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Hiago Manoel Araujo Medicina-P3 ALEITAMENTO MATERNO -O profissional de saúde deve abordar os aspectos técnicos, emocionais, familiar e sociais da amamentação -Questão de cultura familiar -Formação de rede social -TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO *Aleitamento materno: quando criança recebe leite materno diretamente da mama ou não, independente de receber outros alimentos *Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno (exceção de medicamentos, vitaminas e suplementos) -Recomendado até os 6 meses *Aleitamento materno predominante: recebe além do leite materno outros fluidos (água, chás e sucos de frutas) *Aleitamento materno complementado: recebe outros alimentos que complementam, mas não substituem (recomendado a partir dos 6 meses) *Aleitamento materno misto ou parcial: recebe outros tipos de leite além do leite materno -DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO: 2 a 3 anos, em média -Desmame ocorre de forma natural -Amamentação exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos ou mais (mínimo de 2 anos) -Não recomendado a introdução de outros tipos de leite: industrializado, vaca, cabra... -Ocorre suplementação de ferro e Vit. D antes dos 6 meses OBS: Errado uso de chá para crianças Alguns podem ser hepatóxicos -IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO: -Melhor nutrição: Supre necessidade nutricionais até os 6 meses de vida Fonte de nutrientes até os 2 anos -Contém todos os nutrientes essenciais -Evita mortes infantis -Evita diarreia: Proteção contra enteropatógenos (presença de imunoglobulinas) -Uso de água e chás aumenta a possibilidade de infecção por meio do veículo (copo, mamadeira) ou da própria substância -Evita infecção respiratória: Diminui a gravidade e hospitalizações por pneumonia e bronquiolite (principais causas de internamento) -Previne otites (presença de imunoglobulinas) -Diminui riscos de alergias (camada de proteção no epitélio intestinal pelo leite materno – presença de IgA), dermatite atópica, asma... -Diminui o risco de doenças metabólicas (HAS, DM, dislipidemia...) -Aumento de consumo calórico por outras vias -Diminui a chance de obesidade (programação metabólica do leite materno em sua composição) -Auxilia no desenvolvimento do palato duro e motor oral da cavidade bucal -Efeito positivo na inteligência -Proteção contra doenças na mãe: menor chance de HAS, dislipidemias, obesidade, CA de mama, ovário, útero...) -Evita nova gravidez -Menor custo financeiro -Fortalecimento do laço afetivo entre mãe e filho -FATORES IMUNOLÓGICOS: -Presença de IgA, macrófagos, proteínas do complemento, lisoenzimas (ação bacteriostática), lactoferrina (diminui crescimento bacteriano de E. coli) -Presença de flora intestinal que confere proteção contra enteropatógenos -Menor pH fecal Proteção -COLOSTRO: -Leite ejetado nos primeiros 3 dias de vida -Possui coloração mais amarelada -Rico em mais proteínas e mais imunoglobulinas (principalmente em mãe de prematuros Necessidade de maior proteção) -Possui mais cálcio LEITE DE TRANSIÇÃO: Após 1 semana LEITE MADURO: Após 2-4 semanas -Principal proteína proteína do soro – lactoalbumina -beta lacoglobulina proteína do leite de vaca potencial alérgico -Maior concentração de lipídeos no final da mamada do leite materno -Garante maior saciedade e oferece nutrientes para crescimento adequado -Orientar sempre a mãe a amamentar até o esvaziamento total da mama antes de trocar para a outra Garantir o consumo desses lipídeos -Leite humano tende a ser mais doce por conter mais lactose Importante para transição alimentar no período de complementação -FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO: -Sucção do bebê na mama Estímulo do hipotálamo Atuação no eixo hipotálamo-hipofisário -Hipófise anterior Produção e liberação da prolactina Atua na produção de leite -Hipófise posterior Liberação da ocitocina (produzida no hipotálamo) Atua na ejeção do leite -REFLEXOS INFANTIS -Auxiliam na amamentação -Reflexo de busca e procura Reflexo primitivo (já nasce com a criança) Auxilia na sucção -Em crianças <34 semanas ou <1500g esse processo é débil -Reflexo de deglutição Necessário coordenação para deglutir e respirar -RN <32 semanas não possuem essa coordenação pode broncoaspirar -Passagem de sonda para alimentação segura em crianças com essas condições especiais devido à prematuridade -TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO: a pega/sucção correta evita lesões no mamilo, mastites e contribui para a retirada eficiente do leite pela criança -Depende do posicionamento entre mãe e bebê -Geralmente, pega da mamadeira é mais facilitada (características do bico mais leves, moles não estimula desenvolvimento