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FICHAMENTO DE HIST. DA COMUNICAÇÃO I (A MÍDIA E O SEU LUGAR DA HISTÓRIA)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
A Mídia e o seu lugar da História
Por
Monique de Andrade Dantas EC1
Fichamento sobre o texto “A Mídia e o seu lugar da História”, de Ana Paula Goulart Ribeiro, a ser entregue ao professor Micael Herschman, na disciplina de História da Comunicação, oferecido ao curso de Comunicação Social.
UFRJ
2012/1
FICHAMENTO SOBRE O TEXTO “A MÍDIA E O SEU LUGAR DA HISTÓRIA”:
- “A tendência do senso comum, assim como a dos dicionários de alguns livros didáticos, é pensar a História como a ciência que estuda os fatos do passado. Entretanto, a História não estuda todos os fatos ocorridos no passado, mas, apenas os fatos históricos”. (Parágrafo único, p.105).
- “Qualquer manifestação da vida social do homem pode, em princípio, ser um fato histórico. O termo não se refere apenas a acontecimentos particulares da vida (“os grandes acontecimentos”, como costumava a eles se referir a historiografia tradicional), mas a qualquer categoria de fenômenos: um acontecimento singular (alguma coisa que aconteceu alguma vez), um processo (no qual se manifestam certas regularidades), uma instituição, um produto da cultura, um costume, uma crença etc”. (Primeiro parágrafo, p.106).
- “Um fato, para ser considerado histórico, deve estabelecer inúmeras relações com outros eventos, considerados num encadeamento causal. Só em um contexto amplo, ele pode manifestar-se e tornar-se inteligível. A ideia de processualidade e a de totalidade são, nesta perspectiva, fundamentais”. (4° parágrafo, p.106).
- “Não existe fato histórico “bruto”. Ele é sempre produto de algum tipo de elaboração teórica, que o promove à categoria de histórico. Pressupõe um sistema de referência e uma teoria, nos quadros dos quais operam-se a seleção e a valorização dos acontecimentos e processos”. (Segundo parágrafo, p.107).
- “O conhecimento histórico jamais pode superar a dimensão subjetiva. As suas conclusões são, por isso, sempre provisórias”. (3° parágrafo, p.107).
- “A superação da subjetividade, sob a perspectiva do conhecimento como processo, não implica, de fato (Schaff é obrigado a admitir), na remoção das “mediações” entre a realidade dos fatos e o significado que esta assume nos discursos dos agentes sociais”. (Primeiro parágrafo, p.108).
- “Toda pesquisa historiográfica é articulada a partir de um lugar de produção socioeconômico, político e cultural, a partir do qual se instaura um método, se precisa uma tipologia de interesses, se fazem indagações aos documentos, se define, enfim, o que é ou não histórico”. (Primeiro parágrafo, p.109).
- “O fazer histórico é também definido como uma prática. O historiador trabalha sempre a partir de um objeto material (as fontes) para construir o seu objeto teórico: os fatos históricos. Ele transforma as matérias-primas (já socialmente trabalhadas) em produtos, obras da historiografia. Desloca, assim, as informações de uma região da cultura (os arquivos, as coleções, as recordações pessoais etc) para uma outra (a História)”. (3° parágrafo, p.109).
- “Todos os fatores referentes aos lugares sociais e às práticas dos historiadores devem ser considerados quando se trata de definir as operações construtoras dos fatos históricos”. (Segundo parágrafo, p.110).
- “O passado é, antes de tudo, uma forma de representar a alteridade. Sempre demarcado em função de tempo presente, refere-se a algo que passou, acabou, foi-se: algo que já não é”. (4° parágrafo, p.110).
- “A partir da ideia de mudança, a História pode mostrar as diferenças entre o o que foi e o que é, simbolizando os limites e demarcando as fronteiras entre o passado e o presente”. (Primeiro parágrafo, p.111).
- “A distinção entre passado-presente-futuro é, portanto, maleável e está sujeita a múltiplas manipulações. Essas referências não são próprias do tempo, mas resultantes de um ponto de vista sobre ele. O tempo não é uma substância independente, mas uma forma de existência da matéria vinculada à mudança”. (Segundo parágrafo, p.111).
- “A percepção da heterogeneidade do tempo histórico liga-se à superação da concepção metafísica (de tradição newtoniana) do tempo, visto como absoluto, independente das coisas e dos processos, ou de uma tradição kantiana, que concebe o tempo como uma forma a priori (inata) de percepção sensorial”. (Primeiro parágrafo, p.112).
- “A temporalidade serve como ponto de referência que estrutura a memória dos indivíduos e que os insere na memória da coletividade a que pertencem. O passado é a referência comum que mantém a coerência interna dos grupos, permitindo a formação de quadros de representação simbólica que lhes permitem significar o presente, a atualidade”. (Segundo parágrafo, p.112).
