a endógena), não possui 
uso clinico!! Só se usa acetilcolina em laboratório 
para fazer pesquisas. 
b. Carbacol → (Miostat®) potência semelhante a Ach 
(atua em receptores nicotínicos e muscarínicos) → 
sofre baixa hidrólise, então ele possui uma meia 
vida longa. 
c. Metacolina → (Frixodon® e Pomalgex®) seletiva 
para receptores muscarínicos, mas ela é 
rapidamente hidrolisada, não é muito usada 
clinicamente, pois seu efeito é muito curto! 
d. Betanecol é seletivo para receptores muscarínicos 
e é estável para a hidrolise. Então, geralmente, ele 
é o prescrito! Usado para glaucoma, para 
xerostomia congênita, midríase congênita, laxativo 
(apesar de causar cólicas). 
2. Alcalóides 
a. Muscarina é uma molécula extraída da Amanita 
muscária. 
b. Pilocarpina (extraído do Jaborandi): agonista 
muscarínico parcial; estimula glândulas salivares, 
brônquica, lacrimais e sudoríparas aumentando a 
secreção. Usado para tratamento de glaucoma e 
faz crescer cabelo, cílios. Baixo efeito 
gastrointestinal e baixo efeito cardíaco, isso é bom 
porque não causa bradicardia. No entanto, ela 
pode causar sialorreia quando usado na forma de 
colírio. 
c. Arecolina (Areca catechu): saiu do mercado por ser 
muito tóxica, diarreia, náusea, desconforto, pode 
dar tontura. 
 
✓ Usos dos agonistas muscarínicos: droga colinérgica 
de ação direta. 
I. Tratamento do glaucoma: pilocarpina provoca 
miose e faz com que aumente a drenagem do 
humor aquoso. 
 
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II. Estimular a atividade gastro intestinal (íleo 
paralítico e atonia de bexiga). Esvaziamento 
vesical → Carbacol e Betanecol. 
III. Midríase congênita: pilocarpina faz a miose 
diminuindo o diâmetro da pupila e diminuindo a 
entrada de luz. 
IV. Xerostomia 
V. Desafio brônquico – espirometria desafiada, 
paciente nebuliza com pilocarpina (fazendo 
broncoconstrição, induz a crise asmática) e faz a 
espirometria desafiada. 
VI. Midríase congênita tratada com pilocarpina 
Pilocarpina estimula a sudorese, é utilizada para 
realizar o teste do suor para a fibrose cística. 
 
✓ Efeitos colaterais agonistas muscarínicos: droga 
colinérgica de ação direta. 
I. Coração: hipotensão e bradicardia. 
II. TGI: Cólicas do TGI e aumento da secreção 
glandular 
Colinomiméticos - anti colinesterásicos 
Produzem efeitos muscarínicos/nicotínicos por ação 
indireta. Drogas bloqueadoras da acetilcolinesterase, 
impedem a degradação da acetilcolina, aumentando a 
concentração de acetilcolina na fenda sináptica. 
Produzem tanto efeitos muscarínicos e nicotínicos. 
Os anti colinesterásicos atuam sobre a enzima 
acetilcolinesterase. Butirilcolinesterase é uma enzima 
que fica no plasma, falsa colinesterase plasmática, 
degrada muitos ésteres. A butirilcolinesterase está no 
vaso, no fígado, na pele, no músculo liso, cérebro e, 
predominantemente, no plasma. Já a 
acetilcolinesterase está presente apenas na fenda 
sináptica. 
Organofosforados (agrotóxicos) diminuem o número 
de colinesterases no plasma, aumentando a 
quantidade de acetilcolina. Pode se tornar muito 
tóxico. 
O alvo dos anti colinesterásicos é exatamente a 
acetilcolinesterase. 
Ação da acetilcolinesterase 
Quando a enzima acetilcolinesterase encontra a 
acetilcolina há reação, a enzima se fixa com o sítio 
aniônico na acetilcolina, liberando o ácido acético e a 
colina. 
 
