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MEDICINA VETERINÁRIA Os ossos podem ser classificados em: Longos (fêmur, tíbia, fíbula) Curtos (tarso, carpo) Planos (costelas, escápula, crânio) Irregulares (vértebras) Pneumáticos (esqueleto das aves) O osso é dividido em: principalmente nos ossos longos. Epífise (compõe as extremidades do osso. Formada por osso esponjoso). Metáfise (é a interseção entre a epífise e diáfise. É a região mais vascularizada do osso). Diáfise (corpo do osso – formada por osso compacta, a parte mais rígida. Em seu interior é encontrada o canal medular preenchido pela medula óssea). Além disso, há duas membranas de tecido conjuntivo que revestem o osso: São estruturas finas que não aparecem no exame radiográfico em condições fisiológicas. Endósteo (reveste internamento o canal medular). Periósteo (reveste externamente o osso inteiro, exceto superfícies articulares. É responsável pelo crescimento do osso em diâmetro, pois o irriga). Quando as membranas possuem alguma reação: reação endosteal ou periosteal em virtude de alguma lesão ou injúria, é possível observar as membranas no exame radiográfico. Reações periosteais são mais frequentes e podem ser classificadas em: Suave ou lisa (a linha demonstrada na ilustração é o eixo do osso, assim as áreas da extremidade do osso são íntegras e há um aumento de radiopacidade aparecendo). Reação homogênea em relação a superfície cranial da tíbia felina. Triângulo de Codman (representado na segunda imagem onde o osso do paciente está em um eixo íntegro e de forma abrupta e angulada ocorre uma elevação em relação ao eixo principal do osso, configurando uma imagem que lembra um triângulo geralmente associada a casos onde o paciente apresenta um processo neoplásico, mas não é um achado patognomônico de neoplasia). Região mais cranial é o triângulo de Codman. Região mais caudal é a reação sun burst. Osteossarcoma. Irregular (representada na terceira ilustração e semelhante a uma estrada irregular). Lamelar (semelhante a uma imagem formada por várias lâminas, é lisa, homogênea e há um aspecto parecido com cascas de cebola – demonstrada na quarta imagem). Brush border (semelhantes as cerdas de uma escova – representada na quinta imagem). Paliçada (demonstrada na sexta imagem. É semelhante a uma MEDICINA VETERINÁRIA Brush border, porém com aspecto mais grosseiro). Espiculada (sétima imagem. Formação de imagem semelhante a espinhos). Reação periosteal espiculada na região cranial do úmero canino por neoplasia. Sun burst / bomba atômica (percebe-se uma imagem semelhante a uma explosão, onde há comprometimento da região cortical do osso. É usualmente associada a paciente que apresentam afecções neoplásicas, mas não é patognomônica de neoplasias). Esclerose (aumento de radiopacidade óssea que ocorre me um determinado local – aumento focal. Não pode ser relacionada a um tipo de lesão/injúria óssea achado inespecífico. Mas se somada a outros achados pode sugerir um diagnóstico mais efeito pata o paciente). Osteólise (é a necrose óssea e pode ocorrer por diferentes lesões. Pode- se observar áreas radioluscente compondo a estrutura do osso – geralmente associada a uma osteomielite ou processos neoplásicos). Osteófito (desenvolvimento patológico de tecido ósseo. Normalmente aparece em torno de articulações (proliferações periarticulares). Também pode-se chamar de entesófitos - porém aparece em regiões de inserção de ligamentos/tendões). Quando localizados na coluna vertebral são vulgarmente conhecidos como bicos de papagaio. Afecções ósseas traumáticas As fraturas são aquelas afecções onde há descontinuidade do osso do paciente que podem decorrer de traumas ou uma fragilidade pré-existente. Primárias: traumáticas Secundárias/patológicas: fragilidade pré-existente e em decorrência de uma movimentação ou trauma leve pode haver a fratura do osso. O exame pode e deve ser solicitado para confirmar diagnóstico clínico e outros motivos como saber o tipo de fratura existente, a sua extensão, se há presença de fragmentos ósseas (esquírolas) e sua quantidade, a quantidade de ossos envolvida na fratura, se houve algum desvio do segmento ósseo fraturado além de obter informações para o tratamento para o paciente. Além disso, ainda se pode determinar a idade da fratura, acompanhar a evolução de calo ósseo, além de visibilizar uma fratura não determinada clinicamente. MEDICINA VETERINÁRIA As fraturas podem ser fechadas e abertas. Primárias ou patológicas. Incompletas e completas. Parte-se do pressuposto que toda fratura é fechada, primária e completa, pois são as mais comuns na rotina (não sendo necessário especificar). Fisária (alcançam a região do