Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL UC3– ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES EM SAÚDE . AULA 2 SP2: O FÍGADO E SUA RELAÇÃO COM INTESTINOS E BAÇO PELA VEIA PORTA HEPÁTICA 1. Descrever a anatomia básica da face visceral do fígado, a porta do fígado (hilo) e as estruturas que nela penetram (vasos e ductos); Anatomia básica da face visceral do fígado O fígado apresenta duas faces. As duas faces encontram-se numa borda inferior, cortante, nítida, interrompida por um entalhe, a incisura do ligamento redondo. Face diafragmática: convexa, lisa, em relação com o diafragma; distingue-se uma parte superior, com uma depressão rasa, a impressão cardíaca; uma parte anterior, com superfície dos lobos direito e esquerdo; uma parte direita, formada pelo lobo direito; e uma parte posterior, em contato com a parede posterior do abdome. A face diafragmática está ligada ao diafragma pelos ligamentos coronário e triangulares esquerdo e direito. Face visceral: face posterior, face que está em contato com outras visceral abdominais. A face visceral é achatada e um grupo de fissuras e sulcos dispõem-se com a letra H. A barra do H é a porta do fígado, isto é, o hilo do fígado, por onde entram ou saem estruturas vasculares, nervosas e ductos biliares. Hilo: artéria hepática, veia porta hepática e ductos biliares. A porta do fígado serve como ponto de entrada no fígado para as artérias hepáticas e a veia porta, e como ponto de saída para os ductos hepáticos. A veia porta do fígado, curta e larga, é formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica, posteriormente ao colo do pâncreas. Ascende anteriormente à VCI como parte da tríade portal no ligamento hepatoduodenal. A artéria hepática, um ramo do tronco celíaco, pode ser dividida em artéria hepática comum, do tronco celíaco até a origem da artéria gastroduodenal, e artéria hepática própria, da origem da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria hepática própria. Na porta do fígado, ou perto dela, a artéria hepática própria e a veia porta terminam dividindo-se em ramos direito e esquerdo; esses ramos primários suprem as partes direita e esquerda do fígado, respectivamente. Nas partes direita e esquerda do fígado, as ramificações secundárias simultâneas da veia porta e da artéria hepática suprem as divisões medial e lateral das partes direita e esquerda do fígado, com três dos quatro ramos secundários sofrendo ramificações adicionais (terciárias) para suprirem independentemente sete dos oito segmentos hepáticos. Entre as divisões estão as veias hepáticas direita, intermédia e esquerda, que são intersegmentares em sua distribuição e função, drenando partes dos segmentos adjacentes. As veias hepáticas, formadas pela união das veias coletoras que, por sua vez, drenam as veias centrais do parênquima hepático, abrem-se na VCI logo abaixo do diafragma. A ligação dessas veias à VCI ajuda a manter o fígado em posição. 2. Demonstrar a formação da veia porta hepática relacionando com a origem e qualidade do sangue que transporta; A veia porta do fígado recebe o sangue dos capilares dos órgãos do sistema digestório e do baço e este flui para os vasos sinusoides do fígado. Após uma refeição, o sangue da veia porta do fígado está rico em nutrientes absorvidos pelo sistema digestório. O fígado armazena alguns deles e modifica outros antes que eles passem para a circulação geral. As veias mesentérica superior e esplênica se unem para formar a veia porta do fígado. A veia mesentérica superior drena o sangue do intestino delgado e partes do intestino grosso, estômago e pâncreas por meio das veias jejunais, ileais, ileocolicas, cólica direita, cólica média, pancreaticoduodenais e gastromental direita. A veia esplênica drena o sangue do estômago, pâncreas e partes do intestino grosso por meio das veias gástricas curtas, gastromental esquerda, pancreáticas e mesentérica inferior. A veia mesentérica inferior, que se abre na veia esplênica, drena partes do intestino grosso