Os anti colinesterásicos podem se ligar de forma 
reversível ou irreversível à enzima acetilcolinesterase. 
A ligação do anti colinesterásicos reversível com a 
acetilcolinesterase é capaz de ser quebrada a partir de 
uma desestabilização química de forma fácil e em 
pouco tempo. O edrofônio se liga a enzima, por apenas 
5 minutos, impedindo que ela metabolize a 
acetilcolina. Enquanto, os carbamatos também se 
ligam a enzima, mas por um tempo um pouco maior 
(duração média). 
Edrofônio é um fármaco inibidor da 
acetilcolinesterase reversível 
(parassimpaticomimético) aplicado na 
medicina para o diagnóstico de miastenia 
gravis. 
A ligação do anti colinesterásicos irreversível com a 
acetilcolinesterase é tão estável que não pode ser 
desfeita. Essa ligação é covalente. Os organofosforados 
(diflos; ecotiofato) são fosforilados no local esterático 
da acetilcolinesterase, impedindo permanentemente 
que a acetilcolinesterase realize a metabolização da 
acetilcolina. 
✓ Efeitos dos anti colinesterásicos 
I. Olho: miose e contração do músculo ciliar, reduz 
a pressão intra orbital e aumenta o 
lacrimejamento. 
II. Coração: reduz a frequência cardíaca 
(bradicardia), reduz a força, vasodilatação → 
queda da PA (hipotensão). 
III. Broncoconstrição e aumento das secreções 
brônquicas 
IV. TGI: contração da musculatura lisa visceral 
(intestino e bexiga), aumento do peristaltismo e 
aumento de secreções 
V. Aumento da concentração salivar, lacrimal, 
brônquica e gástrica 
VI. Estímulo ao bloqueio ganglionar: excesso de 
acetilcolina leva ao bloqueio ganglionar, paralisia 
flácida! Ocorre quando os canais de sódio ligante 
 
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dependente ficam abertos, a célula despolariza e 
não repolariza mais. 
VII. SNC: excitação inicial; convulsão; depressão → 
inconsciência. 
VIII. JNM: fasciculações; aumenta a tensão de tremor 
→ paralisia → parada respiratória 
Neostigmina + Piridostigmina = maior atividade na 
placa motora. 
Tratamento de miastenia gravis: usa um 
Neostigmina + Piridostigmina + anti 
muscarínico. 
Fisiostigmina + organofosforados = maior atividade no 
sistema nervoso autônomo e sistema nervoso central. 
No sistema nervoso central a fisiostigmina e os 
organofosforados atravessam a BHC causando 
excitação inicial, convulsões, depressão, inconsciência, 
insuficiência respiratória (antagonista, pela atropina). 
PS: uso em demência senil. 
 
✓ Usos clínicos dos anti colinesterásicos 
I. Glaucoma: fisiostigmina/ecotiofato 
Fisiostigmina usada no tratamento do 
glaucoma e da intoxicação pela atropina (febre 
atropinica: caso de intoxicação por 
anticolinérgico). 
II. Anestesia: Neostigmina (reversão do bloqueador 
neuromuscular). 
Descurarização: quando um indivíduo vai fazer 
uma grande cirurgia, ou quando vai para UTI e 
vai ser colocado no ventilador, deve-se dar um 
curare para bloquear a respiração da pessoa, 
bloqueia o receptor nicotínico da placa 
motora, impedindo a acetilcolina de se ligar. A 
acetilcolina provoca a contração muscular. 
Quando tirar a pessoa do ventilador deve dar a 
neostigmina, o descurarizante. 
III. Miastenia gravis (diminuição dos receptores da 
JNM, fraqueza muscular, falência da transmissão 
neuromuscular): edrofônio/ neostigmina/ 
piridostigmina. 
IV. Veterinário: ectoparasiticidas e anti-helmínticos 
→ organofosforados. 
Edrofônio - ação curta – amônio quaternário liga-se 
apenas ao sitio aniônico da enzima – ação +- 5 min 
(diagnóstico de miastenia gravis) 
Neostigmina (0,5 mg para 2-4 hrs) e piridostigmina (60 
mg para 3-6 hrs) – ação média 
Fisiostigmina – efeito central – usado para a 
intoxicação pela atropina 
Drogas irreversíveis – sem uso clínico para tratamento 
de doenças. 
A mais conhecida foi o agente laranja, guerra do 
Vietnã, associado com várias teratogenias. 
Compostos do fósforo pentavalentes, fazem uma 
ligação covalente interagindo com o grupo esterásico 
da enzima. A recuperação da atividade enzimática 
depende da síntese de novas enzimas que pode levar 
de dias (ecotiofato) a semanas (paration). 
Neurotoxicidade com organofosforados grave 
desmielinizaçãodos nervos periféricos (fraqueza e 
perda sensorial) 1931 → 20.000 americanos foram 
afetados (inseticida contaminou suco de frutas)  
mecanismo: inibição de uma esterase específica para 
mielina). 
Sarin 
Tabun 
Malathion 
Carbamato 
Anti muscarínicos – anti colinesterásicos 
Atropina 
A atropina é extraída da planta atropa belladonna. 
Ação 
Bloqueio competitivo dos receptores muscarínicos, 
impedindo que a acetilcolina se ligue aos receptores. 
Ela não bloqueia receptores nicotínicos, logo ela não 
impede o efeito da acetilcolina nos gânglios. Mas, 
bloqueia a ação da acetilcolina nos receptores 
muscarínicos, assim ela tem ação anti espasmódico. 
São muitos os medicamentos anti muscarínicos 
Afinidade ao receptor muscarínico, mas sem atividade. 
Efeitos 
Em baixas concentrações: reduz a secreção salivar, 
brônquica e sudorese. 
Concentração um pouco mais alta: Aumenta a 
dilatação da pupila, inibição da acomodação do 
cristalino e aumento da frequência cardíaca. – Midríase 
cicloplégica (cristalino paralisado!! Sem acomodação 
de visão para perto. Utilizado para exame de fundo de 
olho e cirurgia para catarata.) 
 