- “Há, de um lado, uma memória oficial, que, ao selecionar e ordenar os fatos segundo certos critérios, se constrói sobre zonas de sombras, silêncios, esquecimentos e repressões. De outro lado, há, opondo-se à oficial, várias memórias coletivas subterrâneas, que, seja nos quadros familiares, em associações ou em grupos étnicos, culturais ou políticos, transmitem e conservam lembranças proibidas ou simplesmente ignoradas pela visão dominante”. (Segundo parágrafo, p.113).
- “A História sempre teve um papel central no trabalho de constituição e de formalização da memória social”. (4° parágrafo, p.113).
- “O comprometimento direto da História com o poder de Estado manteve-se até o início do século XIX, quando, sob a influência do positivismo, o relato histórico deixou de confundir-se com mera genealogia. Mas demorou ainda um bom tempo para que a História reduzisse os contatos com o mundo do poder”. (Segundo parágrafo, p.114).
- “A História, no entanto, não exerceu o papel central na constituição e na formalização da memória oficial simplesmente por estar próxima do poder; ocupou esse papel sobretudo porque sempre se apresentou (e conseguiu se legitimar) como o principal discurso semantizador das ações e das transformações da realidade social”. (3° parágrafo, p.114).
- “Os meios de comunicação, neste século, passaram a ocupar uma posição institucional que lhes confere o direito de produzir enunciados em relação à realidade social aceitos como verdadeiros pelo consenso da sociedade. A História passou a ser aquilo que aparece nos meios de comunicação de massa, que detém o poder de elevar os acontecimentos à condição de históricos. O que passa ao largo da mídia é considerado, pelo conjunto da sociedade, como sem importância”. (3° parágrafo, p.115).
- “O desenvolvimento técnico do jornalismo buscou no “espírito científico” o cuidado com os fatos. As regras de redação supostamente retiravam do jornalismo noticioso qualquer caráter emotivo e participante. Para garantir a impessoalidade, impôs-lhe um estilo direto, sem o uso de metáforas. A comunicação jornalística deveria ser, antes de tudo, referencial. O uso da terceira pessoa tornou-se obrigatório, e o modo verbal passou a ser, de preferência, o indicativo”. (Primeiro parágrafo, p.116).
- “O fato jornalístico passa a assemelhar ao fato histórico tal como este havia sido definido pela historiografia positivista. Localizado em tempo e um espaço determinados, o fato é marcado pela unicidade. O acontecimento único revela-se, então, como o fator da transformação social, como o motor da história”. (Primeiro parágrafo, p.117).
- “No jornalismo não costuma haver deformação ou mentira em relação aos fatos concretos. Geralmente nomes, datas e acontecimentos não são criados ou inventados, mas possuem uma realidade palpável que pode ser corroborada por uma comparação entre os diferentes jornais: certamente todos trazem mais ou menos as mesmas informações”. (3° parágrafo, p.117).
- “O discurso jornalístico possui, assim, uma certa objetividade, um efeito de sentido, produzindo por suas próprias estratégicas enunciativas. É essa objetividade o que lhe atribui, nas sociedades contemporâneas, o estatuto de porta-voz das verdades factuais”. (Primeiro parágrafo, p.118).
- “A mídia é elevada,assim, ao estatuto de porta-voz oficial dos acontecimentos e da transformação do social, o que lhe confere, enquanto registro da realidade, uma certa “aura”. O jornalismo não só retrata a realidade e as suas transformações, mas também as registra e as deixa como legado às sociedades futuras. A mídia é a testemunha ocular da história”. (4° parágrafo, p.118).
- “O discurso jornalístico semantiza os acontecimentos e os fatos sociais, produzindo uma ideia de história que se articula em dois níveis temporais: naquele que relaciona o homem com as transformações do seu próprio cotidiano (a atualidade) e naquele mais geral, da sua relação com o passado”. (5° parágrafo, p.118).
- “A referência à mídia (principalmente à impressa) é constante também no ensino da História. Os livros didáticos quase sempre se referem aos jornais, seja como ilustração, seja como citação ou, ainda, mencionando-os como uma das principais fontes históricas”. (Primeiro parágrafo, p.119).
- “O papel de formalizador de memória oficial não passa, assim, de modo algum despercebido aos produtores de notícias”. (Primeiro parágrafo, p.120).
- “Sabemos, entretanto, que nenhum registro é ingênuo ou descomprometido. Nenhum registro apenas registra. Todo ele pressupõe o trabalho da linguagem, pressupõe uma tomada de posição dos sujeitos sociais. Todo registro é discurso e possui, assim, um mecanismo ideológico próprio, uma forma de funcionamento particular”. (Segundo parágrafo, p.120).
O jornal como fonte histórica
- “Até quase a metade do século XX, os historiadores assumiam em relação à utilização de textos jornalísticos como fonte duas posições distintas: ou os aceitavam de uma forma acrítica ou os rejeitavam totalmente. Ambas as posturas, tanto a que os enaltece (por considerá-los repositórios de verdades), quando a que os despreza (por considera-los suspeitos), refletem uma mesma forma de conceber o fato e o testemunho históricos”. (Primeiro parágrafo, p.121).