por meio das veias retal superior, sigmóidea e cólica esquerda. As veias gástricas direita e esquerda, que se abrem diretamente na veia porta do fígado, drenam o estômago. A veia cística, que também se abre na veia porta do fígado, drena a vesícula biliar. Ao mesmo tempo que recebe sangue rico em nutrientes, mas desoxigenado, por meio da veia porta do fígado, o fígado também recebe sangue oxigenado pela artéria hepática, um ramo do tronco celíaco. O sangue oxigenado se mistura com o sangue venoso nos vasos sinusoides. O sangue acaba deixando os vasos sinusoides do fígado pelas veias hepáticas, que drenam para a veia cava inferior. 3. Explicar os 3 modelos conceituais básicos para a organização histológica do parênquima hepático: (1) lóbulo hepático; (2) lóbulo portal; (3) ácino hepático; Histologia do parênquima hepático O parênquima hepático é constituído por hepatócitos, que são células de formato poliédrico, com seis ou mais superfícies, e citoplasma acidófilo, devido ao grande número de mitocôndrias, associado ao acúmulo de glicogênio formando típicas inclusões em forma de roseta. Lóbulo hepático: unidade funcional do fígado. De acordo com este modelo, cada lóbulo hepático tem o formato de um hexágono (estrutura de seis lados). No seu centro está a veia central, e irradiando para fora dele estão fileiras de hepatócitos e sinusoides hepáticos. Localizada nos três cantos do hexágono está uma tríade portal. No fígado humano é difícil encontrar estes lóbulos hepáticos bem definidos circundados por camadas espessas de tecido conjuntivo. Lóbulo portal: este modelo enfatiza a função exócrina do fígado, isto é, a secreção biliar. Por conseguinte, o ducto biliar de uma tríade portal é considerado o centro do lóbulo portal. O lóbulo portal tem uma forma triangular e é definido por três linhas retas imaginárias que ligam três veias centrais que estão mais próximas à tríade portal. Ácino hepático: uma massa ligeiramente oval que inclui partes de dois lóbulos hepáticos vizinhos. O eixo curto do ácino hepático é definido por ramos da tríade portal – ramos da artéria hepática, veia e ductos biliares – que correm ao longo da margem dos lóbulos hepáticos. O eixo longo do ácino é definido por duas linhas curvas imaginárias, que ligam duas veias centrais mais próximas ao eixo curto. Os hepatócitos do ácino hepático estão dispostos em três zonas ao redor do eixo curto, sem fronteiras nítidas entre eles. As células na zona 1 são as mais próximas aos ramos da tríade portal e as primeiras a receber oxigênio, nutrientes e toxinas que chegam pelo sangue que entra. Estas células são as primeiras a captar a glicose e armazená-la como glicogênio após uma refeição e clivam o glicogênio em glicose durante o jejum. Também são as primeiras a mostrar alterações morfológicas após a obstrução do canal biliar ou exposição a substâncias tóxicas. As células da zona 1 são as últimas a morrer se a circulação for prejudicada e as primeiras a se regenerar. As células da zona 3 são as mais distantes dos ramos da tríade portal e são as últimas a mostrar os efeitos da obstrução biliar ou exposição a toxinas, as primeiras a mostrar os efeitos da circulação prejudicada, e as últimas a se regenerar. As células da zona 3 são também as primeiras a mostrar evidências de acúmulo de gordura. As células da zona 2 têm características estruturais e funcionais intermediárias entre as células das zonas 1 e 3. 