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AV1 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
A atropina na frequência cardíaca: 
O primeiro efeito da atropina é queda da frequência, 
na dose mais baixa. Isso acontece porque existem 
receptores pré sinápticos e pós sinápticos. No coração 
tem receptor M2. Na placa pré sináptica tem receptor 
M1 que inibe a secreção de acetilcolina, no entanto no 
início do uso de atropina, ocorre a inibição de M1, 
assim há aumento da secreção de acetilcolina. Essa 
acetilcolina aumentada consegue ativar M2 que ainda 
não foram bloqueados pela a atropina, provocando 
redução da frequência cardíaca. No entanto, quando a 
dose de atropina aumenta são inibidos todos os 
receptores muscarínicos, inclusive M2, promovendo 
a predominância do sistema simpático, elevando a 
frequência cardíaca. 
Depois ocorre aumento da frequência cardíaca 
continuamente, uma vez que a atropina bloqueia M2. 
Os antimuscarínicos na circulação neutraliza a 
vasodilatação e acentuada queda na PA provocada 
pelos ésteres na colina (M1). 
A atropina inibe a sudorese, com isso há aumento da 
temperatura promovendo vasodilatação reflexa para 
aumentar a perda de calor. Isso ocorre quando o 
paciente tem febre atropinica, sendo necessário 
tratar com fisiostigmina. 
Atropina promove vasodilatação compensatória 
devido a aumento da temperatura e redução da 
sudorese, febre atropinica. 
Atropina promove broncodilatação porque promove 
bloqueio dos receptores muscarínicos nos brônquios. 
 
 
 
Escopolamina 
No sistema nervoso central pode causar sonolência 
amnesia e fadiga. 
Euforia (excitação, inquietação alucinação e delírio). 
Possuem atividade anti-tremor no parkinsonismo e na 
profilaxia da cinetose (enjoo do movimento). 
Pirenzepina → atua no bloqueio intramural de 
receptores muscarínicos no estômago, inibindo a 
secreção gástrica. 
Olhos: inibem a resposta do músculo esfincteriano da 
íris e músculo ciliar do cristalino (cicloplegia e 
midríase). Quando a íris é rebatida para o ângulo da 
câmara anterior do olho pode interferir com a 
drenagem do humor aquoso. 
Ranitidina e toxicidade, foi proibida 
A fanitidina não está proibida. 
Atropina é usada para intoxicação contra anti 
colinesterásicos, para intoxicação por chumbinho, para 
intoxicação por organofosforados. 
Resumo 
 
 
 
 
Farmacologia do sistema nervoso autônomo 
 
Adrenérgicos 
Anti 
muscarínicos 
Colinomiméticos 
Anti-
adrenérgicos 
Mesmos efeitos Mesmos efeitos 
Adrenalina 
Dobutaminas 
 
Atropina 
Escopolamina 
Ação direta: 
metacolina, 
carbacol, 
metanecol. 
Ação indireta: 
edrofônio, 
fisiostigmina. 
Ação direta: 
bloqueadores 
adrenérgicos. 
Ação indireta: 
reserpina, 
guanetidina.

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