da cavidade bucal) -Boca da criança deve cobrir totalmente a parte inferior da aréola e quase que totalmente ou totalmente a parte superior -Língua da criança comprime a mama no palato duro Induz ejeção do leite Induz desenvolvimento de estruturas da boca da criança -Má pega: encaixa da boca do bebê em relação à aréola é errada Dificuldade de esvaziamento da mama Diminui produção de leite e ganho de peso do bebê Pode causar dor e lesões nos mamilos -Boa pega: abocanha toda a aréola Induz respiração nasal e crescimento da face do bebê Ocorre esvaziamento completo da amam e confere proteção ao mamilo -Orientar que mãe amamente o filho no consultório para avaliar se está usando a técnica correta -Principalmente em bebês pequenos -DIFICULDADES DO ALEITAMENTO: -Resistência do bebê sem causa identificada ou por uso de chupeta/mamadeira (oferece mais facilidade e mal costume) -Erro de posição pode causar dor ao bebê -Pressão na cabeça do bebê ao ser posicionado gera desconforto -Mama tensa, mamilo invertido ou plano dificuldades anatômicas -O bebê tende a fazer bico com aréola (lesão) -Utilizar posições que favoreça a pega do bebê -Realizar manobras que aumentam o mamilo (gerar protrusão) -INGURGITAMENTO MAMÁRIO -Congestão do leite gera aumento da vascularização Edema por obstrução de vasos linfáticos Produção de leite interrompida Reabsorção do leite represado que tende a ficar mais viscoso (“empedrar”) -Sintomas: mama distendida, febre e mal- estar, área avermelhadas, edemaciadas e brilhantes, mamilos achatados, leite com fluxo alterado -Ocorre mais frequentemente em primíparas -Aproximadamente 3 a 5 dias após o parto -FATORES DE RISCO: Mama já distendida, produção abundante de leite, início tardio da amamentação, mamadas infrequentes, restrição de duração de mamadas, sucção ineficaz -PREVENÇÃO: Amamentação livre por demanda do bebê, iniciar a amamentação o mais rápido possível (logo após o parto), utilizar técnica correta e não utilizar complementos (água, chás...) -TRATAMENTO: Massagens delicadas das mamas, ordenha, mamadas frequentes, uso de analgésicos e anti-inflamatórios, uso de sutiãs para suporte -Bebê que não consegue pegar aréola ou manter pega - não abre a boca -DOR NO MAMILO/LESÕES: -Para resolver Utilizar-se de amamentação com técnica adequada, manter mamilos secos, não usar produtos que retirem proteção natural, evitar ingurgitamento, ordenha antes da mamada, uso de diferentes posições, amamentação por livre demanda -Evitar contato da área machucada com roupa, usar água limpa para lavar mamilo após a mamada, usar apenas compressa de água morna, utilizar antibióticos tópico ou sistêmico (mupirocina a 2%), interromper amamentação na mama afetada (sem esquecer de ordenhar) -MASTITE: Processo inflamatório de segmentos da mama -Pode evoluir para infecção bacteriana -Sintomas: sinais flogísticos, mal-estar, febre alta e calafrios -Pode evoluir para abcesso mamário -ORIENTAÇÕES: Acalmar o bebê -Orientar a mãe a estimular a amam regularmente com ordena manual ou bomba de sucção (mínimo de 5x/dia) -Suspender uso de chupeta ou bico -Insistir nas mamadas por alguns minutos -Estimular posição da criança -É possível manter o aleitamento exclusivo usando apenas uma mama -APOJADURA: Preparo da mama para descida do leite (ocorreem até 5 dias após o parto) -Podem ocorrer problemas com essa preparação -Orientar mãe a ficar mais segura e estimular a mama com sucção frequente da criança e ordenha -Utilizar sistema de nutrição complementar – translactação (uso de recipiente com leite ligado à sonda no mamilo da mãe criança suga mamilo e sai leite da sonda estímulo ao mamilo) -POUCO LEITE: mãe produz, fisiologicamente, 800ml/dia de leite, se estiver amamentando -A capacidade de produção é maior que a demanda -Identificar essa situação pela adequação do ganho de peso do bebê -Outros indicativos: criança não saciada após a mamada, chorar muito, querer mamar com frequência, ficar muito tempo no peito, urina reduzida (menos que 6-8 fraldas/dia), evacuações infrequentes -Outras dificuldades: bloqueio de ductos lactíferos, reflexo anormal de ejeção, galactocele (lesão de mama benigna definida por coleção cística de conteúdo lácteo), fenômeno de Raynaud (vasoconstricção dos vasos da região) -CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO: -Crianças com galactosemia (não conseguem degradas galactose), síndrome do xarope de bordo (problemas relacionados ao metabolismo de proteínas), fenilcetonúria (dificuldade de metabolizar fenilalanina em tirosina) -Mãe om doença materna grave, doença mental, HIV e HTLV -Amamentação e covid: não há relações diretas da transmissão vertical -Depende da vontade da mãe -Usar de medidas de prevenção
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