4. Descrever a estrutura microscópica do fígado, a organização dos hepatócitos e diferenciar relacionar com a função outros tipos celulares no lóbulo hepático (1) macrófagos (células de Kupffer); 2) células estreladas (de Ito); 3) os linfócitos “natural killer” (NK cells – ou “pit cell”); conceituar espaço perissinusoidal (espaço deDisse); O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo denso não modelado, a cápsula de Glisson, e é recoberto pelo peritônio. O tecido conjuntivo da cápsula estende-se para o interior do parênquima hepático, onde se observa unidades estruturais chamadas lóbulos hepáticos. Na periferia dos lóbulos, existe uma massa de tecido conjuntivo chamada de espaço porta, que apresentam ramos da artéria hepática, da veia porta, dos ductos biliares e vasos linfáticos. Os ductos biliares são revestidos por um epitélio cubóide, e transporta, até a vesícula biliar, passando pelo ducto hepático, a bile, sintetizada pelos hepatócitos. O parênquima hepático é constituído por hepatócitos, que são células de formato poliédrico, com seis ou mais superfícies, e citoplasma acidófilo, devido ao grande número de mitocôndrias, associado ao acúmulo de glicogênio formando típicas inclusões em forma de roseta. Os hepatócitos estão dispostos ao redor dos lóbulos hepáticos, formando placas celulares; que se direcionam da periferia do lóbulo para o seu centro. O espaço entre essas placas celulares contêm capilares sinusóides, que por sua vez correm radialmente, convergindo para o centro do lóbulo para formar a veia centro lobular. Os capilares sinusóides são vasos irregularmente dilatados compostos de uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas. 5. Explicar e descrever as alterações hepáticas agudas e crônicas causadas pelo vírus da situação- problema; Patógeno: o VHC é um membro da família Flaviviridae, gênero Hepacivirus. O genoma é uma molécula de RNA positiva, linear de filamento único. Hepatite C aguda Alterações macroscópicas: fígado aumentado, avermelhado; esverdeado se colestático Alterações microscópicas parenquimatosas: Lesão dos hepatócitos: tumefação (degeneração em balão). Colestase: tampões biliares canaliculares. HCV: alteração gordurosa focal branda dos hepatócitos. Necrose dos hepatócitos: células isoladas ou agregadas Citólise (ruptura) ou apoptose (retração). Se grave: necrose em ponte (portal-portal, central-central, portal-central). Desarranjo lobular: perda de estrutura normal. Macrófagos (células de Kupffer): função fagocitária e pertencem ao sistema retículo endotelial; reveste a parede dos capilares sinusoides. Células estreladas (de Ito): papel na fibrogênese.; papel de armazenamento Espaço perissinusoidal (espaço de Disse): espaço que separa o sinusóide dos hepatócitos; é composto por fibras reticulares. Alterações regenerativas: proliferação dos hepatócitos Alterações reativas das células sinusoidais: acúmulo de detritos celulares fagocitados nas células de Kupffer; afluxo de células mononucleares para dentro de sinusoides Tratos portais Inflamação: predominantemente mononuclear Derramamento inflamatório para dentro do parênquima adjacente, com necrose dos hepatócitos Hepatite C crônica Alterações compartilhadas com a hepatite aguda Lesão, necrose e regeneração dos hepatócitos Alterações reativas das células sinusoidais Tratos portais Inflamação limitada aos tratos portais ou difusão inflamatória para dentro do parênquima adjacente, com necrose dos hepatócitos (“hepatite de interface”) ou inflamação e necrose em ponte. Fibrose Deposição portal ou deposição portal e periportal ou formação de septos fibrosos em ponte. HCV: proliferação das células epiteliais dos ductos biliares, formação de agregados linfoides Alteração gordurosa, resultado tanto do metabolismo de lipídios alterado nos hepatócitos infectados como da resistência à insulina e da tão famosa síndrome metabólica (descrita adiante); Infiltrados linfóides nos tratos portais, algumas vezes formando verdadeiros folículos linfóides; Lesão de ducto biliar, que pode estar relacionada com a infecção direta de colangiócitos pelo vírus. 