- “As classes sociais e suas lutas não pertencem à esfera de uma realidade social anterior à sua determinação linguística. Não podem ser considerados como um fato preexistente que se refletisse na língua. Os sujeitos e o sentido constituem-se ao mesmo tempo, e num mesmo movimento, que o movimento da história. Não se trata, portanto, de dois universos, dois reais (um material e outro discursivo)”. (3° parágrafo, p.122).
- “De qualquer forma, nas sociedades contemporâneas, a distância que separava o ato e o seu relato, o acontecimento e o seu testemunho, praticamente desapareceu devido à intervenção dos discursos jornalísticos”. (Segundo parágrafo, p.123).
- “Os meios de comunicação vêm sendo, por tudo isso, cada vez mais utilizados pelos próprios historiadores, senão como a principal fonte se suas pesquisas, pelo menos como uma delas”. (3° parágrafo, p.123).
- “O resgate do jornalismo como fonte histórica deve-se à mudança do estatuto do fato histórico. Quando se admite que ele é produzido e não dado, o mais importante deixa de ser o fato “em si” e passa a ser a forma pela qual os sujeitos tomam consciência dele e o relatam, assumindo certas posições”. (Primeiro parágrafo, p.124).
- “A semiologia dos discursos sociais, ao introduzir os princípios da polifonia e do dialogismo, permite ultrapassar a problemática da análise dos discursos como mero instrumento técnico de descrição de textos”. (3° parágrafo, p. 125).
- “A distinção entre a grande imprensa e a imprensa nanica (tal como a professora faz) pode se mostrar, além disso, totalmente ilusória. Verón já nos chamou a atenção para o fato de que muitos dos jornais ditos alternativos são algumas vezes propriedades dos mesmos grupos que produzem os jornais burgueses”. (Segundo parágrafo, p.126).
- “Os discursos jornalísticos produzem, no interior de seu campo de efeitos de sentido, uma certa ideia de objetividade, que é o que lhes confere nas sociedades contemporâneas ocidentais (como já dissemos anteriormente) o estatuto de porta-vozes das verdades factuais. E fazem isso segundo operações específicas, próprias a cada veículo-suporte”. (Segundo parágrafo, p.127).
COMENTÁRIOS:
	O texto explica o fato de muitas vezes a História ser uma ciência que estuda os fatos do passado, entretanto a História não estuda os fatos do passado, sim os fatos históricos. Nesse caso há controvérsias para identificar e classificar o que são fatos históricos, pois os fatos históricos são aqueles vindos de grandes acontecimentos e que são relacionados a outros eventos, encadeados de forma causal. Nesse mesmo texto, não há o fato histórico bruto. Ele é um produto de elaborações teóricas, que o classificam como histórico em si. 
	O fazer histórico é considerado uma prática, pois o historiador trabalha a partir de um objeto material para construir os seus fatos históricos. Transforma as matérias-primas em obras da historiografia, deslocando as informações de uma região de cultura (recordações, lembranças) para uma outra (que é a História). O passado é uma forma de representar a alteridade e por ser demarcado em tempo presente, ele é referido como algo que passou, já não é mais.
	A História é vista como algo que delimita os fatos passados e os fatos do presente, simbolizando-os e mostrando a diferença entre eles. O tempo não é algo independente, pois está sujeito às mudanças que ocorrem nele e que estão vinculadas a ele. Há dois tipos de memória: a memória oficial, onde selecionados e ordenados fatos com base em critérios e a memória coletiva, que transmitem lembranças que são ignoradas pela classe dominante. Sempre teve papel importante na formalização da memória social. 
	A comunicação fez com que a História perdesse espaço na construção da memória oficial, com a inserção de novas tecnologias e a mídia se tornou um principal lugar de memória das sociedades contemporâneas. A linguagem jornalística é essencialmente referencial e busca no espírito científico o cuidado com os fatos. Assim, o fato jornalístico se assemelha ao fato histórico, pois detém as informações e passa a escolher os fatos considerados mais importantes dentro da história.
	O jornalismo se torna importante na produção de uma ideia de história e sendo assim, a mídia se torna o porta-voz oficial dos acontecimentos e da transformação do social, o que lhe confere uma certa “aura, segundo a autora do texto. A mídia virou referência constante nos livros de história, até mesmo em avaliações da disciplina, onde recortes de jornais e revistas com fatos históricos viram citações nas aulas de história. 
	Segundo a autora, nenhum registro é descomprometido, todo registro é discurso e possui uma forma de funcionamento particular. O discurso jornalístico diminuiu a distância entre o ato e o seu relato, que logo desapareceria com a intervenção dos discursos jornalísticos. A mídia agora virou referência no que se refere à busca de fatos históricos no passado, que antes eram exclusivos nos livros de História.

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