disco epifisário ou cartilagem de crescimento. Acometem pacientes jovens que ainda apresentam o disco). Fechada (mesmo quando o osso tema a divisão em dois fragmentos (fratura completa), a matriz óssea não é visualizada fora da pele do paciente, não havendo laceração de tecidos moles). Aberta (divisão do osso em no mínimo duas partes onde há laceração na musculatura, pele e há exteriorização da matriz óssea. Não necessariamente é necessário o reconhecimento osso exposto, apenas que haja comunicação do osso com a área exterior da pele). Incompleta (onde se consegue perceber no exame radiográfico que existe uma linha de fratura -fissura- que não vai de um lado a outro do osso ele continua sendo interligado e não há a sua divisão). o Galho verde: quando a fissura está no lado convexo. Osso um na imagem o Tórus: Quando a fissura está no lado côncavo do osso. Completa (é a mais comum e é onde vai de uma cortical óssea a outra cortical óssea, havendo a separação do osso em 2 segmentos ósseos ou mais, a depender do número de linhas de fraturas que o paciente apresenta). É dividida em: o Linha de fratura: é classificada em fratura transversa, oblíqua e espiral/helicoidal/bisel. o Número de segmentos: pode ser simples, múltipla ou cominutiva. Na imagem: fratura transversa (apresenta a linha de fratura perpendicular em relação ao eixo do osso), fratura oblíqua (linha de fratura angulada. Como não rotacionou, não é possível observar o interior do osso) e fratura em espiral (faz uma rotação em torno do próprio eixo do osso – se percebe a extensão do osso fraturado e a área interna do osso do paciente). Na imagem: fratura transversa simples (há uma linha de fratura), fratura transversa múltipla/segmentar (há duas linhas de fratura) e fratura cominutiva (mais de duas linhas de fratura e costumam ser as mais complexas para reparação e apresentam esquírolas ósseas adjacentes a região fraturada). Para complementação do laudo é necessário descrever os desvios dos segmentos fraturados. A classificação/descrição é feita em relação ao segmento mais distal do membro do MEDICINA VETERINÁRIA paciente em relação aos membros torácicos e pélvicos. Na imagem: desviado cranialmente em relação ao eixo do úmero. Laudo: Projeção médio-lateral do membro torácico que apresenta fratura completa helicoidal em terço distal do úmero com a presença das espírolas ósseas, apresentando um desvio cranial do segmento fraturado. Na imagem: projeção crânio-caudal ou dorso-palmar. A fratura completa é transversa em terço distal do rádio e da ulna. Não há presença de esquírolas ósseas. A fratura é perpendicular ao eixo do osso. Na imagem: projeção médio-lateral da região da tíbia com fratura cominutiva em terço médio da tíbia com presença de esquírolas. Como há várias fraturas, não classificar quanto a linha de fratura. As fraturas fisárias também são conhecidas como fraturas Salter Harris. Acometem mais animais jovens, mas podem ocorrer em animais adultos. Podem desencadear um desenvolvimentoanormal do osso E são dividias em 5 tipos: Tipo I (ocorrem na região do disco epifisário). Tipo II (acometem a região do disco e da região metafisária do osso d+m). Tipo III (acometem a região do disco e a região epifisária do osso d+e). Tipo IV (ocorrem na região do disco, metáfise e epífise do osso d+m+e). Tipo V (é uma fratura compressiva, ocorre principalmente em animais que caem de lugares muito altos). Na imagem: Salter Harris tipo 2 na região da tíbia proximal. MEDICINA VETERINÁRIA Na imagem: projeção latero-lateral da coluna com uma Salter Harris do tipo I na região da L3. Controle da osteossíntese É um protocolo de acompanhamento após diagnóstico prévio de fratura. Pacientes que foram submetidos a contenção física do membro fraturado ou que passem por procedimentos cirúrgicos para correção da fratura sejam submetidos a exames radiográfico pós-operatórios imediatos ou durante a cirurgia (se possível). Avaliar o alinhamento dos segmentos fraturados Avaliar se existe um grau de redução satisfatório da fratura. Avaliar o posicionamento do fixador (parafusos, implantes metálicos, etc). Os pacientes necessitam retornar na 2ª, 4ª e 6ª semana pós-cirúrgica ou até mesmo após uma contenção física. Avaliar alinhamento entre os segmentos ósseos em processo de consolidação. Avaliar a evolução do calo ósseo (ponte óssea precisa estar calcificada e não identificar linha de fratura). Avaliar se há evidências de infecção (osteomielite). O raio x adicional pode ser solicitado até a cura clínica e radiográfica do animal. *Os pacientes que não apresentam melhora, apresentam complicações na osteossíntese.
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