6. Avaliar dentre os métodos de imagem (USG, TC e RM) qual o mais indicado para avaliar o fígado, as vias biliares e a vesícula biliar. Descreva qual a aparência normal destas estruturas e em quais condições deve- se indicar exames mais complexos, como TC e RM. Fígado Anatomia normal na ultrassonografia: a superfície do fígado deve ser lisa. O parênquima hepático deve ter ecogenicidade uniforme, menor do que a do rim adjacente. As veias hepáticas e porta intra-hepáticas hipoecoicas podem ser diferenciadas das outras estruturas venosas portais, as quais demonstram uma faixa hiperecoica nas paredes, o que não ocorre com as veias hepáticas. Os ductos biliares podem não ser visualizados no fígado normal. Por meio da imagem do Doppler, de preferência colorido ou power, é possível reconhecer a veia e o dueto biliar. Na anatomia normal, a ecogenicidade do parênquima hepático e do córtex renal direito deve ser similar. As diferenças de ecogenicidade entre o fígado e o rim podem sugerir doenças. Ultrassonografia (USG): método mais utilizado; a ultrassonografia transabdominal é mais útil para detectar anormalidades estruturais afetando certas partes do fígado, como tumores, do que para detectar anormalidades que afetam todo o fígado uniformemente, como cirrose (cicatrização grave do fígado) ou fígado gorduroso (excesso de gordura no fígado). Dimensões A avaliação as dimensões hepáticas, valores considerados normais: diâmetro longitudinal do lobo esquerdo obtido na linha média: 7-10 cm e diâmetro longitudinal do lobo direito obtido na linha axilar anterior direita: 12-15 cm. Considera-se uma veia porta de calibre aumentado quando maior que 1,20 cm. Os ramos portais não possuem nenhum valor de referência, mas devem ser simétricos. Para as veias hepáticas, um calibre superior a 1 cm medido a 2 cm da confluência na veia cava (evitando troncos, comuns principalmente entre as veias hepáticas média e esquerda) pode traduzir uma alteração hemodinâmica de sobrecarga, como na insuficiência cardíaca. Tomografia computadorizada (TC): proporciona excelentes imagens do fígado; ela é particularmente útil na detecção de tumores. Ela também pode detectar acúmulos de pus (abscessos) e alguns distúrbios que afetam todo o fígado uniformemente, como o fígado gorduroso (excesso de gordura no fígado). Ressonância magnética (RM): pode detectar certas doenças hepáticas, como hepatite, hemocromatose e a doença hepática gordurosa, que afetam todas as áreas do fígado da mesma forma. A RM mostra o fluxo sanguíneo, fornecendo informações sobre os distúrbios dos vasos sanguíneos. Vias biliares Ultrassonografia: pode distinguir se a icterícia é provocada pela obstrução dos dutos biliares ou pelo mau funcionamento das células do fígado. Se a ultrassonografia mostrar dutos biliares dilatados (alargados), a causa é geralmente obstrução. Ressonância magnética (RM): a tecnologia de RM também oferece imagens dos dutos biliares e das estruturas adjacentes, usando uma técnica denominada colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM). As imagens produzidas são tão nítidas quanto as geradas por testes mais invasivos, nos quais o meio de contraste é injetado diretamente nos dutos biliares e pancreáticos. Vesícula biliar Anatomia normal: a VB é uma víscera oca em formato de pera, de paredes finas e regulares, situada na fossa vesicular entre os segmentos IV e V do fígado, uma área "nua" do fígado, não recoberta pelo peritônio visceral. A VB divide-se em: infundíbulo, corpo e fundo. Ultrassonografia: melhor método; pois a bile aparece como liquido anecóico (pouco denso, aparece preto). Medidas normais: espessura da parede (< 3 mm); diâmetro transverso (< 4 cm); diâmetro longitudinal variável (até 10 cm). É possível a identificação ultrassonográfica de três camadas: a mais interna corresponde à mucosa, é linear, ecogênica e apresenta superfície regular; a segundaT1 – gordura brilhante; água e liquido escuro; mostra de forma ideal anatomia de tecidos moles e gordura T2 – gordura escura; água e liquido brilhante; mostra de forma ideal líquidos e patologias (tumores, inflamação, trauma) camada corresponde à camada muscular, é fina e discretamente hipoecogênica; e a mais externa corresponde à serosa do órgão, é linear, ecogênica e regular LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TERAPÊUTICAS UC3– ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES EM SAÚDE . AULA 2 SP2: TÉCNICAS DE COLETA DE SANGUE 1. Caracterizar a identificação, a coleta, o preparo, o armazenamento e o transporte de amostra de sangue, obedecendo aos critérios técnicos, critérios de controle de qualidade e aos cuidados de biossegurança recomendados. Condições para a coleta Deve ser feito antes da coleta da amostra de sangue: Identifique os tubos para colocação da amostra: escreva na etiqueta os dados do paciente: nome, número do registro, data de nascimento, sexo, data da coleta, número ou código de registro da amostra e o nome da instituição solicitante. Em algumas unidades, utiliza-se apenas códigos ou abreviaturas em lugar do nome do paciente. Os tubos possuem aditivos diferentes. Garrote; algodão hidrófilo; álcool iodado a 1% ou álcool etílico a 70%; agulha descartável; seringa descartável; sistema a vácuo: suporte, tubo e agulha descartável; tubos de ensaio com tampa; pinça, pipetas Pasteur, etiquetas para identificação de amostras; recipiente de boca larga, com parede rígida e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%; avental e máscara; luvas descartáveis. Tampa azul: Aditivo: citrato de sódio Amostra obtida: plasma Exame: coagulação Tampa amarela Aditivo: ativador de coagulo Amostra obtida: soro Exame: sorologia e bioquímica Tampa vermelha Aditivo: ativador de coagulo não possui gel separador Amostra obtida: soro Exame: bioquímica e sorologia Tampa verde Aditivo: anticoagulante heparina Amostra obtida: plasma ou o sangue total Exame: bioquímica, gasometria Tampa rosa ou lilás Aditivo: EDTA (preserva a morfologia da célula) Amostra obtida: sangue total Exame: análise hematológica Tampa cinza Aditivo: fluoreto de sódio; EDTA (preserva a morfologia da célula) Amostra obtida: plasma Exame: análise glicêmica; hemoglobina glicada e lactato Coleta de sangue feita com sistema a vácuo (não precisa controlar o volume nos tubos): 1 - Rosqueie a agulha no adaptador (canhão); não remova a capa protetora de plástico da agulha; 2 - Ajuste o garrote e escolha a veia; 3 - Faça a antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70% ou álcool iodado a 1%; não toque mais no local desinfetado; 4 - Remova o protetor plástico da agulha; faça a punção com o bisel posicionado para cima; 5 - Introduza o tubo no suporte, pressionando-o até o limite; 6 - Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir no tubo; 7 - Separe a agulha do suporte com o auxílio de uma pinça. Descarte a agulha em recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%; 8 - Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o braço estendido, sem dobrá-lo. Coleta de sangue com seringa e agulha descartáveis: 1 - Coloque a agulha na seringa sem retirar a capa protetora; não toque na parte inferior da agulha; 2 - Movimente o êmbulo e pressione-o para retirar o ar; 3 - Ajuste o garrote e escolha a vela; 4 - Faça a antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool a 70% ou álcool iodado a 1%; não toque mais no local desinfetado; 5 - Retire a capa da agulha e faça a punção; 6 - Solte o garrote assim que o sangue começar a fluir na seringa; 7 - Colete aproximadamente 10 ml de sangue. Em crianças, colete de 2 a 5 ml; 8 - Separe a agulha da seringa com o auxílio de uma pinça, descarte a agulha em recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%; 9 - Oriente o paciente a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o braço estendido, sem dobrá-lo; 10 - Transfira o sangue para um tubo de ensaio sem anticoagulante, escorra delicadamente o sangue pela parede do tubo. Este procedimento evita a hemólise da amostra. Descarte a seringa no mesmo recipiente de descarte da agulha. Descarte de rejeitos produzidos na coleta O descarte do lixo produzido deve ser feito de acordo com as normas estabelecidas para o trato do lixo hospitalar. Todos os objetos perfurocortantes devem ser descartados em um recipiente de boca larga, paredes rígidas e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%, que deve ser preparado diariamente. Após imersão total por 24 horas, no mínimo, deve ser realizada a autoclavação desse material. O algodão e os coágulos devem ser colocados em sacos plásticos e identificados como material potencialmente infectante. Todo esse material deve ser encaminhado ao lixo hospitalar. Material para preparar e armazenar o soro Tubos de ensaio Pipeta Pasteur ou pipeta automática de 0,5 a 1,0 ml; etiquetas; caneta; estante para tubos; centrífuga; geladeira; congelador; avental e máscara; luvas descartáveis; recipiente de boca larga, com parede rígida e tampa, contendo hipoclorito de sódio a 2%. Separação e armazenamento de soro Deixe a amostra em temperatura ambiente até a retração do coágulo. A amostra pode ficar em temperatura ambiente por 3 horas no máximo. Após este período o sangue pode hemolisar. Como conservar a amostra antes da separação do soro? Após a retração do coágulo, o material pode permanecer em geladeira, de 4° a 8° C, por 12 horas no máximo, a fim de evitar hemólise. A quem cabe a responsabilidade da separação do soro? Depende da organização do serviço. Caso o serviço não disponha de laboratório, a separação será feita pela equipe de coleta. Como separar e armazenar o soro? Após a retração do coágulo você pode separar o soro de duas maneiras: espontânea ou mecânica. Separação Espontânea 1 - Aspire e transfira cuidadosamente o soro para um tubo limpo, previamente identificado. Use uma pipeta Pasteur ou automática. Cuidado: não toque o coágulo para que as células não se misturem com o soro. 2 - Guarde em geladeira por 72 horas, no máximo, ou em congelador a -20°C, até o envio ao laboratório. Separação Mecânica 1 - Centrifugue o sangue por 10 minutos a 1.500 rpm. 2 - Retire o tubo, após a completa parada da centrífuga. 3 - Aspire, transfira cuidadosamente e guarde o soro até o envio ao laboratório, conforme descrito na separação espontânea. Acondicionamento das amostras para transporte Qual o material necessário para o transporte de amostras? Sacos plásticos; caixa térmica; gelo reciclável ou comum; fita adesiva; etiqueta, envelope e caneta Quais os cuidados com o transporte de material biológico? 1 - Comunique o envio das amostras ao destinatário, com a data e o horário de chegada previstos; 2 - Acondicione as amostras em saco plástico, transparente, bem vedado; 3 - Coloque o saco com amostra em caixa térmica para transporte contendo gelo reciclável. Caso você não disponha de gelo reciclável, coloque cubos de gelo dentro de um saco plástico bem vedado, evitando o vazamento da água quando o gelo descongelar. A quantidade de gelo utilizada deve corresponder a, no mínimo, 1/3 do volume (cubagem) da embalagem; 4 - Coloque em um envelope protegido com um saco plástico as informações devidamente conferidas relativas à amostra; 5 - Prenda, com fita adesiva, esse envelope na parte interna da tampa da caixa térmica; 6 - Cole, na parte externa da tampa, uma etiqueta com o nome da instituição destinatária, endereço, nome do responsável pelo recebimento, nome da instituição remetente, endereço, telefone, fax, horário de envio e validade da embalagem. O prazo de validade da embalagem depende do tipo de gelo utilizado: gelo reciclável - até 30 horas devalidade; gelo comum - até 15 horas de validade. Esses prazos de conservação valem somente para embalagens transportadas em temperaturas de no máximo 28°C. 2. Caracterizar as vantagens e desvantagens da via endovenosa, via oral e via intramuscular. Definir biodisponibilidade de um fármaco. Conceituar a meia vida plasmática e como a distribuição interfere na atuação dos fármacos. Via endovenosa ou intravenosa (parietal) A via parenteral introduz o fármaco diretamente na circulação sistêmica. Ela é usada para fármacos que são pouco absorvidos no trato GI (TGI) e para os que são instáveis no TGI. Essa administração também é usada no tratamento do paciente impossibilitado de tomar a medicação oral (paciente inconsciente) ou quando é necessário um início rápido de ação. Além disso, as vias parenterais têm maior biodisponibilidade e não estão sujeitas à biotransformação de primeira passagem ou ao meio GI agressivo. Elas também asseguram o melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo. Contudo, as vias parenterais são irreversíveis e podem causar dor, medo, lesões teciduais e infecções. As três principais vias de administração parenteral são a intravascular (intravenosa ou intra-arterial), a intramuscular e a subcutânea. Endovenosa ou Intravenosa (IV): A injeção IV é a via parenteral mais comum. Ela é útil para fármacos que não são absorvidos por via oral. Vantagens: a via IV permite um efeito rápido e um grau de controle máximo sobre a quantidade de fármaco administrada. Se for administrado como infusão IV, o fármaco é infundido em um período de tempo maior, resultando em pico de concentração plasmática mais baixo e em aumento da duração do nível do fármaco circulante. A administração IV é vantajosa para fármacos que podem causar irritação quando administrados por outras vias, porque o fármaco se dilui no sangue rapidamente. Desvantagens: não podem ser retirados por meio de estratégias como a ligação a carvão ativado. A administração IV pode inadvertidamente causar infecção por meio de contaminação no local da injeção. Ela também pode precipitar constituintes do sangue, causar hemólise ou outras reações adversas se for introduzida muito rapidamente ou se alcançar concentrações elevadas. Por isso, os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados quanto a reações desfavoráveis, e a velocidade de infusão deve ser cuidadosamente controlada. Via oral (enteral) A administração enteral, ou administração pela boca, é o modo mais seguro, comum, conveniente e econômico de administrar os fármacos. O fármaco pode ser deglutido, por via oral, ou pode ser colocado sob a língua (sublingual) ou entre a bochecha e a gengiva (bucal), facilitando a absorção direta na circulação sanguínea. Vantagens: Os fármacos orais são facilmente auto administrados, e a toxicidade e/ou a dosagem excessiva podem ser neutralizadas com antídotos como o carvão ativado. A colocação do fármaco sob a língua permite que ele se difunda na rede capilar e, assim, entre diretamente na circulação sistêmica. A administração sublingual tem várias vantagens, incluindo facilidade de administração, absorção rápida, ultrapassagem do ambiente gastrintestinal (GI) hostil e capacidade de evitar a biotransformação de primeira passagem. Desvantagens: as vias envolvidas na absorção oral são as mais complicadas, e o baixo pH do estômago inativa alguns fármacos. Uma ampla variedade de preparações orais é disponibilizada, incluindo preparações revestidas (entéricas) e de liberação prolongada. Via intramuscular Fármacos administrados por via IM podem estar em soluções aquosas, que são absorvidas rapidamente, ou em preparações especializadas de depósito, que são absorvidas lentamente. As preparações de depósito, com frequência, consistem em uma suspensão do fármaco em um veículo não aquoso. À medida que o veículo se difunde para fora do músculo, o fármaco precipita-se no local da injeção. O fármaco então se dissolve lentamente, fornecendo uma concentração sustentada durante um período de tempo prolongado. Vantagens: adequada se o volume é moderado; adequada para veículos oleosos e certas substâncias irritantes; preferível à via IV se o paciente deve se auto administrar Desvantagens: afeta certos testes de laboratório (creatinocinase); pode ser dolorosa; pode causar hemorragia intramuscular (evitar durante o tratamento com anticoagulante). Biodisponibilidade de um fármaco: representa a taxa e a extensão com que um fármaco administrado alcança a circulação sistêmica. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco são administrados por via oral, e 70 mg desse fármaco são absorvidos inalteradamente, a sua biodisponibilidade é de 0,7, ou 70%. Conhecer a biodisponibilidade é importante para calcular a dosagem de fármaco para vias de administração não IV. Meia vida plasmática: é o tempo gasto necessário para que a quantidade de uma matéria se reduza à metade.
Compartilhar